Enferm
Bras 2022;21(3):333-43
REVISÃO
Morte
e morrer em oncopediatria pela perspectiva do
enfermeiro - revisão integrativa
Maristela
Cassia de Oliveira Peixoto*, Micaela da Silva Constante*, Fernanda Silva de
Souza Rodrigues*, Andreia Orjana Ribeiro Coutinho*
*Universidade
Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil
Recebido
em 22 de agosto de 2021; Aceito em 3 de março de 2022.
Correspondência: Maristela Cassia de Oliveira Peixoto,
Rua Santa Rita, 663, Concórdia 93900-000 Ivoti RS
Maristela:
maristelapeixoto@feevale.br
Micaela:
micaelaconstante.19@gmail.com
Fernanda:
fernandarodrigues@feevale.br
Andreia
Orjana Ribeiro Coutinho: deia080401@yahoo.com.br
Resumo
A morte
desde os primórdios da humanidade é considerada um processo ameaçador, e ainda
nos dias de hoje muitas pessoas encontram dificuldade em discuti-la. Apesar de
os imensos avanços no tratamento do câncer infantil e a cura ser algo frequente
na vida de crianças acometidas por essas doenças, em muitos casos a morte é um
desfecho inevitável e o enfermeiro que atua em oncopediatria,
seja em ambulatórios de quimioterapia e/ou radioterapia ou em unidades de
internação pediátricos, fica vulnerável e exposto a cada perda, necessitando de
resiliência para continuar desempenhando bem seu trabalho. Para tanto, este
estudo tem como objetivo identificar a percepção do enfermeiro sobre o processo
de morte e morrer em oncopediatria e seus mecanismos
de enfrentamento do luto após a perda de um paciente pediátrico. Por meio de revisão
integrativa da literatura foi realizada busca de artigos na Biblioteca Virtual
em Saúde (BVS) disponíveis nas bases de dados da Literatura Latino-Americana em
Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific
Electronic Library Online (Scielo).
Foram selecionados 7 artigos sobre o tema publicados em língua portuguesa entre
os anos de 2017 e 2021. A equipe de enfermagem, bem como o enfermeiro,
apresenta dificuldade em lidar com a morte de uma criança, na maioria das vezes
não compreende o processo de morte e morrer e suas etapas, tampouco possuem
conhecimentos científicos sobre cuidados paliativos. Para garantir que a
criança com câncer em estágio terminal tenha um processo de morte digna, o
enfermeiro precisa estar preparado para lidar com a situação. Identificar a
percepção do enfermeiro sobre o processo de morte e morrer é fundamental para
que ele consiga passar segurança para o restante da equipe de enfermagem e
possa apoiar a família, através da escuta ativa, além de conseguir prestar
assistência de qualidade à criança doente.
Palavras-chave: criança; câncer; morte e morrer;
Enfermagem; cuidados paliativos.
Abstract
Death and dying in oncopediatrics
from the perspective of nurses - integrative review
Death from the dawn of humanity is considered a
threatening process, so even today many people needed to discuss. Despite the
immense advances in the treatment of childhood cancer and care being something
frequent in the lives of children affected by these diseases, in many cases
death is an inevitable outcome and the nurse who works in pediatric oncology,
whether in chemotherapy units and/or pediatric inpatient radiotherapy, is
vulnerable and exposed to each loss, needing resilience to continue performing
its work well. Therefore, this study aims to identify nurses' perceptions of
the process of death and dying in pediatric oncology and their coping
mechanisms after the loss of a pediatric patient. Through an integrative
literature review, articles in the Library were carried out. Virtual Health
(VHL) available in Latin American Literature in Latin American Literature
(Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo).
Seven articles were selected on the topic, published in Portuguese between the
years 2017 to 2021. The nursing team, as well as the nurse, has difficulty in
dealing with the death of a child, most of the time they do not understand the
process of death and dying and its stages, neither have scientific knowledge
about palliative care. Ensuring that a child with terminal cancer has a dynamic
death process, or a nurse needs to be prepared to deal with the situation.
Identifying the nurse's perception about the process of death and dying is
essential for him to be able to convey security to the rest of the nursing team
and can support the family, through active listening, in addition to providing
quality care to the sick child.
Keywords: children; cancer; death and
dying; nursing; palliative care.
Resumen
Muerte y morir en
oncopediatría desde la
perspectiva del enfermero -
revisión integrativa
La muerte desde los albores de la humanidad es considerada un proceso amenazante,
y aún hoy muchas personas les cuesta hablar de ella. A pesar de los inmensos avances en el tratamiento del cáncer infantil y siendo la cura algo frecuente en la
vida de los niños afectados por estas enfermedades,
en muchos casos la muerte es un
desenlace inevitable y la enfermera que trabaja en oncopediatría, ya sea en
ambulatorio de quimioterapia y/o radioterapia clínica
o en unidades de hospitalización
pediátrica, son vulnerables
y están expuestas a cada pérdida, necesitando resiliencia para seguir desempeñando
bien su trabajo.
Por lo tanto, este estudio tiene como objetivo identificar la
percepción de los enfermeros sobre el proceso de muerte y morir en oncología
pediátrica y sus mecanismos de afrontamiento del duelo después de la pérdida de un
paciente pediátrico. Por medio de revisión
integradora de la literatura fue
realizada búsqueda de artículos en
la Biblioteca Virtual en Salud (BVS) disponible en las bases de datos de Literatura Latinoamericana
sobre Ciencias de la Salud (Lilacs), Biblioteca
Científica Electrónica en Línea (Scielo).
Se seleccionaron siete
artículos sobre el tema publicados en portugués entre los años 2017 y 2021. El equipo
de enfermería, así como el enfermero, tienen
dificultad para lidiar con la muerte
de un niño, la mayoría de las
veces no comprenden el proceso de muerte
y el morir y sus etapas, tampoco tienen conocimientos científicos sobre cuidados paliativos. Para garantizar que los niños con cáncer
terminal tengan un proceso de muerte digno, los enfermeros deben estar preparados para enfrentar la
situación. Identificar la percepción del enfermero sobre el proceso de la muerte
y el morir es fundamental
para que pueda transmitir seguridad
al resto del equipo de enfermería
y poder apoyar a la familia, a través de la escucha activa, además de poder brindar un
cuidado de calidad al niño
enfermo.
Palabras-clave: niño; cáncer;
muerte y morir; enfermería; cuidados paliativos.
O
câncer infanto-juvenil no Brasil é primeira causa de
morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos,
sendo os cânceres mais frequentes, as leucemias, os tumores que atingem o
sistema nervoso central e os linfomas, respectivamente [1].
Nas
últimas décadas, o tratamento do câncer infanto-juvenil
tem avançado significativamente, principalmente em virtude das técnicas de
diagnóstico precoce e da evolução dos métodos terapêuticos [2]. Para Arantes,
em muitos casos, a doença avança e o tratamento não tem mais como finalidade a
cura e a criança entra em cuidados paliativos [3].
Em
2002 a Organização Mundial de Saúde [4] definiu que:
“Cuidados Paliativos consistem na
assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria
da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que
ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de
identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas
físicos, sociais, psicológicos e espirituais.”
Cuidados
paliativos em oncopediatria possibilita à criança o
alívio do sofrimento, além da preparação dos familiares e dos profissionais
para a morte da criança. Durante os cuidados paliativos, podem ser observados e
vivenciados cinco fases específicas desenvolvidas pela psiquiatra
Elisabeth Kubler-Ross, são elas a negação, a raiva, a
negociação, a depressão e a aceitação [5].
Arantes
[3] sugere que os profissionais de saúde precisam cuidar de si mesmos antes de
cuidar do próximo, uma vez que muitos profissionais da saúde trabalham
esgotados tanto fisicamente como mentalmente.
O
presente artigo é uma revisão integrativa da literatura, estruturada em cinco
etapas, quais sejam, segundo Cooper [6]: formulação do problema, coleta dos
dados, avaliação dos dados coletados, análise e interpretação dos mesmos e
apresentação dos resultados. Deste modo, neste artigo, apresenta-se a seguinte
questão norteadora: qual a percepção do enfermeiro sobre o processo de morte e
morrer em oncopediatria?
Foi
mantida a autenticidade das ideias, dos conceitos e das definições dos autores
pesquisados, assim como foram realizadas as devidas citações e referências de
acordo com NBR nº 6023:2018 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT,
2018). Foi respeitada a lei nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e suas
alterações, conforme lei nº 12.853, de 14 de agosto de 2013, que dispõe sobre a
questão coletiva e direitos autorais. A coleta de dados foi efetuada na
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e foram incluídas publicações eletrônicas
indexadas, disponíveis e publicadas nas bases de dados Literatura
Latino-Americana em Ciências da Saúde (Lilacs) e Scientific Electronic Library
Online (Scielo).
Foram
considerados como critérios de inclusão: artigos completos de acesso livre,
online e gratuitos, fazendo o uso do string de busca
“AND” para cada descritor, que contivesse como Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS): criança, câncer, “morte e morrer”, enfermagem
e cuidados paliativos, desenvolvidos pela área da saúde, todos publicados em
Língua Portuguesa, no período de 2017 a 2021, que pesquisaram o tema, com
abordagens qualitativas e quantitativas, por meio de estudos de casos, experimentais,
transversais, longitudinais e observacionais, e que sejam correlacionados com
os descritores citados.
Foram
excluídos: artigos publicados e divulgados por meio de resumos; cartas ao
editor, devido à sua abordagem sucinta sobre o assunto; artigos de revisão
integrativa da literatura; anais de congresso; documentos governamentais;
dissertações; monografias e teses; artigos publicados duplamente, que, ao
aparecerem como resultado da pesquisa, deram-se em mais de um meio eletrônico,
sendo excluída apenas a publicação mais antiga.
A
coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2021. O processo de seleção e
apresentação dos artigos seguiu a recomendação PRISMA, conforme Moher et al. [7]. Os artigos foram lidos
minuciosamente e organizados em um quadro sinóptico e, posteriormente,
apresentados através de análise crítica.
Foram
selecionados 7 artigos que estavam de acordo com os objetivos propostos
conforme o diagrama de prisma abaixo.
Figura
1 – Diagrama de Prisma
Quadro
1 – Apresentação dos
artigos
Fonte:
Dados da pesquisa (2021)
Todos
os artigos foram pesquisados na Biblioteca Virtual em Saúde, que contempla
diversas bases de dados. Os estudos selecionados foram publicados entre os anos
de 2017 e 2021. Dos 7 artigos selecionados, 42,8% foram publicados em 2019. Nos
demais anos foi publicado somente 1 artigo, o que representa 14,3% da amostra.
Ao analisar as bases de dados onde os materiais estão publicados, a base de
dados da Lilacs apresentou 60% dos artigos da
amostra, sendo apenas 10% localizados na base de dados BDENF e 30% localizados
nas duas bases de dados. Ainda, houve um predomínio de artigos com metodologia
qualitativa.
Para
compreender a percepção do enfermeiro sobre o processo de morte e morrer em oncopediatria é preciso considerar as questões relacionadas
ao cuidado paliativo na prática pediátrica. Para tanto os artigos de Guimarães et
al. [8], Pacheco e Goldim [9], Verri et al. [10] e Santos et al. [11]
respectivamente, trazem em seus estudos, o cuidado paliativo em oncopediatria como tema central, sendo o artigo de Pacheco
e Goldim [9] responsável por apresentar a visão não
apenas do enfermeiro, foco de todos os outras pesquisas, mas também da equipe
interdisciplinar. A partir da análise desses artigos, foram criados dois
agrupamentos temáticos para discussão:
Agrupamento
Temático 1 - Sentimentos Vivenciados pelo Enfermeiro no Processo de Morte e
Morrer em Oncopediatria
O
processo de morte em morrer em oncopediatria possui
diversas nuances e cada pessoa envolvida neste processo, sente e expressa
diversos sentimentos diferentes. O enfermeiro é um dos profissionais da saúde
que presta atendimento à criança por maior tempo, visto que a enfermagem está
ao lado da criança e seus familiares 24 horas por dia quando a criança
necessita de internação em unidades hospitalares e quando estes precisam de
quimioterapia e/ou radioterapia é a enfermagem que presta os cuidados
necessários durante o tratamento.
De
acordo com todos os sete artigos analisados, os sentimentos mais frequentes
vivenciados pelos profissionais da saúde, especialmente os enfermeiros, que
lidam com o processo de morte e morrer em oncopediatria
são impotência, angústia, frustração e a culpa.
Bastos
et al. [12] Scarratti et al. [13]
descrevem que o medo pessoal da morte estaria diretamente ligado aos sentimentos
dos profissionais, uma vez que não entender a morte como um processo natural da
vida ou até mesmo o que é a morte poderia ser algo que o profissional trouxe de
bagagem negativa de sua vida pessoal, advinda de uma experiência ou
simplesmente ligada a sua cultura.
Os
artigos de Guimarães et al. [8], Bastos et al. [12] e Scarratti et al. [13] trazem a ideia de que a morte
da criança não segue a ordem cronológica da vida de forma correta, uma vez que
muitas pessoas consideram a ordem da vida como nascer, crescer, envelhecer e
por último morrer, quando estiverem velhos.
O
enfermeiro necessita compreender que não existe uma ordem cronológica da vida,
visto que as pessoas, inclusive as crianças, morrem de diferentes maneiras e o
cuidado da enfermagem em muitos momentos será realizado não visando a cura, mas
sim a qualidade de vida dos pacientes. Independente do desfecho da doença, seja
ele conhecido ou não, o enfermeiro precisa prestar o cuidado de forma
humanizada, sempre colocando em prática todo o seu conhecimento
técnico-científico, para garantir a qualidade da assistência em saúde
realizada.
Os
artigos de Bastos et al. [12] e de Duarte et al. [14] apresentam
a ideia do acometimento dos enfermeiros por doença mental desencadeado pelos
sentimentos mal compreendidos que rodeiam a morte da criança com câncer, sendo
Bastos et al. [12], o responsável por trazer o adoecimento mental como
um agravante pouco falado, mas a cada dia mais frequente entre o meio dos
enfermeiros. Fato este que pode estar associado a dificuldade desses
profissionais em lidar com o sofrimento e a morte da criança, bem como das
repercussões desses eventos na família.
A
ideia de que os profissionais da saúde apenas salvam vidas e não lidam com a
morte foi descrita por vários autores [9,10,11,12,13]. Apesar da atuação do
enfermeiro ser centrada no cuidado, ainda está arraigada a cultura de que o
profissional da saúde tem como foco na cura das doenças, o que tem relação com
o sofrimento desses profissionais frente a morte de uma criança.
A
ideia de saúde voltada apenas na cura vem sendo amplamente discutida na
sociedade, especialmente pela expansão do conhecimento sobre cuidados
paliativos. A sociedade vem se preparando para a compreensão e posteriormente a
aceitação dessa prática. Infelizmente, o tabu envolvendo o cuidado paliativo,
especialmente na pediatria, ainda é um tema muito delicado, inclusive para os
profissionais da saúde, justamente pela falta de conhecimento e benefícios dos
cuidados paliativos para a criança e seus familiares.
Outro
aspecto relevante trazido por Verri et al.
[10] é que o enfermeiro, muitas vezes, trabalha de forma automática, buscando
não vivenciar os sentimentos e emoções envolvidas no processo de morte e
morrer, talvez como um mecanismo de defesa.
O
hospital foi apresentado como um local onde pouco se fala sobre a morte [12,13]
e a atitude do profissional frente a isso é, por vezes, calar-se sobre suas
angústias e sentimentos, demonstrando a importância desse profissional ser
acompanhado, apoiado e tratado quando necessário, a fim de minimizar o risco de
adoecimento mental [12,14].
Agrupamento
Temático 2 - Mecanismos de Enfrentamento do Enfermeiro no Processo de Morte e
Morrer em Oncopediatria
O
enfermeiro expressa diferentes sentimentos após a morte do paciente oncopediatrico e muitas vezes necessita de mecanismo de
enfrentamento para continuar exercendo com a qualidade o cuidado de enfermagem.
Os mecanismos de enfrentamento são aliados importantes e essenciais após a
perda de um paciente, pois auxiliam o enfermeiro a entender seus sentimentos,
colocá-los em ordem e retornar a sentir bons sentimentos.
De
acordo com Pacheco e Goldim [9] e Verri
et al. [10], o enfermeiro em muitos casos tenta afastar-se da criança e
seu familiar pensando assim que consiga não se afetar com a provável morte da
criança ou o sofrimento da mesma e de seus familiares. Já Bastos et al.
[12], Verri et al. [10] e Santos et al.
[11] descrevem que a criação do vínculo ajuda o profissional de enfermagem no
enfrentamento do luto após a perda de um paciente pediátrico, possibilitando ao
profissional uma positiva e significativa mudança em sua própria vida, dando
mais valor aos familiares e as pequenas coisas da vida, embora haja inúmeros
enfermeiros nos estudos que apostaram que a criação de vínculo com a criança
doente prejudica no seu próprio enfrentamento de luto.
Bastos et al. [12] apresenta a ideia de
melhorias na qualidade de vida como um mecanismo de enfrentamento do enfermeiro
após a morte de uma criança, tais como passar mais tempo com familiares, a
prática de exercícios físicos e até mesmo passeios no momento de descanso do
trabalho. Pacheco e Goldim [9] e Verri
et al. [10] trazem a Espiritualidade e a Psicoterapia como dois grandes
aliados dos profissionais da saúde, uma vez que os profissionais que as
praticam relataram que o luto após a morte de uma criança com câncer foi melhor
enfrentado e aceito com essas duas práticas presentes em suas
vidas.
Alguns
autores [9,10,11,12,13] apresentaram em seus estudos a possibilidade das instituições,
que trabalham com cuidados paliativos oncopediatricos,
disporem de momentos de escuta ativa através de grupos de apoio entre
profissionais para troca de experiências e a educação continuada desses
profissionais como mecanismos importantes no enfrentamento do luto após a perda
de uma criança.
Segundo
Guimarães et al. [8], Verri et al. [10]
e Santos et al. [11] as universidades deveriam preparar melhor seus
estudantes e futuros profissionais da saúde tanto para a prática assistencial à
criança com câncer quanto em cuidados paliativos, uma vez que muitos
enfermeiros relataram não terem aprendido sobre ambos os assuntos de forma
profunda durante sua graduação.
O
enfermeiro possui inúmeras responsabilidades em seu campo de atuação, sendo uma
delas o papel de líder da equipe de enfermagem, pois é a referência e o exemplo
para os técnicos de enfermagem; e o seu preparo na prática de assistência à
oncologia pediátrica é de suma importância para o adequado cuidado que a
criança e sua família neste momento necessita.
Os
profissionais, bem como os enfermeiros, não estão preparados para a morte de
seus pacientes, uma vez que a sociedade, a universidade e as instituições de
saúde estão voltadas para a ideia de que os enfermeiros profissionais salvem a
vida em todas as circunstâncias e quando isso não acontece são acometidos com sentimentos de frustração, culpa e angústia.
Estar
de frente com a morte de uma criança não é tarefa fácil para a equipe de
enfermagem, se trata de um momento delicado, em que a família precisa de muito
amparo, é essencial promover a este paciente uma morte o mais dignamente
possível.
Os cuidados paliativos não só na pediatria,
mas em todas as áreas da saúde são pouco aprofundados nos cursos da área da
saúde brasileira. Nesse sentido, torna-se fundamental que os profissionais se
capacitem e sigam seus princípios de forma clara e ética.
Conflitos
de interesse
O
presente estudo não tem conflitos de interesse.
Fontes
de financiamento
Não
recebemos financiamento.
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Constante MS; Coleta de dados: Constante MS; Análise e interpretação
dos dados: Peixoto COM, Constante MS, Rodrigues FSS, Coutinho AOR; Redação
do manuscrito: Peixoto COM, Constante MS, Rodrigues FSS, Coutinho AOR; Revisão
crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Peixoto
COM, Constante MS, Rodrigues FSS, Coutinho AOR