ARTIGO ORIGINAL
Viver mastectomizada: a realidade experimentada por mulheres mastectomizadas em tratamento radioterápico em um hospital
do município de Belém
Bruno
Thiago Gomes Baia*, Caroline Martins da Silva Moia**,
Juliana da Costa Santana***, Jeferson Santos Araújo, D.Sc.****,
Mary Elizabeth de Santana*****
*Enfermeiro,
Especialista em Enfermagem na Terapia Intensiva pela Escola Superior da
Amazônia, **Enfermeira, graduada pela Universidade Estadual do Pará,
***Enfermeira, Especialista em Enfermagem na Urgência e Emergência pela Escola Superior da Amazônia, ****Enfermeiro, Professor Adjunto,
Curso de Saúde Coletiva, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,
Marabá/PA, ******Enfermeira, Pós-Doutorado em Enfermagem Fundamental pela
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP),
Professor Titular do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará
(UEPA) e Professor Associado I da Faculdade de Enfermagem da Universidade
Federal do Pará (UFPA)
Recebido
em 13 de setembro de 2019; aceito em 16 de outubro de 2019.
Correspondência: Bruno Thiago Gomes
Baia, Travessa Benjamin Constant, 551, 66053-40 Belém PA
Bruno
Thiago Gomes Baia:bthiagobaia@gmail.com
Caroline
Martins da Silva Moia: carolinemoia14@gmail.com
Juliana
da Costa Santana: jullyana27@yahoo.com.br
Jeferson
Santos Araújo: araujojs@unifesspa.edu.br
Mary
Elizabeth de Santana: betemary@terra.com.br
Resumo
Introdução: O autocuidado é
reconhecido como recurso para promoção da saúde, devendo ser reforçado pela
enfermagem. A mulher mastectomizada exige um olhar
amplo, deve-se compreender o momento que a família e a mulher vivenciam,
acolher e estabelecer vínculo contribui de forma significativa. Neste sentido o
estudo objetivou conhecer as vivências de mulheres mastectomizadas
submetidas a tratamento radioterápico. Métodos:
Estudo descritivo qualitativo, realizado no município de Belém, do qual
participaram 10 mulheres. A coleta de dados ocorreu de setembro a outubro de
2017, por meio de uma entrevista semiestruturada, e interpretada pela análise
temática. Resultados: Frente às mudanças geradas pela mastectomia e tratamento
com a radioterapia uma nova autoimagem, vivências e estilo de vida começam a
ser construídas por essa mulher. Conclusão:
Enfatiza-se a importância de um acompanhamento profissional para lidar com as
mudanças e recomeços, respeitando o tempo de adaptação de cada mulher,
ressaltando a importância do autocuidado diariamente.
Palavras-chave: autocuidado, saúde da
mulher, mastectomia.
Abstract
Life after mastectomy:
the reality experienced by mastectomy women
undergoing radiotherapy treatment in a hospital in the city of Belém
Introduction: Self-care is recognized
as a resource for health promotion and should
be reinforced by nursing. The mastectomy woman requires a broad look, one should understand
the moment the family and
the woman are facing after the
diagnosis, welcome them and establish
bond is particularly
significant. In this sense, the study
aimed to know the experiences
of mastectomy women undergoing radiotherapy treatment. Methods: Qualitative descriptive study, conducted in the municipality of Belém, with 10 women. Data collection took place from September
to October 2017, through a semi-structured
interview, and interpreted by thematic analysis.
Results: Faced with the changes
generated by mastectomy and treatment with radiotherapy a new self-image, experiences and lifestyle begin to be built
by this woman.
Conclusion: Emphasizes the importance of professional monitoring to deal with
changes and resumptions, respecting the time of adaptation
of each woman,
emphasizing the importance of daily
self-care.
Key-words: self-care, women's health,
mastectomy.
Resumen
Vivir mastectomizada: la realidad que experimentan las mujeres mastectomizadas que reciben tratamiento de radioterapia
en un hospital de la ciudad de Belém
Introducción: El autocuidado es reconocido como un recurso para la promoción de la salud y debe
ser reforzado por la enfermería. La mujer mastectomizada requiere una
mirada más amplia, uno debe entender el momento en que la familia y la
mujer se encuentran, acoger y establecer vínculo contribuye significativamente. En
este sentido, el estudio tuvo como objetivo conocer las experiencias de mujeres mastectomizadas sometidas a tratamiento
de radioterapia. Métodos: Estudio descriptivo
cualitativo, realizado en el municipio de Belém, con 10 mujeres. La recopilación de datos se llevó a cabo de septiembre a octubre de 2017, a través de una entrevista semiestructurada, e interpretada por análisis
temático. Resultados: Ante los cambios
generados por la mastectomía y el tratamiento con radioterapia, esta mujer comienza
a construir una nueva imagen,
experiencias y estilo de vida. Conclusión: Se
enfatiza la importancia del seguimiento profesional para hacer frente a los cambios y las
reanudaciones, respetando el tiempo de adaptación
de cada mujer, enfatizando la
importancia del autocuidado
diario.
Palabras-clave: autocuidado, salud de la mujer, mastectomía.
Atualmente o câncer de mama é considerado um
relevante problema de saúde pública, sendo o mais prevalente entre as mulheres
na maior parte do mundo. De acordo com as estatísticas mundiais, estimam-se 2,1
milhões de casos novos e 627 mil mortes por câncer de mama. Conjecturam-se para
o ano de 2019 no Brasil 59.700 novos casos, representando 29,5% dos cânceres em
mulheres [1,2].
O diagnóstico de câncer de mama gera um impacto
grandioso na vida da mulher e de sua família. Ao enfrentar a doença, o medo,
angústia, mudanças psicossociais e corporais são fenômenos vivenciados
diariamente e estão diretamente relacionados com o prognóstico do tratamento
[3].
O tratamento do câncer divide-se como
sistêmico, quando se utiliza a quimioterapia, hormoterapia
e/ou terapia-alvo molecular e local; cirúrgico, radical ou conservador; e
radioterápico. Após o procedimento cirúrgico (conservador ou radical) pode-se
indicar o início da radioterapia, a fim de eliminar possíveis micrometástases. A realização da mastectomia gera
consequências traumatizantes para a mulher, alterando significativamente sua
autoimagem e autoconceito, gerando um déficit no autocuidado devido à rejeição
do corpo [1,3].
O autocuidado é reconhecido como recurso para
promoção da saúde, devendo, portanto, ser reforçado pela enfermagem, baseado na
teoria do autocuidado, proposta por Dorothea Orem, na qual o indivíduo deve
cuidar de si mesmo, quando capaz. Inapto para realizar as atividades, necessita
de intervenções de terceiros, dependendo de outros. A prática da enfermagem
deve ser deliberada e sistemática, objetivando promover o autocuidado mesmo que
simples, mas que além de manter a atividade corporal melhoram a autoestima
[4,5].
Cuidar da mulher mastectomizada
exige um olhar amplo, além do cuidado técnico, deve-se compreender o momento
que a família e a mulher vivenciam, acolher e estabelecer vínculo contribui de
forma significativa para continuidade do tratamento e desenvolvimento do
autocuidado. Neste contexto este estudo teve como indagação norte: Qual a
realidade vivida por mulheres mastectomizadas
submetidas ao tratamento radioterápico? Para responder ao questionamento, o
objetivo deste estudo foi conhecer as vivências de mulheres mastectomizadas
submetidas a tratamento radioterápico no município de Belém.
Trata-se de estudo descritivo com abordagem
qualitativa [6], realizado em um hospital referência ao tratamento oncológico,
localizado na região metropolitana de Belém-PA. Participaram do estudo 10
mulheres, que atenderam aos seguintes critérios: mulheres mastectomizadas
submetidas à radioterapia e idade igual ou superior a 18 anos.
A coleta de dados ocorreu no período de
setembro a dezembro de 2017, sendo norteada por um roteiro com questões
semiestruturadas abordando no primeiro eixo: aspectos sociodemográficos e gineco-obstétrico, nele continha informações sobre idade,
estado civil, profissão, escolaridade, religião, número de filhos, data da
menarca e menopausa. O segundo eixo aborda acerca da mastectomia, tratamento
radioterápico e autocuidado.
A participação na pesquisa foi voluntária,
ocorrendo após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). As entrevistas ocorreram de forma individualizada em uma
sala reservada e utilizando códigos alfanuméricos M, seguida do número
referente à ordem da entrevista, a fim de preservar o sigilo e
confidencialidade das informações, sendo gravadas e posteriormente transcritas
na íntegra. Conduziu-se a entrevista com linguagem clara e coerente.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética
do Hospital Ophir Loyola (HOL) parecer nº 2.253.603.
Os princípios éticos e morais relacionados à pesquisa que envolve seres humanos
foram respeitados, conforme preconiza a Resolução nº 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde, garantindo o sigilo, anonimato, liberdade de recusa ou
retirada do consentimento em qualquer fase do estudo [7].
Durante a interpretação dos dados, utilizou-se
à análise temática a qual consiste em um método analítico qualitativo, com uma
abordagem exequível e flexível para a análise de dados qualitativos, a qual é
classificada como definições temáticas com características próprias que
consistem em poucas habilidades primárias e gerais, compartilhadas em relação à
análise qualitativa [8].
A análise organiza-se por uma sequência de seis
etapas, as quais se iniciam com uma ampla leitura a fim de atingir planos
profundos e impregnar-se pelo conteúdo estudado, em segundo plano é a análise
propriamente dita, quando se explora o material, as quais são: fase 1:
familiarizar-se com seus dados; fase 2: geração de códigos iniciais; fase 3:
pesquisa de temas; fase 4: revisão dos temas; fase 5: definição dos temas e
fase 6: produção do relatório [3].
Após estudo dos dados, emergiram duas
temáticas: “A vivência de mulheres mastectomizadas” e
“As práticas de autocuidado de mulheres mastectomizadas
submetidas a radioterapia”.
Os dados estudados das 10 participantes
demonstram que 50% das mulheres apresentavam faixa etária entre 40 e 45 anos. A
maioria (70%) possui o ensino fundamental completo; (60%) declararam-se
casadas; (50%) tinham como ocupação as atividades do lar e (60%) denominaram-se
pertencente à religião evangélica. Vale ressaltar que (60%) das participantes
residiam em outras cidades do estado do Pará e apenas (40%) residiam na região
metropolitana de Belém.
As vivências de
mulheres mastectomizadas
Mulheres submetidas à mastectomia lidam com
diversas alterações de conceitos, modo de viver e hábitos, iniciando uma nova
forma de conviver e se autorrelacionar com o novo
corpo. A retirada da mama traz o abandono ou diminuição na execução de
atividades de rotina dessas mulheres, limitando-as a carregar peso e executar
trabalhos que demandam força, devido à dor [9]. 70% das participantes relataram
insatisfação quanto às limitações estabelecidas após a cirurgia, principalmente
nas suas atividades diárias no lar e trabalho:
[...] a minha rotina era normal de mãe, dona de casa e
quando eu fiz a cirurgia eu não podia fazer nada, tinha que depender de outras
pessoas para tudo, não podia pegar sabão, não podia nada, só podia tomar banho,
me arrumar e escovar os dentes, pentear o cabelo que ainda tinha porque o resto
eu dependia de tudo (M10).
Eu sinto muito cansaço desse lado do braço depois da
cirurgia, até para mim lavar roupa eu sinto cansaço
varrer uma casa. Eu me sinto debilitada, para mim tem
sido muito difícil […] Não posso realizar as atividades que fazia antes (M1).
Um estudo comparativo entre mulheres submetidas
à mastectomia radical e conservadora evidenciou um maior prejuízo no
desenvolvimento das atividades de trabalho no grupo da cirurgia radical, apenas
40% deste grupo retornaram às suas atividades laborais. Em contrapartida, 63,3%
conseguiram retornar às suas atividades após a mastectomia conservadora [10]. A
experiência da limitação gera sofrimento e precisa ser vista como um processo
que demanda tempo para uma adaptação:
[...] tive limitação porque no meu caso foi mastectomia
radical com esvaziamento da minha axila então isso lógico que gera
enfraquecimento do meu braço então nessa parte sinto muita limitação no meu
braço esquerdo, não posso carregar peso, exposição ao sol também, essas coisas,
mas a gente vai se adaptando devagar (M4).
[...] fiquei com
algumas limitações, única coisa que eu não vou poder fazer mais é trabalhar,
como eu trabalhava. Trabalhava muito pesado, dirigia muito caminhão, carregar
peso (M2).
Além do comprometimento da rotina, a autoimagem
corporal e a sexualidade são afetadas, induzindo sentimentos de vergonha,
desvalorização e não aceitação da perda da mama. Devido à carga simbólica que
os seios carregam, e a imposição da sociedade de padrões de beleza, a luta e
superação das mulheres mastectomizadas tornam-se mais
difíceis. O sentimento de mutilação vivenciado agrava sintomas de tristeza e
ansiedade [3]. Os relatos demonstraram as inúmeras mudanças em suas vidas,
vividas após a mastectomia:
Saudades da minha mama. Estou tendo que me adaptar com a
limitação do braço. A parte da estética que a gente fica angustiada também, um
pouco mais, mas eu sei que isso não é o mais importante [...] a falta da mama é
difícil assim a adaptação, mas nada traumático (M4).
[…] me incomodou a mama que eu perdi. O cabelo não, ele vai
nascer de novo, ele já estava meio grandinho um pouco, mas a mama é meio
difícil, sabe?! A gente se habituar sem ela, principalmente só com uma (M5).
A pesquisa registrou que 80% das mulheres
referiram relação entre a perda da mama e sua autoimagem, gerando um grande
impacto em suas vidas, somatizando sentimento
negativo ocasionado pela cirurgia, relatam o desprazer em visualizarem seu
corpo descompensado e assimétrico, ocasionando uma baixa autoestima e
dificuldade em aceitar sua nova condição física, impactando diretamente sua
sexualidade feminina:
[…] só o fato da gente se olhar é muito estranho, mas enfim
é no início, eu não aceitava, mas depois eu vi que era para minha saúde, que eu
tinha que passar por isso, é muito difícil para gente que passa por isso. Te
olhar e ver faltando uma parte no teu corpo. Assim, mas depois eu fui entender
[...] (M3).
[…] você vai vestir uma roupa, a roupa nunca fica da
maneira que você queria que ficasse, sem que mostre um lado maior que o outro e
tem aquela fadiga de você saber que tem aquele negócio ali te incomodando que
não é teu. São essas coisas, mas aí a gente coloca na cabeça que aquilo vai
passar e a gente vai se acostumar e vai continuar tudo bem (M5).
É muito difícil, até quando tomo banho eu não gosto de
olhar, eu fico chocada não é uma coisa boa, você está mutilada. Só sabe quem
passa, eu até vou colocar a prótese, mas eu não vou dizer que aceito isso muito
bem (M9).
O câncer de mama é uma das doenças mais temidas pelas
mulheres, devido à forma de avanço da doença, gravidade e possível mutilação,
viver com o diagnóstico de câncer faz com que essa mulher repense todo seu modo
de relacionar-se com a família, amigos, companheiro (a) e com sua autoimagem. A
realização da mastectomia é vista como uma mutilação no corpo e na autoimagem
da mulher, gerando insegurança quanto aos seus relacionamentos amorosos,
evitando desta forma relações por receio de rejeição [11].
As práticas de
autocuidado de mulheres mastectomizadas submetidas à
radioterapia
Observou-se durante a pesquisa que as mulheres
demonstraram um cuidado maior com seu corpo após a mastectomia e o início da
radioterapia. O processo do autocuidado parte da conscientização das
necessidades apresentadas e a valorização da execução de ações para o bem-estar
total. Compete à enfermagem efetivar um vínculo a fim de fortalecer a relação
entre o cuidador e o ser cuidado, interagindo com essas mulheres e entendendo
suas limitações individuais e, assim, planejar e informar a relevância do
cuidado [12].
O autocuidado deve ser compreendido como uma
ação preventiva a ser inserido na rotina diária da pessoa. Em sua maioria os
cuidados não são difíceis, mas devem ser realizados de forma regular e
contínua, demandando mudanças de hábitos. Independente da simplicidade dos
cuidados, estes impactam consideravelmente a vida dessas mulheres, exigindo
tempo e dedicação. A realização do autocuidado ultrapassa a prescrição profissional,
requer compreensão da mulher sobre sua saúde e a importância das práticas de
cuidar de si mesma [13]. A fala das entrevistadas retrata as orientações de
cuidado repassadas por profissionais e sua disciplina no seu autocuidado:
Estou usando hidratação, chá de camomila que foi orientado
pelas enfermeiras e colagenase que o médico passou no local e no restante do
corpo é hidratação mesmo, tomar muita água e evitar sol, essas coisas tenho
tido zelo, hidratação, protetor solar esses cuidados rotineiros [...] (M4).
[…] Não pode andar no sol, tem que vestir roupinha assim de
tecido leves e ter os cuidados, faço uso da camomila, vivo sempre com a mente
sossegada sabe?! Para o tratamento funcionar direito […] (M5).
Recebi orientações de beber bastante água, passar uns cremes
principalmente na parte da mama, que é para tirar aquela gordura enorme, eu uso
bepantol, uso goicoechea
nos pés e na mama (M9).
Reconhecer a importância da educação realizada
por enfermeiros com essas mulheres sobre autocuidado reflete nos resultados
demonstrados ao longo da nova adaptação, por tanto identificar as dificuldades
individuais se faz fundamental, reconhecendo essa mulher e seu espaço social,
sempre incentivando a busca por melhorias e acolhendo suas dores e obstáculos. Como
se pode observar nas falas, apesar do processo dolorido e significativo que é a
radioterapia, a esperança, confiança e persistência são suas aliadas.
Tive benefícios com esses cuidados apesar de ser inevitável
ficar a radiação na pele, mas faz parte do tratamento e depois vai melhorar, eu
estou confiante nisso […] (M4).
Eu acredito assim que Deus vai me curar e que no futuro
isso é um sinal na verdade que Deus permitiu ficar para que as pessoas venham
ver que nós podemos ser felizes e fazer a vontade de Deus sem se preocupar com
o corpo físico [...] (M7).
O autocuidado é uma via de mão dupla, devendo o
profissional compreender as necessidades de forma holística e assim inserir de
maneira viável as ações de autocuidado na vida da pessoa assistida e a mesma
deve ponderar este cuidado consigo e quando necessário modificá-lo para manter
sua qualidade de vida.
Frente ao estudo, destaca-se o impacto que a
mastectomia gera no psicossocial da mulher, resultando uma autoestima abalada
devido a sua autoimagem e colocando em jogo a sua própria individualidade como
mulher. Nota-se a importância de um acompanhamento profissional nesse momento
de reconstrução de identidade e adaptação no novo corpo, vida e significados.
Além do fato de enfrentar a mastectomia o
tratamento com radioterapia gera várias dúvidas quanto ao recomeço de uma vida,
novas rotinas sem tantas intervenções e uma melhor qualidade de vida. Durante o
estudo, apesar de todas as adversidades, a esperança é visível nessas mulheres
nesse trilhar terapêutico.
O autocuidado é visto como uma alternativa para
facilitar o enfrentamento das dificuldades impostas pela doença e tratamento.
Reforçar a importância do cuidado diário, acompanhar a evolução de cada pessoa
é imprescindível para um resultado positivo. O enfermeiro é um ator
indispensável nesse processo, formando um vínculo e conhecendo a
particularidade de cada mulher e assim trabalhar de forma singular.
Embora as dificuldades encontradas na busca de
bibliografias relacionadas ao estudo, obtiveram-se resultados propícios que
corroboraram a pesquisa, reforçando ainda mais a necessidade de estudos nessa
área, enfatizando o papel da enfermagem como profissionais mais vinculados a
essas mulheres, tendo que se atualizar continuamente.