ARTIGO ORIGINAL

Abordagem dos primeiros socorros na escola: crianças, adolescentes e professores aprendendo a salvar vidas

 

Rodrigo Assis Neves Dantas, D.Sc.*, Daniele Vieira Dantas, D.Sc.**, Ian Rodrigo Nascimento e Silva***, Naryllenne Maciel de Araújo***, Anne Marília de Aquino Laurentino***, Helena Marta Alves Nunes***, Maria do Carmo de Oliveira Ribeiro, D.Sc.****

 

*Enfermeiro, Pós-Doutorando em Enfermagem pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracajú/SE, Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal/RN, **Enfermeira, Pós-Doutora em Enfermagem pela UFS, Docente do Departamento de Enfermagem da UFRN, Natal/RN, ***Discente do curso de Enfermagem da UFRN, Natal/RN, ****Enfermeira, Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem da UFS, Aracajú/SE

 

Recebido em 28 de agosto de 2017; aceito em 12 de janeiro de 2018.

Endereço para correspondência: Rodrigo Assis Neves Dantas, Rua Petra Kelly, 61, Geraldo Galvão Residencial, casa 48, Nova Parnamirim, 59152-330 Parnamirim RN, E-mail: rodrigoenf@yahoo.com.br; Daniele Vieira Dantas: daniele00@hotmail.com; Ian Rodrigo Nascimento e Silva: ianrodrigo_10@yahoo.com.br; Naryllenne Maciel de Araújo: naryllenne@gmail.com; Anne Marília de Aquino Laurentino: annemariaquino@gmail.com; Helena Marta Alves Nunes: helenamartaa@outlook.com; Maria do Carmo de Oliveira Ribeiro: enffer2@gmail.com

 

Resumo

Introdução: Garantir o ensino de primeiros socorros assegura uma melhor assistência em situações de emergência. Para isso, a população de ambiente escolar é uma parcela importante para propagar esse conhecimento, já que a mesma se encontra em um ambiente propenso a acidentes. Objetivo: Descrever a experiência do processo de ensino-aprendizagem, em primeiros socorros para crianças, adolescentes e professores de uma instituição de ensino, assim como a importância da educação em saúde no ambiente escolar. Métodos: Estudo descritivo, do tipo de relato de experiência, realizado no primeiro semestre de 2017, com público alvo de crianças, adolescentes, professores e responsáveis, proveniente de um projeto de extensão vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Resultados: Foram realizados seis encontros com assuntos pertinentes aos primeiros socorros, com 21 crianças e 12 responsáveis. Foi utilizada a metodologia de aulas expositivas acerca de situações de primeiros socorros e simulação da prática de imobilização da vítima em acidentes e de reanimação cardiopulmonar. Conclusão: As abordagens metodológicas foram consideradas com êxito pelos organizadores, atingindo o objetivo de educar as crianças, adolescentes e responsáveis acerca dos cuidados de primeiros socorros. É necessário articulação para implementação de educação em saúde nas escolas.

Palavras-chave: primeiros socorros, educação em saúde, aprendizagem.

 

Abstract

Approach to first aid in school: children, teenagers and teachers learning to save lives

Introduction: Ensuring the teaching of first aid ensures a better resource in emergency situations. For this, a population of school environment is an important part to transmit this knowledge, since it is in an environment prone to accidents. Objective: To describe the experience of the teaching-learning process in first aid for children, teenagers and teachers of a teaching institution, as well as the importance of health education in the school environment. Methods: Descriptive study, type of experience report, carried out in the first half of 2017, with a target audience of children, adolescents, teachers and caregivers, from an extension project linked to the Federal University of Rio Grande do Norte. Results: Six meetings were held with subjects pertinent of first aid, with 21 children and 12 caregivers. The methodology of expository classes about first aid situations and simulation of the practice of immobilization of the victim in accidents and cardiopulmonary resuscitation were used. Conclusion: Methodological approaches were successfully considered by the organizers, reaching the goal of educating children, adolescents and caregivers about first aid care. It is necessary to coordinate the implementation of health education in schools.

Key-words: first aid, health education, learning.

 

Resumen

Enfoque de los primeros auxilios en la escuela: niños, adolescentes y profesores aprendiendo a salvar vidas

Introducción: Garantizar la enseñanza de primeros auxilios asegura una mejor asistencia en situaciones de emergencia. Para ello, la población de ambiente escolar es una parte importante para propagar ese conocimiento, ya que la misma se encuentra en un ambiente propenso a accidentes. Objetivo: Describir la experiencia del proceso de enseñanza-aprendizaje, en primeros auxilios para niños, adolescentes y profesores de una institución educativa, así como la importancia de la educación en salud en el ambiente escolar. Métodos: Se realizó un estudio descriptivo, del tipo de relato de experiencia, realizado en el primer semestre de 2017, con público objetivo de niños, adolescentes, profesores y responsables, proveniente de un proyecto de extensión vinculado a la Universidad Federal de Rio Grande do Norte. Resultados: Se realizaron seis encuentros con asuntos pertinentes a los primeros auxilios, con 21 niños y 12 responsables. Se utilizó la metodología de clases expositivas acerca de situaciones de primeros auxilios y simulación de la práctica de inmovilización de la víctima en accidentes y de reanimación cardiopulmonar. Conclusión: Los enfoques metodológicos fueron considerados con éxito por los organizadores, alcanzando el objetivo de educar a los niños, adolescentes y responsables acerca del cuidado de primeros auxilios. Es necesario articular para la implementación de educación en salud en las escuelas.

Palabras-clave: primeros auxilios, educación en salud, aprendizaje.

 

Introdução

 

Os primeiros socorros são os cuidados e procedimentos prestados imediatamente a vítima após um acidente, sendo essenciais para manter a estabilidade do estado de saúde da vítima antes do atendimento profissional. Para que esses procedimentos sejam realizados com maestria, é necessário conhecer a maneira correta da aplicação das técnicas [1,2].

O tempo é crucial para que os primeiros socorros tenham diferença no prognóstico da vítima, dessa maneira, o atendimento deve ser realizado o mais rápido possível e com técnica correta. É nesse cenário que a população leiga, a qual muitas vezes são os primeiros a abordar a vítima, faz a diferença quando bem instruídos sobre como se comportar em situações de emergência [3].

A educação ineficiente da população acarreta várias consequências em diversos âmbitos da sociedade, em vista disso o futuro educacional concerne na transdisciplinaridade de conhecimento, com o objetivo de unir os campos da ciência e trazer próximo ao homem os conhecimentos necessários para lidar com as imprevisibilidades [4]. Sendo o desafio da educação do futuro, encontrar metodologias inovadoras que consigam ultrapassar a barreira tecnicista tradicional, formando o sujeito como um ser ético, reflexivo, transformador e humanizado [5].

Ao ser levantado esse cenário da educação, é notável ressaltar que diversas vidas podem ser salvas com a prestação do socorro ainda no local do acidente, sendo um meio importante na propagação de noções de urgência e emergência para a população em geral, não somente profissionais da saúde [4]. A enfermagem ganha espaço nesse aspecto por se apropriar do ensino em saúde, atuando no Programa de Saúde da Escola, com o foco das intervenções educativas para o público leigo [6,7].

Neste cenário, a escola é um ambiente participante da formação da educação com o papel de promoção à saúde e prevenção. Há a necessidade de que noções de primeiros socorros sejam difundidas para as crianças, adolescentes e responsáveis, levando em conta que os serviços de emergência poderão se beneficiar com a redução das possíveis entradas equivocadas, a diminuição dos erros e intervenções mal realizadas [8,9].

É certa a importância de ações de extensão com foco na temática de primeiros socorros, uma vez que o ambiente escolar é propício para o ensino e também é cenário de acidentes [2]. Ações como oficinas, palestras e outros meios de troca de conhecimento ofertados pela academia, garantem a capacitação da comunidade por pessoas especializadas, ajudando aos leigos a intervir em situações de risco de forma segura, com uma análise rápida e técnica adequada, reduzindo o risco de mortalidade e aumentando a segurança da assistência [3,6,10,11].

Para tanto, este estudo foi voltado para a população em idade escolar que constitui o público alvo primordial de ações educativas com eficazes resultados, devido a serem indivíduos em formação e que formam opinião nos núcleos sociais e familiares [5]. Nos últimos anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) tratou de apoiar e formular o conceito de escolas promotoras de saúde, que são estratégias com o fim de articular comunidade, escolas e setores de saúde para que resultados no âmbito educacional e de saúde sejam obtidos [7].

Nesta perspectiva, elaborou-se o seguinte objetivo: descrever a experiência do processo de ensino-aprendizagem, em primeiros socorros para crianças, adolescentes e professores de uma instituição de ensino.

É relevante ressaltar o crescimento individual que a intervenção proporcionará aos envolvidos. Isso por levar informações necessárias e importantes para a vida pessoal e para o cotidiano de cada participante. Em contrapartida, os acadêmicos da saúde envolvidos também serão beneficiados com as discussões sobre as metodologias e formas de abordagens, pertinentes aos profissionais da educação e a atualização sobre temas envolvendo prevenção de acidentes e primeiros socorros.

 

Material e métodos

 

Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no primeiro semestre do ano de 2017. O público-alvo foi composto de crianças, adolescentes, professores e responsáveis legais vinculados à instituição de ensino “Vôlei Clube”, na cidade de Natal/RN. No total, foram 35 participantes, dentre crianças, adolescentes, professores e responsáveis legais. O curso foi ministrado por 10 discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob a supervisão direta de dois docentes doutores e coordenadores do projeto de extensão em questão.

Os critérios de inclusão para a amostra foram crianças e adolescentes em idade escolar, de 07 a 14 anos, sendo acolhidos os responsáveis pelas crianças e professores da instituição vinculados que quisessem participar do curso. A seleção dos alunos ocorreu por parte da direção da escola, através do rendimento acadêmico e comportamento dos alunos, sendo excluídos aqueles que possuíssem baixa assiduidade, pontualidade e baixo rendimento escolar.

Este projeto aconteceu após solicitação dos responsáveis pela instituição de ensino, alegando que necessitavam de uma capacitação em primeiros socorros para instruir os professores e alunos dentre as diversas situações de urgência e emergência que podem ocorrer em um ambiente de ensino.

Após essa solicitação, elaborou-se o projeto de extensão e cadastrou-se o mesmo para avaliação das instâncias responsáveis pela análise e aprovação da UFRN. Com a aprovação, a secretaria do Vôlei Clube iniciou as inscrições dos participantes.

O curso ocorreu em seis sextas-feiras, no horário das 14 às 18 horas, entre os meses de abril e junho/2017, perfazendo uma carga horária total de 36 horas para cada participante.

Este relato baseou-se na experiência vivenciada pelos autores que atuam na área de urgência e emergência, desenvolvendo seus estudos dentro do Grupo de Pesquisa: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Urgência, Emergência e Terapia Intensiva (NEPET), vinculado ao Departamento de Enfermagem da UFRN e certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além de dialogar com outras fontes de informações, como livros, manuais e artigos científicos disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

A elaboração do material do curso foi realizada a partir dos discentes orientados pelos docentes, tomando por base uma metodologia problematizadora. Os assuntos foram selecionados conforme a prevalência de acidentes no âmbito escolar e as aulas confeccionadas através da busca da literatura acima citada. Conforme foram confeccionadas as aulas, os alunos elaboraram simulações para as diversas situações de emergência que poderiam ser abordadas dentro de cada tema.

As estratégias de ensino utilizadas para execução desse projeto foram: aulas expositivas em data show, com a dinâmica da problematização; simulação de situações práticas com dramatização; e prática em bonecos simuladores e imobilizadores de papelão, principalmente durante a aula de ressuscitação cardiopulmonar e de imobilização de extremidades osteomusculares. Todos os materiais utilizados são pertencentes ao NEPET/UFRN.

É importante mencionar que não foram utilizados dados dos participantes deste projeto, nem realizadas entrevistas, além disso, nenhum dado que permitisse identificar participantes ou profissionais envolvidos foi incluído neste artigo.

 

Resultados

 

O quadro a seguir, exibe os conteúdos escolhidos e ministrados durante as aulas do projeto.

 

Foi alcançada uma amostra de 35 participantes ao total, sendo eles 21 crianças, 02 professores e 12 responsáveis legais, dos quais 13 (36%) eram do sexo masculino e 22 (64%) do sexo feminino.

 

Discussão

 

Considerando que o mundo se encontra em crescente complexidade de problemas e rápidas mudanças, o grande desafio para o plano do Ensino Superior neste início de século perpassa pelas transformações nos paradigmas de formação, centrada na globalidade da atividade e nas competências que farão parte da formação do estudante em consonância com a evolução do conhecimento, tendo como base uma visão integral da consciência individual e coletiva dessa expansão [8].

A educação é algo de grande relevância para a prevenção e promoção em saúde. Neste contexto, o aprendizado de primeiros socorros garante uma oportunidade para desmistificar certos achados da comunidade e fazer com que o público tenha uma clareza maior sobre o serviço de urgência e emergência. Segundo Coelho [3], o ensino de primeiros socorros garante uma maior segurança em situações de emergência, sendo o ideal que toda a população escolar tenha conhecimentos do tema, uma vez que este ambiente é propício a acidentes. Ademais, Oliveira et al. [12] falam que essa promoção de educação em primeiros socorros, garante o empoderamento da população na tomada de decisões que ajudam o atendimento pré-hospitalar.

Isso já é visto em outros países, Wilksa, Pendergastb [13] e Calandrim et al. [14] trazem em seus estudos que o ensino de primeiros socorros faz parte da grade curricular de países na Europa e Estados Unidos, tendo como objetivo aumentar a conscientização e interesse sobre as situações de emergência, possibilitando treinamento correto a toda população.

A capacitação dessas pessoas levou em consideração a realidade onde estão inseridos. Como demonstra Wilksa e Pendergastb [13], para escolha de quais assuntos abordar dentro de situações de urgência e emergência, é necessário escolher temas de prevalência dentro daquela população. Os acadêmicos de enfermagem ministrantes escolheram assuntos relevantes e usaram dinâmicas que pudessem proporcionar a participação ativa das crianças e dos responsáveis.

Fugindo do modelo de palestras tradicionais, os palestrantes assumem um papel de coparticipantes, construindo o conhecimento com o público [10]. Houve espaço para perguntas e retirada de dúvidas, além do fornecimento de exemplos reais de casos que ocorreram dentro de seus domicílios ou em suas comunidades, tornando as aulas mais significativas e com maior aproveitamento.

Decidiu-se ter como aula inicial o conhecimento sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) por ver a necessidade da população entender sobre o conceito de urgência e como usar de forma correta os serviços disponíveis, evitando a ocorrência de trotes. Visto que a realidade do atendimento é a sobrecarga com demandas que não são pertinentes e, muitas vezes, poderia ser resolvido de outras formas. Prevenindo a utilização desnecessária do serviço de emergência profissional [6].

É nítido o valor que o leigo tem para uma primeira assistência a vítima, por isso, sua educação é de extrema importância [6,7]. A capacidade de reconhecer situações de riscos ou de intervir corretamente em uma primeira assistência, faz diferença na qualidade do socorro prestado e no trabalho da equipe de saúde, como visto acima.

Em relação às simulações, esta contemplou a necessidade de demonstrar de forma prática e fácil o que se expôs na aula teórica, sem pôr em risco a vida. De maneira ativa e com a participação de todos, essa técnica demonstra uma situação em potencial e transforma o ambiente de modo a haver um treinamento proativo [4].

Para Kureckova et al. [15], o treinamento com simulações é a parte mais importante do ensino de primeiros socorros, possibilitando a análise detalhada tanto do desempenho quanto da eficácia e dos processos emocionais que envolvem a cena e a própria pessoa que realiza as técnicas. Além de ativar a aprendizagem psicomotora dos participantes, promovendo habilidades e garantindo maior fixação do conteúdo ministrado.

A simulação de imobilização osteomuscular acompanhou a aula de traumas de extremidade, assunto escolhido por ser um dos principais acidentes da infância e no ambiente escolar [13]. Realizada com a técnica de imobilização de extremidades em talas confeccionadas com papelão. Os discentes ministrantes simularam fraturas de extremidades em braços e pernas para ensinar a técnica de colocação da tala e amarração com atadura, sendo realizada em cada participante, de modo que todos realizassem a técnica com supervisão.

Outro ponto importante abordado foram as doenças cardiovasculares (DCV), as quais estão caracterizadas como a principal causa de morbimortalidade no Brasil e mundo, no qual em 2008 levou a óbito mais de 17 milhões de pessoas [3]. A OMS estima que até 2030, a taxa de mortalidade mundial eleve-se até 23,4 milhões de pessoas anualmente [17]. No Brasil, em 2007, foram registradas 308.466 mortes relacionadas ao aparelho circulatório, e de janeiro a outubro de 2012, às doenças circulatórias representaram 20,6% de todas as mortes, sendo o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) responsável por 12,1% [18,19].

Através dessa relevância, viu-se a necessidade de incluir aulas sobre a temática. Os fatores de risco não modificáveis que acarretam o aparecimento de DCV são: idade acima de 55 anos, histórico familiar, sexo masculino e etnia. Dentre os fatores modificáveis estão: tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, dislipidemia, entre outros [14]. Os dados refletem a importância da educação em saúde para a população acerca de cuidados de primeiros socorros, devido a taxas elevadas de pacientes que são acometidos por DCV e que podem se tornar vítimas ao sofrer parada cardiorrespiratória (PCR).

A prática em ressuscitação cardiopulmonar teve uma particularidade ímpar, uma vez que os participantes se mostraram bastante empolgados com a aquisição de conhecimentos. Realizada com a simulação de uma parada cardiorrespiratória em bonecos, os participantes foram treinados para reconhecer uma RCP; abordagem correta; como pedir ajuda e quais as manobras corretas, segundo a American Heart Association, visando a possibilidade de salvar vidas futuramente, até a chegada do atendimento especializado (SAMU 192), reduzindo as taxas de morbimortalidade que acompanham tal situação [7,16].

Diante desses fatos, a capacitação de crianças e adultos nesta extensão, com foco em primeiros socorros e na prática de ressuscitação se justifica relevante, uma vez que a população de risco está em contato com o público do projeto, em seu ambiente social e familiar. Capacitar jovens no contexto de educação em saúde garante uma abordagem mais segura em casos de risco.

O ganho de experiência se fez mútuo, já que os discentes contribuem para incorporar noções de promoção à saúde, e a comunidade repassa um feedback com suas experiências e exemplos. Como mostra Oliveira et al. [12] e Mota [8], a promoção de educação em saúde para a população traz para os discentes um aprendizado diferenciado, uma vez que há um intercâmbio de experiências favorável a formação dos alunos, além da busca por conhecimento científico e melhora da comunicação com a sociedade, ponto fundamental para qualquer profissional que promove educação em saúde.

 

Conclusão

 

A experiência da educação em saúde oferecida neste projeto possibilitou alcançar, por um lado, a capacitação do público no ensino de primeiros socorros, e, por outro, fortaleceu o campo educacional dos discentes ministrantes, favorecido pelas abordagens metodológicas. Estas foram avaliadas com êxito pelos organizadores, atingindo o objetivo de educar as crianças, adolescentes, professores e responsáveis acerca dos cuidados de primeiros socorros. A sensibilização referente à importância de conhecer sobre medidas de primeiros socorros foi vista no público durante as aulas ministradas, tanto com perguntas inerentes ao assunto tratado quanto com exposição de relatos pessoais.

Ao decorrer dos encontros, foi possível encontrar dificuldades sobre o que estava sendo abordado, configurado pelo déficit de conhecimento da amostra e levantando a questão da necessidade de se trabalhar desde a idade escolar assuntos como esse, que são de utilidade pública. Embora houvesse limitações, foi possível oferecer capacitação em primeiros socorros para os participantes do projeto, garantindo a formação de pessoas que possam ofertar um atendimento inicial eficiente e uma melhor sobrevida de vítimas em situações de emergência. Contribuindo com os serviços de saúde na área de assistência pré-hospitalar.

Uma reflexão pertinente é que as instituições de ensino, gestores, docentes e discentes estejam abertos para implementar a educação em saúde nas escolas, com o vigor das disciplinas existentes na grade curricular atual.

 

Referências

 

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