Enferm Bras. 2023;22(1):132-43
REVISÃO
Conhecimento dos
enfermeiros intensivistas sobre prevenção de lesões por pressão: implicações
para a segurança do paciente
Ritielly Hevelin
Garrido de Moraes1, Marcela Vilarim Muniz1,
Kaiomakx Renato Assunção Ribeiro1
1Programa Multiprofissional em Terapia
Intensiva da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF)
Recebido em 11 de novembro
de 2022; Aceito em 12 de fevereiro de 2023.
Correspondência: Ritielly Hevelin Garrido de Moraes
E-mail: ritiellyhevelin@hotmail.com
Como citar
Moraes RHG, Muniz MV,
Ribeiro KRA. Conhecimento dos enfermeiros intensivistas sobre prevenção de
lesões por pressão: implicações para a segurança do paciente. Enferm Bras. 2023;22(1):132-43 doi: 10.33233/eb.v22i1.5331
Resumo
Objetivo: Analisar a produção científica sobre a
prevenção de lesão por pressão (LP) nas Unidades de Terapia Intensiva, quais os
conhecimentos da equipe de enfermagem para prevenir o dano ao paciente e como
influencia na segurança do paciente. Métodos: Trata-se de um estudo de
revisão integrativa da literatura realizada no período de junho a outubro de
2022. O levantamento foi a partir do Portal da Biblioteca Virtual da Saúde
(BVS), nas bases de dados: Literatura Internacional em Ciências da Saúde
(Medline), Base de Dados Enfermagem (BDEnf) e
Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). A amostra final da revisão integrativa foi
constituída de oito (08) artigos. Resultados: Dos oito artigos, apenas
um deles a enfermagem apresentava conhecimento sobre a prevenção de lesões por
pressão satisfatória. Conclusão: O conhecimento dos enfermeiros atuantes
em Unidade de Terapia Intensiva sobre prevenção das lesões por pressão é
inadequado. Sendo assim, o enfermeiro como responsável pelo cuidado direto e
contínuo ao paciente deve possuir o conhecimento baseado em evidências
científicas, para prevenir o surgimento das lesões e consequentemente
aperfeiçoar a assistência prestada, reduzir o tempo de internação, assim como
os custos hospitalares e melhorar a qualidade da segurança do paciente.
Palavras-chave: lesão por pressão, unidade de terapia
intensiva, enfermagem, enfermagem de cuidados críticos.
Abstract
Knowledge of intensive care nurses about pressure injury prevention:
implications for patient safety
Objective: To analyze the scientific production on the
prevention of pressure injury (PI) in Intensive Care Units, what knowledge the
nursing team has to prevent harm to the patient, and how it influences
patient’s safety. Methods: This is an integrative literature review
study carried out from June to October 2022. The survey was based on the
Virtual Health Library Portal (BVS), in the databases: International Literature
in Health Sciences (Medline), Nursing Database (BDEnf)
and Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (Lilacs). The
final sample of the integrative review consisted of eight (08) articles. Results:
Of the eight articles, only one of them was about nursing with satisfactory
knowledge about the prevention of pressure injuries. Conclusion: The
knowledge of nurses working in the Intensive Care Unit on the prevention of
pressure injuries is inadequate. Thus, the nurse, as responsible for direct and
continuous care to the patient, must have knowledge based on scientific
evidence, to prevent the emergence of injuries and consequently improve the
care provided, reduce hospitalization time, as well as hospital costs and
improve the quality of patient safety.
Keywords: pressure ulcer; intensive care unit; nursing;
critical care nursing.
Resumen
Conocimiento de las enfermeras de cuidados intensivos sobre la
prevención de lesiones por presión:
implicaciones para la seguridad del paciente
Objetivo: Analizar la producción científica sobre la prevención de IP en Unidades de Cuidados Intensivos, qué
conocimientos tiene el equipo de enfermería para
prevenir daños al paciente y cómo
influye en la seguridad del
paciente. Métodos: Se trata de un estudio integrador de revisión
bibliográfica realizado de junio a octubre de 2022. La encuesta se basó en el
Portal de la Biblioteca Virtual en
Salud (BVS), en las bases de datos: Literatura
Internacional en Ciencias
de la Salud (Medline), Base
de Datos de Enfermería (BDEnf) y Literatura Latinoamericana
y del Caribe en Ciencias de la Salud (Lilacs). La muestra final de la revisión integradora estuvo compuesta por ocho (08)
artículos. Resultados: De los ocho artículos, solo uno de ellos
fue sobre enfermería con conocimientos satisfactorios sobre la prevención de lesiones por presión.
Conclusión: El conocimiento
de los enfermeros que actúan en la
Unidad de Cuidados Intensivos sobre la prevención de las lesiones por presión es inadecuado. Así, el enfermero, como responsable del cuidado directo y continuo al
paciente, debe tener conocimientos basados en la evidencia científica, para
prevenir la aparición de
lesiones y consecuentemente mejorar
la atención brindada, reducir el tiempo
de hospitalización, así
como los costos hospitalarios y mejorar la calidad de seguridad
del paciente.
Palabras-clave: úlcera por presión, unidades de
cuidados intensivos, enfermería, enfermería
en cuidados críticos.
A Lesão
por Pressão (LP) foi definida em 2016 pelo National
Pressure Ulcer Advisory Panel [1] como “um
dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro
artefato”. Consideram-se fatores de risco: desnutrição, edema, vasoconstrição
medicamentosa, alteração do nível de consciência, incontinências e vasculopatias, hipertermia, imobilidade, pressão, fricção,
idade, umidade e uso de colchão inadequado [1,2].
Em
Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é possível observar esses fatores de risco
presentes no cotidiano dos pacientes internados, por estarem com alterações
importantes, como o nível de consciência, sedação, suporte ventilatório, uso de
drogas vasoativas, restrição de movimentos por período prolongado de tempo,
instabilidade hemodinâmica entre outros. Condições que reduzem a permeabilidade
vascular gerando aparecimento de edema e causando a isquemia tissular,
desenvolvendo as lesões por pressão [3].
Esses
pacientes que apresentam risco de desenvolvimento de LP, necessitam de inspeção
diária de toda a superfície cutânea, tendo atenção especial às áreas de alto
risco, sendo elas as regiões: sacral, calcâneo, ísquio, trocanter, occipital,
escapular, maleolar e regiões corporais submetidas à pressão por dispositivos
como a presença de cateteres, tubos e drenos [4].
Ao
enfermeiro cabe privativamente conforme o artigo 8°, da Lei do exercício
profissional, a prescrição da assistência de enfermagem, o que inclui o
planejamento e a prescrição dos cuidados relacionados às LP, que deve conter
como competências básicas, conhecimento sobre promoção, recuperação e
manutenção da integridade da pele [5,6].
A
enfermagem deve promover a prevenção e evitar as principais complicações da
hospitalização prolongada, sendo necessário medidas de intervenção, visando
impedir o aparecimento de lesões. O uso de instrumentos de avaliação de riscos
para o desenvolvimento de LP, como as escalas de Braden
e Norton, auxiliam o enfermeiro, que é o responsável pelo cuidado direto e pelo
gerenciamento da assistência, na tomada de decisões para o planejamento das
medidas preventivas, planejamento e a prescrição dos cuidados [7,8].
Portanto,
avaliar o nível de conhecimento dos profissionais é essencial, uma vez que
impacta diretamente na segurança do paciente. Além de permitir a identificação
e análise das principais deficiências de conhecimento encontradas, proporcionando
a implementação de estratégias educativas de forma mais efetiva, o que
ocasionaria um aumento significativo na segurança do paciente, na qualidade da
prevenção de riscos, na redução do tempo de internação hospitalar e no
surgimento da LP [2,8].
Diante do
exposto, este estudo tem como objetivo analisar a produção científica sobre a
prevenção de LP nas Unidades de Terapia Intensiva, quais os conhecimentos da
equipe de enfermagem para prevenir o dano ao paciente e como isso influencia na
segurança do paciente.
Trata-se
de um estudo de revisão integrativa da literatura, que é caracterizada como uma
ampla abordagem metodológica, seu foco é baseado na síntese de conhecimento, e
sua aplicabilidade visa o entendimento completo do fenômeno analisado [9,10].
A
pesquisa foi composta pelas seguintes etapas: definição da questão norteadora
do estudo; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão; definição da
informação a ser extraída dos estudos selecionados; análise e interpretação dos
estudos que compõem a amostra; síntese dos resultados e apresentação da revisão
[9,10].
A busca
científica partiu da seguinte questão norteadora: Qual o nível de conhecimento
dos enfermeiros Intensivistas com relação à prevenção de lesão por pressão?
Posteriormente foi feita uma discussão sobre o impacto desse conhecimento para
a segurança do paciente.
A
pesquisa foi realizada na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), nas bases de
dados: Literatura Internacional em Ciências da Saúde (Medline), Base de Dados
Enfermagem (BDEnf) e Literatura Latino Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Para a
estratégia de pesquisa nas bases de dados mencionadas foram utilizados
descritores (DECS/MESH) os quais foram organizados da seguinte forma: “pressure ulcer” AND “knowledge” AND “Intensive care unit” AND (“nurses” OR “critical care nursing”).
A
pesquisa foi realizada no período de junho a outubro de 2022. Os critérios de
inclusão foram: artigos publicados nos últimos 11 anos (no período de 2012 a
2022); idiomas inglês e português; disponíveis on-line e que responderam à
questão norteadora. Foram excluídos os estudos que não apresentavam o texto
completo.
Figura 1 - Fluxograma de busca que compôs a
revisão integrativa
A amostra
final desta revisão integrativa foi constituída de 8 artigos. Para melhores
visualizações das publicações que compõem a revisão, construiu-se um quadro,
com as principais informações dos estudos conforme mostrado no quadro abaixo
(Tabela I).
Tabela I – Características dos artigos
selecionados para a amostra do estudo: segundo título, autor/ano, metodologia e
objetivo
Fonte:
Elaboração dos autores (2022)
Os oito
artigos selecionados consistem em dois estudos exploratórios, cinco estudos
transversais descritivos e um estudo comparativo.
Com
relação ao local de realização dos estudos, três artigos foram realizados no
Brasil, três no Irã, um nos Estado Unidos e um em Chipre.
O
instrumento utilizado em sete artigos do estudo para avaliar o nível de
conhecimento dos enfermeiros foi o Pieper Pressure Ulcer Knowledge Test (PUKT), o outro é questionário
semiestruturado realizado pelos próprios autores [11]. A grande maioria dos
artigos usam o PUKT, que se baseia no Guia Norte-Americano de Previsão e
Prevenção de Úlcera de Pressão, como estratégia de avaliação. O teste foi
desenvolvido por Piepper e Mott, nos Estados Unidos
em 1995, foi adaptado para o português por Fernandes, Caliri
e Haas em 2018, resultando em 41 itens, sendo seis de classificação e
estadiamento, dois de descrição da ferida e 33 de prevenção. O ponto de corte
para conhecimento adequado foi fixado em 90% de acertos no questionário [18].
Em todos
os estudos, houve predominância do sexo feminino na amostra estudada, acima de
60% com relação ao quadro de participantes, fator histórico e cultural, em que
se evidencia que esta categoria é uma profissão exercida, em sua grande
maioria, pelo sexo feminino.
A
quantidade mínima de participantes nos estudos foram de 20 [12] e máxima de 328
[15] nos estudos. Todos foram realizados com enfermeiro de Unidades de Terapia
Intensiva, apenas um incluiu enfermeiros, residentes e técnicos de enfermagem
[11].
A Tabela
II mostra um esquema com os principais resultados dos estudos, dos oito
artigos, apenas um a equipe de enfermagem apresentava conhecimento satisfatório
[11]. Isso pode estar relacionado ao fato de ter sido o único estudo que foi
realizado com enfermeiros, técnicos e residentes, o resultado diverge dos
demais estudos, possivelmente devido ao número de diferentes categorias
profissionais.
Tabela II - Principais resultados
Fonte:
Elaboração dos autores (2022)
Diante
do
exposto é possível inferir que não apenas no
Brasil, mas também em outros
países há um déficit de conhecimento do enfermeiro
com relação à prevenção da
lesão por pressão, possivelmente ocasionado pela
visão dos enfermeiros estarem
ainda voltados ao tratamento e manejo dessas lesões, não
almejando,
primeiramente, a prevenção e os conhecimentos
relacionados a elas [11].
Como
visto, as lesões por pressão (LP) constituem um problema de saúde pública em
nível mundial e são um indicador da qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Apesar de 95% das LP serem evitáveis através da identificação precoce do risco,
este procedimento não é realizado de forma sistemática em todas as unidades de
saúde [13].
Devido a
essa falta de planejamento sistemático da equipe de enfermagem, a alta
prevalência de LP gera estresse financeiro excessivo nas organizações de saúde.
Segundo Tirgari et al. [17] as lesões por
pressão são a terceira condição mais cara depois do câncer e das doenças
cardiovasculares. Nos Estados Unidos, o sistema de saúde gasta US$ 18,5 bilhões
por ano pelo tratamento destas lesões [15].
No
Brasil, de acordo com o Boletim Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços
de Saúde, mais de 60 mil dos incidentes hospitalares relacionados à assistência
à saúde são por lesões por pressão [18].
Assim,
evitar que a lesão se desenvolva desprende menos trabalho da equipe e custos,
ao contrário de lidar com as consequências de seu surgimento. Um estudo
realizado em um hospital brasileiro, sobre os gastos totais para tratamento de
LP evidenciou que elas acarretam elevados custos para os sistemas de saúde.
Segundo Andrade et al. [20], no período de seis meses, a LP de estágio 2
a variação foi de R$67,69 a 172,32; a LP de estágio 3 custou entre R$29,02 e
R$96,38; as de estágio 4 variaram entre R$20,04 e R$225,34; e as não
classificáveis custaram entre R$16,41 e R$260,18, para a maioria dos curativos,
o custo aumentou proporcionalmente ao aumento da área e à progressão da
categoria das LP. Outro estudo verificou que a média de custo semestral do
tratamento de LP, por paciente é de R$ 1.886,00 e o custo total semestral de R$
113.186,00 [21].
Como
ferramenta disponível para reduzir esses custos e os danos ao paciente, temos a
escala de Braden, uma das mais utilizadas para
auxiliar na identificação do risco de desenvolvimento de LP. A escala deve ser
utilizada na admissão e reavaliação diária de todos os pacientes. Porém sabemos
no decorrer deste estudo que os pacientes de UTI possuem maiores fatores de
risco, segundo Tirgari et al. [17] o risco de
desenvolver uma lesão por pressão aumenta em 4,2% a cada dia em que o paciente
é conectado a um ventilador.
Portanto,
é necessário relacionar a escala de Braden conforme o
grau de risco, em que as medidas preventivas variam, conforme consta listado a
seguir, consecutivamente, de acordo com o Protocolo para Prevenção de Úlcera
por Pressão em 2013 do Ministério da Saúde: 1) Risco baixo (15 a 18 pontos na
escala de Braden),
cronograma de mudança de decúbito;
otimização da mobilização;
proteção do calcanhar; manejo da umidade,
nutrição,
fricção e cisalhamento, bem como uso de
superfícies de redistribuição de
pressão. 2) Risco moderado (13 a 14 pontos na escala de Braden),
continuar as intervenções de baixo risco; mudança de decúbito com
posicionamento a 30°. 3) Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden), continuar as intervenções do risco moderado;
mudança de decúbito frequente; utilização de coxins de espuma para facilitar a
lateralização a 30º. 4) Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden), continuar as intervenções do risco moderado;
mudança de decúbito frequente; utilização de coxins de espuma para facilitar a
lateralização a 30º. 5) Risco muito alto (≤ 9 pontos na escala de Braden), continuar as intervenções do risco alto;
utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de ar, se
possível; manejo da dor [22].
A escala
individualmente não gera nenhum benefício ao paciente, é um parâmetro que deve
ser utilizado em associação com o conhecimento científico e a avaliação clínica
do enfermeiro, essas escalas auxiliam o enfermeiro na tomada de decisões quanto
ao planejamento das medidas preventivas. Daí a importância imprescindível de
motivar os enfermeiros a melhorarem seus conhecimentos e consequentemente
reduzindo os problemas associados às LP [12].
A
enfermagem lida diariamente com indivíduos de alto risco para desenvolver LP, a
segurança do paciente é utilizada como um indicador da qualidade da assistência
prestada. Por esta razão, prevenir a ocorrência de qualquer dano, com o
conhecimento do manejo da lesão, dos fatores de risco e implementação de
abordagens preventivas é fundamental para que seja garantida a segurança do
paciente [14].
Diante
dos estudos pesquisados, pode-se afirmar que o conhecimento dos enfermeiros
atuantes em Unidade de Terapia Intensiva sobre prevenção das lesões por pressão
é inadequado, possivelmente pela assistência estar mais voltada ao tratamento e
manejo dessas lesões. Sendo assim, o enfermeiro como responsável pelo cuidado
direto e contínuo ao paciente, deve alcançar uma assistência de qualidade
ideal, possuindo o conhecimento baseado em evidências científicas, para
prevenir o surgimento das lesões e consequentemente aperfeiçoar a assistência
prestada, reduzir o tempo de internação, assim como os custos hospitalares e
melhorar a qualidade da segurança do paciente.
Portanto,
a importância deste estudo é para servir de inspiração, diante dos resultados
apresentados, com relação a atualização sobre o panorama não apenas no Brasil,
mas também de outros países, sobre o conhecimento dos enfermeiros a respeito
das LPs, incentivando assim os gestores e líderes de enfermagem a avaliar o
nível de conhecimento de modo a identificar as necessidades dos profissionais,
a fim de aprimorar a criação e implementação de programas educativos.
Conflitos
de Interesse
Não houve
conflito de interesse
Fontes
de financiamento
Financiamento
próprio (autores)
Contribuições
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Moraes RHG, Muniz MV, Ribeiro KRA; Coleta de dados: Moraes RHG; Análise
e interpretação dos dados: Moraes RHG, Muniz MV, Ribeiro KRA; Redação do
manuscrito: Moraes RHG, Muniz MV; Revisão crítica do manuscrito quanto
ao conteúdo intelectual importante: Moraes RHG, Muniz MV, Ribeiro KRA