REVISÃO
Ações
de Enfermagem e determinantes do envelhecimento ativo
Kézia Maués Crichi*,
Sandra Helena Isse Polaro, D.Sc.**, Lucia Hisako
Takase Gonçalves, D.Sc.***
*Enfermeira,
ex-bolsista PIBIC/CNPQ, Faculdade de enfermagem da Universidade Federal do Pará/FAENF/UFPA,
Belém/PA, **Enfermeira, Professora, Diretora da Faculdade de Enfermagem,
Universidade Federal do Pará/FAENF/UFPA, Belém/PA, ***Enfermeira, Professora,
Pesquisadora visitante CNPq, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem,
Universidade Federal do Pará/PPGENF/ICS/UFPA, Belém/PA
Recebido em 27 de
julho de 2016; aceito em 23 de dezembro de 2016.
Endereço
de correspondência:
Kézia Maués Crichi, Conjunto Catalina travessa dois, 71, Bairro Mangueirão,
66640-270 Belém PA, E-mail: kezia_crichi@hotmail.com, sandra.polaro@pq.cnpq.br,
lucia.takase@pq.cnpq.br
Resumo
Objetivo: Analisar ações de
enfermagem relacionadas aos fatores determinantes do Envelhecimento Ativo nos
artigos publicados por enfermeiros brasileiros. Métodos: Revisão de literatura, com a questão norteadora: Quais
ações de enfermagem relativas aos determinantes do envelhecimento ativo são
mais exploradas pelos enfermeiros nos estudos realizados com pessoas idosas, em
nosso meio? A busca foi realizada nas bases de dados Lilacs e BDENF, incluindo
publicações do período entre 2004 e 2013. Obteve-se um total de nove artigos
que se classificaram em três áreas temáticas. Resultados: Observou-se que seus componentes, embora
correspondessem de alguma forma aos determinantes do envelhecimento ativo, não
faziam menção explícita à política do envelhecimento ativo, exceto um deles. Conclusão: Os enfermeiros parecem
desconhecer a política do envelhecimento ativo decretada
e assumida como compromisso nacional. Alertam-se aos profissionais,
especialmente enfermeiros, pautarem suas ações implicadas aos pressupostos
dessa política de envelhecimento ativo.
Palavras-chave: envelhecimento,
saúde do idoso, Enfermagem.
Abstract
Nursing actions and active aging determinants
Objective: To analyze
studies published by Brazilian nurses on nursing actions related to determinant
factors of Active Ageing. Methods:
Literature review with the guiding question: Which are the nursing actions
related to the determinant of Active Ageing that are more explored by nurses in
the studies conducted with elderly in our environment? The search was conducted
in Lilacs and BDENF including publications between 2004 and 2013. Nine studies
were obtained and classified in three thematic areas. Results: It was observed that its components, although
corresponding somehow to active aging determinants, did not explicitly mention
active aging policy, except one of them. Conclusion:
Nurses seem to ignore active aging policy enacted and adopted as a national
commitment. The proposal is to attempt health professionals, especially nurses,
aiming the actions related to the guiding assumptions of this policy that
pinpoints a fuller aging process.
Key-words: aging,
elderly health, Nursing.
Resumen
Acciones de Enfermería y determinantes del envejecimiento activo
Objetivo: Analizar en la literatura producida por enfermeros brasileños respecto a
acciones de enfermería relacionadas a los factores determinantes del
Envejecimiento Activo. Métodos: Se
trata de una revisión literaria, con la pregunta
guión: ¿Cuales acciones de enfermería determinantes del envejecimiento activo
son más explotadas por los enfermeros en estudios realizados con personas
mayores en nuestro medio? La búsqueda se realizó en las bases datos Lilacs y
BDENF, incluyendo publicaciones entre 2004 y 2013. Se consiguió un total de
nueve artículos que se clasificaron en tres áreas temáticas. Resultados: Se observó que sus componentes, aunque correspondiesen de alguna forma a
los determinantes del envejecimiento activo, no hubo mención explícita a la
política del envejecimiento activo, excepto uno. Conclusión: Los enfermeros parecen desconocer esa política
decretada y asumida como compromiso nacional. Se recomienda que los
profesionales, especialmente enfermeros, pauten sus
acciones implicadas con presupuestos orientadores de esa política que propone
un envejecimiento activo.
Palabras-clave: envejecimiento,
salud del anciano, Enfermería.
Nunca se envelheceu
tanto como na atualidade em todo o mundo, mas sem a consciência da necessidade
de se aprender a envelhecer por tanto tempo. Segundo censo demográfico de 2000,
os idosos brasileiros representavam 8,6% do total da população, subindo para
10,7% em 2010 [1]. As projeções estatísticas estimam que em 2025 o Brasil terá 15% de sua população composta de idosos, o que colocará
o país em sexto lugar no ranking
mundial de maior quantitativo de idosos em números absolutos [2]. Neste
sentido, o envelhecimento humano torna-se foco de atenção principalmente dos
setores da saúde, da economia, e da sociopolítica. Por isso, é essencial que
profissionais da saúde atentem para os fatores determinantes do envelhecimento
e suas consequências, dada a sua complexidade e magnitude, da saúde da
população idosa [3].
Definida pela Organização
Mundial de Saúde como processo de otimização das
oportunidades de saúde, participação e segurança, a política do Envelhecimento
Ativo enfatiza a necessidade de aumentar a expectativa de uma vida saudável e
com qualidade para todas as pessoas à medida que envelhecem inclusive as
consideradas frágeis, incapacitadas fisicamente e que requerem cuidados
especiais [4]. Os sete determinantes do Envelhecimento Ativo, tão bem
fundamentados pela Organização Mundial de Saúde, são um conjunto interligado que
compreende: determinantes comportamentais, pessoais, de ambiente físico, de
ambiente social, econômicos, de sistemas de saúde e de serviço social, tendo os
determinantes transversais de cultura e gênero permeando os demais [4].
Os determinantes
comportamentais dizem respeito à adoção de estilos de vida saudáveis e à
participação ativa no cuidado da própria vida e saúde. Um dos costumes do
envelhecimento é considerar tarde demais para utilizar novos estilos de vida.
Ao contrário: sempre é possível envolver-se em atividades físicas adequadas,
alimentação equilibrada, abstinência do fumo e do álcool, uso devido de
medicação e outras práticas de autocuidado na prevenção de agravos e no
enfrentamento de eventual cronicidade, que contribuem para um envelhecer com
mais qualidade. Já os determinantes pessoais envolvem a genética e a biologia
de cada indivíduo. O envelhecimento representa um conjunto de processos
geneticamente determinados: é a hereditariedade influindo no declínio funcional
e no aparecimento das doenças. A causa de muitas doenças é mais ambiental e
externa do que genética e interna [4]. Há consenso também de que a trajetória
de saúde e doença de um indivíduo por toda a vida resulta de uma combinação de
genética, ambiente e estilo de vida, incluindo hábitos alimentares, e, em
grande parte, do imponderável. Os fatores determinantes relacionados ao
ambiente físico representam a diferença entre a dependência e a independência
para os indivíduos, especialmente no envelhecimento. Representa ter acesso a água limpa, ar puro, alimentação adequada, moradia segura
e ambiente livre de riscos de acidentes, entre outros. Os perigos no ambiente
físico podem causar lesões incapacitantes nos idosos, provocando problemas
definitivos de mobilidade e consequente isolamento social. Os fatores
relacionados ao ambiente social incluem o suporte social, oportunidades de
educação, paz e proteção contra a violência e maus-tratos, que estimulam a
saúde, participação e segurança às pessoas enquanto envelhecem. Os fatores
econômicos, por sua vez, envolvem a renda, o trabalho e a proteção social. Tais
requisitos não são a regra em nossa sociedade, para a maioria dos idosos
atuais, mas em todas as idades a pobreza ameaça a política do envelhecimento
ativo. Outro importante fator determinante do envelhecimento ativo diz respeito
aos sistemas de saúde e serviço social.
As políticas de
atenção à população idosa, seja de saúde em todos os
níveis como também de assistência social, estão muito aquém do desejável. Os
princípios da equidade, universalidade, integralidade na atenção à saúde,
mormente no estrato idoso, exigem imediato aliado no planejamento de médio e
longo prazo. Em face da crescente longevidade, a conquista do envelhecimento
ativo e saudável necessita de empenhos que garantam a qualidade de vida nos
anos a mais que os idosos estão vivendo. Por fim, os fatores determinantes –
cultura e gênero – aspectos fundamentais e, por isso, considerados transversais
no conjunto da política do envelhecimento ativo abrangem todas as pessoas e
populações e modelam a forma de envelhecer [4]. O gênero é uma “lente” que
possibilita visualizar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.
A melhoria da
qualidade de atenção de enfermagem aos pacientes idosos, nesse particular,
exige que o profissional de saúde busque conhecimentos técnico-científicos
originados de estudos e pesquisas com resultados consistentes e presentes na
literatura, que sejam úteis à prática assistencial [5]. Para tanto, definiu-se
o objetivo de analisar na literatura, artigos produzidos por enfermeiros
brasileiros, sobre ações de enfermagem voltadas para os fatores determinantes
do Envelhecimento Ativo.
Para atingir o
objetivo desta pesquisa, foi escolhido o método da revisão integrativa, uma vez
que esta estratégia permite a síntese de conhecimentos de maiores evidências,
bem como possibilita generalizações precisas sobre determinadas temáticas,
contribui para discussão sobre métodos e resultados de pesquisa, aplicando tais
resultados à prática assistencial além de tornar estes mais acessíveis [5,6].
Mesmo diante das vastas maneiras como são elaboradas as revisões integrativas,
têm padrões iniciais a serem adotados. Nesse sentido, a presente revisão
guiou-se pelas seguintes etapas: identificação do problema com definição da
finalidade da revisão; busca da literatura com a delimitação de palavras-chave;
bases de dados e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão para a seleção
dos artigos [7]. O período da busca foi definido em dez anos (2004-2013), considerando
a recente política de saúde do envelhecimento ativo [4]. Determinou-se a
seguinte questão norteadora deste estudo: Quais determinantes do envelhecimento
ativo são mais explorados pelos enfermeiros nos estudos realizados com pessoas
idosas em nosso meio?
Na estratégia de
busca previu-se a organização de descritores e palavras chave segundo os
requerimentos das diferentes bases de dados adotadas: BDENF (Base de Dados de
Enfermagem) e Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde). Os descritores/palavras chave, em combinações de até três termos, foram
usados a fim de dar resposta à questão de pesquisa. Nessa combinação
adotaram-se os termos boolianos: and
e/ou or [8]. Os artigos selecionados
de acordo com os critérios de inclusão foram: produção brasileira; artigos
publicados na íntegra e disponível na internet; descritores e palavras chave
presentes no título ou no resumo; artigos de pesquisa; de reflexão, de
experiência e prática assistencial e ensino, escritos por enfermeiros no
contexto brasileiro. Já os critérios de exclusão definiram-se aos artigos fora
do período de busca definido e não atingiam o objetivo proposto. A busca
bibliográfica ocorreu em periódicos nacionais indexados, por meio do site da
Bireme, no qual pesquisaram-se as bases de dados
mencionadas. Foram utilizados como descritores em Ciências da Saúde (DeCS):
“Enfermagem”, “Pessoa idosa”, “Promoção da Saúde” e palavras chave:
“Envelhecimento ativo” e “Envelhecimento Saudável” e suas combinações como
estratégia de busca. Esse processo, além da identificação dos artigos, e o
processo final de seleção encontram-se na Tabela I.
Quadro
I - Estratégia de busca e seleção dos artigos
nas bases de dados: LILACS e BDENF.
Foi realizada a
leitura exploratória dos resumos do total da busca que foi 72 (incluindo os
artigos duplicados) e então selecionados 49 artigos os quais foram lidos na
íntegra. Após a leitura analítica destes artigos, 9
foram selecionados como objeto de estudo, por apresentarem aspectos que
satisfaziam à questão norteadora. Enfatiza-se que foram respeitadas as ideias
dos autores, conforme a lei dos direitos autorais, sendo identificados os
fragmentos literários com os seus respectivos autores.
Como procedimentos
para análise crítica dos estudos, adotou-se a análise de conteúdo através da
leitura e releitura dos resultados dos estudos, na busca pela identificação de
características relevantes que se reproduziam ou se destacavam, o que favoreceu
a organização dos dados em categorias temáticas.
Na Tabela II
descrevemos a caracterização da unidade amostral segundo referência
bibliográfica, tipo de publicação, objeto do estudo/ideia central e articulação
das ações de enfermagem com os determinantes do envelhecimento ativo bem como
os itens definidos e em atendimento ao objetivo proposto.
Quadro
II -
Síntese das publicações selecionadas nas
bases de dados. (ver anexo em PDF)
A análise dos nove
artigos selecionados teve base no objeto do estudo e na questão de pesquisa,
agrupando-os em três áreas temáticas:
a) Determinantes do envelhecimento ativo e
implicações para a enfermagem, temática identificada por três publicações,
correspondentes aos artigos 9, 14 e 17 (Tabela II). Os determinantes do
envelhecimento ativo são explorados em múltiplos aspectos, como serviços
sociais e de saúde, comportamentais, pessoais e sociais. Especialmente nos
artigos 9 e 14 (Tabela II), os autores enfatizam que o
contexto domiciliar tem propiciado à equipe de saúde exercer importante papel,
estabelecendo parcerias por meio da interação com os familiares dos idosos e em
extensão com a comunidade, identificando a rede de suporte social em torno do
idoso. Já na publicação 17 (Tabela II) enfatiza-se a importância do
desenvolvimento de atividades gerontológicas interdisciplinares no âmbito da
Unidade Básica de Saúde.
b) Determinantes do envelhecimento ativo que
concorrem para o protagonismo do envelhecimento saudável, temática que
incluiu o agrupamento dos artigos 12 e 13 (Tabela II) que se referiam à educação
em saúde explorada em diferentes formas, esclarecendo a necessidade de
contemplar as especificidades de cada situação de vida e saúde, favoráveis ao
cultivo do envelhecer com qualidade. Já os artigos 15 e 16 (Tabela II)
abordavam pesquisas com participação dos idosos no trabalho voluntário. Seus
resultados revelaram que os idosos voluntários têm maior autopercepção de
saúde, mantendo o convívio social e a autoconfiança, principalmente no domínio
psicológico, demonstrando que o determinante pessoal imprime um mecanismo de
proteção.
c) Determinante social do envelhecimento ativo
e seu impacto na vida e saúde dos idosos foi a temática que
correspondeu as publicações 10 e 11 (Tabela II) cujas pesquisas demonstraram
que a prática de qualquer atividade cotidiana, além da física, constitui-se a
melhor forma de manter a capacidade funcional. Por isso, os autores enfatizaram
que os enfermeiros e os demais profissionais da saúde, inseridos no PSF, devem
atentar também para as alterações na dinâmica sociofamiliar, intervindo
adequadamente para um envelhecer com qualidade.
A consecução plena da
política do Envelhecimento Ativo depende da conjunção positiva de todos os seus
oito determinantes, sejam eles mais intrinsecamente devidos ao indivíduo, quanto
à coletividade. Espera-se que as famílias e os indivíduos planejem e se
preparem para a velhice, esforçando-se pessoalmente para adotar estilo de vida
e práticas saudáveis ao longo de toda a vida. É esperado também que os
ambientes de apoio se constituam como opções saudáveis e que sejam mais simples
e viáveis [4].
Os determinantes
gerais do envelhecimento ativo, independente de serem internos ou externos ao
indivíduo ou à coletividade, têm implicações em maior ou menor grau nas ações
de enfermagem junto do usuário idoso e sua família [9,14,17].
Semelhantes estudos têm demonstrado vínculo social e satisfação dos usuários
idosos, à medida que a atenção domiciliária do enfermeiro de ESF cria um
ambiente social propício aos relacionamentos e à inclusão social [18-19].
Já relativamente às
atividades sociogrupais de gerontocultura realizadas pelas enfermeiras em
Unidade Básica de Saúde tem correspondência ao artigo 17 sobre estudos
realizados no interior do Ceará com grupos de idosos que demonstraram também o despertar
de potencialidades nos aspectos da criatividade, realizadas num ambiente
social, permitindo-lhes participação ativa na comunidade circundante [20]. A
ausência do suporte social está associada não apenas ao aumento da mortalidade,
morbidade e problemas psicológicos, mas também a uma diminuição do bem-estar em
geral devido a possível isolamento social e depressão, com declínio da saúde
física e mental [4].
A educação em saúde
explorada pelos autores trata da importância da educação voltada para idosos,
demonstrando a necessidade de aprender a envelhecer e com qualidade [12,13].
Semelhantes estudos têm dado ênfase à importância dessa prática em saúde; além
de suas finalidades de promoção, recuperação e reabilitação, ancora-se na
possibilidade de o indivíduo conhecer e ter domínio sobre sua própria vida,
capaz de buscar solução para problemas que afetam sua saúde, bem-estar,
qualidade de vida e autonomia e independência possíveis, para que possa assumir
o protagonismo do seu próprio envelhecimento [21]. Um estudo realizado em
Fortaleza, sobre tecnologia educativa em saúde na prevenção de fatores de risco
da Hipertensão Arterial Sistêmica, demonstrou que 16 dos 20 participantes da
oficina educativa apresentaram mudanças no estilo de vida na prevenção de riscos
e enfrentamento dessa cronicidade [22].
A participação dos
idosos no trabalho voluntário revela que o papel de voluntariado exercido
aumenta a autopercepção de saúde e autoconfiança no componente psicológico. O
trabalho voluntário exerce nos idosos expansão de seus
contatos sociais e consequente bem-estar psicológico, pela sensação de
utilidade e contribuição pessoal que oferecem às suas comunidades circundantes
[15-16].
Percebe-se que a
prática de qualquer atividade cotidiana não só física, constitui-se a melhor
forma de manter a capacidade funcional [9-10]. Estudo realizado numa zona rural
em Fortaleza em unidades de ESF, sobre as influências da mobilidade e
capacidade funcional, demonstrou como o ambiente social tem peso nessa relação,
ou seja, ambientes saudáveis e de apoio influem positivamente na capacidade
funcional cotidiana dos idosos [23].
A atenção eficiente à
saúde do idoso deve ser aplicada em todos os níveis de saúde no qual os
cuidados se iniciam na captação e no monitoramento do idoso e somente se
encerra nos momentos finais da vida. Assim, todos são beneficiados: o idoso que
amplia sua vida com qualidade; a família, que terá um ente querido ativo e
participativo; e as operadoras de saúde, que evitarão internações repetidas e
de alto custo [24].
O atuar junto aos
idosos, exige: conhecer a realidade das famílias; identificar problemas de
saúde e situações de risco mais comuns, e elaborar plano específico para seu
enfrentamento; exercer vigilância à saúde dos idosos; valorizar relações familiares;
priorizar visitação domiciliária ante as necessidades principalmente da família
cuidadora do idoso; estimular a participação popular na discussão de direitos
humanos, participação em oficinas, enfim atividades que estimulam e mantenham a
capacidade cognitiva, ou seja, para inclusão social e a melhora na vida dos
idosos [25-26].
A presente revisão de
literatura possibilitou identificar o que a enfermagem tem divulgado de suas
pesquisas que estudaram a articulação das ações de enfermagem aos diferentes
aspectos determinantes da política do Envelhecimento Ativo. Constatou-se nos
trâmites de pesquisa bibliográfica que, embora o conceito de envelhecimento
ativo não constasse como descritor do DeCS adotou-se este termo como
palavra-chave independente, contribuindo, assim, para o acesso aos artigos, os
quais foram selecionados segundo os critérios de inclusão e os objetivos
definidos. Das literaturas selecionadas observou-se que os componentes dos
estudos, embora tivessem abordado de alguma forma determinantes do
envelhecimento ativo, seus autores não faziam menção à política do
envelhecimento ativo, com exceção de um deles. Tal observação nos faz presumir
ser a política do Envelhecimento Ativo, um fato ainda pouco divulgado ou pouco
conhecido, carecendo de aprofundamento, atualização e capacitação acerca do
conceito e política de tamanha importância para as considerações práticas
assistenciais da saúde. Urge que os profissionais da saúde, especialmente
enfermeiros, pautem suas ações profissionais de modo que contemplem os
pressupostos norteadores da política do envelhecimento ativo, saudável e com
mais qualidade.
Ao apoio financeiro
do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC/UFPA
2013-2014).