ARTIGO ORIGINAL

A percepção da equipe de enfermagem sobre cuidados paliativos e o manejo da dor na unidade de terapia intensiva do Hospital Municipal de Santarém

 

Ana Thamires Tavares de Aquino*, Isabela Matilde Costa Góes*, Mirna Malcher**

 

*Discente de enfermagem do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES), Santarém/PA, **Enfermeira especialista em Unidade de Terapia Intensiva e Docente do IESPES, Santarém/PA

 

Recebido em 10 de outubro de 2016; aceito em 28 de dezembro de 2016.

Endereço para correspondência: Isabela Matilde Costa Góes, Rua Angelin, 1657, 68035-250 Santarém PA, E-mail: bela-goes@hotmail.com

 

Resumo

Objetivo: Descrever a percepção da equipe de enfermagem sobre os cuidados paliativos e o manejo da dor. Material e métodos: Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa. Participaram 13 profissionais da equipe de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva, do Hospital Municipal, situado no município de Santarém/PA. Os dados foram coletados a partir de questionários utilizando a entrevista semiestruturada com questões abertas e analisados mediante a técnica de conteúdo. Resultados: Os profissionais, dentre as 4 categorias dos cuidados paliativos, destacaram a promoção do conforto do paciente, tendo como contribuição para esses cuidados a comunicação, atenção e apoio à família do cliente por parte da equipe de enfermagem. Para o controle da dor, os entrevistados revelaram o uso de sedação e analgesia e como limitações e dificuldades para esse processo, foram citadas a ausência de prescrição médica, a falta de treinamento específico e o número reduzido de funcionários. Conclusão: O estudo possibilitou evidenciar que os profissionais reconhecem a importância dos cuidados paliativos e do controle da dor por parte da assistência de enfermagem.

Palavras-chave: cuidados paliativos, unidades de terapia intensiva, dor, Enfermagem.

 

Abstract

The perception of the nursing team on palliative care and pain management in the Intensive Care Unit of Hospital Municipal of Santarém/PA, Brazil

Objective: Describe the perception of the nursing team on palliative care and pain management. Methods: This is an exploratory study with qualitative approach. Thirteen professionals of nursing staff of the Intensive Care Unit (ICU) of the Hospital Municipal, located in Santarém/PA, Brazil, participated in this study. Data were collected from questionnaires using semi-structured interviews with open questions and analyzed by technical analysis. Results: Professionals emphasized, among the 4 categories of the aforementioned palliative care, the promotion of patient comfort, taking into account the communication, attention and support to patient’s family provided by the nursing staff. The interviewed revealed the use of sedation and analgesia for pain management and, related to limitations and difficulties in this process, the absence of medical prescription, the lack of specific training and the reduced number of employees were reported. Conclusion: The study made it possible to show that the professionals recognize the importance of palliative care and pain control provided by nursing staff.

Key-words: palliative care, intensive care unit, pain, Nursing.

 

 

Resumen

La percepción del equipo de enfermería sobre los cuidados paliativos y del manejo del dolor en la unidad de terapia intensiva del Hospital Municipal de Santarém

Objetivo: Describir la percepción del equipo de enfermaría sobre los cuidados paliativos y el manejo del dolor. Material y métodos: Se trata de un estudio exploratorio, con abordaje cualitativa. Participaron 13 profesionales del equipo de enfermería de la Unidad de Terapia Intensiva, del Hospital Municipal, ubicado en la ciudad de Santarém/PA, Brasil. Los datos fueron colectados a partir de los cuestionarios utilizados en la entrevista semiestructurada con cuestiones abiertas y analizadas mediante la técnica de contenido. Resultados: Los profesionales, dentro de las 4 categorías de cuidados paliativos citados anteriormente, destacaron la promoción del confort del paciente, teniendo como contribución para estos cuidados la comunicación, atención y apoyo a la familia del hospitalizado por parte del equipo de enfermería. Para combatir el dolor, los encuestados revelaron el uso de sedación y de la anestesia y, como limitaciones y dificultades para este proceso, fueron citadas la ausencia de prescripción médica, la falta de entrenamiento específico, y el número reducido de funcionarios. Conclusión: El estudio posibilitó evidenciar que los profesionales reconocen la importancia de los cuidados paliativos y del control del dolor por parte del equipo de enfermería.

Palabras-clave: cuidados paliativos, Unidades de Cuidados Intensivos, dolor, Enfermería.

 

Introdução

 

A unidade de terapia intensiva (UTI) caracteriza-se como uma unidade reservada, complexa, dotada de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. Fornece suporte e tratamento intensivo, propondo monitorização contínua, vigilância por 24 horas, equipamentos específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e ao terapêutico. Ameniza sofrimento, independente do prognóstico do paciente. Dispõe de assistência médica e de enfermagem especializada, cujos profissionais são chamados de intensivistas. Além da equipe médica e de enfermagem, oferece atendimento multiprofissional e interdisciplinar, constituído por fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais [1].

Os membros da equipe multiprofissional das UTIs acabam por tornar-se angustiados diante das dúvidas sobre o significado de vida e morte. Até quando avançar nos procedimentos de suporte vital? Qual o momento exato de parar e, sobretudo, quando guiados por índices prognósticos ou por modelos de éticas ou moralidade? Despreparados para esta questão, a medicina moderna passa a subestimar o conforto do enfermo terminal impondo-lhe uma longa e sofrida agonia. Acabam por adiar sua morte à custa de insensato e prolongado sofrimento. Para que a dor e este sofrimento neste processo de morrer sejam minimizados tem-se tornado uma necessidade, a implantação de protocolos de cuidados paliativos dentro das unidades de terapia intensiva [2].

Os cuidados paliativos têm como finalidade a prevenção e o alívio do sofrimento, melhorando a comunicação e o sinergismo com a terapêutica curativa. Constituem uma modalidade emergente da assistência no fim da vida legitimando o direito do paciente de morrer com dignidade e sem dor. O cuidado paliativo (CP) ou paliativismo, é mais que um método, é uma filosofia do cuidar. O CP visa prevenir e aliviar o sofrimento humano em muitas de suas dimensões. Tem por objetivos dar aos pacientes e seus entes queridos a melhor qualidade possível de vida, a despeito do estágio de uma doença, ou a necessidade de outros tratamentos. O paliativismo complementa-se ao já tradicional cuidado curativo, incluindo objetivos de bem-estar e de qualidade de vida aos pacientes e seus familiares, ajudando-os nas tomadas de decisões, e promovendo a oportunidade de crescimento e evolução pessoal. Esta filosofia de cuidar completa os tratamentos curativos da medicina moderna, contudo principalmente proporciona aos profissionais da área, dignidade e significado aos tratamentos escolhidos [3].

A equipe de enfermagem possui um importante papel na assistência prestada aos pacientes em cuidados paliativos que tem responsabilidade direta nesses cuidados. Foi criado em 1997 pelo Ministério da Saúde um Programa Nacional de Educação Continuada em Dor e Cuidados Paliativos para os Profissionais da Saúde. Isso visava uma abordagem não apenas técnica, mas, sobretudo humana para a questão do sofrimento. A equipe deve ser capacitada a prestar uma assistência de qualidade e humanizada, com os seguintes objetivos: identificar os critérios de elegibilidade para admissão no setor, minimizar o impactos emocional vivenciado pelo paciente e sua família, estabelecer canais de comunicação adequados com o paciente, com a família e com o cuidador, entre outros [1].

Portanto, o profissional da enfermagem deve aperfeiçoar sempre suas habilidades em relação ao conhecimento técnico, científico e na capacidade de percepção das necessidades do paciente. É necessário que haja planejamento na assistência humanizada, pois o profissional de enfermagem é quem está mais próximo ao doente, o qual deve ser tratado de forma efetiva. O ato do cuidar é muito mais que simples atenção, é dedicação, compromisso, afeto e respeito ao paciente, enquanto a morte é um processo natural da vida e que se as pessoas se preparam para nascer também devem se preparar para morrer. A certeza de uma doença incurável permite que a morte possa ser planejada para que amenize o sofrimento do paciente [4].

Diante de tais afirmações, o objetivo do estudo é descrever a percepção da equipe de enfermagem sobre os cuidados paliativos e o manejo da dor.

 

Material e métodos

 

Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal localizado no Município de Santarém na região oeste do Pará, onde atende pacientes da rede pública. Foram entrevistados 13 profissionais da equipe de enfermagem em seus respectivos turnos de trabalho na Unidade de Terapia Intensiva. Os dados foram coletados no período de 14 a 18 de março de 2016 a partir de questionários nos quais foram propostas as seguintes perguntas: na sua concepção, o que são cuidados paliativos? Quais são os cuidados que você contribui para os pacientes em cuidados paliativos em UTI? O que você faz e o que deveria ser feito para controlar a dor desses pacientes na UTI? Quais são as limitações e dificuldades para implementar cuidados paliativos e controle da dor na UTI? Utilizou-se a entrevista semiestruturada com questões abertas, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo analisados mediante a técnica de conteúdo. O estudo foi desenvolvido seguindo as seguintes etapas: pré-análise, que constitui em organizar os dados coletados por meio dos questionários; análise do material, identificando-se os principais pontos relevantes de cada questão e depois os agrupando em categorias e classificando os resultados obtidos.

 

Resultados

 

Da análise do material emergiram quatro categorias: conceito de cuidados paliativos; os cuidados de enfermagem para os pacientes em cuidados paliativos; medidas para avaliar e controlar a dor; e limitações e dificuldades da equipe de enfermagem nos cuidados paliativos.

Os profissionais, dentre as 4 categorias dos cuidados paliativos citados anteriormente, destacaram a promoção do conforto do paciente, tendo como contribuição para esses cuidados a comunicação, atenção e apoio à família do cliente por parte da equipe de enfermagem. Para o controle da dor, os entrevistados revelaram o uso de sedação e analgesia e como limitações e dificuldades para esse processo foram citadas a ausência de prescrição médica, a falta de treinamento específico e o número reduzido de funcionários.

 

Discussão

 

O conceito de cuidados paliativos

 

A primeira categoria expressa o conceito de cuidados paliativos, que segundo os enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva relatam que são cuidados com afeto por uma equipe multidisciplinar que promovem o conforto para o paciente com o objetivo de aliviar a dor em fase terminal da vida ou cuidados com pacientes sem prognóstico.

Os cuidados paliativos proporcionam o alívio do sofrimento de pacientes não somente na fase terminal, mas também durante o trajeto da patologia que o mesmo apresenta. A unidade de terapia intensiva é um setor que acolhe pacientes cuja peculiaridade é o risco de vida, mas que propõe recuperação e ficam em observação sob tratamento intensivo [5]. Os profissionais da saúde que planejam a assistência, principalmente os enfermeiros, uma vez que ficam integralmente ao lado dos pacientes, devem proporcionar formas diferenciadas de cuidados, proporcionando diálogo e o saber ouvir o paciente e sua família com o intuito de adquirir a confiança de ambos [6]. Diante disso, os enfermeiros conceituaram os cuidados paliativos com uma abordagem simples focando no alívio da dor, ou seja, no conforto físico do paciente, e abordaram sobre alívio do sofrimento físico, espiritual, psicológico e emocional do paciente. O conforto ou bem estar aparece como elemento comum, e é representado em variadas esferas, de natureza comum, social, psicológica, espiritual e ambiental, obtendo um significado de um estado e de um sentimento. Diante disso, o conforto é relacionado aos cuidados paliativos como forma de eliminar o sofrimento do paciente e família promovendo o bem-estar e uma morte tranquila [7].

 

Os cuidados de enfermagem para os pacientes em cuidados paliativos

 

Nesta categoria foram relatados os cuidados que os enfermeiros contribuem nos cuidados paliativos aos pacientes da unidade de terapia intensiva.

Observou-se que os enfermeiros direcionaram os cuidados de enfermagem relacionados à questão do controle do ambiente, mudança de decúbito, higiene, monitoramento dos sinais vitais, comunicação, apoio à família, massagem de conforto, curativos, dietas, controle hemodinâmico, entre outros. Percebe-se que a equipe de enfermagem mostra preocupação, responsabilidade, interação com o paciente com o intuito de minimizar seu sofrimento através dos cuidados prestados ao mesmo. De toda equipe profissional, a equipe de enfermagem, através de suas características da função, mostram ter uma aproximação mais direta e afetiva com os pacientes e seus familiares. Tais familiares, na maioria das vezes, encontram-se em situações de angustias e desespero diante do ente querido. Devido a isso, os enfermeiros, em contato com essas pessoas, se posicionam frente à dor e o sofrimento, com o objetivo de obter vínculos de confiança mais profundos [8] e minimizar a dor dos mesmos. Através dos cuidados durante o processo de terminalidade, o enfermeiro é mais presente em todas as situações, pois o mesmo procura amenizar a dor através da assistência humanizada. Além disso, observar se estes cuidados iram proporcionar benefícios aos pacientes, mesmo que não sejam de cura, mas de melhorar a qualidade de vida do paciente. Procurando sempre entender a individualidade de cada um através dos gestos que os mesmos demonstram e não focá-los somente no confinamento da UTI e de aparelhos [9]. Tais cuidados são relatados pelos enfermeiros na procura do bem-estar do doente, ajudando o mesmo a viver intensamente com a melhor qualidade de vida possível.

 

Medidas para avaliar e controlar a dor

 

Para o controle da dor dos pacientes em tratamento na UTI, os profissionais entrevistados revelaram como primeira opção de escolha o uso de sedação e analgesia. O alívio da dor é essencial para a recuperação adequada do paciente. O benefício é mais evidente no paciente que apresenta alteração em diversos órgãos, quando a dor causa alterações mais intensas. A recuperação é influenciada de forma significativa pela escolha de agentes analgésicos e sedativos, a sedação deficiente ou excessiva e o controle insuficiente da dor. Apesar de guias e estudos publicados, a aplicação de estratégias aprovadas na rotina pode ocorrer de forma lenta. A analgesia e a sedação em UTI são complexas por inúmeras comorbidades, interações medicamentosas e disfunção de órgãos [10].

A administração das medicações prescritas pelo médico responsável também foi uma forma de alívio da dor desses pacientes citada pelos profissionais durante a entrevista. O desafio para os profissionais enfermeiros dentro desse manuseio da dor é a responsabilidade, pois é a equipe de enfermagem que programa a terapia farmacológica prescrita, dessa forma, medicar o paciente implica em conhecer além das vias de administração dos medicamentos e sua indicação, sua ação farmacológica, reações, posologia e interações medicamentosas, o que exige maior conhecimento da farmacologia em si [11]. Dentre outras respostas citadas como tratamento para o alívio da dor, os profissionais de enfermagem entrevistados listaram mudança de decúbito, observar atentamente os sinais de dor no paciente, acompanhamento psicológico para pacientes que estiverem acordados, contar com a opinião médica para outras possíveis possibilidades, o diálogo, massagens de conforto e a fisioterapia motora. O controle e monitorização da dor e o alívio da ansiedade sofrida durante a internação em UTI deve ocupar papel de destaque na estratégia terapêutica [12].

 

Limitações e dificuldades da equipe de enfermagem nos cuidados paliativos

 

Durante as entrevistas, os profissionais revelaram que as limitações e dificuldades mais enfrentadas diariamente para a realização exímia dos cuidados paliativos e o controle da dor dentro da UTI foram a ausência de prescrição médica em primeiro lugar, a falta de treinamento para tais cuidados e o número reduzido de funcionários que, segundo os mesmos, para que se implante esses cuidados paliativos e o controle da dor dos pacientes sem limitações, é preciso que haja mais mão de obra.

Apesar dos cuidados paliativos terem sido eleitos pela Organização Mundial de Saúde como prioridade há mais de uma década, a sua definição como área de atuação para diversas especialidades médicas como geriatria, oncologia, clínica médica, pediatria, entre outras, têm sido pouco debatida. Consequentemente, tais profissionais sentem a falta desse treinamento, mantendo sua atuação no extremo da medicina curativa mesmo naqueles casos onde essa prática mostra-se ineficaz; por desconhecimento, ainda hoje, alguns médicos questionam o amparo ético e legal de prover cuidados paliativos e limitação de tratamento em pacientes na fase final do processo doença. O cuidado paliativo requer planejamento interdisciplinar e ação multiprofissional, ou seja, se faz necessário uma equipe multiprofissional capacitada e especializada, para que se possa ofertar os cuidados paliativos de forma consistente e integral [13].

Ainda foram citadas pelos profissionais em suas falas limitações que englobavam a ausência da participação da família no tratamento dos pacientes em cuidados paliativos, os riscos que alguns desses pacientes pudessem sofrer por conta da sedação, a falta de medicações em algum período específico que as tais se fizessem necessárias, falta de material para o conforto do paciente (lençol, etc.), carência de profissionais psicólogos dentro da UTI, a não influência de demonstrar o lado emocional, porém respeitando este lado emocional de cada paciente, algo muito presente durante o processo de terminalidade e a carga horária de trabalho que não condiz com o tempo para o desenvolvimento das atividades.

Preocupar-se com o lado emocional, é acima de tudo, agir em prol da melhoria da qualidade de vida do paciente terminal e de sua família, capacitando-o, deste modo, a acompanhar e suportar a dor e a angústia e resgatar a vida num contexto de morte eminente. O doente precisa ser visto como sujeito presente, que não se limita apenas a um leito e a uma patologia por isso os profissionais da enfermagem têm que despertar para a sensibilidade humana colocando-se a serviço e no lugar do outro [14]. A dificuldade de comunicação entre profissionais de saúde, o paciente e os familiares é sem dúvida um grande problema nas terapias intensivas. Um importante aspecto dentro dos cuidados paliativos é saber se comunicar, informar relacionando-se compaixão. Comparada às medicações, uma habilidade em comunicação possui eficácia paliativa; pode reduzir sintomas rapidamente sem efeitos adversos. Assim, a comunicação de uma má notícia é um dos maiores dificuldades na prática diária dos profissionais [15].

             referência nas UTIs brasileiras, a literatura internacional já apresenta práticas diferenciadas e inovadoras com desenvolvimento de instrumentos e protocolos para aprimoramento dos cuidados paliativos ao paciente fora de possibilidade de cura na UTI. Os profissionais de enfermagem têm um papel preponderante dentro da equipe multidisciplinar, por serem os que mais tempo permanecem junto ao paciente e também aos familiares, constituindo-se verdadeiros elos, intermediando a interação entre todos os envolvidos e implementando a busca por recursos que viabilizem a pessoa enferma melhor qualidade de vida, e quando isso não for possível, uma morte digna [16].

 

Conclusão

 

Conclui-se que o estudo possibilitou evidenciar que os profissionais reconhecem a importância da assistência de enfermagem fazendo uso de cuidados paliativos e controlando a dor. No entanto, os enfermeiros relataram ser insuficiente o número de profissionais neste cuidado, fazendo com que haja dificuldade de sua implementação, o que gera sobrecarga de trabalho para outros profissionais. Ressalta-se, neste estudo, a necessidade de educação permanente como aprimoramento e contribuição para o cuidado em enfermagem no cuidado paliativo e controle da dor de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva.

 

Referências

 

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  4. Santos D, Lattaro R, Almeida D. Cuidados paliativos de enfermagem ao paciente oncológico terminal: revisão de literatura. Revista de Iniciação Científica da Libertas 2011;1:72-84.
  5. Freitas N, Pereira M. Percepção dos enfermeiros sobre cuidados paliativos e o manejo da dor na UTI. O Mundo da Saúde 2013;37:450-7.
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