ARTIGO
ORIGINAL
A
percepção de gestantes sobre os diferentes tipos de parto
Hévyllin Cipriano Rodrigues
Félix*, Ana Carolina Lima Silva*, Thaís Gabriela da Cruz Matias*, Bibiane Dias Miranda, D.Sc.**,
Sueli Riul da Silva***, Mariana Torreglosa Ruiz**
*Enfermeiras,
Graduadas pelo curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), **Professoras Adjunto do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), ***Professora
Associada do Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (PPGAS UFTM)
Recebido em 9 de fevereiro de 2018; aceito em 25 de julho de 2018.
Endereço
para correspondência:
Mariana Torreglosa Ruiz, Praça Manoel Terra, 330 – Câmpus I, Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro, 38025-100 Uberaba MG, E-mail: Mariana Torreglosa Ruiz: marianatorreglosa@hotmail.com; Hévyllin Cipriano Rodrigues Félix:
hevyllin_rodrigues@hotmail.com; Ana Carolina Lima Silva:
aninhacarol.enf@gmail.com; Thais Gabriela da Cruz Matias:
thais_gabriela_15@hotmail.com; Bibiane Dias Parreira
Miranda: bibianedias@yahoo.com.br, Sueli Riul da Silva: sueliriul@terra.com.br.
Resumo
Introdução: A informação sobre
os diferentes tipos de parto, riscos e benefícios são direitos universais das
mulheres grávidas previstos pela Aliança Global para Maternidade Segura, e a
preferência e escolha da mulher pelo tipo de parto devem ser consideradas
sempre em posse deste conhecimento. Objetivo:
Identificar a percepção de gestantes sobre diferentes tipos de parto. Material e métodos: Estudo transversal,
a partir de entrevista com 208 gestantes assistidas entre dezembro de 2014 e
fevereiro de 2015, em um ambulatório de um hospital de ensino, com aplicação de
instrumento com questões fechadas e abertas, elaborado pelos pesquisadores e
testado mediante estudo-piloto. Resultados:
54,8% relataram não ter recebido orientação; a maioria afirmou que o parto
normal é mais seguro (80,8%), recebia alta mais rápida (99%), é mais
cômodo/confortável (70,7%), e o procedimento mais rápido (56,7%); 47,1%
acreditavam que o fórceps possui maior risco de morte para o recém-nascido e
51,9% relataram que a cesárea possui maior risco de complicações. Conclusão: Frente aos resultados e altos
índices de cesáreas, identifica-se a necessidade de educação em saúde referente
aos diferentes tipos de parto e ressalta-se a importância do enfermeiro neste
processo, enquanto educador.
Palavras-chave: recém-nascido,
cesárea, parto normal.
Abstract
The perception of pregnant women about the different types of delivery
Introduction: Information of the different types of childbirth, risks and benefits
are universal rights of pregnant women provided by the Global Alliance for Safe
Motherhood, and the preference and choice of the woman for the type of delivery
should always be considered. Objective:
To identify the perception of pregnant women about different types of delivery.
Methods: A cross-sectional study,
based on an interview with 208 pregnant women, assisted between December 2014
and February 2015, in an outpatient clinic of a teaching hospital, using an
instrument with closed and open questions, tested by a pilot study. Results: 54.8% reported not receiving
counseling; the majority said that normal childbirth is safer (80.8%), hospital
discharge faster (99%), is more comfortable (70.7%), and the fastest procedure
(56.7%); 47.1% believed that forceps had a higher risk of death for the newborn
and 51.9% reported that cesarean section had a higher risk of complications. Conclusion: In view of the results and
high rates of cesarean sections, the need for health education regarding the
different types of delivery is identified and the importance of the nurse in
this process as an educator is emphasized.
Key-words: infant
newborn, cesarean section, natural childbirth.
Resumen
La percepción de
gestantes sobre diferentes tipos de parto
Introducción: La información
sobre los diferentes tipos de parto, riesgos y beneficios son derechos universales
de las mujeres embarazadas previstas por la Alianza Global para la Maternidad Segura, y
preferencia y elección de la
mujer por tipo de parto debe
ser considerada siempre en posesión de este conocimiento. Objetivo: Identificar la percepción
de gestantes sobre diferentes tipos de parto. Material y métodos: Estudio transversal,
a partir de entrevista con 208 gestantes, asistidas entre diciembre de 2014
y febrero de 2015, en un ambulatorio de un hospital de enseñanza, con aplicación de instrumento con cuestiones cerradas y abiertas, elaborado por los
investigadores y probado mediante estudio-
piloto. Resultados: 54,8% relató no haber
recibido orientación; la mayoría afirmó
que el parto normal: es más seguro (80,8%), recibía alta más rápido (99%), es más cómodo (70,7%), y el procedimiento más rápido
(56,7%); 47,1% creía que fórceps tiene
mayor riesgo de muerte para el recién nacido y 51,9% relató que cesárea tiene mayor riesgo de complicaciones. Conclusión: Frente a los resultados y altos índices de cesáreas, se identifica la necesidad de educación en salud
referente a diferentes tipos de parto y se resalta la importancia del enfermero en
este proceso, como educador.
Palabras-clave: recién
nacido, cesárea, parto normal.
A educação em saúde é
uma importante ferramenta na assistência ao ciclo gravídico-puerperal, uma vez
que a gravidez trata-se de um período delicado e gerador de dúvidas e ansiedade
para a gestante e seus familiares [1]. Assim, o esclarecimento sobre tipos de
parto deve iniciar durante o pré-natal, tendo em vista que assistência
qualificada pode promover uma opção mais consciente e segura, favorecendo
condições mais humanizadas do nascimento, tanto para a mãe quanto para o
recém-nascido [2].
Dados do Inquérito
Populacional Brasileiro “Nascer no Brasil” apontam que do total de partos
investigados, apenas 5% foram ultimados por via vaginal sem intervenções; 48,1%
por via vaginal com intervenções (uso de ocitócitos;
manobra de Kristeller, amniotomia
e episiotomia) e 51,9% por cesárea [3].
A Organização Mundial
de Saúde (OMS) recomenda que a taxa de cesáreas não ultrapasse 15% de todos os
partos [4] e, em declaração publicada em 2015, sugere-se que não ultrapasse 10%
[5]. A cesárea é uma intervenção efetiva para salvar vidas, quando indicada por
motivos justificáveis, entretanto, taxas superiores a 10% não reduziram
mortalidade, mas aumentaram índices de complicações [5].
Desde 2009, índices
de cesárea no Brasil ultrapassaram 50% das vias de parto, em ascensão crescente
em relação ao parto vaginal [6]. Esta afirmativa pode ser corroborada por dados
do Datasus, que apontam no
ano de 2016 índice de 55,4% de cesáreas [7]. A prevalência de cesáreas
realizadas pela saúde suplementar (convênios e particulares) alcança taxas
muito mais elevadas que variam de 80 a 90% [8].
Para redução dos
índices de cesárea, faz-se fundamental a comunicação no processo de educação em
saúde, estabelecida entre profissional de saúde e as mulheres visando à
promoção de atitudes mais conscientes e seguras. Contudo, não se pode esquecer
que a comunicação para ser efetiva deve ser estabelecida também com a rede
social desta, uma vez que relações com familiares e amigos têm forte influência
nas escolhas e podem ou não favorecer clareza nos questionamentos e
consequentemente gerar dúvidas relacionadas ao parto [9].
A comunicação
profissional deve ser pautada nos seguintes aspectos: conhecimento dos
diferentes tipos de parto, suas vantagens e desvantagens, informações sobre o
processo fisiológico do parto e preparo para o momento do nascimento, além de
possibilitar a reflexão de como esses aspectos podem influenciar a vida da
mulher e a de seu filho [10].
Ressalta-se que a
expectativa da mulher em relação ao parto pode mudar ao longo da gestação.
Dados apontam que 66% das mulheres preferiam o parto vaginal no início da
gestação, 27,6% cesárea e, 6,1% não tinham preferência definida. Já no final da
gestação, apenas um terço das mulheres referiu já ter clara sua escolha quanto
à via de parto, 51,5% optariam por cesárea e destas, 65,7% esperavam por
cesárea eletiva previamente agendada [2].
De acordo com os
mesmos autores, a escolha inicial pelo parto vaginal foi motivada pelo
reconhecimento do processo fisiológico do nascimento e pela crença na
recuperação pós-parto mais rápida. Para multíparas, a experiência anterior de
parto normal positiva influenciou fortemente esta opção [2].
Entre mulheres que tiveram como primeira
opção a cesárea, o motivo alegado foi o medo sentido em relação a “sentir dor”
e práticas não humanizadas. Também foram significantes as alegações: maior
comodidade; acreditar ser a via mais segura para o recém-nascido, ter tido
intercorrências/problemas de saúde na gestação e preferência do marido por esta
via. Enfatiza-se a partir destas justificativas a necessidade de mudança dos
modelos assistenciais e a importância do papel educativo dos profissionais de
saúde [2].
A informação sobre
tipos de parto, riscos e benefícios são direitos universais das mulheres
grávidas previstos pela Aliança Global para Maternidade Segura e a preferência
e escolha da mulher pelo tipo de parto deve ser considerada sempre em posse
deste conhecimento.
Dados os altos
índices de cesárea, suas possíveis complicações e a necessidade de orientação
sobre os diferentes tipos de parto durante a gestação, incluindo suas vantagens
e desvantagens, identificar a percepção das gestantes acerca da temática é
pertinente e relevante, justificando a execução deste estudo. Ressalta-se que a
partir dos resultados, pode-se ‘repensar’ a assistência pré-natal e a forma de
educação em saúde, adequando para as diferentes realidades institucionais.
Este estudo teve por
objetivo identificar a percepção de gestantes sobre os diferentes tipos de
parto.
Trata-se de um estudo
descritivo, quantitativo e transversal, realizado em um hospital de ensino,
referência para o pré-natal de alto risco do município de Uberaba (MG) e
região, composta por 27 municípios, e para gestação de risco habitual das
residentes do Distrito I (população estimada em 150 mil habitantes).
Participaram do
estudo, gestantes a partir da 30ª semana gestacional, independente da idade
(idade inferior a 18 anos foram autorizadas pelos
responsáveis legais e assentido o consentimento). Foram excluídas, gestantes
com malformações fetais e/ou que tiveram como desfecho aborto, óbito fetal ou
natimorto. Assim, foram incluídas 208 gestantes que passaram por atendimento
pré-natal no período entre 01 de dezembro de 2014 a 28 de fevereiro de 2015,
sendo a amostra determinada por conveniência.
Realizada entrevista
por meio da aplicação de um instrumento construído pelos próprios autores, que
foi testado mediante estudo-piloto com dez gestantes e estes instrumentos foram
excluídos da análise. Não houve inclusão ou exclusão de variáveis após a
aplicação do piloto, pois todas estavam adequadas para responder aos objetivos.
Foram coletadas
informações sobre as variáveis: idade; se vivia com o companheiro; renda
pessoal; ocupação; doenças; etilismo; tabagismo; uso de drogas ilícitas; idade
gestacional no momento da entrevista; número de consultas pré-natal, gestações,
filhos vivos e intercorrências na gestação.
Em relação à
percepção sobre os diferentes tipos de parto, as gestantes foram questionadas
se receberam orientação durante a gestação e qual profissional a orientou. Após
foram questionadas: Qual tipo de parto mais seguro? Qual tipo de parto acredita
que receba alta mais rápida da maternidade? Qual tipo de parto acha mais
cômodo/confortável? Qual tipo de parto acha que o procedimento seja mais
rápido? Qual tipo de parto acha que possui maior risco
de morte para o bebê? Qual tipo de parto acha que
possui maior risco de complicações?
Foram fornecidas
cinco possibilidades de resposta: parto normal; cesárea; fórceps, todos os
tipos e, não sei. As variáveis foram analisadas por meio de estatística
descritiva com o Statistical Package
for the Social Sciences
versão 23.0.
O estudo fez parte do
projeto maior “Expectativas e desfechos em relação ao tipo de parto”, aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro,
parecer n° 814.120 de 06 de agosto de 2014. Desta forma, o estudo respeitou as
exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras
de pesquisas envolvendo seres humanos.
Caracterização
da amostra
A idade média das
entrevistadas foi de 26,2 ± 6,4, variando de 14 a 41 anos. Destas, 6,2% eram
adolescentes e 10,6% tinham idade superior a 35 anos. A maioria afirmou ter
companheiro (82,7%), não possuíam renda própria (52,4%) e não exerciam
atividade remunerada (53,8%).
Sobre as condições de
saúde, 5,8% declararam fazer uso de bebida alcoólica; 7,2% eram tabagista; apenas uma mulher referiu uso de droga ilícita;
24,5% relataram possuir alguma doença, sendo mais frequente as síndromes
hipertensivas (21,6%) e o hipotireoidismo (11,8%).
Quanto aos dados
obstétricos, as gestantes possuíam idade gestacional média de 33,8 ± 3,4,
variando de 30 a 40 semanas de gestação; realizaram em média 6,3 ± 2,4 consultas pré-natal, com frequência variando de uma a 14
consultas. O número de gestações variou de uma a nove, com média de 2,5 ± 1,5
gestações; o número médio de filhos vivos foi de 1,1 ± 1,2, variando de zero a
seis e 13,9% relataram intercorrências, sendo mais comuns o trabalho de parto
prematuro (34,5%) e sangramentos vaginais (24,1%).
Percepção
sobre os diferentes tipos de parto
Quando questionadas
se receberam orientação sobre os diferentes tipos de parto, 54,8% relataram não
ter recebido nenhum tipo de orientação. Quanto ao profissional que orientou, o
médico foi o profissional mais citado (45,6%), seguido pelo grupo de gestantes
(18,9%); enfermeiro (15,6%) e equipe multiprofissional (3,3%).
Em relação à
percepção das gestantes sobre os diferentes tipos de parto, obtivemos que a
maioria afirmou que o parto normal é mais seguro, recebia alta hospitalar mais
rápida, é mais cômodo/confortável para a mulher, e, é o procedimento mais
rápido; 47,1% acreditavam que o parto fórceps possui maior risco de morte para
o recém-nascido e a maioria relatou que a cesárea possui maior risco de
complicações. Respostas acerca da percepção sobre os diferentes tipos de parto
são apresentadas na Tabela I.
Tabela
I - Frequência das variáveis de resposta das 208
gestantes entrevistadas sobre sua percepção acerca dos diferentes tipos de
parto. Uberaba/MG, 2015.
A maioria das
gestantes entrevistadas realizou o pré-natal adequadamente, com média de
aproximadamente seis consultas. Este número de consultas é considerado ideal
segundo o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, sendo indicadas
uma consulta no primeiro, duas no segundo e três no terceiro trimestre
gestacional [11]. Semelhantemente, estudo realizado no Rio Grande do Sul
apontou que 73,7% das gestantes assistidas em um hospital universitário
realizaram seis ou mais consultas [12], e em estudo realizado em João Pessoa,
90% realizaram mais de seis consultas [13].
Embora tenham
realizado o pré-natal adequadamente, menos da metade das gestantes referiu ter
recebido orientações a respeito dos diferentes tipos de parto. De forma
semelhante, estudo com 137 puérperas, apontou que 70,8% referiram não ter sido
orientada sobre os tipos de parto, independente dos serviços de atenção à saúde utilizados (público ou privado). As mesmas referiram
que durante as consultas foram orientadas apenas sobre o exame físico obstétrico,
resultados de exames laboratoriais e encaminhamentos necessários [12].
Estudo que avaliou a
assistência pré-natal em um município brasileiro constatou que 90% realizaram o
pré-natal adequadamente; 40% com início no primeiro trimestre, todas realizaram
todos os exames laboratoriais básicos e tiveram cobertura antitetânica.
Contudo, apenas 11% das gestantes participaram de alguma ação educativa durante
a gestação, recebendo o menor escore de frequência entre todos os itens
avaliados [13]. Dados semelhantes ao nosso estudo, em que apenas 18,9%
frequentaram grupos de gestante.
Os dados apontam que
entre as mulheres que receberam orientação sobre os tipos de parto, foram mais
frequentes as orientações profissionais individuais durante as consultas.
Ressalta-se que educação em saúde é importante ferramenta na assistência ao
ciclo gravídico-puerperal e, enquanto prática durante o pré-natal, pode ser representada de diversas formas, sendo mais
comuns palestras, grupos de gestantes e ações educativas individuais durante as
consultas [14].
Os autores destacam
as diferentes formas de educação em saúde. Palestras podem ser definidas como
exposição de uma temática dialogada ou não. Grupos de gestantes representam
boas estratégias pedagógicas de socialização de conhecimentos e construção de
saberes em grupo e deve ser estimulada como prática educativa entre os
enfermeiros. Já o momento da consulta seria o espaço legítimo, escolhido e
ideal para as ações individualizadas. Contudo, ações educativas não devem ser
restritas apenas a este momento, uma vez que a consulta de pré-natal envolve
muitas atividades tais como: atividades assistenciais, exame físico, atividades
gerenciais, preenchimento de formulários e cartão de pré-natal e sabe-se do
excessivo número de atendimentos agendados para os profissionais, o que poderia
reduzir ou abolir esta atividade durante a consulta [14].
Destaca-se também que
não menos importante, a sala de espera torna-se espaço potencial para a
educação em saúde. Trata-se de um espaço dinâmico no qual, enquanto aguarda-se
a consulta, preenche-se o tempo ocioso com informações de interesse para a
saúde da gestante, neonato, e todos que a estiverem acompanhando [15].
O acompanhamento
pré-natal é momento propício para o profissional de saúde exercer importante
influência sobre a mulher com papel relevante de educador em saúde. O
profissional deve oferecer apoio orientando a gestante em relação a todo o
processo gestacional e seu desfecho, incluindo os diferentes tipos de parto,
informações significativas para manter a mulher segura e preparada [16]. Além
disso, a satisfação com a assistência pré-natal apresenta relação direta com as
orientações recebidas durante as consultas [17,18].
Em nosso estudo, o
médico foi o profissional mais citado como orientador sobre os tipos de parto;
o enfermeiro foi o segundo mais citado, entretanto o percentual de citação foi
de 15,6%. É importante ressaltar que o enfermeiro deve assumir sua função na
educação em saúde já que tem papel fundamental na promoção da saúde da mulher
desde o início da gravidez, compondo a rede de apoio junto com seus familiares.
Também apresenta importância no fortalecimento da capacidade da mulher para que
resgate seu papel na condução da gravidez e parto, estimulando para que a mesma
assuma o protagonismo do processo de nascimento, com consciência e segurança
[18].
As limitações do
estudo foram quanto ao método utilizado, por se tratar de estudo com desenho
descritivo e transversal e no que tange a validade externa, uma vez que os
dados não podem ser generalizados para outras realidades. Salientamos que a
partir dos resultados encontrados poderão ser realizados novos estudos sobre a
temática, que sejam comprovados por meio de testes de hipóteses ou que utilizem
delineamentos diferentes.
Os dados apresentados
no presente estudo possibilitaram delinear um perfil das gestantes que são
atendidas no hospital de ensino, assim como detectar a necessidade de educação
em saúde e orientação dos diferentes tipos de parto para esta população. A
partir dos resultados, poderão ser instituídas orientações sobre o tema tanto
na instituição que foi realizado o estudo quanto em outras instituições, dado
que em comparação com outros estudos, identifica-se esta necessidade em diferentes
contextos e instituições.
A maioria das
gestantes acreditava que o parto normal é o mais seguro, possibilita alta
hospitalar mais rápida da maternidade, consiste na via mais cômoda ou
confortável para as mulheres e é o procedimento mais rápido para o nascimento.
Menos da metade das entrevistadas acreditava que o parto fórceps possui risco
de morte para o recém-nascido e cerca de metade das gestantes relatou que o parto cesárea possui maior risco de complicações para mãe
e para o recém-nascido. Destaca-se que menos da metade das entrevistadas
receberam orientações profissionais sobre os diferentes tipos de parto, suas
vantagens e desvantagens.
Frente aos resultados
e altos índices de cesáreas, identifica-se a necessidade de educação em saúde
referente aos diferentes tipos de parto e ressalta-se a importância do
enfermeiro neste processo, enquanto educador.
Apoio
Financeiro –
Bolsa de Iniciação Científica – FAPEMIG
– Fundação de Apoio à Pesquisa em Minas
Gerais.