REVISÃO
Violência
de gênero sob a ótica e cuidado do enfermeiro:
assistência à mulher vitimada
Ana Carla Silva
Alexandre*, Claudia Daniele Barros Leite Salgueiro, D.Sc.**, Cláudia Fabiane Gomes Gonçalves, M.Sc.***, Jaqueline Cordeiro Lopes****, João Victor da
Silva Rodrigues****, Julliany Larissa Correia
Santos****, Paula Layse da Silva****
*Enfermeira,
Especialista em Unidade de Terapia Intensiva e residente em Urgência e
Emergência pela Secretaria de Saúde do estado de Pernambuco, Docente do curso
de bacharelado em Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciências e
Tecnologia (IFPE) Campus Pesqueira, **Psicóloga, Docente do curso de
bacharelado em Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciências e
tecnologia (IFPE) Campus Pesqueira, ***Enfermeira, Docente do curso de
bacharelado em Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciências e tecnologia
(IFPE) Campus Pesqueira, ****Acadêmico de Enfermagem do Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia (IFPE) Campus Pesqueira
Recebido em 7 de fevereiro de 2018; aceito em 1 de novembro de 2018.
Endereço de correspondência: Julliany Larissa Correia Santos, Rua Hermínio José de Torres, 394 Boa Vista 55157-240 Belo Jardim PE, E-mail: jullianyif@gmail.com; Ana Carla Silva Alexandre: ana.alexandre@pesqueira.ifpe.edu.br; Cláudia Daniele Barros Leite Salgueiro: claudia.leite@pesqueira.ifpe.edu.br; Cláudia Fabiane Gomes Gonçalves: claudia@pesqueira.ifpe.edu.br; Jaqueline Cordeiro Lopes: jaquelopes2014@hotmail.com; João Victor da Silva Rodrigues: victorodrigues.ifpe@gmail.com; Paula Layse da Silva: paulalayse@outlook.com
Resumo
Objetivo: Analisar estudos
publicados entre 2014 e 2017 a respeito da atuação do enfermeiro diante da violência
contra a mulher. Métodos: Trata-se de
revisão integrativa da literatura. Realizou-se um levantamento bibliográfico em
bases de dados digitais, segundo rigor metodológico pré-estabelecido,
utilizando-se o instrumento validado de Souza, Silva e Carvalho para este tipo
de estudo. A amostra inicial incluiu 72 artigos. A análise final contou com um
total de 7 estudos, que foram catalogados e compuseram
a revisão. Resultados: A partir da
leitura dos estudos incluídos, foram formadas as seguintes categorias
temáticas: o enfrentamento da Enfermagem diante da violência, o estudo da
violência na área da Enfermagem e a rede de apoio à mulher vitimada. Conclusão: Diante dos dados obtidos,
observou-se que a abordagem e o atendimento das mulheres vítimas da violência,
por parte dos enfermeiros, ainda se encontra fragilizado. Assim, a assistência
carece de uma maior articulação da rede de apoio, e de ampliação da formação
continuada dos profissionais da Enfermagem sobre a temática e a legislação que
regulamenta a notificação dos casos suspeitos, assim como se faz necessário que
os enfermeiros se apropriem da ficha de notificação desses casos.
Palavras-chave: assistência de
enfermagem, violência contra a mulher, cuidado, saúde pública.
Abstract
Gender violence under the nurse's perspective and
care: assistance to women victims
Objective: To analyze
studies published between 2014 and 2017 regarding the role of nurses in the
face of violence against women. Methods:
This is an integrative review of the literature. A bibliographic survey was
carried out in digital databases, according to pre-established methodological
rigor, using the validated instrument of Souza, Silva and Carvalho
for this type of study. The initial sample included 72 articles. The final
analysis had a total of 7 studies, which were cataloged and composed the
review. Results: From the reading of
the studies, the following thematic categories were formed: onfrontation
of Nursing in the face of violence, study of violence in the Nursing area and
support network for women victims. Conclusion:
We observed that the approach and care of women victim violence by nurses is
still fragile. Thus, the assistance requires a greater articulation of the
support network, and the enlargement of the continuing training of nurses about
the legislation that regulates the notification of suspected cases.
Key-words: nursing
care, violence against women, caution, public health.
Resumen
Violencia de
género bajo la óptica y
cuidado del enfermero: asistencia a la mujer víctima
Objetivo: Analizar
estudios publicados entre 2014 y 2017 acerca de la actuación
del enfermero ante la violencia contra la mujer. Métodos: Se trata de una revisión
integrativa de la
literatura. Se realizó un levantamiento bibliográfico en
bases de datos digitales, según rigor metodológico preestablecido,
utilizando el instrumento
validado de Souza, Silva y Carvalho para este tipo de estudio.
La muestra inicial incluyó
72 artículos. El análisis final contó
con un total de 7 estudios, que fueron catalogados y compusieron la revisión. Resultados: A partir de la
lectura de los estudios incluidos, se formaron las siguientes
categorías temáticas: el enfrentamiento de la Enfermería ante la violencia, el estudio
de la violencia en el área de la
Enfermería y la red de apoyo a la mujer víctima.
Conclusión:
Ante los datos obtenidos, se observó que el abordaje
y la atención de las mujeres víctimas
de la violencia, por parte
de los enfermeros, aún se encuentra fragilizado. Así, la asistencia carece de una mayor articulación de la red de apoyo, y de ampliación de la formación continuada de los profesionales de la Enfermería sobre la temática y la legislación que reglamenta la notificación
de los casos sospechosos, así como se hace necesario que los enfermeros se apropien de la ficha de notificación de estos casos.
Palabras-clave: asistencia
de enfermería, violencia
contra la mujer, cuidado, salud pública.
A violência é
definida como o uso intencional da força física, do poder real ou ameaça contra
si próprio, outra pessoa, um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação. Do ponto de vista pragmático, pode-se dizer que a
violência consiste em ações de indivíduos, grupos, classes e nações que
ocasionaram a morte de pessoas ou as afetou em sua integridade física, moral ou
mental [1]. Há diversas formas de violência, entre elas, a violência social,
que ocorre em razão das desigualdades socioeconômicas, principalmente nos
países periféricos e em desenvolvimento; e, também, a violência urbana, que
ocorre nas cidades, seja em razão de crimes eventuais ou pelo crime organizado.
O fenômeno da violência não respeita fronteiras geográficas, de raça, idade ou
renda. Ela atinge crianças, jovens, mulheres e idosos [2].
Com o intuito de
ampliar e melhorar a qualidade do atendimento, desde o encaminhamento adequado
até o desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção, a rede de atenção à
violência se constitui da articulação entre instituições governamentais, não
governamentais e comunidade [3]. A rede se aplica à complexidade da violência e
do caráter multidimensional do problema, perpassando as áreas da saúde,
segurança pública, assistência social, jurídica, entre outras. O modelo de rede
de atenção permite o atendimento integral e intersetorial,
sendo recomendado por estudos nacionais e internacionais. Na perspectiva do
gênero, a violência é uma relação social imersa em disputas de poder, que
assume múltiplas faces na sociedade [4].
A violência contra a
mulher (VCM) consiste em qualquer ato violento baseado no gênero, que resulte,
ou tenha probabilidade de resultar, em dano físico, sexual, psicológico ou
sofrimento para a mulher, como a coerção ou privação arbitrária da liberdade em
ambiente público ou privado. Vale salientar que a ameaça de praticar atos
violentos também caracteriza violência. Violência doméstica (VD) ou violência
de gênero (VG) consistindo em um fenômeno extremamente complexo, que atinge mulheres
em todas as partes do mundo e tem suas raízes na
inter-relação de fatores biológicos, econômicos, culturais, políticos e sociais
[5].
No tocante às
configurações da violência contra a mulher, classifica-se como violência física
a que compreende qualquer conduta que ofenda a integridade ou a saúde corporal
das mulheres; como violência psicológica a que inclui as ameaças, humilhações,
isolamento, perseguição, entre outros; como violência moral a que se
caracteriza por calúnias, difamações e injúrias; como violência patrimonial a
que se concretiza por roubo, retenção ou danos aos bens materiais, recursos e
documentos; e como violência sexual a que acontece através de relações sexuais
não desejadas, práticas sexuais não consentidas e pelo impedimento do uso de
contraceptivo [6,7].
Dados do Sistema de
Informações sobre Mortalidade (SIM) evidenciam que no ano de 2013, ocorreram
26.806 casos de óbitos de mulheres por causas externas (acidentes, violência),
sendo 6.917 apenas na região nordeste e 1.253 em
Pernambuco, isso demonstra que a mortalidade de mulheres ainda é alta,
carecendo de ações e serviços mais efetivos, que minimizem sua vulnerabilidade
[8].
No que tange à
legislação brasileira, somente em agosto de 2006, foi instituída a lei
11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir
a violência doméstica contra a mulher, e eliminar todas as formas de
discriminação, na tentativa de prevenir, punir e erradicar a violência contra a
mulher em seus diferentes contextos [9].
Já em março de 2015,
foi sancionada uma nova lei que corrobora para o enfrentamento da violência
contra a mulher, a lei do feminicídio, Lei n.º
13.104/2015, que prevê essa forma de violência como crime hediondo [10].
O
setor de saúde
representa lugar privilegiado no reconhecimento das
situações de violência,
considerando que a vivência da mulher afeta significativamente
seu processo de
saúde e doença. Assim, o cuidado de enfermagem às
vítimas de violência deve ser
planejado para promover segurança, acolhimento, respeito e
satisfação de suas
necessidades individuais [11]. Refletir sobre o planejamento, pautado
nos
instrumentos básicos de enfermagem, nas políticas
públicas de saúde e na
legislação vigente, é fundamental para a
proteção das vítimas e prevenção de
agravos
futuros [11,12].
Diante disso, o
presente estudo objetivou fazer uma análise a respeito da atuação do enfermeiro
diante da VCM a partir de estudos publicados entre 2014 e 2017.
Trata-se de uma
revisão de literatura do tipo integrativa. Optou-se por esta modalidade de
pesquisa por se tratar de uma ampla abordagem metodológica e possibilitar a
reunião de estudos experimentais e não experimentais para compreensão do objeto
de estudo, sendo, dessa forma, uma ferramenta que proporciona uma síntese do
conhecimento já produzido e fornece subsídios para a melhoria da assistência à
saúde [13].
Para a sua realização
foram elencadas as seguintes etapas: a) definição da questão norteadora do
estudo; b) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão dos estudos
selecionados; c) definição das informações que serão coletadas dos estudos
selecionados; d) análise e interpretação dos estudos que compõem a amostra; e)
síntese dos resultados; e f) apresentação da revisão [14].
A pergunta norteadora
foi: “Quais são as condutas adotadas por um enfermeiro diante da mulher vítima
de violência, ao analisarmos um recorte da literatura disponível? O
levantamento dos artigos foi realizado no mês de fevereiro do ano de 2018,
através da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), nas bases de dados Scientific Electronic
Library Online (SciELO)
e Base de Dados de Enfermagem (BDENF), a partir dos descritores extraídos dos
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Cuidados de
Enfermagem”, “Violência Doméstica” e “Mulheres”. Todos foram selecionados com o
uso dos operadores booleanos AND para ocorrência simultânea de assuntos.
Após a seleção dos
estudos, prosseguiu-se com a catalogação dos mesmos em tabelas validadas do
estudo de Souza, Silva e Carvalho [15]. Os critérios de inclusão foram os
seguintes: artigos publicados em língua portuguesa nos anos de 2014 a 2017, com
texto completo disponível e que discutissem a conduta do enfermeiro frente aos
casos de VCM. E como critérios de exclusão: artigos repetidos em mais de uma
base de dados, teses, dissertações, capítulos de livros e notícias veiculadas
na mídia. Após o cruzamento dos descritores, obteve-se um total de 72 estudos.
A partir de então, aplicaram-se os critérios de inclusão e exclusão, totalizando
7 estudos para compor os resultados do presente
artigo.
Na tabela I
apresenta-se a identificação dos estudos incluídos na revisão de acordo com
código do artigo (CA), título do artigo (TA), autor (es)/autora(s)
e região onde a pesquisa foi realizada (RP).
Tabela
I - Identificação dos artigos que compuseram a
amostra final da revisão.
A tabela II apresenta
o tipo de pesquisa (TP) e o nível de evidência científica (NEC) dos estudos
analisados de acordo com a Classificação do Oxford Centre for Evidence-based Medicine. O NEC tem
o objetivo de fortalecer o processo da Prática Baseada em Evidências, contando
com a criação de sistemas de classificação de evidências organizados de forma
hierárquica, a partir da abordagem metodológica adotada: Nível 1, evidências a
partir da meta-análise de múltiplos estudos clínicos controlados e
randomizados; Nível 2, evidências obtidas em estudos individuais com
delineamento experimental; Nível 3, evidências de estudos quase-experimentais;
Nível 4, evidências de estudos descritivos (não-experimentais) ou com abordagem
qualitativa; Nível 5, evidências provenientes de relatos de caso ou de
experiência; Nível 6, evidências baseadas em opiniões de especialistas [16].
Tabela
II -
Caracterização dos artigos de acordo com
suas metodologias.
No que se refere às
regiões que sediaram as respectivas pesquisas, como exposto na figura 1,
percebe-se maior número de estudos realizados na região Nordeste, cerca de 40%;
seguido pela região Sudeste, com 29%; e região Sul e Norte, ambas com 14%.
Figura
1 - Caracterização demográfica da produção dos
estudos.
De acordo com a
análise feita quanto ao NEC, foi visto que 100% dos estudos enquadraram-se no
nível de evidência 04, mostrando a expertise das produções desenvolvidas pela
categoria da enfermagem em descrever e discutir o fenômeno a ser estudado.
Figura
2 - Caracterização por tipos de abordagem das
literaturas.
Segundo a análise da
figura 2, foi notória a maior produção de literaturas de abordagem qualitativa
que tem como benefício, permitir a visão mais ampla de um cenário e de todos os
fatores que interferem nele mediante o contexto histórico e social.
Enfrentamento
da enfermagem diante dos casos de violência contra a mulher
Percebe-se a
dificuldade na identificação e notificação nos casos de atendimento às VCM.
Visto também que alguns enfermeiros não possuem acesso à ficha de notificação e
desconhecem a legislação que a regulamenta [17].
Este fato sinaliza
para a dificuldade em lidar com esse tipo de agravo e a pouco comprometimento institucional
tanto em relação ao apoio psicológico aos Trabalhadores da Enfermagem quanto à
capacitação das mesmas, voltada ao atendimento e cuidado das vítimas [12]. Para
que essa mulher se sinta acolhida no serviço de saúde, o cuidado se faz
essencial, o enfermeiro deve estabelecer um vínculo integral e humanitário com
essa mulher, por ser o profissional do cuidar, avaliando sua individualidade e
as necessidades humanas acima de tudo. Nesse contexto, os profissionais devem
estar preparados para identificar o fenômeno, vendo a mulher de forma
holística, com um olhar voltado a marcas ou feridas que, muitas vezes, não
estão aparentes [12].
Um estudo realizado
em 2015 mostrou que os enfermeiros não se sentem preparados diante do fenômeno
da violência e relatam dificuldades para seu enfrentamento. Percebeu-se também
uma grande resistência desses profissionais para notificarem os casos
suspeitos, principalmente por terem medo de sofrer represálias [13].
Estudo
da violência na área da Enfermagem
Observou-se que boa
parte dos profissionais envolvidos nos estudos analisados classifica a
violência como um problema social, jurídico, cultural e de saúde pública. Em
contrapartida, demonstram dificuldades na efetivação da devida assistência [18].
Embora exista esse
conhecimento por parte do enfermeiro, ainda há pouca visibilidade da violência
no setor saúde. Demonstrando a necessidade de uma formação com o olhar para a
violência como objeto da saúde, seja pelo contato no espaço assistencial seja
pelo vínculo no setor [11].
Todos os estudos
analisados se enquadram no nível de evidência 4, o que
de maneira direta aponta para a necessidade de estudos com maiores níveis, que
demonstram a versatilidade no uso de outras metodologias de produção do
conhecimento.
Quanto às regiões de
produção dos estudos, aponta-se um déficit nas pesquisas sobre o tema na região
Centro-Oeste. Vale salientar que as regiões Nordeste e
Centro-Oeste são as que possuem as maiores taxas de assassinatos de mulheres
por violência, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada
(IPEA) [19].
Rede de
assistência à mulher vitimada
As Redes de Atenção à
Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de
diferentes densidades tecnológicas que integradas por meio de sistemas de apoio
técnico, logístico e de gestão buscam garantir a integralidade do cuidado [20].
Apesar dos avanços
obtidos nos últimos anos, ainda persiste o “desencontro” da rede na atenção às
mulheres. O problema é enfrentado de forma parcial, com foco na especificidade
de cada setor. No funcionamento, os processos de trabalhos ainda permanecem
centralizados no modelo hierarquizado, com consequente fragmentação da atenção,
expressando a importância da articulação da rede de assistência à mulher e das
condições do atendimento nas unidades, bem como a capacitação dos diversos
profissionais [3].
Nessa perspectiva,
destaca-se a necessidade de maior divulgação dos meios que identificam,
notificam e encaminham as mulheres vitimadas pela violência, tais como os
serviços jurídico, policial, social, geração de renda, habitação e de saúde. A
fim de desenvolver um olhar holístico a essas mulheres. Quanto à forma de
enfrentamento da violência, é exposta também a importância do acolhimento, da
escuta, e do cuidado multiprofissional articulado com outros serviços da rede
de enfrentamento e da aproximação dos profissionais com as mulheres que sofrem
violência, horizontalizando o cuidado e promovendo o bem-estar biopsicossocial
[21,22].
A análise dos estudos
obtidos nos permitiu observar que a abordagem e o atendimento realizado por
enfermeiros às mulheres vítimas de violência ainda se encontram fragilizados,
apontando para a necessidade de uma maior articulação da rede de assistência a
essas mulheres, de formação continuada com os profissionais de Enfermagem sobre
a legislação que regulamenta a sua notificação.
Percebe-se ainda a
fragmentação do cuidado prestado à mulher vitimada pela violência, que ocorre
de maneira segmentada, interrompendo a continuidade do cuidado, o que reforça a
necessidade do trabalho em rede a fim de fortalecer a assistência às vítimas,
bem como acompanhá-las diminuindo as chances de recorrência deste problema.
Diante do exposto, o
presente estudo vem contribuir para aumento de debates acerca da temática da
VCM, bem como fortalecer a luta pela igualdade de gênero, em que todos sejam
tratados da mesma maneira e instigar novos estudos que venham a surgir a partir
deste, reduzindo as estatísticas nacionais e contribuindo com a formação
continuada dos enfermeiros.