EDITORIAL
Por que
é mais fácil lamentar e reclamar pela falta de sucesso profissional do que
manter o foco e o comprometimento no próprio potencial?
Luiz Fernando
Oliveira Nogueira, Esp.
**Psicólogo,
Educador, Consultor de Empresas, Especialista em Administração de Recursos
Humanos e Especialista em Sistemas de Gestão Integrados em Saúde e Segurança do
Trabalho, Qualidade, Meio Ambiente e Responsabilidade Social
Correspondência: E-mail: nogueira.lfernando@gmail.com
De nada serve ao
homem queixar-se dos tempos em que vive.
A única coisa boa que
pode fazer é tentar melhorá-las.
Thomas Carlyle
Cada vez mais, fico
impressionado com a quantidade de profissionais que encontro nos cursos em que
atuo como Docente, comentando que a vida está difícil ou complicada, que não
conseguem trabalho, que estão passando por necessidades ou, ainda, que o
mercado está cada vez mais difícil. Percebo uma gama de lamentações e
reclamações e pouca disponibilidade para estruturar e buscar o que realmente
interessa, ou seja, aquilo que fará diferença em sua vida profissional.
Tento entender o que
se passa no dia a dia de alguns deles, sabendo que nas redes sociais
especializadas na área de Gestão de Pessoas em que participo, muitos anúncios
são veiculados, inclusive com certa insistência de algumas empresas em captar
pessoas rapidamente. Além disso, comparando as contratações realizadas no
primeiro semestre de 2017 com as realizadas no mesmo período em 2018, houve um
saldo positivo de 392.461 empregos com carteira assinada, segundo dados do Caged, veiculada pelo site Uol Economia [1], em 20/07/2018. Então, percebo que
há oportunidades para trabalhar, porém, o que estimula tais pessoas a manter
essa postura de acomodação?
Algumas delas,
inclusive, não se conformam em participar de processos seletivos e não serem
contratadas, comentando até que estão dispostas a assumir qualquer posto de
trabalho, independente do salário que receberão, alegando, desesperadamente,
que precisam muito. Ainda há casos em que são indicados para algum tipo de
trabalho ou para participar de processo de seleção, porém, decidem por não
procurar as empresas pelo salário baixo ou por ter que trabalhar demais. Como
mostrar para essas pessoas que o sucesso ou a busca de remuneração mais digna,
ou ainda que trabalhar naquilo que realmente gostamos ou sonhamos requer foco,
planejamento da carreira e assumir responsabilidades mais complexas?
Pode-se inferir que
tais profissionais, tanto na vida profissional pregressa quanto na sua vida
educacional não receberam ou não captaram informações e incentivos sobre
colocar em prática a sua criatividade ou mostrar a sua potencialidade, já que
muitas geralmente não querem, não buscam ou não apresentam habilidades
adequadas para encarar e planejar hipóteses de soluções para as situações
problemáticas que surgem como desafios no seu cotidiano de vida.
Falconi [2] reforça o
conceito de Potencial Mental de Maslow mostrando que cada pessoa apresenta um
ritmo de aprendizado para lidar com as situações problemas e desafios diários.
Entretanto, como a maioria das pessoas, principalmente no processo escolar, não
foram incentivadas a enfrentar tais desafios, surge a
dificuldade em pensar de forma criativa e focar o que realmente é importante,
tanto para o seu crescimento pessoal quanto para o crescimento profissional.
Então, colocam-se em
posição de vitimização, transferindo a responsabilidade dessas situações para
outras pessoas, familiares, governo ou a empresa ou instituições, ficando
assim, “isentas” de tentar algum tipo de reação ou contrapartida individual
para sanar tais dificuldades.
Por outro lado,
consigo vislumbrar que as pessoas que procuram adotar postura flexível em
relação à mudança de comportamento ou que estão dispostas a quebrar velhos
paradigmas começam a apresentar mais foco nas suas decisões, tornando-as mais
conscientes. Embora estejam interagindo em ambientes cada vez mais exigentes,
aceitam que existe a sua própria contrapartida buscando cada vez mais a
autoconsciência a autorregulação, conforme Goleman [3] que coloca o autodomínio como essencial para
melhorar a eficácia pessoal e, como consequência, a profissional.
Diante disso, entendo
que o ser humano pode mudar a sua postura em relação ao enfrentamento das suas
dificuldades diárias, principalmente em relação ao mercado de trabalho e sua
carreira, porém, configura grande desafio aos profissionais das áreas da
educação, da saúde ocupacional, de gestão de pessoas, dentre outros,
diretamente engajados na orientação e desenvolvimento das competências técnicas
e comportamentais das pessoas, mostrar que é possível o aprimoramento e
aplicação do próprio potencial para que seja protagonista da sua carreira,
buscando plenitude e qualidade de vida.
Dessa forma, a minha
experiência como docente mostra o seguinte cenário: quando incentivamos os
estudantes a compartilhar suas próprias experiências, há uma interação saudável
entre as situações e vivências apresentadas, pois eles começam a perceber que
há possibilidade de enfrentamento e sucesso para os desafios diários e também
percebem o quanto podem usar o seu potencial humano. Kahane[4]
reforça a necessidade de entender o cenário atual para
planejar e focar o
futuro cenário. Portanto, é possível sair de uma
“situação catastrófica” para
uma situação de sucesso na vida profissional, entretanto,
é preciso dedicação,
confiança em si, ampliar a rede de relacionamento, seriedade,
persistência e
buscar parceiros para compartilhamento de experiências positivas.
O sucesso é ir de
fracasso em fracasso sem perder entusiasmo.
Winston
Churchill