Enferm Bras 2022;21(5):636-48

doi: 10.33233/eb.v21i5.4942

REVISÃO

Organização dos serviços de atendimento a pacientes portadores de lesões de pele no Brasil

 

João Pedro da Silva Dória*, Izadora Yumi Yamauti Okuno*, Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes**, Amanda Regina da Silva Góis**, Larissa Brito Vieira Diniz**, Rachel Mola**

 

*Universidade de Pernambuco (UPE) campus Petrolina, PE, **Docente adjunta do colegiado de Enfermagem da Universidade de Pernambuco (UPE) campus Petrolina, PE

 

Recebido em 29 de setembro de 2021; Aceito em 7 de julho de 2022.

Correspondência: Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes, Rodovia BR 203, km 2 s/n Vila Eduardo, 56328-900 Petrolina PE

 

João Pedro da Silva Dória: joao.doria@upe.br

Izadora Yumi Yamauti Okuno: izadora.okuno@upe.br

Flávia Emília C. V. Fernandes: flavia.fernandes@upe.br

Amanda Regina da Silva Góis: amanda.gois@upe.br

Larissa Brito Vieira Diniz: larissabritovd@hotmail.com

Rachel Mola: rachel.mola@upe.br

 

Resumo

Introdução: A ocorrência das lesões de pele, independente da sua etiologia, demanda por vezes, do acompanhamento por serviços de saúde. Objetivo: Identificar na literatura científica, a organização dos serviços de atendimento a lesões de pele no Brasil. Métodos: Revisão integrativa realizada de janeiro a fevereiro de 2021, na Biblioteca Virtual em saúde, aplicando a estratégia PICO para formulação da pergunta norteadora. Resultados: Sete artigos foram analisados, emergindo categorias temáticas sobre a organização estrutural (estrutura física); material e de insumos (custos do tratamento); e funcional (protocolos de funcionamento) dos serviços. Foram identificadas inadequações referentes ao espaço físico das salas de curativo e equipamentos necessários na realização dos procedimentos; além de evidenciar a necessidade de sistematizar o cuidado prestado e capacitar o profissional. Conclusão: Foi possível identificar as potencialidades e carências existentes para a implementação do cuidado de qualidade ao paciente portador de lesão de pele, tendo as salas de curativo como cenário; além de contribuir para novos estudos, tornando o tema mais evidente para a comunidade científica e assistencial.

Palavras-chave: Enfermagem; ferimentos e lesões; cicatrização; estrutura dos serviços.

 

Abstract

Organization of care services for patients with skin lesions in Brazil: an integrative review

Introduction: The occurrence of skin lesions, regardless of their etiology, sometimes requires monitoring by health services. Objective: To identify, in the scientific literature, the organization of care services for skin lesions in Brazil. Methods: Integrative review carried out from January to February 2021, in the Virtual Health Library, applying the PICO strategy to formulate the guiding question. Results: Seven articles were analyzed, emerging thematic categories on structural organization (physical structure); material and inputs (treatment costs); and functional (working protocols) of the services. Inadequacies were identified regarding the physical space of the dressing rooms, and the equipment needed to carry out the procedures; in addition to highlighting the need to systematize the care provided and train the professional. Conclusion: It was possible to identify the potentials and needs for the implementation of quality care for patients with skin lesions, with the dressing rooms as a setting; in addition to contributing to new studies, making the theme more evident for the scientific and healthcare community.

Keywords: Nursing; wounds and injuries; wound healing; structure of services.

 

Resumen

Organización de los servicios de atención a pacientes con lesiones cutáneas en Brasil: una revisión integrativa

Introducción: La ocurrencia de lesiones cutáneas, independientemente de su etiología, requiere en ocasiones un seguimiento por parte de los servicios de salud. Objetivo: Identificar, en la literatura científica, la organización de los servicios de atención a las lesiones cutáneas en Brasil. Métodos: Revisión integrativa realizada de enero a febrero de 2021, en la Biblioteca Virtual en Salud, aplicando la estrategia PICO para formular la pregunta orientadora. Resultados: Se analizaron siete artículos, categorías temáticas emergentes sobre organización estructural (estructura física); material e insumos (costos de tratamiento); y funcional (protocolos de trabajo) de los servicios. Se identificaron deficiencias en cuanto al espacio físico de los camerinos y el equipamiento necesario para realizar los trámites; además de resaltar la necesidad de sistematizar la atención brindada y capacitar al profesional. Conclusión: Fue posible identificar las potencialidades y necesidades para la implementación de una atención de calidad para los pacientes con lesiones cutáneas, con las salas de curaciones como escenario; además de contribuir a nuevos estudios, haciendo más evidente el tema para la comunidad científica y sanitaria.

Palabras-clave: Enfermería; heridas y lesiones; cicatrización de heridas; estructura de los servicios.

 

Introdução

 

As lesões de pele, independente da etiologia, representam um problema de saúde pública; que somado à maior expectativa de vida da população, tendem ao aumento de pacientes que necessitam de atendimento e acompanhamento pelos serviços de saúde [1,2].

O processo cicatricial é multifatorial podendo sofrer influências de fatores fisiológicos, como a condição nutricional; e fatores externos, como o ambiente em que ocorre o cuidado [3]. Para o manejo terapêutico, especialmente para lesões de difícil resolução, há o acompanhamento multiprofissional nos serviços de saúde [4]. O ambiente em que ocorre a avaliação, escolha da terapia e realização dos procedimentos devem se adequar aos requisitos mínimos estruturais, funcionais, e de recursos humanos, para seu funcionamento adequado [5,6].

Diante da complexidade que envolve a dinâmica do cuidado relacionado ao tema, o objetivo deste estudo foi identificar, na literatura científica, a organização dos serviços de atendimento a lesões de pele no Brasil.

Métodos

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que permite a incorporação de evidências à prática clínica; reúne e sintetiza resultados de pesquisas sobre determinado tema ou questão; e promove agilidade na divulgação do conhecimento [7]. Para sua realização, foram seguidas cinco etapas sequenciais: 1) identificação da questão norteadora, 2) busca literária, 3) avaliação dos dados, 4) análise dos dados e 5) apresentação dos dados [8].

Para formulação da questão norteadora, aplicou-se a estratégia PICO [9], cuja sigla representa o acrônimo Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes”; resultando nos seguintes componentes: P – Serviços de atendimento a lesões de pele, I – Organização dos serviços de atendimento a lesão de pele no Brasil, C – Esferas organizacionais dos serviços e O – Descrição das esferas organizacionais. Assim, a questão norteadora foi: como estão organizados os serviços de atendimento a pacientes portadores de lesão de pele no Brasil?

A segunda etapa foi a busca na literatura realizada de janeiro a fevereiro de 2021, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com foco nas bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Base de Dados em Enfermagem (BDEnf), por serem de acesso gratuito.

Foram utilizados descritores presentes no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings): Nursing (Enfermagem), Wounds and Injuries (Ferimentos e Lesões), Wound Healing (Cicatrização), Leg Ulcers (Úlceras da Perna), Structure of Services (Estrutura dos Serviços), Costs and Cost Analysis (Custos e Análise de Custo), e Protocols (Protocolos). Para os cruzamentos dos descritores, descritos na tabela I, foi aplicado o operador booleano “AND” (Tabela I).

 

Tabela I - Estratégia de busca nas bases de dados no período de janeiro a fevereiro de 2021. Petrolina, PE, Brasil

 

Fonte: Dados da pesquisa, 2021

 

Os critérios de inclusão foram estudos disponíveis em inglês, espanhol e português, publicados de 2010 a 2020. Foram excluídos artigos que não apresentassem relação com o tema proposto no título/resumo, possuíssem repetição em duas ou mais bases de dados, e não tivessem relação com o local de estudo selecionado.

Na terceira etapa procedeu-se à avaliação dos resultados da busca. Dos 1.700 artigos identificados inicialmente, 1.669 foram excluídos pela repetição entre as bases, e não apresentarem o tema no título/resumo. Após a leitura na íntegra dos 10 artigos eleitos, três foram excluídos pelos seguintes motivos: um dos artigos se tratava de uma solicitação de projeto de pesquisa, um não caracterizava os protocolos utilizados no tratamento e acompanhamento de pacientes acometidos por lesões cutâneas, e um deles não abordava o tema proposto nos resultados. Foram incluídos na amostra final, sete artigos [12,13,14,15,16,17,18].

Na quarta etapa, ocorreu a análise dos dados e descrição dos estudos incluídos. Em seguida, os artigos foram registrados individualmente, em um instrumento de coleta elaborado pelos autores (quinta etapa - exposição dos dados), por ordem crescente de ano de publicação, denominados de “A” (artigo) seguido de algarismo arábico (A1 a A7), destacando os autores, ano de publicação e país de realização do estudo, objetivos, tipo de estudo, nível de evidência, grau de recomendação e resultados (Quadro 1). Posteriormente, foram discutidas as categorias temáticas identificadas.

O grau de recomendação e nível de evidência foram baseados na Escala de Oxford [10], a qual classifica os tipos de estudos como: Metanálise (A/1A), Ensaio Clínico Randomizado (A/1B), Revisão Sistemática (B/2A), Estudos Observacionais: Caso Controle (B/3B) e Coorte (B/2B), Séries de Casos (C/4) [11]. A classificação dos artigos selecionados foi realizada por dois pesquisadores, não havendo discordância entre os mesmos.

 

Resultados

 

A amostra final foi constituída por sete artigos, a maioria publicada no ano de 2015, em português, com predominância de profissionais de enfermagem com autores. Pesquisas do tipo quantitativa prevaleceram, cujos métodos de coleta foram a observação direta, dados secundários, formulário eletrônico enviado por e-mail, e busca em base de dados. Um artigo foi caracterizado como qualitativo, descritivo, com coleta de dados a partir da aplicação de instrumento semiestruturado.

O levantamento bibliográfico evidenciou a escassez de estudos sobre a organização estrutural e protocolar dos serviços de atendimento a lesões de pele no Brasil no período estabelecido. Com base nos resultados, emergiram três categorias temáticas: organização estrutural; organização material e de insumos; e organização funcional.

Na categoria organização estrutural (A4 e A6), foram abordadas as condições físicas ideais e reais dos ambulatórios e salas de curativo, evidenciando os fatores que influenciam no desempenho da atuação profissional.

A categoria organização material e de insumos (A2, A4, A5, A6 e A7) discorre sobre os custos relacionados ao atendimento do portador de lesão de pele, e sua relação com a promoção de saúde e qualidade de vida do profissional e do paciente.

Por fim, a categoria organização funcional (A1 e A3) discorre sobre o uso de protocolos assistenciais, bem como procedimentos de validação dos mesmos.

 

Quadro 1 - Caracterização dos artigos selecionados na revisão integrativa. Petrolina, PE, 2021

 

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

 

Discussão

 

Dos artigos analisados, a maioria foi publicada por enfermeiros. Acredita-se que o interesse do profissional de enfermagem sobre a área, que embora multidisciplinar, está relacionada à sua participação, em todas as fases do cuidado a lesões de pele [19].

O tratamento de lesões de pele representa um problema para os serviços de saúde, especialmente para os públicos, visto que é a principal porta de entrada e de acompanhamento terapêutico [15]. Para que haja uma condução efetiva a esse tipo de demanda, os serviços necessitam de condições estruturais para uma atuação profissional segura [5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15]; como também a presença dos itens necessários, com base nas determinações legais para seu funcionamento [20,21].

Entretanto, tais recomendações nem sempre fazem parte da realidade encontrada nesse contexto. Um dos artigos [15] revela inadequações com relação ao espaço das salas de curativo; e outro afirma que o espaço reduzido dificulta a circulação da equipe de enfermagem [17]. Dentro das normativas das salas de curativo, é indicado um espaço mínimo de 9 m², com dimensão mínima de 2,5 m [20]. Desse modo, a inadequação desse espaço compromete a autonomia da equipe, influenciando negativamente na qualidade assistencial, e interfere no conforto e segurança do paciente [5].

A equipe de enfermagem deve atentar para fatores do ambiente que venham a comprometer a condução eficaz dos procedimentos, à exemplo do sistema de ventilação das salas de curativo que respeite as diretrizes [20]. Contudo, nas publicações analisadas, nem todos os ambientes possuem esse sistema com funcionamento ideal. Um dos artigos [15] retrata que apesar das salas de curativos possuírem janela e ar-condicionado, por vezes esse equipamento apresenta mal funcionamento, impossibilitando sua utilização. Também é relatada a ausência de exaustor de ar, que, embora não mencionado nas diretrizes do Ministério da Saúde, é essencial, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), visto que possuem a função de evitar a proliferação de microrganismos [15].

Outra questão essencial de segurança do paciente é referente às paredes e pisos, que devem ser laváveis. A maioria das salas descritas nesta pesquisa são equipadas com tais itens, representando fator positivo na execução das atividades. É importante evidenciar, porém, a existência de salas que não se enquadram às determinações legais [21]; e que, embora representem a minoria, refletem um dado preocupante por ser um ambiente com alto fluxo de atendimento [15].

Sobre os itens necessários nas salas de curativo, foi evidenciada a necessidade de pia com torneira que dispense o uso das mãos, e de bancada para o preparo dos materiais de uso [15,16,17]. Como consequência, a ausência ou inconformidade de tais itens irá dificultar e, muitas vezes, impossibilitar a atuação do enfermeiro na realização do cuidado integral e seguro [22].

A fim de garantir a privacidade dos pacientes durante os procedimentos dentro da sala de curativo, é recomendada a presença de, no mínimo, um biombo visando a manutenção da privacidade em casos de ocorrência de procedimentos simultâneos [21]. Entretanto, um dos estudos analisados relata que a ausência do biombo é uma problemática vivenciada com frequência pelos usuários; pois é considerado um instrumento essencial de preservação da autoimagem e da autoestima dos pacientes [17].

Assim, pode-se inferir que as inconformidades estruturais representam um problema que compromete o aproveitamento funcional do serviço, influencia negativamente o desempenho assistencial do profissional, e, expõe o paciente a condições inadequadas durante o procedimento a que é submetido.

No que diz respeito aos registros dos atendimentos a portadores de lesões de pele, além de representarem ferramentas importantes na avaliação e acompanhamento terapêutico, têm a função adicional de mensurar o custo-efetividade dos materiais e insumos utilizados. Dessa forma, a falta de registro impossibilita conhecer a realidade vivenciada pelos serviços de saúde nesse contexto [23].

Quando analisadas as informações referentes aos materiais e insumos utilizados no tratamento das lesões, três artigos descreveram o hidrocoloide, hidrogel, alginato de cálcio, gaze de rayon, carvão ativado, espuma com prata e o ácido graxo essencial (AGE) como as coberturas especiais prevalentes no tratamento [13,16,18].

O AGE é amplamente utilizado pela variada possibilidade de indicação e baixo custo; pode estar presente na gaze de rayon, também é comumente utilizada por não aderir ao leito da ferida [23,24,25]. O carvão ativado, placa de hidrocoloide e o hidrogel são indicados com base no reconhecimento sobre a etiologia da ferida, o estágio cicatricial, o tipo de tecido identificado na lesão em determinado momento da terapia, e a evolução do processo de cicatrização [24,25].

Com relação ao suprimento de materiais básicos para a atuação do enfermeiro dentro desses ambientes, dois dos artigos [15,17] discorreram sobre a disponibilidade e uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), que embora imprescindíveis, por vezes encontram-se insuficientes nos ambientes assistenciais. Um estudo realizado em Unidades Básicas de Saúde do Rio Grande do Norte revelou que entre os principais motivos para a não adesão de EPIs por profissionais de enfermagem durante os procedimentos, em muitos casos havia o risco de contato do profissional com fluidos orgânicos dos pacientes, está a indisponibilidade dos mesmos pelo serviço [26].

O fornecimento e reposição de EPIs é de responsabilidade dos serviços de saúde empregadores, por meio da Norma Regulamentadora n.º 32 [27], que especifica os insumos e materiais necessários para garantir a segurança do profissional frente ao risco de exposição a material biológico [28]. Destarte, a escassez e indisponibilidade de recursos materiais na prática assistencial limita o potencial da resolutividade das ações da equipe de enfermagem e dificulta a integralidade do cuidado [24].

A fim de evitar a ocorrência de fatores externos que possam comprometer a condução terapêutica da lesão, é necessária uma organização funcional efetiva com dinâmica de fluxo assistencial; uma equipe multiprofissional capacitada [29]. Deve-se, portanto, adotar práticas seguras, incluindo boas condições de trabalho, evitando a exaustão física e mental. O profissional precisa ter a noção das situações que o colocam em risco, adaptando-se à realidade dos cuidados, sem colocar em risco a própria saúde, ou seja, o mesmo planeja, implementa e avalia de acordo com cada caso [22].

Nesta revisão, dois artigos abordaram a importância de protocolos voltados ao acompanhamento do paciente atendido nas salas de curativo [12,14], já que na criação e implementação dos mesmos havia participação predominante de profissionais de enfermagem.

Considerando que a equipe de enfermagem é a principal responsável pelo gerenciamento assistencial do cuidado com feridas, sua assistência deve ser padronizada pelo serviço, viabilizando o melhor direcionamento a ser instituído, e a maior facilidade de monitoramento e avaliação do cuidado [30]. Para tanto, a utilização do método de trabalho sistematizado e respaldado legalmente [31,32] deve ser associado a instrumentos com informações sobre o paciente e conduta adotada no manejo da ferida, facilitando a compreensão e dinamizando o cuidado eficaz [30,33].

As limitações encontradas para a realização desta revisão, foram referentes à escassez de publicações relacionadas ao objeto de estudo, e ao quantitativo de descritores que se relacionam ao problema da pesquisa.

 

Conclusão

 

A análise dos artigos incluídos nesta revisão identificou aspectos organizacionais relacionados aos contextos estrutural, material e de insumos, e funcional em ambientes voltados ao tratamento de lesões de pele.

No contexto estrutural, foram identificadas inadequações do espaço físico das salas de curativo e de equipamentos necessários para a realização dos procedimentos. Sobre a organização material e de insumos, foram descritas as principais coberturas utilizadas como terapia tópica pelos serviços, sendo prevalente o hidrocoloide, hidrogel, alginato de cálcio, gaze de rayon, carvão ativado, espuma com prata e o ácido graxo essencial. Além disso, pode-se observar a insuficiência ou indisponibilidade de itens e insumos básicos, necessários para uma rotina de trabalho segura.

No contexto funcional, a capacitação profissional e a sistematização uniformizada foram identificadas como fatores essenciais para o cuidado qualificado dos serviços. Recomenda-se, portanto, a realização de novos estudos nessa temática, com vistas à disseminação das recomendações ideais para o funcionamento dos serviços de atendimento a portadores de lesões de pele.

 

Conflitos de interesse

Os autores declaram que não houve quaisquer conflitos de interesse neste artigo.

 

Fontes de financiamento

Os autores declaram que não houve financiamento para produção deste artigo.

 

Contribuição dos autores

Concepção e desenho da pesquisa: Dória JPS, Okuno IYY, Fernandes FECV, Góis ARS, Mola R; Coleta de dados: Dória JPS, Okuno IYY; Análise e interpretação dos dados: Dória JPS, Okuno IYY, Fernandes FECV, Mola R; Análise estatística: Fernandes FECV; Redação do manuscrito: Dória JPS, Okuno IYY, Fernandes FECV, Góis ARS, Mola R; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Fernandes FECV, Góis ARS, Mola R, Diniz LBV.

 

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