EDITORIAL
A
interação entre a enfermagem e o Serviço de Farmácia Hospitalar
Tiago Aparecido
Maschio de Lima, M.Sc.
Graduado
em Farmácia, Mestre em Enfermagem pela Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto (Famerp), Especialista em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica,
Especialista em Docência no Ensino Superior, Docente na União das Faculdades
dos Grandes Lagos (Unilago), Coordenador de pesquisa
clínica no Centro Integrado de Pesquisa da Fundação Faculdade Regional de
Medicina de São José do Rio Preto
Correspondência:
tiagomaschio.farmacip@gmail.com
A Enfermagem no
contexto hospitalar possui dentre suas inúmeras atividades aquelas relacionadas
ao medicamento, atuando principalmente na sua administração. Para tal,
enfermeiros atuam em parceria com o Serviço de Farmácia Hospitalar, e essa
atuação está voltada na prevenção de erros relacionados aos medicamentos e na
garantia da segurança dos pacientes.
A Farmácia Hospitalar
é definida como uma unidade técnica, administrativa e clínica, responsável pelo
ciclo de gestão de medicamentos (seleção, aquisição, recebimento,
armazenamento, distribuição e sistema de informação relacionada aos
medicamentos), ligada hierarquicamente à gestão hospitalar e aos Serviços
Clínicos, incluindo Enfermagem e Medicina.
O sistema de
distribuição de medicamentos adotados pelos hospitais é dependente do seu porte
e dos recursos disponíveis. No Brasil, o sistema mais adotado é o sistema
individualizado, cuja dispensação é realizada por paciente a partir da
prescrição medicamentosa hospitalar. Porém, neste tipo de sistema os
medicamentos injetáveis não são dispensados prontos para uso, e seu preparo
(diluições ou reconstituições) ficam sob a responsabilidade
da Enfermagem, aumentando sua carga de trabalho relacionada aos medicamentos e
reduzindo o seu tempo disponível para assistência aos pacientes. Isto poderia
ser evitado através da implantação do sistema de dose unitária, no qual todos
os medicamentos são dispensados pela farmácia prontos para a administração.
Este tipo de sistema é pouco adotado pelos hospitais brasileiros devido ao seu
alto custo de implantação e aumento de recursos humanos necessários.
O número reduzido de
farmacêuticos nos hospitais é um fator que impacta no desenvolvimento de
atividades clínicas pela Farmácia Hospitalar, limitando-se a um serviço
administrativo mais voltado ao medicamento do que aos pacientes. A Sociedade
Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) recomenda que os hospitais possuam
no seu quadro de recursos humanos um farmacêutico para cada 50 leitos para
executar atividades administrativas, e para as atividades clínicas o número de farmacêuticos
clínicos deve ser maior dependendo do nível de complexidade do setor clínico em
questão, por exemplo, emergência, centro de terapia intensiva, unidades
clínicas, unidades cirúrgicas, entre outros.
A Farmácia Clínica
nos hospitais de países desenvolvidos é uma realidade comum, porém no Brasil,
sua implantação caminha a passos lentos. A Farmácia Clínica é uma área da
farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual
os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar
a farmacoterapia, promover saúde, bem-estar, prevenção e recuperação de doenças.
As atividades de
Farmácia Clínica contribuem para a melhor terapêutica dos pacientes e na
prevenção de erros. Os erros relacionados aos medicamentos, ou seja, qualquer evento
evitável que, de fato ou potencialmente, acarreta uso inadequado de
medicamento, dentre os mais comuns destacam-se:
Os erros citados estão
geralmente associados a diversos fatores como:
O Serviço de Farmácia
Clínica em parceria com a Enfermagem promove práticas seguras no uso de
medicamentos, tais como:
Enfim, caros
leitores, a Enfermagem e o Serviço de Farmácia Hospitalar caminham através dos
mesmos objetivos: promover saúde e bem-estar dos nossos pacientes.