Enferm Bras.
2023;22(5):564-74
ARTIGO
ORIGINAL
Impacto
da implantação da monitoria pedagógica de farmacologia na graduação em
Enfermagem
Paula
Lima do Carmo
Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Macaé, RJ, Brasil
Recebido
em: 28 de fevereiro de 2023; Aceito em:
15 de agosto de 2023.
Correspondência: Paula Lima do Carmo, paulacarmo@macae.ufrj.br
Como citar
Resumo
Objetivo: Relatar a experiência da implantação
da monitoria pedagógica na disciplina de Farmacologia da graduação em
Enfermagem em uma Universidade pública. Métodos: Estudo descritivo com
análise quantitativa sobre o desempenho dos discentes na Farmacologia do curso
de Enfermagem em Macaé da Universidade Federal do Rio de Janeiro, antes e após a
implantação da monitoria. A monitoria foi ofertada durante nove semanas com a
realização de estudos dirigidos. As análises estatísticas foram realizadas com
análise de variância (One Way – ANOVA), sendo as
diferenças entre os grupos consideradas estatisticamente significativas quando
p < 0,05. Resultados: Observou-se uma redução significativa no número
de reprovações na disciplina comparando os dois anos anteriores e dois anos
após a implantação da monitoria, de 37,9 ± 7,5% para 6,4 ± 5,3% dos alunos (p
< 0,05), respectivamente. Esses índices foram alcançados à medida que foi
observado um aumento na assiduidade dos alunos na monitoria. Em relação ao
grupo de alunos com maior média na disciplina (notas 7,0 a 10,0) houve um
aumento significativo de 9,9 ± 3,2% para 40,9 ± 10,7% (p < 0,05). Conclusão:
A implantação da monitoria pedagógica de Farmacologia no curso de Enfermagem
foi eficaz na redução no índice de reprovação da disciplina; além de permitir
solidificação dos conhecimentos adquiridos pelos alunos-monitores.
Palavras-chave: fármacos; ensino superior; enfermagem
Abstract
Impact of the implementation of pharmacological
pedagogical monitoring in undergraduate nursing
Objective: To report the experience of
implementing pedagogical monitoring in the Pharmacology discipline of the
Nursing undergraduate course at a public university. Methods:
Descriptive study with quantitative analysis on the performance of students in
Pharmacology of the Nursing course in Macaé at the
Federal University of Rio de Janeiro, before and after the implementation of
monitoring. Monitoring was offered for nine weeks with targeted studies.
Statistical analyzes were performed using analysis of variance (One Way –
ANOVA), with differences between groups considered statistically significant
when p < 0.05. Results: There was a significant reduction in the
number of failures in the subject comparing the two years before and two years
after the implementation of monitoring, from 37.9 ± 7.5% to 6.4 ± 5.3% of
students (p < 0.05), respectively. These indices were reached as an increase
in student attendance in monitoring was observed. Regarding the group of
students with the highest average in the subject (grades 7.0 to 10.0) there was
a significant increase from 9.9 ± 3.2% to 40.9 ± 10.7% (p < 0.05). Conclusion:
The implementation of pedagogical monitoring of Pharmacology in the Nursing
course was effective in reducing the failure rate of the discipline; in
addition to allowing solidification of the knowledge acquired by
student-monitors.
Keywords: drugs; university education;
nursing
Resumen
Impacto de
la implementación del auxilio
estudiantil en farmacologia en la graduación en Enfermería
Objetivo: Relatar la experiencia de implementación del auxilio estudiantil en la disciplina Farmacología del programa de graduación en Enfermería de una universidad pública. Métodos: Estudio descriptivo con análisis cuantitativo sobre el desempeño de los estudiantes de Farmacologia del programa de graduación en Enfermería de Macaé en la Universidad
Federal de Rio de Janeiro, antes y después de la implementación del auxilio estudiantil. Se ofreció seguimiento durante nueve semanas con estudios específicos. Los análisis
estadísticos se realizaron mediante análisis de varianza (One Way - ANOVA), y las diferencias
entre los grupos se consideraron
estadísticamente significativas cuando
p < 0,05. Resultados: Hubo una reducción significativa en el número de reprobados
comparando los dos años
antes y dos años después de
su implementación, de 37,9
± 7,5 % a 6,4 ± 5,3 % de los estudiantes
(p < 0,05), respectivamente. Estos índices se alcanzaron en la
medida en que se observó un aumento de la frequencia de los estudiantes al auxilio estudiantil.
En cuanto al grupo de estudiantes con mayor promedio en la materia
(notas 7,0 a 10,0) hubo un
aumento significativo de 9,9 ± 3,2% a 40,9 ± 10,7% (p < 0,05). Conclusión: La implementación
del auxilio estudiantil de Farmacología en la carrera de Enfermería
fue eficaz en la reducción de la tasa de reprobación
de la disciplina; además de
permitir la solidificación
de los conocimientos
adquiridos por los alumnos-monitores.
Palabras-clave: drogas; enseñanza superior; enfermería
Em
1968 foi criada a Lei n 5.540 que dispõe sobre o ensino superior no Brasil,
incluindo os programas de monitoria no Brasil, no qual o artigo 41 afirma que
(BRASIL, Lei nº 5.540, 1968): “as universidades deverão criar as funções de
monitor para alunos do curso de graduação que se submeterem a provas
específicas, nas quais demonstrem capacidade de desempenho em atividades
técnico-didáticas de determinada disciplina” [1]. Esta lei sugeria que os
monitores deveriam ser remunerados, e ainda que esta atividade deveria
contabilizar como título para posterior ingresso em carreira de magistério
superior. Posteriormente, modificações aconteceram na sua regulamentação,
definindo mais especificamente os seus objetivos e o papel dos professores e
alunos envolvidos. Assim, em 1996, foi publicada a Lei de Diretrizes e Base da
Educação Nacional, no qual o artigo 84 inclui: “Os discentes da educação
superior poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas
respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu
rendimento e seu plano de estudos” [2].
Os
programas de monitoria são oferecidos pela grande maioria das Universidades
Públicas Brasileiras, normalmente administrada pelas Pró-Reitorias
de Graduação, incluindo alunos bolsistas e voluntários, cujas regulamentações
são aprovadas pelos conselhos superiores de cada universidade. A monitoria pode
ser definida como uma rede de apoio ao ensino, no qual estudantes de períodos
mais adiantados da graduação colaboram no processo de ensino-aprendizagem dos
alunos que estão cursando períodos anteriores [3]. A partir daí, surgem infinitas
possibilidades de implantação desse programa para otimização do aprendizado, e
fica sob a responsabilidade de cada disciplina desenvolver estratégias para
adequar a monitoria às necessidades dos discentes.
Nos
encontros de monitoria, a relação hierárquica professor-aluno é desfeita,
permitindo um canal de diálogo mais informal, e assim, a construção da relação
conhecimento/aprendizado recíproco entre alunos [4,5]. Para os
alunos-monitores, o processo também se mostra bastante interessante, na medida
em que permite compartilhar experiências autorregulatórias
e dificuldades ao professor orientador, além de adquirirem maior criticidade,
responsabilidade e autonomia [6]. Somado a isso, os monitores podem iniciar
habilidades docentes (oralidade, postura, aprofundamento), o que amplia sua
formação crítica dos saberes e capacidade de integração de assuntos próprios da
docência superior [6,7].
Entretanto,
existe uma carência de literatura abordando o tema monitoria acadêmica e seus
impactos na graduação dos profissionais da área da saúde. Assim, o objetivo
deste trabalho é relatar a experiência do impacto da implantação da monitoria
nos índices de aprovação da disciplina de Farmacologia no curso de graduação em
Enfermagem do Centro Multidisciplinar da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) em Macaé.
Trata-se
de um relato de experiência, estudo descritivo, com abordagem quantitativa
realizado na disciplina de Farmacologia do curso de Enfermagem do Centro
Multidisciplinar da UFRJ-Macaé. O conteúdo de farmacologia neste curso é
dividido em duas disciplinas, a primeira ministrada no quinto período da
graduação e a segunda, no sexto período. Neste trabalho, apenas a disciplina de
Farmacologia 1 foi atendida.
No
segundo semestre de 2016, o polo da UFRJ, localizado na cidade de Macaé,
iniciou sua participação no edital “Programa de Monitoria de Apoio Pedagógico”,
vinculado à Divisão de Integração Acadêmica da Pró-Reitoria
de Graduação. Foram selecionados os alunos-monitores que comprovaram: a)
aprovação na disciplina com grau igual ou superior a 7,0; b) coeficiente de
rendimento acumulado (CRA) igual ou superior a 6,0; c) não ter sofrido nenhum
tipo de sanção disciplinar. Para a disciplina de Farmacologia, especificamente,
foram realizadas provas teóricas e entrevistas. Os alunos-monitores
selecionados cumpriram a carga horária semanal de 8 a 12 horas.
A
proposta da monitoria em Farmacologia foi implementar a realização de nove
estudos dirigidos (EDs) aos alunos da Enfermagem da
UFRJ/Macaé, contemplando o conteúdo ministrado em sala de aula, além de casos
clínicos construídos com a participação dos alunos-monitores.
Os
índices de reprovação da disciplina foram calculados ao longo de 8 semestres (entre
os anos de 2014 a 2018), sendo 4 antes da monitoria e 4 após implantação da
monitoria. Foram calculadas as médias de notas da disciplina, apresentadas em
três grupos: 0,0 a 4,9 (alunos reprovados); 5,0 a 6,9 (alunos aprovados); e,
7,0 a 10,0 (alunos aprovados).
Foram
controladas a frequência dos alunos participantes nos encontros da monitoria ao
longo dos semestres 2016/1, 2017/1, 2017/2 e 2018/1. Posteriormente, foram
calculadas e comparadas as médias de presença dos alunos divididas nos seguintes
grupos: não compareceu; compareceu entre 1-3 encontros; 4-6 encontros; ou 7-9
encontros.
Os
índices de reprovação da disciplina e a frequência na monitoria ao longo dos
semestres foram apresentados em percentual do total da turma; e, foi calculada
média ± erro padrão da média (E.P.M.) das notas. As análises estatísticas foram
realizadas pelo programa PRISMA 5.0 (GraphPad Software, USA). Para múltiplas
comparações foi utilizado o teste de análise de variância (One
Way – ANOVA), seguido do teste de Newman-Keuls, sendo
as diferenças entre os grupos consideradas estatisticamente significativas
quando p < 0,05.
A
disciplina de Farmacologia 1 do curso de Enfermagem da UFRJ/Macaé vinha
apresentando alto índice de reprovações nos seguintes semestres: 2014/2
(18,2%), 2015/1 (52,9%), 2015/2 (45,5%) e 2016/1 (33,3%) (Tabela I). Dessa
forma, a implantação da monitoria pedagógica no segundo semestre de 2016 teve
como objetivo inicial auxiliar os alunos na fixação dos saberes, tentando reduzir
o número de reprovações.
No
primeiro semestre de implantação já foi possível observar uma redução no número
total de reprovados, que foi de 8 alunos, em um total de 36 (22,2%). No
semestre posterior (2017/1), observou-se maior redução no índice de reprovação,
com apenas 3,5% no primeiro semestre; e aprovação total em 2017/2 e 2018/1
(Tabela I).
Tabela
I - Índice de
reprovações na disciplina de Farmacologia 1 do curso de Enfermagem da
UFRJ/Macaé no período de 4 anos, apresentados por semestres entre 2014 a 2018
Fonte:
Autoria própria
A
assiduidade dos alunos na monitoria em 2016/2 foi: 31% dos alunos compareceram
na monitoria entre 1 e 3 dias, 28% compareceram entre 4 e 6 dias, enquanto 36%
dos alunos não compareceram a nenhum encontro (Figura 1A). Vale ressaltar que,
dentre os 8 alunos reprovados nesse semestre, 7 alunos compareceram no máximo
em 3 encontros de monitoria.
Figura
1 - Percentual de
presença dos alunos por semestre (A) e a média no período de dois anos (B) nos
encontros de monitoria pedagógica da disciplina de Farmacologia para o curso de
Enfermagem da UFRJ/Macaé (ap<0,05 comparando 1-3
dias vs. 7-9 dias)
A
grande redução no índice de reprovações nos três semestres seguintes
provavelmente tem uma correlação direta com a maior frequência dos alunos nos
encontros de monitoria. Em 2017/2, 81% dos alunos compareceram na monitoria em
pelo menos um encontro (Figura 1A); e 2018/1 todos os alunos frequentaram algum
encontro com os monitores.
Na
figura 1B foi calculada a média de presença na monitoria nos dois anos após sua
implantação, com a maior média de presença entre 1-3 dias (48,3 ± 14,6%) e
menor entre 7-9 dias (4,3 ± 2,8%) (p < 0,05).
Na
figura 2, as médias das notas da disciplina foram agrupadas em: 0,0 a 4,9
(reprovados), 5,0 a 6,9 e 7,0 a 10,0; sendo esses dois últimos grupos de
aprovados, ao longo dos dois anos sem a monitoria (2014/2 a 2016/1) e com a
monitoria (2016/2 a 2018/1). Observa-se uma redução significativa no número de
reprovados antes e após a implantação da monitoria de 37,9 ± 7,5% dos alunos
para 6,4 ± 5,3% dos alunos (p < 0,05).
Figura
2 - Percentual de
alunos com notas entre 0-4,9; 5,0-6,9 e 7,0-10,0 entre os semestres de 2014/2 a
2016/1 (sem monitoria) e 2016/2 a 2018/1 (com monitoria). ap
< 0,05 comparando as médias entre 0,0-4,9; bp <
0,05 comparando as médias entre 7,0-10,0
Outro
fato importante observado foi um aumento estatisticamente significativo do
número de alunos com maiores notas (entre 7,0 a 10,0), de 9,9 ± 3,2% para 40,9
± 10,7% (p < 0,05) comparando antes e após o trabalho dos monitores (Figura
2).
Discussão
A
monitoria acadêmica tem como objetivo facilitar o entendimento de
componentes
curriculares básicos das ciências biológicas e da
saúde (na qual se inclui a
farmacologia) e das ciências humanas e sociais, que figuram
sobretudo nas
séries iniciais da graduação [8]. No início
da graduação é possível notar uma
sensação de não pertencimento e, por vezes, de
desmotivação recorrente entre
estudantes, em virtude da imaturidade acadêmica e da
ausência de percepção
quanto à aplicação prática destes
conhecimentos no futuro como profissionais.
Neste
contexto, a disciplina de Farmacologia normalmente é bastante temida pelos
alunos dos cursos de graduação da área da saúde, em função de requerer um
conhecimento acumulado de diversas disciplinas anteriores, principalmente,
bioquímica, fisiologia e patologia. Além disso, percebe-se que os alunos que
ingressam na universidade têm bases escolares muito distintas, o que pode
dificultar o aprendizado, e culminar em reprovação em certas disciplinas e
risco de maior evasão da Universidade. A disciplina de Farmacologia 1, na grade
curricular do curso de Enfermagem da UFRJ/Macaé, é pré-requisito para o aluno
poder cursar a Farmacologia 2 e para ingresso nos estágios de prática na área
de Enfermagem. Então, o fato de uma possível reprovação na disciplina de
Farmacologia 1 impedir o aluno de cursar o período seguinte, já gera uma
ansiedade, o que pode afetar o processo de aprendizagem e o desempenho.
A
monitoria é uma estratégia pedagógica que, no ensino superior, graduandos
auxiliam colegas menos adiantados nos cursos, com objetivo de superar
dificuldades e assim aumentar a eficácia do aprendizado [6]. Dessa forma, a
implantação da monitoria foi uma estratégia iniciada para que alguns conteúdos
importantes fossem mais detalhados em EDs, supervisionados
pelos monitores. Como a Farmacologia não possui um conteúdo de aula prática em
laboratório, a monitoria pedagógica foi implementada visando a resolução de
dúvidas de alunos, consolidação do conhecimento dos alunos-monitores com o
desafio dos questionamentos dos discentes que a estavam cursando, além de
proporcioná-los uma vivência pedagógica, e possível identificação com a
carreira docente.
Segundo
Silveira e Sales [9], o andamento de uma disciplina com o acompanhamento de um
monitor é mais dinâmico e, como consequência, pode-se melhorar o aprendizado
dos alunos participantes da mesma. Nos encontros de monitoria, a
horizontalidade e reciprocidade aumenta a propensão à produção de conhecimento
teórico/prático devido a relações mais próximas, proporcionando maior
identificação, autoconfiança e apoio emocional [4,10]. Esse cenário ficou
comprovado na disciplina de Farmacologia para Enfermagem da UFRJ/Macaé com a
monitoria pedagógica, com redução notória das reprovações.
Ao
final dos quatro semestres avaliados, todos os monitores entregaram o relatório
obrigatório de avaliação da monitoria pedagógica. Durante esse processo, foi
possível observar melhor aprofundamento dos conhecimentos exigidos pelo
aluno-monitor, bem como um maior convívio no ambiente universitário. Dessa
forma, o aluno que vivencia a experiência da monitoria encontra vantagens
pedagógicas, como uma aprendizagem mais ativa, interativa e participativa,
podendo desenvolver, consequentemente, maior domínio do processo de aprendizagem
[4]. Vivenciar essa troca de conhecimento entre monitores e alunos, bem
como entre professor orientador e monitores, possibilita o discernimento
vocacional do aluno-monitor, esclarecendo assim se ele possui afinidade ao
trabalho na docência. Isso é mais importante nos casos de cursos de graduação
que não são da área das licenciaturas, pois estes não abordam questões
referentes ao tema ensino-aprendizagem em nenhum momento de seu currículo.
Segundo Dantas [6], é necessário incentivar o interesse pela docência desde a
graduação, no qual a monitoria proporciona o desenvolvimento de saberes
ético-pedagógicos, incluindo, por exemplo, a promoção da interdisciplinaridade,
responsabilidade, autonomia e práticas docentes construtivas, reflexivas e
interativas.
Em
relação à monitoria na graduação em Enfermagem, a maioria dos trabalhos avaliam
o impacto desse instrumento de aprendizagem em disciplinas clínicas. Um exemplo
foi no artigo de Borsatto et al. [11], no qual
avaliaram o processo de implantação e consolidação da monitoria acadêmica na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na faculdade de Enfermagem
entre os anos de 1985 a 2000; porém, nesse trabalho não foram incluídas
disciplinas dos primeiros anos da graduação. Outro exemplo, foi o trabalho de Haag et al. [12], que avaliou os benefícios da
monitoria na disciplina Fundamentos de Enfermagem I da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS) visando oportunizar o desenvolvimento de habilidades
técnicas. Recentemente, Pires et al. [13] avaliaram os relatos dos
discentes após o término da monitoria da disciplina Bases Teóricas e Técnicas
de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA), nos quais diziam que a
monitoria trouxe mais confiança aos alunos na realização dos procedimentos práticos
de Enfermagem, antes do ingresso nos estágios hospitalares.
No
trabalho de Andrade et al. [8], os autores analisaram a percepção de
docentes e discentes da contribuição da monitoria acadêmica para o processo
ensino-aprendizagem na graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do
Pará (UEPA), e relaram que: “o ensino-aprendizagem é descrito como processo no
qual deve haver diálogo e troca, onde docente e discente aprendem enquanto
ensinam, rompendo paradigmas tradicionais de repasse unilateral e vertical dos
conteúdos, sendo a monitoria acadêmica majoritariamente destacada como
propulsora e fortalecedora desse processo.”
Em
relação ao professor orientador nesse contexto, é possível para ele repensar
suas práticas de ensino, para melhor orientar e atender as expectativas dos
alunos-monitores na busca pelo conhecimento. Além disso, a monitoria
proporciona ao professor orientador menor número de questionamentos pelos
discentes, uma vez que eles já tiveram a oportunidade de saná-las nos encontros
de monitoria. Ou seja, o professor de universidade pública, muitas vezes
sobrecarregados com tarefas nas diferentes esferas do ensino, da pesquisa, da
extensão e das funções administrativas, encontra o apoio do monitor, podendo
assim desenvolver suas atividades pedagógicas com mais eficiência [9].
Conclui-se
que a implantação da monitoria pedagógica de Farmacologia no curso de
Enfermagem da UFRJ/Macaé foi eficaz na redução no índice de reprovação na
disciplina. A assiduidade nos encontros da monitoria pedagógica neste curso
está intimamente relacionada ao melhor desempenho dos alunos na disciplina. É
importante estimular a participação dos alunos na monitoria, a fim de tornar
mais promissora a efetividade da relação ensino-aprendizagem. Além disso, houve
um relato final pelos discentes monitores de crescimento pessoal e
profissional, pela oportunidade de desenvolver a liderança junto aos
acadêmicos, pelo contato com as atividades de ensino, e também ter sido um
espaço para solidificar os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação.
Saber
montar estratégias de ensino-aprendizagem, lidar com os desafios apresentados
pelos discentes e colaborar com o ensino no âmbito universitário converteu-se
em uma experiência marcante, além de refletir sobre a importância da monitoria
como instrumento metodológico que complementa e incrementa a prática acadêmica
de todos os sujeitos envolvidos.
Agradecimentos
Aos
ex-monitores de Farmacologia Maria Laura Barbin Lucas, Luana Fraga Torres de Oliveira, Sarah
Cristina Calvo dos Santos Pires Feldberg, Karen
Ventura Paiva, Gabriel de Lima Silva Santos, Lucas Chierici
Pereira.
Conflitos
de interesse
Não
há conflitos de interesse.
Fontes
de financiamento
Não
há financiamento.