REVISÃO
Estresse
ocupacional em ambiente hospitalar no cenário da COVID-19: revisão das
estratégias de enfrentamento dos trabalhadores de enfermagem
Keila
Cristina Costa Barros, M.Sc.*, Mariana Silveira Leal,
M.Sc.*, Rita de Cássia Rocha Moreira, D.Sc.*, Anna Carolina Oliveira Cohim
Mercês, M.Sc.*, Ubiane
Oiticica Porto Reis, M.Sc.*, Jessica Santos Passos
Costa, M.Sc.*
*Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS)
Recebido
em 26 de junho de 2020; aceito em 29 de junho de 2021.
Correspondência: Keila Cristina Costa Barros, Rua Monte
Verde, 76, Parque Getúlio Vargas, 44076736 Feira de Santana BA
Keila Cristina Costa Barros: keilaccosta@hotmail.com
Mariana Silveira Leal: marianaleal.enf@hotmail.com
Rita de Cássia Rocha Moreira: ritahelio01@yahoo.com.br
Anna Carolina Oliveira Cohim
Mercês: carol_cohim@hotmail.com
Ubiane Oiticica Porto Reis: ubianepr@gmail.com
Jessica Santos Passos Costa: jessy17_sp@hotmail.com
Resumo
Introdução: A COVID-19 é um problema de saúde
pública mundial que possui potencial risco à vida e amplo potencial de
disseminação fazendo-se necessário a implementação de estratégias que visem a
qualidade da assistência em saúde. Objetivo: Identificar estratégias de
enfrentamento do estresse ocupacional dos trabalhadores de enfermagem em
ambiente hospitalar no cenário da pandemia COVID-19, por meio de uma revisão
bibliográfica. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa, descritiva,
qualitativa, realizada nos meses de junho a julho de 2020. Foram selecionados
12 artigos. Três com abordagem quantitativa e nove qualitativas. Resultados:
Foi identificado o consenso entre os autores acerca dos efeitos psicológicos
negativos que a pandemia trouxe para os profissionais de enfermagem, com
destaque para o estresse e a depressão, assim como a importância da realização
de estratégias de controle. Conclusão: O Coping,
a “sala de bem-estar”, o treinamento de habilidades de comunicação,
inteligência emocional, gestão participativa, corresponsabilização dos
sujeitos, reflexão das práticas de risco e a tomada de consciência, foram
identificados como importantes estratégias de enfrentamento das condições
negativas promovidas nesse período de pandemia.
Palavras-chave: estresse ocupacional; equipe de
enfermagem; infecções por coronavirus; saúde do
trabalhador.
Abstract
Occupational stress in a hospital
setting in the scenario of COVID-19: review of coping strategies of nursing workers
Introduction: COVID-19 is a
worldwide public health problem that has a potential risk to life and a wide potential
for dissemination, making it necessary to implement strategies aimed at the
quality of health care. Objective: To identify strategies for coping
with occupational stress among nursing workers in a hospital setting in the
pandemic scenario COVID-19, through a literature review. Methods: This
is an integrative, descriptive, qualitative review, carried out from June to
July 2020. Twelve articles were selected. Three with a quantitative approach
and nine qualitative. Results: A consensus was identified among the
authors about the negative psychological effects that the pandemic brought to
nursing professionals, with emphasis on stress and depression, as well as on
the importance of carrying out control strategies. Conclusion: Coping,
the “well-being room”, the training of communication skills, emotional
intelligence, participative management, co-responsibility of the subjects,
reflection of risk practices and awareness raising, were identified as
important strategies for coping with negative conditions promoted in this
pandemic period.
Keywords: occupational stress; nursing,
team; coronavirus infections; occupational health.
Resumen
Estrés laboral en el ámbito hospitalario
en el escenario
del COVID-19: revisión de las estrategias de afrontamiento del personal de enfermería
Introducción: COVID-19 es un problema de salud pública mundial que tiene un potencial riesgo para la vida y un amplio potencial de diseminación, por lo que es necesario implementar estrategias
orientadas a la calidad de la atención en
salud. Objetivo: Identificar estrategias para el afrontamiento del estrés ocupacional en trabajadores de enfermería en un ámbito
hospitalario en el escenario pandémico COVID-19,
a través de una revisión de la
literatura. Métodos: Se trata de una revisión integradora,
descriptiva, cualitativa,
realizada de junio a julio
de 2020. Se seleccionaron 12 artículos. Tres con enfoque cuantitativo y nueve cualitativo. Resultados: Se identificó
un consenso entre los
autores sobre los efectos
psicológicos negativos que la pandemia trajo a los profesionales de enfermería, con énfasis en el
estrés y la depresión, así como en la importancia
de llevar a cabo estrategias
de control. Conclusión:
El afrontamiento, la “sala
de bienestar”, la formación de habilidades comunicativas, la
inteligencia emocional, la gestión participativa, la corresponsabilidad de los sujetos, la reflexión
de prácticas de riesgo y la sensibilización fueron identificadas como estrategias
importantes para el enfrentamiento
de condiciones negativas promovidas en este período
pandémico.
Palabras-clave: estrés
laboral; grupo de enfermería; infecciones por coronavirus; salud laboral.
O surto do novo coronavírus (SARs-CoV-2), causador da
COVID-19, surgiu na cidade de Wuhan, região central da China em dezembro de
2019, responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e a partir de
então, houve grande preocupação diante de uma emergência de saúde pública de
importância internacional, que rapidamente se disseminou em vários continentes
do mundo, com diferentes impactos epidemiológicos [1].
A doença pode ser potencialmente fatal e representa o mais
importante problema mundial de saúde pública dos últimos 100 anos, comparado
apenas com a gripe espanhola que matou cerca de 25 milhões de pessoas entre os
anos 1918 e 1920 [2]. O primeiro caso da COVID-19 no Brasil foi confirmado em
26 de fevereiro de 2020, e em 17 de março de 2020 foi registrado o primeiro
óbito no país. À medida que a pandemia acelerava, em 20 de março de 2020, foi
reconhecida a transmissão comunitária em todo território nacional [3].
A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou até a Semana
Epidemiológica (SE) no dia 18 de julho, 14.044.872 casos confirmados da
COVID-19 no mundo. Os Estados Unidos da América (EUA) foi o país com o maior
número de casos (3.647.715), seguido por Brasil (2.074.860), Índia (1.038.716),
Rússia (765.437) e Peru (345.537). Em relação aos óbitos, foram confirmados
597.148 no mundo, até a SE [3].
Desde o primeiro caso de óbito no Brasil, em março de 2020,
o número cresce exponencialmente. Os EUA, em números absolutos de óbitos, são
considerados com maior registro (139.266), seguido por Brasil (78.772), Reino
Unido (45.233), México (38.310) e Itália (35.028) [4].
O crescente número de casos favoreceu um aumento no número
de pessoas que procuraram os serviços de saúde a fim de receber tratamento,
cuidado especializado e orientações, que, consequentemente demanda envolvimento
dos profissionais de saúde no cenário da pandemia, além de potencializar a
chance de contaminação e propagação do vírus, bem como, a sobrecarga de
trabalho e o ambiente propício para o risco de desenvolver problemas
psicológicos, como ansiedade, estresse ocupacional e depressão [5].
Nessa perspectiva, o profissional de enfermagem, por compor
a maior parte do quadro de funcionários dos hospitais, acaba sendo o grupo que
mais está susceptível as más condições de trabalho e insalubridade,
potencializando a percepção dos enfermeiros diante da falta de condições de
trabalho, sensação de incapacidade, medo, insegurança, ansiedade e estresse multipsicológico. Situações essas que podem comprometer o
enfrentamento às situações críticas ocasionadas pela COVID-19 e que interferem
diretamente no processo de cuidar de si e do outro, gerando conflitos
interpessoais, estresse ocupacional, exaustão física, estigmatização, além do
elevado risco de contaminação com agentes biológicos [5,6].
Nesse sentido, o enfrentamento de situações críticas como
as geradas pelo cenário da pandemia da COVID-19, evidencia a necessidade de
visibilizar aspectos que implicam na valorização das políticas públicas, como
estratégias, condições e organização de trabalho, adoção de equipes
multidisciplinares de saúde mental, além do respeito à biossegurança (como o
uso correto dos equipamentos de segurança), dentre outros [6].
Dessa maneira, o objetivo deste estudo foi de identificar
estratégias de enfrentamento do estresse ocupacional dos trabalhadores de
enfermagem em ambiente hospitalar no cenário da pandemia COVID-19, por meio de
uma revisão.
Trata-se de uma revisão integrativa, descritiva,
qualitativa, realizada nos meses de junho a julho de 2020. Este tipo de revisão
é uma das mais amplas propostas metodológicas de pesquisa, pois busca a solução
de questões de pesquisa por meio da literatura científica publicada em
periódicos de relevância.
A pesquisa foi desenvolvida em seis etapas: estabelecimento
da questão da pesquisa; busca de publicações em bases de dados; seleção dos
estudos; categorização dos artigos incluídos na revisão; interpretação e
apresentação dos resultados [7].
A questão norteadora da pesquisa foi: “Quais as estratégias
de enfrentamento do estresse ocupacional dos trabalhadores de enfermagem em
ambiente hospitalar no cenário da pandemia pela COVID-19?”
O levantamento de dados se iniciou no mês de junho de 2020
a partir de artigos contidos no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), Scientific Electronic
Library Online (Scielo) e Pubmed.
Realizou-se cruzamentos dos descritores padronizados com a combinação de
Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e seus respectivos em inglês Medical
Subject Heading (MESH),
com utilização dos operadores booleanos AND: “Estresse Ocupacional”, “Equipe de
Enfermagem”, “Infeccções por Coronavírus”, “Saúde do
Trabalhador”.
Foram adotados os critérios de inclusão: publicações que
contemplavam o objetivo desta revisão, estar em língua portuguesa e inglesa nos
últimos 4 anos (2016-2020) e disponível eletronicamente. Foram excluídos:
dissertações, teses, monografias, estudos de revisões que apresentaram
duplicidade e os que não se enquadraram na temática e objetivo do estudo.
Para a seleção dos artigos, utilizou-se busca por pares,
por intuito de garantir a confiabilidade. O processo de seleção, seguiu as
recomendações Preferred Reporting
Items for Systematic
Reviews and Meta Analyses
(PRISMA) [8]. O fluxograma dos artigos que se enquadravam nos objetivos do
estudo e responderam à questão norteadora estão apresentados, de maneira
detalhada no Figura1.
A composição dos estudos seguiu as recomendações quanto à
prática baseada em evidências, organizadas de maneira hierárquica, da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ), que
classifica em seis níveis [9].
Nível 1: metanálise de múltiplos
estudos controlados; nível 2: estudo individuado e experimental; nível 3: com
delineamento experimental como estudo sem randomização (quase-experimentais),
séries temporais ou caso controle; nível 4: delineamento não experimental
(estudos de coorte, caso-controle e transversal), pesquisa correlacional e
qualitativa; nível 5: relatórios de casos ou dados obtidos de forma
sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; nível
6: opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou
opinião de comitês de especialistas, incluindo interpretações de informações
não baseadas em pesquisas [9].
A seleção dos artigos se deu inicialmente pela leitura dos
títulos, seguida dos resumos, e, foram selecionados aqueles que contemplavam o
objetivo do estudo, posteriormente iniciou-se a leitura integral dos textos
científicos.
Figura
1 - Fluxograma do
processo de seleção dos estudos por meio do método PRISMA
Foram encontrados 7.923 artigos, dentre os quais, 12 que
abordavam o objetivo do estudo foram selecionados para compor a amostra da
pesquisa. A BVS abrangeu 41,6% da quantidade de artigos (n = 5), seguida pelo Scielo 33,3% (n = 4) e Pubmed 25%
(n = 3).
Os artigos foram selecionados utilizando o critério de
especificidade que o tema exigia. Os estudos encontrados foram publicados no
período de 2016 a 2020, sendo 2 publicações nos anos de 2016 e 2017
respectivamente, 2 publicações do ano de 2018 e 8 publicações do ano de 2020.
No quadro 1, as publicações foram dispostas seguindo a ordem: autores e ano,
revista, ano de publicação, título, principais resultados, nível de evidência e
base na qual estavam inseridos.
Quatro artigos selecionados (33,3%), estavam publicados em
inglês e 66,7% em português. De acordo com o referencial da AHRQ cinco artigos
apresentaram nível evidência quatro (41,6%), três artigos nível de evidência 5
e três com nível evidência 6 (25%), e, um artigo do nível 3 (8,3%).
Três estudos apresentavam abordagem quantitativa (25%)
(dois transversais e um quase experimental), nove, abordagem qualitativa (75%)
(uma pesquisa convergente assistencial, uma revisão integrativa, duas opiniões
de comitês de especialistas, um relato de experiência e quatro revisões de
literatura).
A estratégia de busca dessa investigação possibilitou a
obtenção de 12 estudos contidos nos bancos de dados da BVS, Scielo
e Pubmed. Após a leitura, foi elaborado um quadro com
a classificação dos estudos selecionados.
Quadro
1 – Síntese dos
estudos selecionados na amostra (ver PDF anexo)
Houve consenso em todos os estudos acerca dos efeitos
psicológicos que a pandemia trouxe para os profissionais de enfermagem, como
também para toda a população, assim como nas estratégias de enfrentamento
adotadas para os trabalhadores. O fato de não haver tratamento específico e a
baixa previsibilidade da doença trouxe para a equipe de saúde elevados níveis
de depressão e ansiedade, e o alto nível de complexidade de cuidados nos
pacientes eleva o fator de estresse ocupacional nos profissionais enfermeiros e
auxiliares/técnicos de enfermagem [12].
Esses trabalhadores lidam diariamente com situações que
necessitam da tomada de decisão e atuação técnica rápidas e eficientes e na
pandemia da COVID-19, além destas habilidades, exige um apoio psicoemocional ao
lado do paciente e famílias. Desta forma, diversos pesquisadores buscam
compreender além das consequências físicas desta doença, as psicológicas
[16,19].
Os pacientes com diagnóstico da COVID-19 requerem níveis de
cuidados complexos dos trabalhadores de enfermagem, com aumento da demanda de
trabalho, e mais expostos ao estresse ocupacional. Esse estresse é percebido
pelo profissional como algo negativo a partir da incapacidade de enfrentar
essas fontes de pressão diárias [12].
A Enfermagem é a profissão na qual o cuidado é a base do
cenário de atuação [19]. São os profissionais que permanecem continuamente ao
lado do paciente, caracterizados como principais na linha de frente. Porém,
devemos considerar, além do trabalho técnico desempenhado, os aspectos
psicológicos e emocionais [19].
Os fatores estressores ocupacionais que já ocorriam na
categoria, como condições de trabalho precárias, desvalorização profissional,
baixa remuneração, conflitos interpessoais e ausência ou escassez de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados, entre outros fatores
desencadeantes de desgastes físicos e psíquicos, foram potencializados com a
sobrecarga de trabalho, estigmatização, ostracização,
separação de suas famílias e entes queridos, e, o dilema ao decidir como
racionar recursos escassos para os pacientes [14,18]. Esse último traz um
dilema ético excruciante na saúde pública, na tentativa de pesar diferentes
valores éticos, como, por exemplo, a avaliação para decidir quem recebe
recursos escassos, como ventiladores [18].
Algumas estratégias de combate ao estresse emocional
atrelado a COVID-19, baseadas nas recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS), juntamente com a Cruz Vermelha, está a tentativa em manter a rotina o
mais próximo possível ao “normal”, medida essa corroborada por outros autores
[19,20,21,22].
Dentre as estratégias de controle, estão o coping e “sala de bem-estar”. O coping
representa estratégias de enfrentamento desenvolvidas pelo indivíduo ou
profissional de saúde no modo consciente, objetivando criar esforços
cognitivos, comportamentais e emocionais, com o propósito de administrar os
recursos internos e externos para lidar com situações estressantes [12,13].
A utilização de uma “sala de bem-estar” no local de
trabalho, com ações que estimulem o autocuidado, apoio social entre uma equipe
e prática de atividade física, e que disponibilize técnicas de relaxamento
físico e mental, com práticas educativas sobre gestão e enfrentamento do
estresse, objetiva a redução do estresse entre trabalhadores de enfermagem
[12,13]. Além disso, o treinamento de habilidades de comunicação, inteligência
emocional e gestão participativa, corresponsabilização dos sujeitos, reflexão
das práticas de risco e a tomada de consciência [10,11].
Os trabalhadores de enfermagem estão sob condições
extremas, como longas horas de trabalho durante a pandemia da COVID-19.
Portanto, com essa situação existencial, faz-se necessário gerenciar o estresse
e a fadiga, que devem ser previstos e reconhecidos. O apoio à saúde mental
destes trabalhadores deve ser viabilizado a fim de dissipar as incertezas e o
medo [14].
É essencial assegurar aos trabalhadores de enfermagem o
acesso aos EPI em quantidade suficiente e com qualidade, para evitar e
controlar vetores de transmissão e também a
capacitação dos funcionários para a utilização adequada das barreiras à
exposição, assim como os ajustes na estrutura dos fluxos operacionais dos
serviços [15,17].
Interagir, envolver e corresponsabilizar
a equipe de saúde para reflexão das práticas de risco que os cercam também são
essenciais. A implementação de uma prática educativa pautada em valores envolve
e responsabiliza, resultando na participação dos envolvidos com mudanças da
realidade no que se refere a práticas preventivas frente aos riscos
ocupacionais [11].
As instituições de saúde devem favorecer intervenções
específicas para que sejam tomadas de forma precoce ao identificar mudanças de
comportamento dos profissionais que estão na linha de frente durante a pandemia.
No Brasil, existem iniciativas com a finalidade de cuidar do sofrimento
psíquico dos seus profissionais de saúde no momento pandêmico, na lógica
digital ou telessaúde. Essas novas abordagens estão
em desenvolvimento e podem ser estendidas a muitas pessoas [20].
Este estudo traz como principal limitador as evidências de
uma doença infecciosa nova, com discussões ainda a serem aprofundadas e não nos
permite conclusões duradouras, pois, a cada dia, surgem estudos em torno da
comunidade científica mundial. Porém, analisando a experiência de outros países
na pandemia atual, bem como em epidemias locais, até a submissão deste desenho
científico, pode-se observar os impactos dos efeitos estressores ocupacionais
para os profissionais da saúde.
A vantagem do estudo se pauta no fomento de colaborar com
reflexões e discussões, que possibilitem novas estratégias de enfrentamento dos
trabalhadores de Enfermagem, para minimizar o estresse ocupacional e garantir
melhor qualidade de vida aos mesmos.
Com a elaboração deste artigo foi possível identificar as
estratégias de enfrentamento do estresse ocupacional dos trabalhadores no
sentido de viabilizar o bem-estar dos profissionais de enfermagem, tais como: o
coping, a “sala de bem-estar”, o treinamento de
habilidades de comunicação, inteligência emocional, gestão participativa,
corresponsabilização dos sujeitos, reflexão das práticas de risco, a tomada de
consciência, colocação e retirada correta dos equipamentos de segurança.
Os profissionais de enfermagem enfrentam diariamente
situações estressantes, trabalhando sob condições extremas durante longas
horas, que demandam rápida tomada de decisões, dessa maneira, há consenso na
literatura que a pandemia sobrecarregou os efeitos desses estressores
ocupacionais, podendo trazer consequências físicas e mentais permanentes para a
vida dos trabalhadores.
A enfermagem corresponde a um grupo de profissionais, que
tem o cuidado como base do cenário de atuação, sendo também aqueles que
permanecem continuamente ao lado do paciente, os caracterizando como principais
na linha de frente. O apoio à saúde mental destes trabalhadores deve ser
fornecido a fim de dissipar as incertezas e o medo que estão enfrentando,
assim, as instituições de saúde devem favorecer intervenções específicas para
que sejam tomadas de forma precoce ao identificar mudanças de comportamento dos
profissionais que estão na linha de frente durante a pandemia de COVID-19.