EDITORIAL
O
enfermeiro como Coaching em
amamentação: o desenvolvimento da autoeficácia
Maria Luiza Camuri Machado*, Zaida Aurora Sperli
Geraldes Soler, D.Sc.**
*Enfermeira
Obstetra, formação em Coaching, gestora da Medicina Preventiva de operadora
privada de plano de saúde de grande porte, mestranda no Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José
do Rio Preto (FAMERP), *Obstetriz, enfermeira,
Docente e orientadora da graduação e pós-graduação na Faculdade de Medicina de
São José do Rio Preto (FAMERP); organizadora e coordenadora geral do Curso de
pós-graduação em Enfermagem Obstétrica na FAMERP, Orientadora do mestrado
A autoeficácia
é a sensação de sermos capazes de cumprir nossos objetivos. É uma habilidade
intimamente vinculada com a sensação de êxito e controle.
Albert
Bandura, psicólogo canadense, influente pesquisador
da Teoria da Aprendizagem Social
Correspondência: Maria Luiza Camuri Machado: malu.mac@hotmail.com; Zaida Aurora Sperli Geraldes Soler: zaidaaurora@gmail.com
Como enfermeiros,
cada um de nós tem modelo de profissionais que se destacaram ou se destacam
como líderes na difusão da arte e da ciência da Enfermagem no Brasil e
reconhecem que os caminhos trilhados pelos precursores é que impulsionam ações
a cada tempo. A formação matriz de enfermeiras no Brasil, nos moldes Nightingeleano, iniciou-se no Brasil em 1923, no Rio de
Janeiro, como Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública,
com a vinda de enfermeiras norte-americanas e a intermediação do sanitarista
Carlos Chagas. É a atual Escola de Enfermagem Anna Nery, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro e representa um monumento histórico para a profissão,
pelo protagonismo de ilustres enfermeiras aí formadas ou que por ela passaram,
que dedicaram sua vida para desenvolver a enfermagem como profissão, no ensino,
na assistência e na pesquisa [1]. Temos que reconhecer a arte, a ciência e a
dedicação de enfermeiras que se destacaram no Brasil e instiguem enfermeiros de
hoje e de amanhã a acreditarem em si e em sua profissão, lutando para seu
reconhecimento social como profissão regulamentada ética e legalmente, além da
abordagem humanística que lhe é peculiar.
A palavra Coaching é derivada da palavra inglesa coach que
significa treinar, induzir, persuadir, ensinar, instruir, preparar, é utilizada
desde 1830, mas ganhou força a partir de 1950. Está atrelada ao conceito de
liderança, de forma que líder e liderado formam parceria para o alcance de
metas. De modo geral, o Coaching é
utilizado na enfermagem para gestão de pessoas, educação em saúde e
desenvolvimento da prática profissional [2].
Para o enfermeiro
atuar como Coaching, ele deve buscar
formação específica, em curso com adequadas credenciais, para ser um
profissional qualificado. Essa atuação pode ser feita com todas as pessoas que
querem atingir um objetivo, seja ele profissional ou pessoal, mas a pessoa deve
estar ciente que exigirá um alto grau de comprometimento para alcançar a meta
ou atingir suas expectativas.
Na última década,
principalmente, o enfermeiro brasileiro vem ganhando mais espaço como Coaching, pois essa metodologia é
ressaltada em todo o mundo como a mais eficaz para aumentar o desempenho de
pessoas, profissionais, grupos e organizações. Facilita o alcance de resultados
positivos, com o uso de ferramentas estudadas e validadas, conseguindo, levar a
pessoa ao estado desejado de forma rápida e assertiva, fazendo com que tenha um
aumento da autoconfiança, canalizando energias positivas, melhorando a saúde
mental, que indiretamente impacta na saúde física.
Em pesquisa sobre
liderança Coaching em uma amostra de
enfermeiros, ficou em destaque que as habilidades preponderantes foram:
comunicação, dar e receber feedback, dar e ganhar
poder, exercer influência e comprometer-se a apoiar para o alcance dos
resultados [3].
Temos observado que
as mulheres que apresentam dificuldades na amamentação, respondem bem quando
são submetidas a técnicas do Coaching.
Neste enfoque, estamos aprofundando estudos a respeito de como ajudar as
mulheres que estão com dificuldades na amamentação, tentando encontrar soluções
que possam ser ofertadas para aumentar os índices de aleitamento materno e é
possível encontrar enfermeiros que divulgam sua atuação como coaching materno.
O momento da
maternidade é recheado de transformações que geram muita insegurança e esse é o
momento no qual a mãe deve desenvolver autoconfiança para que consiga ter uma autoeficácia no aleitamento materno e no cuidado com a
criança, reorganizando a vida e as novas atividades que nascem juntamente com
um bebê.
Portanto nós quanto
enfermeiros, quando identificarmos uma puérpera com dificuldade na amamentação,
podemos direcioná-las a Enfermeiros Coaching,
que poderão ajudá-la com mais propriedade a conquistar a autoconfiança e a ter
mais autoeficácia na amamentação.
Ainda, precisamos
como enfermeiros que lutam pela Enfermagem, ter certeza de nossos objetivos e
não nos curvarmos ante profissionais ou entidades que
querem o enfermeiro liderando a equipe de enfermagem para executar tarefas
prescritas pelo médico apenas.
Precisamos de
enfermeiros com formação em coaching, que lutem por uma enfermagem baseada no método
científico, voltada para a assistência sistematizada de enfermagem, para o ser
humano integral, que atuem com entusiasmo, disposição e amor pela profissão.
Na Enfermagem
Obstétrica a tarefa é ainda mais árdua em nosso país, que tem um modelo de
assistência que caminha ao revés do mundo e tendo que enfrentar cotidianamente
situações corporativas profissionais. Cabe agir como coaching em atenção ao
protagonismo da mulher e família no nascimento, não esmorecer, trabalhar com
entusiasmo e lutar pelo agir profissional científico, ético, legal e
humanístico, acompanhando e instruindo gestantes, parturientes e puérperas para
um nascimento prazeroso, humanizado, aumentando os índices de partos normais/naturais e de aleitamento materno exclusivo.