ARTIGO
ORIGINAL
Adaptação
transcultural da Spiritual Needs Assessment Scale para o
idioma português
Ewerton Naves Dias*,
José Luís Pais-Ribeiro**
*Doutorando
em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade do Porto, Portugal, **Docente da Universidade de Mogi das Cruzes,
São Paulo,**Docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade do Porto, Porto, Portugal
Recebido 3 de novembro de 2017; aceito em 23 de abril de 2018.
Endereço
para correspondência:
Ewerton Naves Dias, Rua Alfredo Allen, Faculdade de Psicologia da Universidade
do Porto, 4200-135 Porto, Portugal, E-mail: ewertonnaves@gmail.com; José Luís
Pais-Ribeiro: jlp@fpce.up.pt
Resumo
Crenças espirituais e
religiosas têm sido apontadas como importantes componentes de qualidade de
vida, especialmente para aquelas pessoas gravemente enfermas. Entretanto, na
prática clínica os profissionais da saúde têm encontrado dificuldades para
abordar os aspectos espirituais dos pacientes. Para agravar essa situação,
ainda são poucos os instrumentos para medir as necessidades espirituais,
principalmente em outro idioma que não seja o inglês. Diante deste contexto, o
objetivo deste estudo foi adaptar transculturalmente
a Spiritual Needs
Assessment Scale para a
língua portuguesa. Trata-se de um estudo de adaptação transcultural realizado
de acordo com as etapas proposta por Beaton et al. A Spiritual Needs Assessment
Scale é composta por 28 itens do tipo Likert e foi construída com o propósito de avaliar as
necessidades espirituais dos pacientes. A versão final da escala adaptada
recebeu o nome de “Escala de avaliação de necessidades espirituais”. Espera-se
que este estudo possa contribuir futuramente para a prática clínica dos
profissionais de saúde e também para os estudos sobre este tema.
Palavras-chave: adaptação
transcultural, espiritualidade, psicometria.
Abstract
Cross-cultural adaptation of the Spiritual Needs Assessment Scale to the
Portuguese language
Spiritual and religious beliefs have been identified as important
components of quality of life and especially in critically ill patients.
However, in clinical practice, health professionals have found it difficult to
approach the spiritual aspects of patients. To exacerbate this situation, there
are still few instruments to measure the patients' spiritual needs, especially
in a language other than English. The purpose of this study was to transculturally
adapt the "Spiritual Needs Assessment Scale" to the Portuguese
language. This is a cross-cultural adaptation study carried out according to
the steps proposed by Beaton et al. The “Spiritual Needs Assessment Scale” was
constructed from a broad literature review in order to assess the spiritual
needs of the patients; the scale is composed of 28 Likert-type
items. After the necessary adjustments, the final version of the scale adapted
for Portuguese language was called “Scale of Assessment of Spiritual Needs”. It
is expected that this study may contribute to the clinical practice of health
professionals and also to future studies on this topic.
Key-words:
cross-cultural adaptation, spirituality, psychometry.
Resumen
Adaptación transcultural de la Spiritual Needs
Assessment Scale al portugués
Las creencias
espirituales y religiosas han
sido señaladas como importantes componentes de calidad de vida, especialmente para aquellas
personas gravemente enfermas. Sin embargo, en la práctica clínica los profesionales de la salud han encontrado dificultades para abordar los
aspectos espirituales de los
pacientes. Para agravar esa situación
todavía son pocos los instrumentos para medir
las necesidades espirituales, principalmente en otro idioma que no sea el inglés.
En este contexto, el objetivo de este estudio
fue adaptar culturalmente a Spiritual Needs Assessment
Scale al portugués. Se
trata de un estudio de adaptación transcultural realizado de acuerdo
con las etapas propuestas por Beaton et al. La Spiritual Needs Assessment
Scale está compuesta
por 28 ítems del tipo Likert y fue construida
con el propósito de evaluar las necesidades
espirituales de los
pacientes. La versión final de la escala adaptada recibió el nombre de “Escala de Evaluación de Necesidades Espiritual”.
Se espera que este estudio pueda
contribuir en el
futuro a la práctica
clínica de los profesionales
de la salud y también a los estudios
sobre este tema.
Palabras-clave: adaptación
transcultural, espiritualidad, psicometría.
No que diz respeito
ao senso comum é habitual às pessoas conceituarem a religião, religiosidade e a
espiritualidade como fenômenos sinônimos, entretanto, apesar de estarem
relacionados, estes temas possuem significados e características próprias.
Tavares et al. comentam que os conceitos de religião,
religiosidade e espiritualidade vem sendo utilizados repetidamente de forma
equivalente, acarretando equívocos que podem desviá-los de seus reais
significados [1]. Dessa forma, no contexto científico, uma primeira e
importante medida a ser tomada ao investigar esses temas é a de definir os seus
aspectos teóricos e conceituais, no sentido de elucidar as particularidades que
envolvem cada um deles. Assim, são apresentados a seguir os principais aspectos
conceituais adotados neste estudo sobre cada um destes construtos.
Quanto à definição do
conceito de religião é importante mencionar que o mesmo já foi definido de
muitas formas, e que muitas dessas definições se sobrepõem. De forma geral, a
religião pode ser entendida como um sistema complexo de crenças (sobre a
realidade, a pessoa humana e a moralidade) que regulam a vida (influenciam o
modo como vivemos), que são expressas em certos tipos de rituais e práticas, e
que se baseiam, em grande parte, na crença em uma realidade sagrada e
transcendente (invisível) [2]. As religiões podem ser entendidas ainda como
“instituições organizadas em torno da ideia de espírito e referem-se a sistemas
de crenças e cultos que as pessoas herdam ou adotam, e que entendem ser meios
que conduzem à felicidade e à satisfação. O propósito da religião é prover uma
estrutura onde se possa desenvolver uma consciência espiritual” [3].
Em contraposição à
religião, a noção de religiosidade é vista como algo mais pessoal, ou seja,
menos atrelado a instituições religiosas e a comportamentos ritualizados ou a
doutrinas religiosas específicas. O filósofo e sociólogo alemão Georg Simmel define a religiosidade como um “estado” ou
“necessidade” interna, assim como um conjunto de crenças ou conhecimentos que a
tradição oferece na tentativa de satisfazer tal necessidade [4]. Portanto, a
religiosidade incluiria as crenças pessoais, tais como a crença em um Deus ou
poder superior, assim como as crenças e práticas institucionais, como a
pertença a denominações religiosas, a frequência a cultos e o compromisso com
um sistema doutrinário de uma Igreja ou religião organizada [5]. De acordo
ainda com estudiosos sobre este assunto, à religiosidade pode ser entendida
como uma extensão na qual o indivíduo acredita, segue e pratica uma religião.
Esta pode ser organizacional (participação no templo religioso), não
organizacional (rezar, ler livros, assistir programas religiosos na televisão)
e intrínseca (relacionada ao quanto à pessoa se considera religiosa) [5,6].
Quanto à
espiritualidade, o seu uso destacado da religião e religiosidade é ainda um
acontecimento recente, a secularização e a desilusão com as instituições
religiosas no Ocidente fizeram com que a noção de espiritualidade ganhasse
sentido e conotação diferente da de religião e religiosidade. Nesse sentido, a
religiosidade e a espiritualidade, embora constituam campos semânticos
sobrepostos, passaram a ser diferenciadas. Em termos conceituais, a
espiritualidade tem sido definida como um constructo com dimensão mais pessoal
e existencial, como a crença e/ou relação com Deus ou um poder superior [7]. Em
outras palavras, a espiritualidade pode ser definida também como um sistema de
crenças que enfoca elementos que transcendem o tangível, como uma propensão
humana para encontrar um significado para a vida, um sentido de conexão com
algo maior que si próprio, que pode ou não incluir uma participação religiosa
formal. Tal crença pode mobilizar energias e iniciativas extremamente
positivas, com potencial ilimitado para melhorar a qualidade de vida da pessoa
[8].
No que tange a área
da saúde as crenças espirituais e religiosas têm sido apresentadas como
importantes componentes de qualidade de vida em todas as sociedades.
Profissionais de saúde, pesquisadores e a população em geral têm confirmado a
importância da dimensão religiosa e espiritual para a saúde física e mental das
pessoas [9,10]. Evidências têm demonstrado que as pessoas com espiritualidade
bem desenvolvida tendem a adoecer menos, a ter hábitos de vida mais saudáveis
e, que quando adoecem, desenvolvem menos depressão e recuperam-se mais
rapidamente da enfermidade. Estudos recentes apontam também que a
espiritualidade e a religiosidade têm sido associadas a melhor função
imunológica, menores taxas de mortalidade devido ao câncer e a doenças cardíacas,
menores níveis de colesterol e pressão arterial, a comportamentos saudáveis
como (fumar menos, praticar mais exercícios e ter melhor qualidade de sono),
redução das taxas de suicídio, menor ansiedade, menor uso de substâncias
proibidas, menor depressão e recuperação mais rápida da mesma, maior bem-estar,
maior apoio social, maior estabilidade e satisfação conjugal, esperança,
otimismo e mais propósito e significado para a vida [10,11].
Estudos citam ainda a
espiritualidade como um fator que auxilia no cuidado de pacientes com câncer ou
doenças terminais, em seus diferentes estágios de evolução. Estas investigações
têm como principal foco de estudo pacientes com essas
características, pois, devido à situação patológica em que se encontram, são
mais suscetíveis ao apego às suas crenças religiosas e espirituais como modo de
enfrentamento ou coping religioso e, por conseguinte,
permite analisar o quanto esse tipo de recurso auxilia no processo de cura ou
tratamento. Vale ainda mencionar que, estes estudos citam a espiritualidade
como uma dimensão importante da qualidade de vida [9]. De modo geral, nota-se
por meio das pesquisas que há tendência à correlação entre a religiosidade/
espiritualidade e a saúde física e saúde mental. No entanto, alguns pesquisadores
alertam que ainda são necessários novos estudos com provas e correlações mais
robustas sobre essa questão [12].
Já na prática
clínica, embora os profissionais reconheçam o cuidado à dimensão espiritual
como uma ferramenta importante para a saúde e conforto dos pacientes, encontram
dificuldades em abordá-la, pois na maior parte das vezes não receberam durante
a formação acadêmica preparação para lidar com esse fenômeno. Muitos deles
entendem ainda que as necessidades espirituais dos pacientes não são de sua
competência, e que estas devem ser abordadas por sacerdotes, pastores ou
pessoas religiosas [13]. Diante dessa realidade, o paciente é o principal
prejudicado, pois deixa de receber cuidado integral as suas necessidades, neste
caso em especial a sua espiritualidade.
Outra problemática
encontrada pelos estudiosos nessa área do conhecimento se refere ao número
limitado de instrumentos disponíveis na literatura, sobretudo, para medir as
necessidades espirituais das pessoas, na atualidade são poucas as escalas dessa
natureza, principalmente quando se trata de escalas em outro idioma que não
seja o inglês. Estudo de revisão sistemática em diversas bases de dados para
coletar informações sobre as escalas e instrumentos destinados a medir a espiritualidade
e a religiosidade já traduzidas para o Português, encontrou 20 instrumentos
para medir a espiritualidade e/ou religiosidade disponível no idioma Português,
sendo a maioria destes instrumentos traduzidos, adaptados ou desenvolvidos no
Brasil e com boa consistência interna. Os autores alertam, ainda, que poucos
instrumentos foram totalmente avaliados em relação às qualidades psicométricas,
ou quanto o procedimento de teste-reteste ou
confirmação da validade concorrente e divergente. Os autores recomendam que
outros estudos de validação são necessários, a fim de
avaliar plenamente estes instrumentos de língua portuguesa em uma gama de
diferentes amostras [14].
Nota-se, que a maior
parte das escalas de espiritualidade disponível na literatura avalia o índice
de religiosidade e espiritualidade das pessoas, mas não se essas pessoas
necessitam de suporte religioso e/ou espiritual. Existe uma evidente carência
de instrumentos no que tange a avaliação das necessidades espirituais, o que
acaba por prejudicar a produção de novos estudos e, consequentemente, o
desenvolvimento e evolução teórica/conceitual sobre este fenômeno. O número
limitado de instrumentos adaptados e validados no que tange a avaliação das
necessidades espirituais dos pacientes, além de dificultar o diagnóstico, pode
também interferir, consequentemente, na definição das condutas terapêuticas e
na elaboração dos planos de intervenção, comprometendo dessa forma a eficácia e
a eficiência dos tratamentos oferecidos.
Fica evidente diante
desses aspectos a importância de estudos como este que envolvam a construção ou
adaptação e validação de escalas específicas para avaliar as necessidades
espirituais das pessoas, pois a compreensão do indivíduo em sua essência, como
um ser que possui necessidades no âmbito biológico, psicológico, social e
espiritual remete a reflexões relacionadas à influência da espiritualidade nas
respostas humanas aos agravos à saúde que precisam ser acolhidas para o
atendimento dessas necessidades em sua plenitude [15]. Diante do que foi
exposto este estudo teve como objetivo realizar a adaptação transcultural da Spiritual Needs Assessment Scale [16,17] para
a língua portuguesa.
Trata-se de um estudo
de adaptação cultural da Spiritual Needs
Assessment Scale realizado
de acordo com as etapas propostas na investigação, para a tradução de
questionários de uma língua e cultura para outra língua e cultura diferente
[18,19]. A International Tests
Comission chama a atenção, em especial, para a
importância de alguns aspetos, nomeadamente para: efeitos das diferenças
culturais, das diferenças linguísticas e gramaticais, se a linguagem é
apropriada para a população para a qual está sendo adaptada, se as técnicas de
testagem o formato de resposta dos itens, convenções e procedimentos são
familiares para a população a que se destina, que
deverão manter um julgamento sistemático que suporte a evidência linguística e
psicológica de modo a aprimorar a precisão do processo de adaptação, e deverão
apresentar evidência da equivalência entre as diversas versões linguísticas
[19].
Neste contexto a
validade de conteúdo assume uma centralidade decisiva. Ela pode ser definida
como o grau em conteúdo do questionário é congruente com os propósitos da
avaliação. Esta inclui quatro elementos sobre a qualidade do instrumento: de?nição do domínio, representação
do domínio, relevância do domínio, e adequação do processo de desenvolvimento
do questionário, ela deriva da análise por especialistas [20]. A validade de
conteúdo se refere ao quanto o teste pode ser uma amostra representativa dos
comportamentos que são a expressão do traço latente em questão, ou em outras
palavras se os itens dos testes se constituem uma amostra representativa do
universo de itens do construto estudado [21].
No presente estudo
seguimos o guião proposto por Beaton et al. [18]. A autorização para a tradução
da escala para a língua portuguesa foi obtida por meio de contato com os
autores do referido instrumento. A Spiritual
Needs Assessment Scale foi concebida por Galek
et al. [16,17] para avaliar as necessidades
espirituais dos pacientes. A partir de extensa revisão de literatura nas bases
de dados PsycINFO (American Psychological
Association) e Medline
(National Library of Medicine),
sobre o termo de pesquisa necessidades espirituais, os autores realizaram uma
análise temática da literatura teórica e empírica que revelou inicialmente 339
itens que refletiam as preocupações do paciente acerca da espiritualidade.
A partir dos itens
iniciais, foi elaborada uma escala tipo likert com 28
itens, com pontuações variando de (1= Nunca) a (4= Com muita frequência). O
escore total é obtido pela soma das pontuações dos 28 itens que podem variar de
28 a 112 pontos. Escores maiores refletem maiores necessidades espirituais. Em
outro estudo, os autores realizaram a estrutura fatorial da escala nas
respostas de 683 indivíduos. Neste estudo quatro itens da escala original foram
excluídos por terem recebidos pontuações baixas durante o teste preliminar. Os
resultados com a versão de 24 itens forneceram forte apoio para quatro das seis
dimensões de necessidades espirituais proposta pelos autores [17]. Para o
presente estudo de adaptação transcultural, utilizou-se por sugestão dos
autores da versão original a escala com 28 itens.
Etapas do estudo
Inicialmente
realizaram-se duas traduções literais da escala da língua inglesa para a língua
portuguesa por dois tradutores independentes bilíngues que tinham como língua
materna o português. A seguir as duas primeiras traduções da escala para o
português brasileiro foram então comparadas e analisadas pelos autores deste
estudo resultando na tradução consensual do referido instrumento.
Após a tradução
consensual foram convidados cinco professores de inglês que tiveram a
incumbência de realizar a avaliação semântica e idiomática da tradução
consensual. Para o registro das avaliações dos professores utilizou-se um
instrumento próprio para essa finalidade. Após a avaliação semântica e idiomática
e dos ajustes necessários, a nova versão da escala foi traduzida de volta para
o inglês por dois novos tradutores bilíngues, para confirmar se a versão
traduzida refletia a escala original.
Na próxima etapa
foram identificados e convidados pesquisadores com conhecimento e publicações
sobre o tema religiosidade e espiritualidade para participarem da análise da
equivalência cultural e conceitual da Spiritual Needs Assessment Scale. Os pesquisadores foram identificados por meio do
currículo lattes e por sua produção científica ligada
a temática deste estudo. Para composição do comitê de juízes especialistas
atentou-se para os seguintes critérios de inclusão: ser profissional da área da
saúde com doutoramento; ter domínio da língua inglesa e ter conhecimento e
publicações sobre o tema religiosidade/espiritualidade. Dos 15 especialistas
que foram convidados, 5 contribuíram para o estudo em
questão. Cada um dos cinco especialistas recebeu a versão original e a versão
síntese em português junto com um instrumento específico para o registro das
avaliações de equivalência cultural e conceitual. O instrumento continha as
definições de cada tipo de equivalência, bem como as instruções para o seu
julgamento.
A seguir são
apresentados no quadro 1 os itens originais da escala
de necessidades espirituais e sua correspondente versão em português após as
análises semântica, idiomática, cultural e conceitual por parte dos juízes
especialistas.
Quadro
1 – Escala original de necessidades espirituais
e versão em português.
Na sequência,
apresentam-se nos próximos parágrafos os itens que após a tradução consensual
receberam recomendações e sugestões dos juízes que participaram das análises
semântica, idiomática, cultural e conceitual da escala Spiritual Needs Assessment Scale, assim, como os ajustes que foram efetuados nos
respectivos itens.
Quanto à primeira
questão da escala em estudo, os juízes sugeriram a substituição da palavra
traduzida inicialmente para o português como “examinar” pela palavra rever, as
quais levaram ao ajuste do referido item como apresentado a seguir:
Item 1: Examinar a sua vida?
Alterado para: rever
a sua vida?
No que concerne às
questões números (6,7 e 27) os avaliadores sugeriram o ajuste dos itens do
seguinte modo:
Item 6: Sentir uma sensação de conexão com o mundo?
Alterado para: Sentir
conexão com o mundo?
Item 7: Ser grato ou agradecido?
Alterado para: Sentir-se
grato ou agradecido?
Item 27: Experimentar
uma sensação de riso e humor?
Alterado para:
Sentir-se bem-humorado?
No item 11 foi
mencionado que a palavra contentment ficava mais
facilmente interpretada pelos pacientes como “satisfação”. Dessa forma optou-se
por realizar o ajuste da questão como sugerido.
Item 11: De paz e
contentamento?
Alterado para: De paz
e satisfação com a vida?
Outra sugestão
recomendada diante das questões 12 e 26 da escala foi à substituição da palavra
“experimentar” por “experienciar”. Enfim, após
discussão e análise das referidas questões os autores do estudo chegaram à
conclusão que a palavra “vivenciar” seria a mais adequada no sentido de
facilitar a interpretação e o entendimento dos itens mencionados. Dessa forma
as questões foram ajustadas como se pode observar na sequência:
Item 12: De
experimentar ou apreciar a beleza?
Alterado para: De
vivenciar ou apreciar o que é belo?
Item 26: De
experimentar ou apreciar a natureza?
Alterado para: De
vivenciar ou apreciar a natureza?
As questões (16 e 17)
também sofreram algumas modificações. Estes ajustes foram considerados pelos
autores e alguns especialistas como necessários no sentido de facilitar a
interpretação e entendimento das referidas questões.
Item 16: Experimentar
ou apreciar música?
Alterado para: Ouvir
ou apreciar música?
Item 17: Abordar
preocupações sobre a vida após a morte?
Alterado para:
Refletir sobre as preocupações com a vida após a morte?
Na última questão do
instrumento, o significado da palavra inglesa crisis para o português foi
comentada por um dos juízes convidados. Diante disso, após análise e discussão
por parte dos pesquisadores chegou-se à conclusão que o respectivo item deveria
ser alterado como demonstrado a seguir:
Item 28: Entender por
que esta crise aconteceu com você?
Alterado para:
Entender por que isso aconteceu com você?
Finalmente após as
contribuições e ajustes necessários obteve-se a versão da
Spiritual Needs Assessment
Scale traduzida transculturalmente
para a língua portuguesa que recebeu o nome “Escala de Avaliação de
Necessidades Espirituais” (Apêndice A).
O processo de
adaptação transcultural da Spiritual Needs Assessment Scale para a língua portuguesa originou a versão final
da escala que recebeu o nome “Escala de Avaliação de Necessidades Espirituais”.
É importante ressaltar que, após esta fase fundamental, e para o uso do
instrumento na prática clínica será realizado um novo estudo para avaliação da
confiabilidade e validade da escala em questão. Enfim, vale ressaltar, que a
utilização futura desse instrumento na prática clínica poderá ser um passo
importante nessa área do conhecimento uma vez que poderá contribuir para a
lacuna assistencial que existe nessa dimensão singular e de fundamental
importância para o ser humano e com a qual os profissionais de saúde encontram
dificuldades em abordar e intervir. Por último, como limitação do estudo
cita-se o número total de juízes especialistas, embora os cinco participantes
tenham contribuído de forma impar para o estudo, o número maior de juízes
poderia ter levantado também outras questões, esclarecimentos e contribuições.
Apêndice
A - Escala de avaliação de necessidades
espirituais.
Com que frequência você já experimentou cada uma dessas necessidades durante a sua estadia no hospital?