ARTIGO ORIGINAL
Perfil de
Empreendedores da Enfermagem em instituições de longa permanência para idosos
Fabricio Renato Teixeira
Valença*, Marli de Carvalho Jericó, D.Sc.**, Jaqueline Lopes Gouveia***, Zaida
Aurora Sperli Geraldes Soler, D.Sc.****, Luiza Watanabe Dal Ben, D.Sc.*****
*Acadêmico da 4ª. Série
do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto, SP, **Enfermeira, Professora graduação e pós-graduação lato sensu e
stricto sensu da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São
José do Rio Preto/SP, ***Enfermeira, Especialista em Centro Cirúrgico,
Recuperação Anestésica e Central de Materiais e Esterilização pela Faculdade de
Medicina de São José do Rio Preto, Enfermeira clínica do Centro Cirúrgico do
Hospital de Base de São José do Rio Preto/ SP, ****Enfermeira, Livre-Docente da
graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu da Faculdade de Medicina
de São José do Rio Preto (FAMERP) e organizadora do Grupo de Pesquisa Nemoreges
(Núcleo de Estudos sobre Morbidade Referida, Educação e Gestão em Saúde), SP,
*****Enfermeira, Conselho de Administração do Grupo Dal Ben, Desenvolve
pesquisas em gestão de assistência de enfermagem domiciliar e transição de
cuidados
Recebido em 7 de
outubro de 2020; aceito em 19 de outubro de 2020.
Correspondência: Fabricio Renato
Teixeira Valença, Rua Anis Trabulsi, 345 Solo Sagrado 15044-060 São José do Rio
Preto SP
Fabricio Renato Teixeira
Valença: fabricio.valenca1@gmail.com
Marli de Carvalho
Jericó: marli@famerp.br
Jaqueline Lopes Gouveia:
jaquelinelgouveia@hotmail.com
Zaida Aurora Sperli
Geraldes Soler: zaidaaurora@gmail.com
Luiza Watanabe Dal Ben:
luiza@dalben.com.br
Resumo
Introdução: De modo geral, o
empreendedor é aquele que assume riscos no planejamento, implementação,
coordenação e gestão de projetos, serviços e negócios. Objetivo:
Investigar o perfil de empreendedores da área de enfermagem em instituições de
longa permanência para idosos (ILPI). Métodos: Estudo quantitativo
realizado em nove ILPI privadas de um município do interior do estado de São
Paulo. Foram aplicados dois instrumentos, um de autoavaliação sobre o perfil
empreendedor e outro por meio de entrevista sobre características do
empreendimento. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial. Resultados:
Teve-se como resultados principais entre os nove empresários: 77,78%
enfermeiros, 11,11% técnicos e 11,11% auxiliares de enfermagem; o negócio foi
iniciado com idade média de 33,5 ± 4,41 anos; 88,89% empreenderam por
oportunidade; 77,78% tinham o negócio estabelecido; a remuneração média foi de
9 ± 6,38 salários mínimos (US$ 2,276.01), dado que teve correlação positiva com
características do perfil empreendedor e tempo de vida do negócio. Conclusão:
Ficou evidenciado, na maioria dos participantes, perfil empreendedor de
inovação, capacidade de tomar decisão, adaptação às novas situações e
orientação para metas e resultados. Os dados obtidos podem contribuir com o
ensino, a pesquisa e a ampliação do empreendedorismo na enfermagem.
Palavras-chave: autonomia
profissional, enfermagem, mercado de trabalho, institucionalização, serviços de
saúde para idosos.
Abstract
Profile of nursing professionals in long-term care institutions for the
elderly
Introduction: In general, the entrepreneur is who assumes the risks in the planning,
execution, coordination, and management of projects, services, and businesses. Objective:
To investigate the profile of entrepreneurs of the nursing area in long-term
care institutions for the elderly (LTIE). Methods: Quantitative study
carried out in nine private LTIEs in a city in the countryside of the state of
São Paulo. This study applied two instruments, one of self-assessment on the
entrepreneur profile and the other by means of an interview on the
characteristics of the enterprise. Data analysis was descriptive and
inferential. Results: The main results among the nine entrepreneurs
were: 77.78% nurses, 11.11% technicians, and 11.11% nursing assistants; the
average age when business started is 33.5 ± 4.41 years; 88.89% initiated the
business for opportunity; 77.78% had the business already established; average
compensation was 9 ± 6.38 minimum salaries (US$2.276,01), data with a positive
correlation with the characteristics of the entrepreneurial profile and the
lifetime of the business. Conclusion: Most participants showed an
entrepreneurial profile of innovation, ability to make decisions, adapt to new
situations, and focus on objectives and results. Data obtained can contribute
to teaching, research, and expansion of entrepreneurship in nursing.
Keywords: professional autonomy, nursing, labor market, institutionalization,
healthcare for the elderly.
Resumen
Perfil de emprendedores
de enfermería en instituciones de cuidados de largo plazo para personas mayores
Introducción: En general, el
emprendedor es quien asume los riesgos en la planificación, ejecución,
coordinación y gestión de proyectos, servicios y negocios. Objetivo:
Investigar el perfil de emprendedores del área de enfermería en instituciones
de cuidados de largo plazo para personas mayores (ICLP). Métodos:
Estudio cuantitativo realizado en nueve ICLP privadas de un municipio del
interior del estado de São Paulo. Se aplicaron dos instrumentos, uno de
autoevaluación sobre el perfil emprendedor y otro por medio de entrevista sobre
características del emprendimiento. Se analizaron los datos de forma
descriptiva e inferencial. Resultados: Los resultados principales entre
los nueve empresarios fueron: 77,78 % enfermeros, 11,11 % técnicos y 11,11 %
auxiliares de enfermería; se inició el negocio con edad promedio de 33,5 ± 4,41
años; el 88,89 % emprendió por oportunidad; el 77,78 % ya tenía el negocio
establecido; el pago promedio fue 9 ± 6,38 sueldos mínimos (US$2,276.01), dato
que presentó correlación positiva con características del perfil emprendedor y
tiempo de vida del negocio. Conclusión: En la mayoría de los
participantes se evidenció un perfil emprendedor de innovación, capacidad de
tomar decisiones, adaptarse a nuevas situaciones y orientarse hacia objetivos y
resultados. Los datos obtenidos pueden contribuir a la enseñanza, investigación
y expansión del espíritu emprendedor en la enfermería.
Palabras-clave: autonomía
profesional, enfermería, mercado de trabajo, institucionalización, servicios de
salud para ancianos.
Surgida no século XV, a
expressão “empreendedorismo” foi originada da tradução do termo entrepreneurship
da língua inglesa, derivada da palavra imprehendere, do latim. De modo geral
significa assumir riscos na busca de sucesso, no planejamento, implementação,
coordenação e gestão de projetos, serviços e negócios [1]. Economistas
renomados têm destacado que líderes empreendedores são essenciais para o
desenvolvimento econômico de um país. Estão entre pessoas consideradas empreendedoras
os trabalhadores liberais ou autônomos, de diferentes áreas profissionais e
ocupacionais, que geralmente buscam trabalhar por conta própria, em seu próprio
negócio. Os motivos para empreender são vários, entre outros, interesse,
oportunidade, necessidade e busca de satisfação profissional, ficando claro as
relações entre os fenômenos do desenvolvimento acelerado do empreendedorismo e
a precarização do trabalho formal [1-3].
Entre várias tipologias
de empreendedorismo, três ficam mais em destaque nas publicações científicas em
saúde: a) o empreendedorismo social, que envolve multiplicidade de relações,
interações, mobilizações e intervenções junto a comunidades com
vulnerabilidades sociais, com vistas a produzir bens e serviços para
promovê-las [1,4,5]; b) o empreendedorismo empresarial, comum em sociedades
capitalistas, vinculando-se a negócios com interesses econômicos e recebendo
especial atenção do governo e entidades de classe profissional [1-2] e c) o
intraempreendedorismo, que representa o perfil de empregado desejado nas
organizações, por possuir características de líder, inovador, automotivado, que
“veste a camisa” da instituição, buscando implementar melhorias e em fazer
crescer o negócio como se o dono fosse [1].
Várias características
de personalidade são apontadas como preditoras de empreendedorismo, como:
capacidade de autocontrole; de autorregulação nas relações interpessoais; de
saber fazer autoavaliação, criticar e gerenciar, reconhecendo seus pontos
fortes e fracos, estabelecendo objetivos, planos e metas para superar problemas
e otimizar ações na vida e no trabalho [6].
Tratando
especificamente do empreendedorismo de negócios no âmbito da enfermagem
brasileira, em especial na atuação empresarial de enfermeiros empreendedores,
constata-se que via de regra constituem-se em oportunidades de autoemprego
usando abordagens inovadoras. Como qualquer outro empresário, desde que
respeite os preceitos éticos e legais relativos à profissão, qualquer
profissional de enfermagem pode ser proprietário de uma empresa, que ofereça
serviços de enfermagem no âmbito da assistência direta, de educação, de
pesquisa, de gerenciamento, assessoria e consultoria. Entre as características
de enfermeiros empreendedores estão ser criativo, inovador, confiante,
motivado, realista, trabalhar arduamente e ter boa comunicação [7].
Mesmo admitindo que
está em desenvolvimento no Brasil, o empreendedorismo empresarial na enfermagem
ocorre em menor escala que em outras profissões da saúde, como fisioterapia,
nutrição, psicologia e fonoaudiologia. Via de regra há baixo capital social, a
constituição é como microempresas e estão concentradas em maiores centros
urbanos [8]. É mais comum que os enfermeiros empreendam como profissional
liberal e em área de sua especialidade, já que tem atribuições privativas e
compartilhadas amparadas na Lei 7.498/86, que regulamenta o exercício
profissional, explicita a coordenação, ensino, organização, planejamento,
execução e avaliação do Serviço de Enfermagem [9].
Empreender de forma
empresarial na enfermagem brasileira está em ascensão desde o início dos anos
2000 e tal fato pode estar associado à insatisfação no trabalho, necessidade de
melhores ganhos ou mesmo a busca de novas perspectivas associada ao desenvolvimento
de um perfil empreendedor. É importante considerar a formação adequada no
desenvolvimento do empreendedorismo de enfermeiros, condizentes com demandas
sociais e necessidades do mercado de trabalho. Isso pode provocar mudanças
efetivas na vida pessoal e profissional e estimular outros profissionais, além
de contribuir o reconhecimento, valorização, prestígio e melhor imagem da
profissão [10].
É importante lembrar
iniciativas empresariais em internação domiciliar – Home Care, talvez
precursoras em empreendedorismo de negócios de enfermeiros como profissionais
liberais. Tais empreendimentos são amparados ética e legalmente pela legislação
de exercício da enfermagem e de forma programática pela Resolução COFEN Nº
267/2001, revogada pela
Resolução COFEN Nº 464/2014, que contempla as atividades em assistência domiciliar (home care),
classificadas em funções assistenciais, administrativas, educativas e de
pesquisa, além da Resolução da Diretoria Colegiada 11 – Anvisa, de 26/01/2006,
que dispõe sobre o regulamento técnico de funcionamento de serviços que prestam
atenção domiciliar [11].
Quanto ao investimento
empresarial em instituições para atender idosos, devem ser consideradas tanto
as necessidades de mercado quanto da população usuária, além de entendimento
das especificidades acerca das questões ambientais, sociais e programáticas
relacionadas. Especificamente no atendimento a idosos, várias denominações
foram dadas a instituições sociais, públicas ou privadas que os recolhem, como
asilo, abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancionato. Para
padronizar a nomenclatura, foi proposta a denominação de instituições de longa
permanência para idosos (ILPI), definidas como um estabelecimento para
atendimento integral a idosos, dependentes ou não, sem condições familiares ou
domiciliares para a sua permanência na comunidade de origem [12].
As ILPIs representam a
principal alternativa de cuidado, quando a família não consegue prover o
cuidado domiciliário, seja por sobrecarga emocional, resultante de longos
períodos dedicados aos cuidados dos idosos ou outras causas [13]. No Brasil,
está assegurado no Estatuto do Idoso [14], que as ILPIs sejam organizadas no
sentido de prover atendimento especializado, de acordo com as necessidades de
cada residente, quanto a abrigo, alimentação, lazer, convívio social, além de
cuidados básicos de saúde, encaminhando os internos para os serviços
médico-hospitalares quando necessário [15].
Entre as justificativas
para investimento em ILPI está a constatação do elevado crescimento
populacional de idosos, em todo o mundo. Estimou-se que em quatro décadas (2010
a 2050), a população de idosos passará de 841 milhões para dois bilhões [16] e
tal tendência de crescimento também é previsível no Brasil. Segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, os idosos
representavam mais de 11% da população brasileira e haverá inversão da pirâmide
etária iniciada em 1980 e completará o ciclo em 2050 [17]. Então, empreender
nesse segmento empresarial é pertinente, pois certamente as políticas públicas
não conseguirão atender a todos. Seja pública ou privada, uma ILPI deve ser
estruturada quanto a aspectos arquitetônicos e programáticos, mas
principalmente sociais, para atender as necessidades dos internos relacionadas
às atividades de vida diária e melhor qualidade de vida [18,19].
Ante o exposto, este
estudo tem por objetivo investigar o perfil de empreendedores da área de
enfermagem em instituições de longa permanência de idosos, considerando
variáveis de caracterização dos empresários e de características do
empreendimento.
O estudo é de natureza
quantitativa, realizado em nove ILPIs privadas localizadas no maior município
da região noroeste do estado de São Paulo, referência para trabalho, educação e
atenção em saúde para cidades circunvizinhas. A cidade tem cerca de 460 mil
habitantes, sendo 16% na faixa de idade acima de 60 anos, além de ter o maior
contingente de profissionais de enfermagem da região, registrados no Conselho
Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN/SP), com coeficiente por 1.000
habitantes de 4,34 enfermeiros, 5,98 técnicos de enfermagem e 4,24 auxiliares
de enfermagem [20].
Antecedendo a coleta de
dados, o projeto foi submetido à apreciação e aprovação de Comitê de Ética em
Pesquisa em Seres Humanos, Parecer nº 3.382.55. A participação dos
empreendedores foi conduzida após concordância em participar da pesquisa e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os dados foram
coletados de julho a novembro de 2019, considerando-se na seleção das ILPIs as
que estavam registradas no Conselho Municipal dos Direitos do Idoso (CMDI) e
também excluídas aquelas cujos gestores não aceitaram participar da pesquisa.
Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos:
1)
elaborado pelos
autores, para coletar informações sobre o perfil
sociodemográfico e
profissional (gênero, formação, tempo de
formação, qualificação e carga
horária
semanal) e do empreendimento (imóvel, natureza jurídica,
horário de
funcionamento, faixa de faturamento, motivos para empreender na
área do idoso e
estágio do empreendimento). Em relação ao
estágio do empreendimento (EE),
considerou-se a classificação em três
estágios: a) empreendimento nascente: que
ainda não pagou salários, pró-labores ou qualquer
outra forma de remuneração
aos proprietários por mais de três meses; b)
empreendimento novo: que já
remunerou de alguma forma os seus proprietários por um
período superior a três
meses e menor que 42 meses e c) empreendimento estabelecido: já
consolidado
pelo fato de haver pago aos seus proprietários alguma
remuneração, sob a forma
de salário, pró-labore ou outra, por um período
superior a 42 meses) [21].
2) Instrumento sobre o
perfil do empreendedor [22] - com questões interrogativas de autoavaliação,
composto por 24 itens em cinco dimensões (compromisso e determinação, obsessão
pela oportunidade, criatividade, autossuficiência e adaptabilidade, motivação e
superação e liderança) e utilizando escala de Likert de 5 pontos, variando de
“1 – insuficiente, 2 – fraco, 3 – regular, 4 – bom e 5 - excelente”, quanto
maior a pontuação, melhor é o perfil do empreendedor.
As entrevistas com os
empreendedores do estudo foram realizadas a partir de agendamento prévio via
telefone e aplicadas em duas etapas: a primeira, por meio de preenchimento
manual pelo pesquisador do instrumento 1 e a segunda, pelo instrumento 2,
autoaplicável, de autoavaliação. As duas etapas foram feitas presencialmente,
em horário reservado para o preenchimento de ambos os instrumentos. Os dados
obtidos foram armazenados em uma planilha eletrônica, utilizando-se o programa
Excel®; para a análise utilizou-se o Software Statistical Package for the
Social Sciences (Versão 23). Os testes de Shapiro-Wilk e Mann-Whitney foram
aplicados para investigar a dependência estatística entre as variáveis
estudadas.
Vale esclarecer que no
período de coleta dos dados existiam 26 ILPI no município estudado, registradas
no Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, sendo 22 (84,62%) de natureza
privada e quatro (15,38%) filantrópicas. Das 22 instituições privadas, 14 eram
de propriedade de profissionais da área de enfermagem, sendo 11 (50%) de
enfermeiros, duas (9,09%) de técnicos de enfermagem e uma (4,54%) era de
auxiliar de enfermagem, enquanto oito (36,36%) instituições tinham outros
profissionais como proprietário. Assim, a amostra deste estudo ficou definida
em nove proprietários de ILPIs da área de enfermagem, já que quatro enfermeiras
e uma técnica de enfermagem não consentiram em participar da pesquisa.
São apresentadas na
tabela I as características dos profissionais de enfermagem participantes do
estudo, segundo categoria profissional, idade, gênero, tempo de formado,
pós-graduação, tempo de empreendimento e motivo para empreender em ILPIs.
Verifica-se que a maioria (7 - 77,78%) eram de graduados em enfermagem, apenas
um do sexo masculino; a idade dos empreendedores variou de 34 a 51 anos, sendo
5 (55,56%) com menos de 40 anos; o tempo de formados variou de 2 a 32 anos,
correspondendo a 1 (11,1%) com dois anos, dois (22,22%) com sete anos; apenas a
empreendedora B, auxiliar de enfermagem referiu não ter feito cursos de
pós-graduação, enquanto o empreendedor D, enfermeiro, fez mestrado; o tempo de
empreendimento variou de um a 19 anos e a maioria 7 (77,78%) relatou que o
motivo para empreender foi por oportunidade de negócio.
Tabela I - Perfil dos
empreendedores da área da enfermagem em ILPIs segundo categoria profissional,
idade, gênero, motivo para empreender, tempo de formação e de empreendimento (N
= 9). São José do Rio Preto/SP, 2019-2020.
Enf = Enfermeira(o); AE
= Auxiliar de enfermagem; TE = Técnica de enfermagem; F = Feminino; M =
Masculino | Oport = Oportunidade | Nec = Necessidade.
Na tabela II são
apresentadas outras características dos empreendedores em ILPIs participantes
deste estudo, destacando-se: apenas 1 (11,11%) iniciou o empreendimento com a
idade de 41 anos, enquanto dos restantes, dois (22,22%) tinham menos de 30 anos
quando iniciaram seu negócio; sete (77,78%) já tinham como estabelecido seu
empreendimento; a retirada mensal em correspondência ao salário mínimo vigente
foi relatada como sem retirada para uma (11,11%), enquanto para os restantes
variou de três a 20 salários mínimos; a maioria (7- 77,78%) informou jornada
semanal de trabalho de pelo menos 40 horas semanais, enquanto dois referiram
trabalhar 72 e 84 horas por semana; quanto a ter sociedade no empreendimento, 4
(44,44%) referiram não ter e 2 (22,22%) tinham a mãe como sócia.
Tabela II – Perfil dos
empreendedores em ILPIs estudados (N = 9) segundo idade que empreendeu estágio
do empreendimento, faixa de rendimentos, carga horária semanal de trabalho e
sociedade. São José do Rio Preto/SP, 2019-2020.
Enf. = Enfermeira (o);
Est. = Empreendimento estabelecido; Nov. = Empreendimento novo; *SM = Salário
Mínimo; Salário mínimo vigente = R$ 998,00 (US$ = 252,00), Brasil, 2019 [24].
Na tabela III
observa-se quanto aos pontos fortes e pontos fracos que os participantes deste
estudo referiram possuir. Entre os pontos fortes foram mais citadas as
características de determinação, liderança e persistência, enquanto os pontos
fracos mais destacados foram emotividade e sensibilidade.
Tabela III – Pontos fortes e
fracos dos empreendedores da área de enfermagem em ILPI, segundo instrumento
autopreenchido. São José do Rio Preto/SP, 2019-2020.
Por fim, a tabela IV
mostra quando houve correlação estatística entre as variáveis do perfil dos
empreendedores com as características profissionais dos mesmos. Nota-se que
houve correlação de cinco itens do perfil empreendedor com a variável
“remuneração”.
Tabela IV – Distribuição das
variáveis dos empreendedores de LPIs correlacionadas ao perfil empreendedor
(n=9). São José do Rio Preto/SP, Brasil, 2019-2020.
Teste Mann-Whitney; CH =
carga horária | REM = remuneração| Q = qualificação.
Como já mencionado,
esta pesquisa foi feita com nove profissionais de enfermagem empreendedores em
nove ILPIs, um (1-11,11%) auxiliar de enfermagem, um (11,11%) técnico de
enfermagem e sete (7-77,78%) enfermeiros, reconhecidos legalmente como
profissionais liberais no Brasil. É oportuno ressaltar aqui a diferença do
profissional liberal para o profissional autônomo. O profissional liberal é
aquele que possui conhecimento técnico e científico de sua profissão, adquirido
através de graduação em ensino superior e com profissão regulamentada por lei
ou decreto. Já o profissional autônomo é aquele que, sem necessidade de
qualificação escolar universitária, tem capital financeiro para empreender, com
poder de direção sobre a própria atividade, autodisciplinando-a segundo os seus
critérios pessoais [23-25].
Nesta pesquisa, sete
(77,78%) empreendedores da área da enfermagem eram enfermeiros e assim com
nível superior de escolaridade, além da prerrogativa de profissionais liberais.
O fator escolaridade na enfermagem é diferente do que ocorre via de regra entre
empreendedores de negócios no Brasil, demonstrado no estudo “Empreendedorismo
no Brasil”, de 2017, com dados de maior parcela de empreendedores com nível
fundamental incompleto, seguidos daqueles com fundamental completo [21].
Empreender na
enfermagem em ILPI pode ser explicada pela essência da profissão ser cuidar de
forma integral, holística e sistematizada, entendendo as necessidades do ser
humano. Ainda, o enfermeiro possui habilidades gerenciais sobre o processo
saúde-doença, incluindo a capacidade de gerenciamento de recursos físicos,
materiais, humanos e financeiros. Outra razão está relacionada à capacidade que
os profissionais da Enfermagem têm de explorar o mercado, com autonomia, possibilitando
a conquista de novos campos e estimulando o desenvolvimento econômico do país
[11, 22-24].
Examinando a produção
científica sobre empreendedorismo de negócios na enfermagem brasileira, é
possível apreender que ainda são poucos os profissionais de enfermagem
empreendedores em saúde. Observa-se principalmente a iniciativa de enfermeiros
que tem área específica de formação e atuação em uma especialidade. Via de
regra identificam oportunidade de atuação onde médicos não trabalham e pelas
especificidades de formação buscam atender de forma sistematizada e humanística
aos usuários, considerando seus desejos, necessidades e expectativas.
Amparados pela ética e
pela lei como profissionais liberais, com atividades privativas e
compartilhadas bem definidas [9], mesmo que com constantes conflitos e
confrontos corporativistas, em especial com a classe médica, vão defendendo sua
autonomia profissional e buscando caminhos para prestar serviços e ou
desenvolver produtos que possibilitem tanto atender às necessidades do mercado
quanto ao seu lucro e sucesso empresarial. Então, é esperado que na enfermagem
brasileira o empreendedorismo seja feito principalmente pelos enfermeiros, pois
entre as categorias de enfermagem é o líder da equipe, responsável pelo
gerenciamento do cuidado nas instituições de assistência em saúde e um
profissional liberal, com atribuições privativas regulamentadas na lei do
exercício profissional [9,25].
Tendo em vista a
autonomia profissional do enfermeiro, alicerçada pela lei do exercício o tema
empreendedorismo deveria ser abordado nos cursos de graduação em enfermagem.
Quando isso acontece, geralmente não é uma disciplina e sim um conteúdo dentro
de disciplinas de gerenciamento. Em estudo sobre a contribuição da universidade
para o desenvolvimento de perfil empreendedor ficaram destacados dois aspectos:
que egressos do curso de Enfermagem têm poucas tendências ao empreendedorismo,
ao mesmo tempo que enfermeiros que empreenderam geralmente tiveram conhecimento
ainda na graduação sobre a possibilidade de abrir o seu próprio negócio [26].
Pela nossa experiência
no ensino da enfermagem, no Brasil a ênfase é para o trabalho corporativo
(emprego) e, assim, os acadêmicos serão futuros empregados. O tema
empreendedorismo é abordado de forma indireta, incluído em uma disciplina de
gestão, referindo-se às características de inovação e criatividade, sem a
profundidade suficiente desde a elaboração de um plano até a abertura de um
negócio.
Nesta pesquisa identificamos que oito
empreendedores eram mulheres (88,89%), sendo enfermeiro o empreendedor do
gênero masculino. A participação da mulher tanto no mercado formal de trabalho
quanto em montar seu próprio negócio vem aumentando em todo o mundo. Entre 49
países, constatou-se que o Brasil em 2017 teve a 3ª. maior proporção de
mulheres nos empreendimentos iniciais e em 2018, foi a 7ª. maior [26].
Só um empreendedor do
estudo, um auxiliar de enfermagem, relatou não ter realizado cursos após a
formação na profissão, o que era de se esperar, por se tratar de uma auxiliar
de enfermagem; causou estranhamento a técnica de enfermagem participante da
pesquisa manifestar ter feito seis especializações, quando não há tal
possibilidade no âmbito de sua categoria, no Brasil. É possível que tenha feito
cursos de treinamento e desenvolvimento, que qualificou como especialização e
um enfermeiro empreendedor cursou mestrado acadêmico, na linha de pesquisa
educação e gestão em saúde.
A busca por
qualificação é destacada por parte destes empreendedores, de forma a contribuir
na sobrevivência da empresa e, também, aumentar o valor intrínseco de seu
negócio, nas várias perspectivas do processo de trabalho do enfermeiro.
Perspectivas tais como as relacionadas ao cuidar/assistir (gerontologia,
cuidados paliativos, estomaterapia, unidade de terapia intensiva (UTI),
urgência e emergência, cardiologia e saúde da família); gerenciar/administrar
(auditoria, mestrado na área de gestão e educação em saúde); ensinar/educar
(docência e licenciatura); enquanto que o pesquisar e atuar politicamente são
abordados por todas, anteriormente, descritas.
Os empreendedores desta
pesquisa iniciaram seu próprio negócio na faixa etária adulta jovem, com o
maior número de profissionais entre 31 e 40 anos, coincidindo, assim, com o
perfil dos empreendedores brasileiros em fase inicial. Nota-se que os jovens de
25 a 34 anos foram os mais ativos na criação de novos negócios, sendo
proprietários e administrando a criação e consolidação de empreendimentos em
estágio inicial. Isto revela que o empreendedorismo tem sido cada vez mais
percebido como uma alternativa para os novos profissionais no mercado de trabalho
visto a evidente diminuição em todo o mundo do emprego tradicional [27].
O empreendedor
empresarial tem o desejo, “sonho” de inovar, de criar e desenvolver um
novo projeto, gerar o próprio emprego ou expandir um negócio já
existente, com vistas a agradar ao seu cliente, mas também obter lucro e
sucesso. Estudar o perfil de empreendedores empresariais exige desvelar
qualidades específicas da personalidade da pessoa e também competências que
precisará aprender e desenvolver como proprietário de um negócio. Entre as
competências estão: determinação, dinamismo, dedicação, otimismo, paixão pelo
que faz, independência, desejo de aprender, saber planejar e ser observador,
autoconfiante, articulador estratégico, corajoso, persistente, proativo e determinado,
além de assumir riscos tendo em vista a possibilidade de prejuízos pela
“mortalidade” do negócio [27-29].
Os fatores que motivam
e impulsionam enfermeiros assistenciais a empreender são vários, como o
desgaste emocional por trabalhar muito tempo como empregado; o emprego abusivo
e excessivamente exigente; oportunidade no sistema de saúde; o interesse em
abrir seu próprio negócio; a influência dos membros da família e das amizades;
a busca pela satisfação profissional; a constatação de uma necessidade no
mercado da atividade de enfermagem que desenvolve; o ganho e lucro para a
independência financeira [2,24-29].
Quanto à remuneração
dos empresários participantes desta pesquisa, verificou-se que teve relação
direta com o tempo de vida das empresas. Infere-se que com o passar dos anos,
os proprietários foram desenvolvendo características empreendedoras, adquirindo
experiência na gestão de seu negócio e melhorando a sua remuneração, resultando
em autonomia e valorização do cuidar de Enfermagem e libertação dos baixos
salários tabelados. Considerando os rendimentos em salários mínimos (valor
vigente de R$ 998,00 | US$ 252,89 em 2019) [27], a média de ganho ou retirada
dos empresários pesquisados foi de nove salários mínimos, variando de R$ 3.000,00
(US$ 760,20) a R$ 20.000,00 (US$ 5.068,00). Tal resultado coincide com estudo
realizado no estado do Paraná com enfermeiros empreendedores, no qual a maioria
dos empresários encontravam-se dentro da renda de quatro a dez salários mínimos
[24].
No Brasil, é mais comum
que os profissionais de enfermagem sejam remunerados por um sistema de salário
pelo serviço prestado. Em um empreendimento, o profissional tem que criar seu
próprio emprego, prover seu sustento e a sustentabilidade de seu negócio. Então,
para a retirada de seu pró-labore, deve considerar a sobrevivência da empresa,
fundamentada no ponto de equilíbrio entre receitas – despesas = lucro,
permitindo-lhe entender tudo que é necessário para pagar as contas no mês.
A carga horária semanal
média de trabalho entre os entrevistados foi de 51 ± 15,77 horas variando de 40
a 84 horas, enquanto o tempo médio de vida das empresas foi de 7,8 ± 6 anos,
variando de 1 a 20 anos de tempo de empreendimento. Esta variável teve relação
direta com a faixa de remuneração dos empresários (p = 0,048). Quanto ao
estágio dos empreendimentos desta pesquisa, a maioria faz parte de
empreendimento estabelecido – 77,78%, já consolidado pelo fato de haver pago
aos seus proprietários alguma remuneração, sob a forma de salário, pró-labore
ou outra, por um período superior a 42 meses.
A importância de
clareza em relação ao estágio do empreendimento, tempo de vida e ciclo de vida
das empresas, está também relacionada ao sucesso (sobrevivência) ou fracasso
(mortalidade) da empresa. Estudo recente de 2016 mostra que a taxa de
sobrevivência das empresas nos primeiros dois anos, no âmbito nacional
brasileiro, é de 76,6%, enquanto de mortalidade é de 23,4%. O mesmo estudo
pontua que esta foi a maior taxa de sobrevivência da empresas já calculada para
as empresas nascidas no período compreendido entre 2008 e 2012. Relacionam-se
com tal situação a expansão dos Microempreendedores Individuais (MEI) e o
aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no período, ambos favorecidos
pelo aumento do rendimento médio real dos trabalhadores [30].
Culturalmente, o
empreendedor é descrito como alguém isolado que trabalha sozinho ou com poucas
pessoas, com extensas horas de trabalho, sem formação em gestão de seu negócio.
Enquanto a média geral dos trabalhadores do país é de 37 horas em ambientes
corporativos, neste estudo, a carga horária semanal média de trabalho entre os
entrevistados foi elevada, de 51 ± 15,77 horas variando de 40 a 84 horas. Tal
resultado aproxima-se com estudo britânico com média de 52 horas/semana [31].
Tornar-se empreendedor exige muito trabalho, entretanto, não há uma resposta
correta quanto à carga horária semanal adequada do empresário. Os empresários
não devem equiparar as horas trabalhadas ao sucesso, pois trabalhar longas
horas pode ser prejudicial à produtividade e à saúde geral. É importante
monitorar tanto o bem-estar físico quanto o mental [32].
A maioria dos
empreendedores pesquisados (5-55,55%) tinha sociedade na ILPI, mas não foram arguidos
quanto ao tipo de associação empresarial que havia. Ter sociedade em um negócio
pode ter aspectos positivos e negativos para a sobrevivência do empreendimento.
Entre os aspectos positivos estão ter mais capital para investir; divisão dos
custos, das responsabilidades legais e fiscais, ideias e dificuldades que
aparecem, além de representação da empresa na ausência de um sócio. Entre os
aspectos negativos pode-se destacar confrontos e conflitos no cotidiano de
trabalho, por questões de afinidade, mistura de problemas pessoais com
profissionais e limitação do poder e autonomia na tomada de decisões. No âmbito
do Brasil, pode-se levar em conta a precarização do trabalho de enfermagem
quanto a turnos, jornadas extensas, cargas excessivas, multiempregos, insegurança,
falta de autonomia e baixos salários, dividindo o tempo entre trabalhar e
empreender ao mesmo tempo, até que seu negócio se mostre mais promissor a ponto
de desistirem de seus empregos [33].
Na autoavaliação, os
entrevistados apontaram seus principais pontos fortes e pontos fracos para
empreender na área, destacando-se entre os pontos fortes a determinação ou
expressões similares como disposição, persistência, força de vontade, energia 6
(66,66%). Entre os pontos fracos, 7 (77,77%) dos participantes da pesquisa
consideraram que a sensibilidade e emoção dificultam a gestão do
empreendimento. Os entraves para o empreendedorismo na enfermagem brasileira
revelam carência de recursos, deficiências de conhecimentos e dificuldades na
gestão dos trabalhadores e da dinâmica da empresa [34].
Esta pesquisa
identificou correlação estatística quanto à remuneração dos empreendedores e
cinco itens do perfil: “compromisso e determinação”, “impulsionado pela
população idosa”, “adapta-se a novas situações facilmente”, “orientado para
metas e resultados” e “é ciente de suas forças e fraquezas”. Vale ressaltar que
a literatura indica que a iniciativa de empreender exige um perfil visionário,
inovador, com facilidade em tomadas de decisões, determinação, organização, e
outras características que diferenciam esses profissionais no mercado de
trabalho. Também, no planejamento do negócio, é indispensável conhecer a área
de atuação, o mercado de trabalho e o cliente e suas expectativas [26,29,35].
O empreendedorismo na
enfermagem brasileira não é apenas uma competência importante para uma prática
autônoma, no caso dos enfermeiros, mas também uma característica que
potencializa as competências de enfermagem no assistir a pacientes e clientes,
inovar e contribuir para o ensino, a pesquisa e o exercício da profissão.
Vários estudos colocam em destaque a capacidade de enfermeiros e a capacidade
das enfermeiras em liderar, gerenciar e atingir metas e também inseguranças e
dificuldades relacionadas à autonomia, criatividade e dificuldade em enfrentar
situações de risco [36-41]. Ainda, vivenciamos dificuldades quanto ao contexto
socioeconômico no Brasil e as mudanças que devem vir nas relações de trabalho
devem desafiar os profissionais de enfermagem, em especial enfermeiros, para
empreenderem. Impulsionados pelas mudanças no mercado de trabalho, devem buscar
novas perspectivas e oportunidades, qualificando-se em especialidades de seu
interesse, identificando os desafios, potencialidades e perspectivas para desenvolver
seu próprio negócio [39-41].
Para o progresso da
pesquisa, foram encontradas algumas limitações, como: dificuldade de adesão dos
empresários para a entrevista, pois muitos não tinham disponibilidade de
horário; escassez na literatura de achados relacionados ao empreendedorismo
empresarial de profissionais de enfermagem, basicamente tratam dos enfermeiros,
além de não termos encontrado qualquer estudo com empreendimento de
profissionais de enfermagem em ILPIs.
O perfil empreendedor do
enfermeiro foi evidenciado na correlação com as variáveis “pró-atividade na
tomada de decisão”, “impulsionado pela população idosa”, “adapta-se a novas
situações facilmente”, “é orientado para metas e resultados” e “é ciente de
suas forças e fraquezas”. Mediante tais evidências revelam perfil inovador, com
domínio intrínseco de conhecimento das necessidades dos idosos, dentre as quais
o cuidar, que é o ponto central da atuação dos exercentes da enfermagem.
Os profissionais da
Enfermagem foram em sua maioria motivados pela oportunidade de criar seu
negócio voltado para o idoso, em um cenário de mercado de trabalho crescente
mundialmente. Os dados obtidos nesta pesquisa devem colaborar com o ensino, a
pesquisa e a ampliação do olhar dos profissionais da Enfermagem para o
empreendedorismo, em especial em ILPIs. Assim, contribuem para avanços na
profissão, ao direcionar a prática de atuação para novas possibilidades,
trazendo visibilidade para a profissão e incentivo para enfermeiros tornarem-se
empresários.
Agradeço imensamente a
essas enfermeiras que compõem a lista de autoras deste trabalho, em especial a
Profa. Dra. Marli de Carvalho Jericó que iluminou meu caminho para a pesquisa.
Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) pelo financiamento desta pesquisa. Este trabalho é parte do Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) do 1º. autor desta pesquisa, com bolsa PIBIC do CNPq.
Os autores desta pesquisa declaram que contribuíram com a concepção do estudo,
análise e interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica relevante
do conteúdo bibliográfico atualizado e versão final a ser publicada.