REVISÃO
O
cuidado emocional da mulher portadora de câncer: implicações na prática
assistencial
Maria Luzia Silva
Lima*, Jaqueline Barbosa de Souza*, Maria Letícia de Sousa Oliveira**, Kaiomakx
Renato Assunção Ribeiro***, Thais Gladys de Souza Fagundes****
*Enfermeira
pela Universidade Salgado de Oliveira, Goiânia/GO, **Residente de Enfermagem em
Obstetrícia Pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SESDF),
Águas Claras/DF, ***Residente de Enfermagem em Terapia intensiva Pela
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SESDF), Pesquisador do grupo
de pesquisa “Rede de cuidados de enfermagem aos pacientes críticos”/CNPq, Águas Claras/DF, ****Residente de Psicologia em
Terapia intensiva pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
(SESDF), Águas Claras/DF
Recebido em 5 de maio de 2017; aceito em 4 de setembro 2017.
Endereço
para correspondência:
Kaiomakx Renato Assunção Ribeiro, Setor Médico Hospitalar Norte Conjunto A
Bloco 01 Edifício Fepecs - Asa Norte, 70710-907 Brasília DF, E-mail:
kaiomakxribeiro@hotmail.com; Maria Luzia Silva Lima: marialsl10@hotmail.com;
Jaqueline Barbosa de Souza: jaquebarbosa.26@hotmail.com; Maria Letícia de Sousa
Oliveira: mleticiasousa@hotmail.com; Thais Gladys de Souza Fagundes: thaisgfagudes@gmail.com
Resumo
Objetivo: Analisar a
importância do cuidado emocional prestado pela enfermagem à mulher portadora de
câncer. Métodos: Trata-se de um
estudo de revisão integrativa da literatura que priorizou artigos da língua
portuguesa e inglesa, publicados entre os anos de 2012 a 2016. Foram
consultadas as seguintes bases de dados: Bedenf, Lilacs, Scielo, e Medline. Resultados: Foram encontrados 63
artigos, dos quais 17 foram utilizados para esta revisão. Assim, para que se
planeje adequadamente uma assistência de enfermagem, faz-se necessário
compreender os sentimentos vividos pelas mulheres com câncer. Devem fazer parte
do cuidado da enfermagem o ouvir, tocar, expressar sentimentos, bem como estar
disponível a assistir esse ser em sua totalidade. Contudo, as ações e
intervenções de enfermagem, mostram-se necessárias para auxiliar na melhor
adesão ao tratamento. Conclusão: O
estudo apontou que a enfermagem intervém frente a
mulher portadora de câncer, por meio de promoção de cuidados que ajudam a
manter a saúde emocional dessas mulheres. E que a atenção às necessidades
subjetivas de mulheres afetadas pelo câncer é essencial para uma assistência
satisfatória.
Palavras-chave: neoplasias
ovarianas, neoplasias da mama, emoções, cuidados de enfermagem, mulheres.
Abstract
The emotional care of women with cancer: implications in care practice
Objective: To analyze
the importance of emotional care provided by nursing to women with cancer. Methods: This is an integrative
literature review which prioritized articles in Portuguese and English
published from 2012 to 2016. The following databases were consulted: Bedenf, Lilacs, Scielo and
Medline. Results: We found 63
articles, but only 17 were used in this review. Thus, in order to write an
effective nursing care plan, it is necessary to understand the feelings
experienced by women with cancer. It should be part of nursing care to hear, to
touch, and to encourage patients to express feelings, as well as to provide
care and attend patient’s needs in their entirety. However, actions and nursing
interventions are needed to have better adherence to treatment. Conclusion: The
study showed that nursing intervene in women with cancer, through promotion of
care that help them to keep emotional health. And that attention to subjective
needs of women affected by cancer is essential for a satisfactory care.
Key-words: ovarian
neoplasms, breast neoplasms, emotions, nursing care, women.
Resumen
El cuidado emocional de la
mujer con cáncer: implicaciones en la práctica asistencial
Objetivo: Analizar la importancia del cuidado emocional brindado por la
enfermería a las mujeres con cáncer. Métodos:
Este es un estudio de revisión integradora de la
literatura que ha priorizado artículos en inglés y portugués, publicados entre
el año 2012 y el 2016. Se consultaron las siguientes bases de datos: Bedenf;
Lilacs, Scielo y Medline. Resultados:
Se encontraron 63 artículos, de los cuales únicamente 17 fueron utilizados para
esta revisión. Así, con el fin de organizar un plan de
atención de enfermería apropiado, es necesario comprender los sentimientos
experimentados por las mujeres con cáncer. Deben hacer parte de los cuidados de
enfermería la escucha, el tacto, y ayudar a los
pacientes que expresen sus sentimientos, así como estar disponible para asistir
a ese ser en su totalidad. Sin embargo, acciones e intervenciones de enfermería
son necesarias para mejorar la adherencia al
tratamiento. Conclusión: El estudio
apunta que la enfermería interviene junto a la mujer
con cáncer, a través de la promoción de los cuidados que ayudan a mantener la
salud emocional de estas mujeres. Y que la atención a
las necesidades subjetivas de las mujeres afectadas por el cáncer es esencial
para una asistencia satisfactoria.
Palabras-clave: neoplasias
ováricas, neoplasias de mama, emociones, cuidados de enfermería, mujeres.
À medida que ocorre a
descoberta e a comunicação do diagnóstico de câncer ao paciente e aos seus
familiares iniciam-se mudanças e vivências distintas entre os pacientes, pois o
diagnóstico de câncer pode trazer uma série de respostas à condição de
adoecimento. Condições responsáveis por suscitarem a dor física, impacto
emocional, medo, angústia e ansiedade. Em se tratando dos sentimentos
vivenciados pelas mulheres que recebem esse diagnóstico, é importante que haja
a presença de um enfermeiro neste momento, pois sua presença poderá transmitir
segurança e apoio emocional [1-3].
No Brasil, estima-se
que, nos anos de 2016-2017, ocorreram cerca de 600 mil casos novos de câncer.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma (aproximadamente 180 mil casos
novos) ocorreu cerca de 420 mil casos novos de câncer. Os tipos mais frequentes
nas mulheres, os cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero
(7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%) figuram entre os principais [4].
São vários os fatores
envolvidos no surgimento do câncer, como fatores hereditários, estilo de vida,
exposição de substâncias que favorecem a modificação celular. Porém, novos
estudos tem apontado relação direta entre a obesidade ou adiposidade tanto em
homens quanto em mulheres, com o surgimento de alguns tipos de cânceres
descritos anteriormente [5-7].
No que se refere às
mulheres, vale salientar que o câncer de mama é o mais temido por elas,
representando um importante público de cuidados e de atenção para amenizar o
sofrimento resultante do processo de adoecimento. O enfermeiro desenvolve papel
de suma importância no tratamento de mulheres com neoplasias, fornecendo
orientações e apoio. Assim é necessário conhecer a paciente de forma integral,
sua história, suas dúvidas, anseios, incertezas, para que juntos (enfermeiro,
mulher, família, todos envolvidos no tratamento) possam ajudar no processo de
reabilitação da paciente, recuperando sua autoestima e a vontade de viver
[8-9].
Diante do exposto, o
estudo em questão busca responder à seguinte demanda: Qual a importância da
enfermagem nos cuidados prestados a mulheres portadoras de câncer? Como prestar
uma assistência integral que possibilite associar cuidados técnicos e bio-psico-socio-espiritual
e emocional da paciente?
Esta pesquisa poderá
conscientizar e favorecer a construção de novos questionamentos e saberes, além
de subsidiar um planejamento com intervenções adequadas para uma prática
holística e de qualidade, direcionadas às mulheres portadoras de câncer com
foco na humanização e na integralidade da assistência de modo seguro, de
qualidade e respeito a essas mulheres.
Contudo, este estudo
objetivou discutir a importância da enfermagem no cuidado emocional a mulher
portadora de câncer, bem como as implicações na prática assistencial
dispensadas a ela.
Trata-se de uma
revisão integrativa que consiste em uma ampla abordagem metodológica referente
a publicações, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno
analisado. Combina também dados da literatura teórica e empírica, além de
incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de
teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico
particular [10].
Para a seleção dos
artigos foram utilizados os seguintes descritores: “Câncer”, “Cuidados de enfermagem” e “Emocional”. Priorizaram-se
artigos que estivessem disponíveis na integra e publicados na língua portuguesa
e inglesa. As bases de dados consultadas foram BDENF (Banco de Dados em
Enfermagem), LILACS (Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic
Library Online) e MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online) no período de março de 2017.
Desta forma,
buscaram-se artigos que abordassem o tema proposto nesta revisão por meio de
critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos. Os critérios de inclusão
foram: pesquisas que abordassem os sentimentos de mulheres portadoras de
câncer, publicadas em português ou inglês; em formato de artigos, estudos
disponíveis na íntegra publicados nos anos de 2012 a 2017, online e
gratuitamente. Como critérios de exclusão: trabalhos que não se apresentassem
na íntegra, publicações inferiores ao ano de 2012, artigos incompletos e que
não respondessem a pergunta norteadora e ao objetivo desta revisão.
Após busca na base de
dados, foram encontrados 63 artigos, contudo somente 17 artigos se enquadravam
nos critérios de inclusão desta pesquisa. Em seguida, os artigos que atenderam
aos critérios de inclusão passaram por uma leitura analítica e exploratória,
com categorização dos dados por meio de fichamentos que abordavam os seguintes
itens: título, autores, método, periódico, ano de publicação, objetivo do
estudo e principais resultados.
Após leitura de
títulos, resumos e confronto de dados entre as publicações, foram excluídos
mais seis estudos. Assim foram selecionados para análise onze artigos
publicados de 2012 a 2016 que contemplaram os critérios de inclusão e exclusão
propostos, os quais estão descritos na Tabela I, de acordo com autor (es) correspondente (es), ano, título, objetivo do estudo e
conclusão.
Tabela
I - Síntese dos artigos referentes às mulheres
portadoras de câncer.
Após avaliação dos
estudos, foi realizada a leitura analítica dos artigos selecionados que
possibilitou a organização dos assuntos por ordem de importância e a
sintetização destas que visou à fixação das ideias essenciais para a solução do
problema da pesquisa. Para operacionalizar a pesquisa elucidou-se discutir em
três categorias: Sentimentos vivenciados
pelas mulheres portadoras de câncer; Enfermagem e o cuidado emocional a
mulheres portadoras de câncer; Implicações na prática assistencial.
Sentimentos
vivenciados pelas mulheres portadoras de câncer
Acredita-se que o
câncer acarreta uma mescla de sentimentos por parte de todas as pessoas
envolvidas, o paciente pela adaptação a um tratamento que muitas vezes poderá
lhe causar sofrimento; à família, por terem que vivenciar uma situação
inesperada que lhes causará dor, problemas financeiros, sentimentos como culpa,
raiva, entre outros; à equipe, que se entristece, se sente frágil e impotente
frente à situação [11].
Ao receber o
diagnóstico, a mulher vivencia a perspectiva de um futuro incerto, um caminho
desconhecido com grandes dificuldades acompanhado por sentimentos, que se
mostram bem mais intensos quando vivenciados na juventude, como angústia,
tristeza e o medo da morte e da mutilação. As mulheres afirmaram ter
sentimentos de angústia, preocupação com o tratamento, medo e sensação de fim
da vida [2,12].
A mulher pode, então,
se sentir estranha manifestar sentimentos de vergonha, embaraço,
ter dificuldade de se relacionar com o marido, se sentindo sexualmente
repulsiva, passando a evitar contatos sexuais. A participação da família, desde
o diagnóstico de câncer até o término do tratamento é de suma importância para
a recuperação da paciente [8].
A essa condição se
aliam sofrimento, dor e degeneração, que podem ter como consequência a morte e
produzir conflitos emocionais associados ao sofrimento e ao medo do futuro.
Poderá também viver sentimentos como raiva, frustração e negação da doença, seu
estado emocional pode ser afetado por vários fatores, como a incerteza do
diagnóstico ou a confirmação deste, o ato cirúrgico ou seu resultado, mudanças
na imagem corporal e em sua rotina diária [13].
Há a necessidade de
se conhecer os sentimentos que são vivenciados por mulheres acometidas por
câncer de mama, pois as mulheres quando descobrem que existe algo errado com o
seu corpo, experimentam vários tipos de sentimentos e, quando as mesmas se veem
frente ao diagnóstico de câncer de mama, por ser um tipo de câncer que ameaça a
identidade feminina, passam a conviver com vários sentimentos, como: angústia,
dor, sofrimento, tristeza e culpa, sendo estes sentimentos presentes, também,
na fase de tratamento [1].
Para que se planeje
adequadamente uma assistência de enfermagem com vistas ao desenvolvimento de
ações de educação em saúde, e, por conseguinte de promoção da saúde das
mulheres, faz-se necessário compreender esses sentimentos vividos pelas
mulheres com câncer. Deve-se fazer parte do cuidado da enfermagem o ouvir,
tocar, expressar sentimentos, bem como estar disponível a assistir esse ser em
sua totalidade observando-se a relação corpo e mente [2,14].
Nessa perspectiva,
torna-se necessária a interação efetiva entre o profissional e a paciente, pois
esta interação funcionará como alicerce da relação de confiança que propiciará
à expressão de seus temores, questionamentos e dúvidas sobre os procedimentos e
situações que deverá enfrentar durante o tratamento. Portanto, é imprescindível
estabelecer um bom relacionamento interpessoal, que apoie essa mulher no
momento do diagnóstico e possa reduzir abalos emocionais e complicações [13].
Enfermagem
e o cuidado emocional a mulheres portadoras de câncer
A atenção às
necessidades subjetivas das mulheres acometidas pelo câncer é fundamental para
uma assistência de enfermagem satisfatória, uma vez que essas mulheres
vivenciam desconfortos psicológicos, físicos, emocionais e afetivos. Espera-se
que o enfermeiro, no cuidado a essas mulheres, se mostre disponível para
escutar seus medos e preocupações trazendo-lhes conforto e palavras de
encorajamento para que não venham desistir do tratamento [15].
A principal essência
do trabalho da enfermagem é a prestação do cuidado em saúde ao ser humano, que
ultrapassa o cuidado físico e perpassa pela dimensão
bio-psico-sócio-espiritual. Ressalta-se a importância da sensibilidade do
enfermeiro ao buscar perceber o que a paciente deseja, uma vez que muitas
mulheres trazem consigo sentimentos de negação, tendo como método de defesa a
privação de informações sobre sua situação, pois além dos cuidados, como
procedimentos de Enfermagem, essas mulheres devem receber apoio emocional
[1,16-17].
Diante do
conhecimento dos sentimentos vivenciados por mulheres acometidas por câncer de
mama, é de suma importância que o enfermeiro esteja atento a todas as
dificuldades e sentimentos vivenciados por essas pacientes, devendo procurar
orientá-las e prestar-lhes cuidados adequados nas diferentes etapas,
oferecendo-lhe suporte, conforto, tranquilidade e segurança com objetivo de
promover a integridade do corpo, mente e espírito nessa trajetória difícil [1].
É
nesse contexto que
a Enfermagem participa do cuidado com a mulher, minimizando a ansiedade
e as
dificuldades por meio da promoção de
informação e orientação das
condições
adequadas ao restabelecimento e à manutenção da
saúde, para uma atuação mais
adequada nos serviços, nos quais se faz necessário o
conhecimento das
necessidades da clientela atendida [12].
Deve-se fazer parte
do cuidado da enfermagem a escuta, o tocar para que a mulher expresse seus
sentimentos de melhor maneira possível, pois se entende que a Enfermagem
proporcionaria o atendimento das expectativas e necessidades da mulher
acometida pelo câncer, a partir do estabelecimento da consulta de enfermagem,
pois asseguraria suporte físico, emocional e espiritual. Assim, prestaria
orientações e as conduziria ao autocuidado e à participação de grupos que
promovam a reintegração social e familiar colaborando com o seguimento adequado
do tratamento [1,12].
O cuidado de
enfermagem que se propõe proporcionar conforto a essa mulher inclui, também,
sua família e consiste em permitir e valorizar a verbalização de seus
sentimentos. Nessa perspectiva, torna-se necessária a interação efetiva entre o
profissional e a cliente, de forma que essa interação seja o alicerce para
construção de uma relação de confiança [13].
Portanto, as ações e
intervenções de enfermagem, mostram-se necessárias para auxiliar na melhor
adesão ao tratamento, uma vez que presente um quadro de sofrimento emocional, o
sistema simpático é ativado, levando a uma possível ativação da glândula
adrenal, resultando na liberação de substâncias como as catecolaminas, cortisol
e aldosterona, as quais podem trazer prejuízos para a resposta imunológica.
Implicações
na prática assistencial
As falhas durante a
assistência às mulheres portadoras de câncer podem ser decorrentes da falta de
capacitação, habilidade [17] e atenção dos profissionais de saúde, fatores
estes, que são indispensáveis no dia a dia da prática assistencial.
A ausência da
observação sistemática, o treinamento deficiente, ou mesmo a falta dele, e a
falta de definição do papel de cada membro da equipe constituem as principais
causas de falhas na assistência às pacientes oncológicas.
Diante da variação do
perfil clínico das mulheres portadoras de câncer, e as varias repercussões que
podem trazer o estado emocional alterado, faz-se necessário à qualificação dos
profissionais de saúde no intuito de oferecer um melhor plano de cuidados
possíveis a essas pacientes. No que se refere à enfermagem, esta também deve
estar capacitada para tal assistência, sendo o enfermeiro responsável por
nortear a assistência, fundamentado nos principais diagnósticos de enfermagem,
contribuindo significativamente para melhora da qualidade da assistência e,
consequentemente, na satisfação da mulher assistida.
Nesse contexto,
objetivos como reabilitar a saúde das pacientes com câncer e devolvê-los a
sociedade, poderão ser alcançados a partir de ações essenciais como:
treinamentos, educação em saúde, instituição de protocolos assistenciais,
definição de papéis dentro da equipe. Tendo a sistematização da assistência de
enfermagem sempre como parâmetro a ser seguido por toda a equipe de enfermagem,
uma vez que permite expressar a autonomia do enfermeiro durante todas as etapas
do tratamento dessas mulheres, devendo esta e outras etapas serem
elaboradas e sequencialmente especificadas pelo enfermeiro, de forma que possa
garantir o melhor cuidado possível.
Este estudo
evidenciou que o enfermeiro, através de intervenções, promova cuidados que
auxiliam na manutenção da saúde emocional da mulher com câncer. Toda doença por
simples que seja provoca mudanças no estilo de vida, e, embora exista uma
grande evolução tecnológica nas alternativas de tratamento, o estigma do câncer
imprime sua marca dolorosa e contempla uma representação negativa diante de
todas as fases da doença, podendo implicar perdas e sintomas que, além de
originar prejuízos ao organismo gerando incerteza em relação ao futuro,
aumentam a ansiedade e o temor de causar sofrimento aos familiares.
Nesse sentido, é
compreendido que a experiência do câncer é geralmente desafiadora e proporciona
alterações físicas, emocionais e espirituais que geram uma profunda
desestabilização social e familiar, provocando uma diversidade de sentimentos,
que poderão influenciar diretamente nos mecanismos de defesa fisiológica do
paciente e resultar em uma maior dificuldade ao tratamento e consequentemente
as suas respostas.
No
que se refere à
Enfermagem ela participa do cuidado com a mulher, minimizando a
ansiedade e as
dificuldades por meio da promoção de
informação e orientação das
condições
adequadas ao restabelecimento e à manutenção da
saúde. É de suma importância
que o enfermeiro esteja atento a todas as dificuldades e sentimentos
que são vivenciados
por essas mulheres, devendo orientá-las e prestar-lhes cuidados
adequados nas
diferentes etapas que vão vivenciar.
Devido à lacuna de
estudos que abordem os cuidados com o fator emocional dessas mulheres,
sugere-se novas pesquisas que enfatizem recursos não-farmacológicos
novos, na tentativa de estimular sua autoestima, o que contribuirá também no
suporte terapêutico durante a terapia farmacológica, tendo em vista as várias
mudanças que ocorrem na vida da mulher e os diversos sentimentos que surgem.