ARTIGO
ORIGINAL
Programa
saúde na escola: reflexões sobre a prática
Milla Pauline da
Silva Ferreira*, Milanda dos Santos Silva*, Anselmo Araújo Oliveira*, Aline
Batista Matos*, Tereza Cristina Costa Dantas, M.Sc.**,
Naluse Anne Silva Coutinho***, André Henrique do Vale de Almeida, M.Sc.****,
Magno Conceição das Merces, M.Sc.*****
*Discente
do Curso de Enfermagem, Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Feira
de Santana/BA, **Enfermeira, Docente do Curso de Enfermagem da UEFS, Feira de
Santana/BA, ***Enfermeira, Prefeitura Municipal de Feira de Santana, Feira de
Santana/BA,****Enfermeiro, Docente, Curso de Enfermagem da UEFS, Feira de
Santana/BA, ****Biólogo, Enfermeiro, Professor Auxiliar A da Universidade do
Estado da Bahia (UNEB), Doutorando em Enfermagem pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ)
Recebido em 18 de
março de 2015; aceito em 16 de junho de 2015.
Endereço
para correspondência:
Magno Conceição das Merces, Rua Campo Florido, 204,
Mar da Tranquilidade, Feira de Santana BA, E-mail: mmerces@uneb.br,
milandasilva@hotmail.com
Resumo
O estudo tem como
objetivo relatar a experiência de estudantes do curso de enfermagem da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) acerca da realização do
Programa Saúde na Escola (PSE) com adolescentes de um colégio estadual do
município. A realização do PSE ocorreu em três etapas: etapa de planejamento,
com reuniões com a equipe da Unidade de Saúde da Família e com a direção da
escola; execução, com a aferição das medidas antropométricas dos alunos,
avaliação da acuidade visual e vacinação; e avaliação, com o levantamento de
possibilidades e limites do PSE. Dentre as possibilidades encontradas,
destacou-se o apoio do colégio disponibilizando horários e estrutura física.
Como limites, aponta-se a adesão parcial dos alunos e a sobrecarga de trabalho
da enfermeira dispondo de pouco tempo para realizar o PSE. Faz-se necessário
ainda maior envolvimento entre todos os envolvidos no processo, já que resulta
em ganhos tanto para os adolescentes quanto para a equipe.
Palavras-chave: saúde escolar,
promoção da saúde, Enfermagem, saúde da família.
Abstract
Health program in school: reflections on practice
This study aimed to report a nursing students
experience of University of Feira de Santana (UEFS) concerning Health Program
in School (HPS) performance with adolescents of a state school in the city of
Feira de Santana, Bahia. The HPS was carried out in three stages: planning
stage, with meetings with the Family Health Unit team and the school board;
implementation with anthropometric measurements of students, assessment of
visual acuity and vaccination; and evaluation, with a survey of possibilities
and limits of the HPS. Among the possibilities found, school support providing
schedules and physical structure stood out. As limits, we point out partial
participation of students, and nursing workload with little time to perform the
HPS. We observed that more participation is needed among all involved in the
process, since it results in gains for both the adolescents and the team.
Key-words: school
health, health promotion, nursing, family health.
Resumen
Programa de salud en la
escuela: reflexiones sobre la práctica
El estudio tiene como
objetivo relatar la experiencia de estudiantes del
curso de enfermería de la Universidad Estadual de Feira de Santana (UEFS),
acerca de la ejecución del Programa de Salud en la Escuela (PSE) con
adolescentes de una escuela pública de la ciudad de Feira de Santana, Bahia. El
proceso de realización del PSE constó de tres etapas:
la etapa de planificación, con reuniones con el equipo de la Unidad de Salud de
la Familia y la dirección de la escuela; la toma de medidas antropométricas de
los alumnos, la evaluación de agudeza visual y la vacunación; y evaluación, con
un estudio de las posibilidades y límites del PSE. Entre las posibilidades
encontradas, se destacó el apoyo de la universidad
poniendo disponibles horarios y estructura física. Como límites señalaron
adhesión parcial de los estudiantes y la sobrecarga de
trabajo de la enfermera con poco tiempo para realizar el PSE. Es necesaria una mayor participación de todos los
involucrados en el proceso, ya que resulta en beneficios tanto para los
adolescentes como para el equipo.
Palabras-clave: salud escolar,
promoción de la salud, Enfermería, salud de la
familia.
Com a instituição do
Programa Saúde na Escola (PSE), em 2007, a escola tornou-se um locus para ações
de promoção da saúde para crianças, adolescentes e jovens adultos de modo mais
concreto. Os sistemas de saúde e educação avançaram na medida em que passaram a
atuar em conjunto, partindo do pressuposto de que as ações de saúde devem ser
desenvolvidas de forma intersetorial. Desse modo, quando uma ou mais áreas
estão envolvidas num trabalho em prol de objetivos comuns, são capazes de
resultar em benefícios para todos [1].
A Educação e a Saúde,
historicamente, possuíam maior proximidade, especialmente no que diz respeito
às políticas públicas de saúde, já que estavam fundamentados em princípios,
como a universalização, ou seja, todos tinham direito a saúde e também a
educação [1]. Na década de 50, ambos faziam parte de um único ministério, o
Ministério da Educação e Saúde, sendo posteriormente dividido em dois, formando
o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação.
Na
prática, a
responsabilização pela promoção da
saúde acabou restrita, em sua maior parte,
ao Ministério da Saúde. A Atenção
Básica é uma das portas de entrada dos
serviços de saúde, apresentando a filosofia de promover a
qualidade de vida e o
bem-estar individual e coletivo por meio de ações e
serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Nesse sentido, a Estratégia de Saúde da
Família (ESF) conhecida anteriormente como Programa Saúde
da Família (PSF),
instituído em 1994, prioriza as ações de
proteção e promoção da saúde,
através
do atendimento prestado tanto na unidade básica de saúde
como nos demais
espaços da comunidade [2-3]. Outrossim, a escola já
faz parte dos campos de atuação das equipes de PSF, mesmo que de forma
implícita.
O
PSE é fruto do
Decreto Presidencial nº 6.286/2007 gestado de uma política
intersetorial do
Ministério da Saúde e do Ministério da
Educação e entre as suas diretrizes
destacam-se a descentralização e respeito à
autonomia federativa; integração e
articulação das redes públicas de ensino e de
saúde; territorialidade;
interdisciplinaridade e intersetorialidade; cuidado ao longo do tempo;
controle
social e monitoramento, entre outros [4]. O principal objetivo do
programa em
discussão é contribuir para a formação
integral dos estudantes por meio de
ações de promoção, prevenção
e atenção à saúde, com vistas ao
enfrentamento das
vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de
crianças e jovens
da rede pública de ensino. Destaca-se como uma estratégia
de integração da
saúde e educação para o desenvolvimento da
cidadania e da qualificação das
políticas públicas brasileiras [5].
As
ações preconizadas
pelos Ministérios da Saúde e de Educação
dentro do PSE são divididas em três
componentes, a saber: as ações do Componente I, que
correspondem a “Avaliação
Clínica e Psicossocial” dos discentes, envolvendo a
avaliação antropométrica,
atualização do calendário vacinal,
detecção precoce de agravos à saúde,
avaliação oftalmológica, avaliação
nutricional, avaliação da saúde bucal,
avaliação psicossocial, entre outras. Esta primeira etapa
assume um caráter de
triagem, haja vista que ao ser identificado algum problema
clínico e/ou
psicossocial o aluno deverá ser encaminhado para a Unidade de
Saúde da Família
(USF), a fim de obter um acompanhamento individualizado [6]. Todo e
qualquer
encaminhamento deve ser articulado com a equipe da escola, para
introduzi-la
como corresponsável pela saúde dos seus discentes.
Em
sequência, o
Componente II, intitulado como “Promoção e
Prevenção à Saúde”, visa identificar
os fatores que colocam a saúde das crianças e
adolescentes em risco e atuar
sobre eles visando a sua redução e
eliminação. Acredita-se que a Educação em
Saúde é um processo fundamental para alcançar este
objetivo, o programa
prioriza alguns temas a serem abordados dentro da sala de aula, entre
eles:
segurança alimentar e promoção da
alimentação saudável, promoção das
práticas
corporais e atividade física nas escolas, educação
para a saúde sexual,
prevenção ao uso de álcool e tabaco e outras
drogas, promoção da cultura de paz
e prevenção das violências, e
promoção da saúde ambiental e desenvolvimento
sustentável.
O Componente III inclui
a “Formação de grupos” para manutenção dos objetivos do programa. Exemplos:
Grupo de Trabalho Intersetorial (GTI); formação de Jovens Protagonistas para o
PSE; curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas e
a Rede Universidade Aberta do Brasil [6]. Diante do extenso leque de ações
supracitadas, fica clara a necessidade da articulação direta entre todos os
profissionais da USF, incluindo enfermeiros, agentes comunitários de saúde
(ACS), técnicos em enfermagem, dentistas e médicos. Ademais, o desenvolvimento
das ações também depende da parceria com a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF).
Pontua-se que as
ações do PSE são de relevência para os estudantes envolvidos no processo,
profissionais da USF e para a comunidade acadêmica que desenvolve práticas nas
unidades, haja vista que, a partir do vínculo entre saúde, educação
e comunidade, é possível garantir a promoção da saúde, prevenção de
agravos e melhorias na qualidade de vida da população, além de solidificar a relação
entre equipe de saúde e comunidade. A realização deste estudo justifica-se
devido a necessidade de expor à comunidade científica,
aos profissionais e gestores sobre a relevância do PSE realizado pela equipe da
USF, esclarecendo o funcionamento do programa, os limites e possibilidades
encontradas.
Desta forma,
formulou-se a seguinte questão norteadora: Quais as percepções, nuances e dificuldades vivenciadas por estudantes do curso
de enfermagem na prática do PSE?
Neste sentido, este
estudo tem como objetivo relatar a experiência de estudantes do curso de
enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) acerca da
realização do PSE com adolescentes de um colégio estadual do município.
Trata-se de um relato
de experiência de estudantes do 9º semestre do curso de graduação em enfermagem
da Universidade Estadual de Feira de Santana que atuaram no PSE realizado com
um grupo de estudantes adolescentes de um colégio público, de Feira de Santana
na Bahia, no período de maio a junho de 2014.
O colégio funciona
desde 18 de março de 1985 e atualmente apresenta 19 salas de aula e cerca de
2000 alunos, distribuídos em três turnos, manhã, tarde e noite com três
modalidades de ensino: Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O público-alvo das
ações do PSE realizadas foram 154 adolescentes dos 464 alunos do Ensino Médio,
o que corresponde a 33,9% do total. Utilizaram-se como critérios de inclusão
aqueles que estavam entre a faixa etária de 10 a 24 anos de idade, de acordo
com as definições da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) [7,8].
Para elaboração deste
artigo, foram utilizadas as seguintes técnicas e instrumentos: elaboração do
plano de ações para o PSE; relatório de realização do PSE; fichas de atividade
coletiva; participação nas atividades: avaliação nutricional e da acuidade
visual dos adolescentes.
As atividades do PSE
foram desenvolvidas pela equipe da UEFS (professor da disciplina de Estágio
Supervisionado I do curso de enfermagem e quatro estudantes), equipe de saúde
da USF (enfermeira, ACS, técnica de enfermagem, dentista e auxiliar de
consultório dentário) e equipe do NASF, através de visitas ao colégio,
desenvolvendo as fases de planejamento, execução e avaliação do processo.
Durante a etapa de
planejamento, foi feita uma reunião com a equipe na USF Feira VI, com
enfermeira, estudantes de enfermagem, ACS e equipe do Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF) para definição de data, local, horário e programação do PSE
no colégio.
Posteriormente, houve
uma reunião com a diretora da escola para planejar o PSE, confirmar data,
local, horário e programação, solicitar quantitativo de alunos matriculados do
ensino médio e reforçar a necessidade dos alunos trazerem cartão SUS, cartão de
vacina e certidão de nascimento ou identidade, pois estes seriam necessários
para a avaliação do PSE.
Foram elaborados
também avisos para serem entregues aos alunos a fim de informá-los sobre as
ações que seriam realizadas pela equipe e pelos estudantes de enfermagem, além
da necessidade de levar os documentos preconizados pelo PSE. Esses avisos foram
entregues a diretora da escola para serem distribuídos aos alunos.
Durante a etapa de
execução, realizou-se no colégio breve apresentação da proposta do PSE ao corpo
docente e distribuição da equipe no colégio para executar as ações referentes
ao componente I do PSE. Em uma sala ficou a técnica de enfermagem e um
estudante de enfermagem para atualização dos cartões de vacina e aplicação de
imunobiológicos (tríplice viral, dT, hepatite B, febre
amarela, influenza). Em outra sala, a enfermeira, os demais estudantes e os ACS
realizaram as medidas antropométricas dos alunos, avaliação da acuidade visual
utilizando o teste de Snellen e preenchendo os formulários para inclusão no
Cadastro Nacional de Saúde (para os alunos que não possuíam o cartão SUS).
Na etapa de avaliação
a equipe foi reunida para avaliar as ações executadas no colégio. Foram
levantadas as possibilidades e os limites encontrados durante a
operacionalização do PSE e desenvolvidas estratégias para superar as
dificuldades. Durante esta etapa, percebeu-se que do total de 464 alunos que
compõem o ensino médio, apenas 154 adolescentes foram avaliados e somente 32
levaram o cartão SUS, evidenciando a necessidade de avaliação das ações do PSE
com a finalidade de identificar os fatores que podem interferir na realização
das atividades.
Identificou-se
também
a necessidade da equipe continuar o processo do PSE, realizando as
ações do
componente II (promoção e prevenção
à saúde) e componente III (formação de
grupos) para alcançar todos os objetivos do programa.
A realização do PSE
foi de fundamental importância para os adolescentes do colégio, pois proporcionou
ganhos à saúde dos mesmos, já que foi um momento de avaliação do peso, altura e
acuidade visual, associado a esclarecimentos sobre diversas dúvidas sobre o
peso ideal, alimentação saudável, adolescência, dentre outros.
Em relação ao teste
da acuidade visual, procurou-se durante a realização do teste, discutir com os
alunos sobre os problemas da visão e a importância do teste, já que através
dele poderiam ser detectadas alterações da acuidade visual e, assim, eles
poderiam receber tratamento adequado.
Ademais, a prática do
PSE possibilitou aos estudantes de enfermagem, durante o estágio, uma
oportunidade de aprendizado, no sentido da promoção da saúde, além de ter
proporcionado a realização de atividades educativas em saúde. Para a equipe de
saúde da USF foi um momento de levar até a escola serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde, instituindo a escola como campo de atuação da
equipe.
Durante o processo do
PSE, verificaram-se os seguintes aspectos positivos: o apoio do colégio para a realização
do PSE disponibilizando horários e estrutura física para que pudessem ser
realizadas as ações; a adesão dos alunos para as avaliações; a compreensão dos
professores do colégio quando foi preciso retornar a escola para finalizar as
avaliações, cedendo um período do horário de aula; e a disponibilidade da
enfermeira, da professora e estudantes de enfermagem, dos ACS e da equipe do
NASF.
O
PSE permitiu que
fosse identificada a realização de importantes atividades
relacionadas com a
questão da saúde na escola. A realização do
“Dia D da Família” é um exemplo,
pois o colégio abriu as portas para a comunidade e ofereceu
serviços como
aferição de pressão, teste de glicemia, tipagem
sanguínea, vacinação,
atendimento médico, palestras sobre acidentes domésticos,
massoterapia,
cuidados com o cabelo, balcão de justiça e cidadania e
oficinas de artes.
Percebemos que nos dias em que há eventos de grande porte como o
supracitado,
as atividades do PSE devem ser direcionadas para educação
em saúde, visto que
toda a comunidade pode participar.
A equipe também teve
a oportunidade de presenciar o dia das provas da Olimpíada Brasileira de
Matemática, que mobilizou os alunos para a realização de provas que testam o
conhecimento em matemática. As atividades do PSE foram compartilhadas com a
realização das provas da olimpíada, contudo, com o apoio da diretora as ações
do PSE não prejudicaram a mesma.
A reflexão sobre o
processo do PSE aponta que se deve evitar marcar os procedimentos de aferição
nos dias de grandes eventos no colégio, pois provocou a dispersão dos alunos,
esquecimento dos documentos necessários, dificultando a realização das ações
previstas.
Um dos limites para a
realização do PSE foi a adesão parcial dos alunos. Por
estarem na adolescência, identificada como uma fase complexa, período de
transição entre a infância e a vida adulta, e caracterizada pelos impulsos
tanto do desenvolvimento físico quanto mental, emocional, sexual e social [9]
fez com que muitos ficassem resistentes a passarem pelos testes. Às vezes acima
ou abaixo do peso, baixo ou alto demais, ficavam envergonhados na frente dos
colegas ou se recusavam até sem motivos evidentes.
Outro aspecto
analisado foi a disponibilidade da equipe para atuar
no PSE. Evidenciou-se que a enfermeira apresenta sobrecarga de trabalho na USF,
dispondo de pouco tempo para realizar o PSE. Há somente um enfermeiro na USF
para realizar todas as consultas (pré-natal, preventivo, puericultura, entre
outros); supervisionar os técnicos de enfermagem (na vacinação, curativos,
esterilização de material); verificar e orientar as ações dos ACS; articular
com a Secretaria Municipal de Saúde (reuniões, ofícios), entre outras
atividades [2].
Verificou-se que a
realização das atividades do PSE, apenas uma vez por semana, acarreta demora em
concluí-las. Outro ponto a ser considerado como entrave para o andamento do
programa é o déficit na quantidade de materiais, como fita métrica, balanças e
fichas para inclusão no cartão SUS.
Destacam-se como a
maior dificuldade encontrada pela equipe, a baixa resolutividade dos problemas
detectados, a inexistência da contrarreferência e o limitado número de vagas
para as especialidades médicas necessitadas pela população em questão.
Entendemos que sem a devida articulação entre a escola e a saúde, o futuro do
PSE ficará comprometido.
Entretanto, apesar
das dificuldades encontradas durante a realização do PSE, a equipe conseguiu
realizar o planejamento prévio, a elaboração de projetos e relatórios e o
trabalho em equipe, garantindo, assim, o sucesso das atividades.
Operacionalizar
o PSE
foi fundamental para os alunos do colégio, pois contribuiu para
o controle e/ou
erradicação das doenças infectocontagiosas e
imunopreveníveis, através da
imunização sistemática dos adolescentes e permitiu
ações de educação em saúde
(alimentação saudável e da prática de
exercício físico para manter o peso
adequado), além de informações sobre os
serviços de atenção à saúde que
são
oferecidos para crianças e adolescentes na USF.
A
realização do PSE
contribui ainda para a formação profissional dos
estudantes de enfermagem na
medida em que permite: atuação em ações de
promoção, prevenção e atenção
à
saúde dos adolescentes; articulação com a equipe
de saúde da USF; estreitamento
do vínculo entre a unidade de saúde e a comunidade;
conhecimento da realidade e
do perfil de saúde-doença dos adolescentes da sua
área de abrangência,
proporcionando, assim, um momento de aprendizado para todos os
envolvidos neste
processo.
Esta experiência no
PSE mostrou que a sustentabilidade e qualidade deste trabalho dependem de todos
os participantes envolvidos. Para obter resultados positivos na realização das
ações, faz-se necessário maior envolvimento da equipe do NASF, dos
profissionais que compõem a USF, da equipe da escola e demais participantes, em
todas as atividades propostas pelo projeto. Entendemos que o PSE não deve ser
algo pontual, mas sim ações sistemáticas que visam aproximar os escolares à
saúde pública, proporcionando qualidade de vida para os assistidos.