REVISÃO
O
perfil das publicações de auditoria e o papel do profissional auditor em
enfermagem (2009-2012)
Ariadina Silva da
Nobrega*, Camila Neto*, Lisandra Rodrigues Risi, M.Sc.**,
Ricardo José Oliveira Mouta, D.Sc.***, Paula Lemos****, Telma Pena*****
*Enfermeira,
Pós-Graduada em Auditoria Hospitalar pela Universidade Celso Lisboa,
**Enfermeira, Docente da Pós-Graduação em Auditoria Hospitalar pela
Universidade Celso Lisboa, Consultor Técnico em Compras da Rede D’Or São Luiz,
RJ,***Enfermeiro, Docente do Departamento Materno Infantil da UERJ,
****Enfermeira, Pós-Graduada em Auditoria Hospitalar pela Universidade Celso
Lisboa, *****Enfermeira, Pós-graduada em Gestão em Saúde pelo Instituto
Medicina Social – UERJ
Recebido em 19 de
novembro de 2015; aceito em 09 de dezembro de 2016.
Endereço
para correspondência:
Lisandra Rodrigues Risi, Rua André Pinto 80 A, casa 2, 21031-790 Rio de Janeiro
RJ, E-mail: lisandrarisi@gmail.com; Ariadina Silva da
Nobrega: ariadinanobrega@hotmail.com; Camila Neto: camilacneto@yahoo.com.br;
Ricardo José Oliveira Mouta: ricardomouta@hotmail.com; Paula Lemos:
paulalf@globo.com; Telma Pena: jalminhas@terra.com.br
Resumo
Introdução: A auditoria em
enfermagem está compreendida na auditoria hospitalar, com análise ao que tange
as atividades de enfermagem, podendo ser realizada tanto qualitativamente
quanto quantitativamente. O objeto de estudo foi a
produção científica de Auditoria em Enfermagem e a qualidade da assistência nos
registros. Objetivo: Quantificar as
produções científicas em consonância com a temática e discutir o resultado
desta busca realizada no banco de dados da Biblioteca Virtual da Saúde. Métodos: O estudo é bibliográfico,
apresenta uma abordagem do tipo qualitativa, descritiva-exploratória
desenvolvida através do método de Revisão Integrativa de Literatura (RIL). Resultados: Após a realização de
diversos tipos de leitura do material obtido, o presente trabalho contou com 6 publicações que abordam questões sobre auditoria e o papel
do profissional de enfermagem. Conclusão:
Conclui-se que as publicações ressaltam a importância do registro da equipe de
enfermagem, como é fundamental ao processo de auditoria e a necessidade de
maior conhecimento dos enfermeiros sobre auditoria.
Palavras-chave: auditoria de
enfermagem, qualidade da assistência à saúde, gestão em saúde.
Abstract
The profile of the Audit publications and the role of the Professional
Nursing auditor (2009-2012)
Introduction: The audit in nursing is included in the hospital audit analysis with
respect to the nursing activities. It can be performed both qualitatively and
quantitatively. The aim of this study was the scientific production of Nursing
audit and the quality of care in the nursing records. Objective: To quantify the scientific production in line with the
theme and discuss the result of the search conducted in the Health Virtual
Library Database. Methods: This is a
literature review with a qualitative descriptive-exploratory approach developed
through integrative literature review (ILR). Results: After using several types of reading the material, we
included 6 publications which address auditing issues and the role of nursing
professional. Conclusion: It is
concluded that the publications highlight the importance of the nursing team
record, as it is crucial to the audit process and the need for greater
knowledge of nurses on auditing.
Key-words: nursing
audit, quality of health care, health management.
Resumen
Perfil de publicaciones de auditoría y el rol del auditor profesional en enfermería (2009-2012)
Introducción: La auditoria en
enfermería está comprendida en auditoría hospitalaria, con análisis relacionado
con las actividades de enfermería, pudiendo ser realizada tanto
cualitativamente como cuantitativamente. El objeto de estudio fue la producción científica de auditoría en enfermería y
calidad de atención en los registros de enfermería. Objetivo: Cuantificar las producciones científicas en consonancia
con la temática y discutir el resultado de esta
búsqueda realizada en el banco de datos de la Biblioteca Virtual en Salud. Métodos: La investigación es bibliográfica y presenta un enfoque cualitativo,
descriptivo-exploratorio desarrollado a través del método de revisión
integradora de literatura (RIL). Resultados:
Después de realizar diversos tipos de lectura del
material obtenido, este estudio incluyó 6 publicaciones relacionadas con
cuestiones sobre auditoría y el rol del profesional de enfermería. Conclusión: Se concluye que las
publicaciones resaltan la importancia del registro del
equipo de enfermería, como es fundamental el proceso de auditoría y la
necesidad de mayor conocimiento de los enfermeros sobre auditoría.
Palabras-clave: auditoría de
enfermería, calidad de la atención de salud, gestión
en salud.
A palavra auditoria
tem sua origem no latim “audire”, que significa ouvir [1]. Definida como uma
atividade específica do Sistema de Controle e Avaliação que requer observações
comprovadas de atos e fatos, análise de relatórios e registros de procedimentos
quer individuais, quer coletivos, concomitante ou posterior às ações que possam
estar determinando alterações na eficácia dos serviços [2].
No campo da
assistência em saúde, a auditoria hospitalar verifica os aspectos
organizacionais, operacionais e financeiros sempre no que cerne na qualidade da
assistência prestada ao paciente. A auditoria geralmente é composta por
diferentes profissionais, que realizam a análise qualitativa e quantitativa do
prontuário previamente ao faturamento, e a posteriori verificam as glosas
efetuadas e redigem relatórios finais para auxiliar a tomada de decisão [3].
A auditoria em
enfermagem está compreendida na auditoria hospitalar, com análise ao que tange
as atividades de enfermagem, podendo ser realizada tanto qualitativamente
quanto quantitativamente [3]. Ou seja, a avaliação sistemática da qualidade da
assistência de enfermagem prestada ao cliente pela observação dos prontuários e
pela investigação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens
que compõem a conta hospitalar cobrada, garantindo, assim, o pagamento justo
mediante a cobrança adequada [4].
O termo auditor
surgiu na Inglaterra, no reinado de Eduardo I, constituindo aquele que era
responsável pela realização de contas públicas e, cujo testemunho poderia levar
à punição dos envolvidos em infrações. Com a Revolução Industrial, ocorrida no
século XVII, essa prática recebeu novas diretrizes para atendimento das
necessidades das grandes empresas. Da Inglaterra, a auditoria chegou aos
Estados Unidos da América, quando da instalação das companhias responsáveis
pelas estradas de ferro, expandindo-se, então, para todo o mundo [5].
A auditoria em saúde
é reconhecida no Brasil desde 1993 através do Decreto nº 809 (24 de abril de
1993), nele são estabelecidas as competências da auditoria: controlar e
fiscalizar a aplicação dos recursos orçamentários e financeiros destinados à
assistência à saúde e aos pagamentos de serviços prestados e repassados aos
Estados, Distrito Federal e municípios pelo Inamps no
passado, e pelo SUS, a partir da lei nº 8080 [6].
A criação do Sistema
Nacional de Auditoria (SNA) ocorreu no mesmo ano, através da Lei nº 9.689, de
27 de julho de 1993, e criou como aptidão o acompanhamento, a fiscalização, o
controle e a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial
das ações e serviços de saúde [5].
Atualmente existem
manuais de auditorias em saúde que trazem como objetivo principal do processo
de auditoria a qualidade das ações de serviços prestados no campo da saúde,
desse modo esses processos têm sido sistematizados e utilizados como
instrumentos de suporte que estabelecem métodos para avaliar os serviços de
saúde e suas intervenções, bem como referência para redefinição de objetivos
das instituições de saúde [6].
A atividade de
auditoria sempre esteve associada ao controle administrativo-financeiro das
organizações. Falhas em cobranças, o que pode acarretar prejuízo financeiro à
instituição de saúde. Dentre os relacionados à falta de registros de materiais
e medicamentos utilizados, tanto pela equipe de enfermagem quanto médica [6].
Nesse caso, a auditoria que visa à diminuição de perdas financeiras é de grande
magnitude, porém não deve ser a preferência em auditoria em saúde para não
haver perda de seu objetivo, que é a garantia da qualidade de assistência [7].
A qualidade dos
serviços de enfermagem inclui não só a formação do enfermeiro, o processo de
restauração da saúde do cliente ou, quando isto não é possível, a melhoria das
condições de vida, as orientações quanto ao autocuidado, à simplificação e a
segurança nos procedimentos de enfermagem, mas também o resultado do produto
hospitalar, medido por meio da qualidade da documentação e do registro de todas
as ações de enfermagem. Ou seja, a qualidade do registro das ações
assistenciais reflete a qualidade da assistência e a produtividade do trabalho.
E, com base nesses registros, pode-se permanentemente construir melhores
práticas assistenciais, além de programar ações que visem melhorias nos
resultados operacionais [8].
Assim, a motivação
para o estudo da Auditoria e o papel do profissional de Enfermagem nos remete
como questão norteadora: “o que vem sendo publicado sobre Auditoria e o papel
do Profissional de Enfermagem?”
Nesse contexto,
traz-se como objeto de estudo a produção científica de Auditoria em Enfermagem
e a qualidade da assistência nos registros. Com isso, faz-se necessário ao
exposto os objetivos de quantificar as produções científicas em consonância com
a temática e discutir o resultado desta busca.
A anotação é uma
dentre as formas mais importantes de Comunicação da enfermagem, levando em
conta que tem como finalidades: estabelecer uma efetiva comunicação entre a
equipe de enfermagem e os demais profissionais envolvidos no cuidado ao ser
humano; servir de base para a elaboração do plano assistencial ao paciente;
constituir fonte de subsídio para a avaliação da assistência prestada; servir
para acompanhar a evolução do paciente; constituir documento legal, tanto para
o paciente quanto para a equipe de enfermagem referente à assistência prestada;
contribuir para a auditoria de enfermagem e colaborar para o ensino e pesquisa
em enfermagem [8].
As primeiras
publicações referentes à auditoria em enfermagem são datadas dos anos de 1950,
quando a enfermeira e professora da Wayne
State University de Detroit desenvolveu um instrumento de auditoria, o Phaneuf’s Nursing Audit. Este modelo de
auditoria de enfermagem desenvolvido por Phaneuf era aplicado em forma de
retrospecção e utilizava os registros dos prontuários, que possibilitava as
enfermeiras avaliar a qualidade do cuidado de enfermagem através da aquisição e
análise de dados quantitativos sobre a assistência proporcionada [9].
Verifica-se que a
área de auditoria em Enfermagem ainda é restrita, pouco divulgada durante a
graduação, e apresentando escassez de qualificação com entrada somente em
cursos de pós-graduação.
Como relevância do
estudo, as mudanças globalizadas se visualizam novas perspectivas para a
atuação do enfermeiro auditor, as quais devem estar pautadas em um saber e um
fazer crítico reflexivo, fundamental ao seu desenvolvimento. Nesse sentido,
esse profissional precisa ser capaz de enfrentar os desafios da profissão,
capacitar-se tecnicamente, sendo o foco central do trabalho em auditoria.
O primeiro trabalho
que se faz conhecer de auditoria na área da enfermagem foi desenvolvido no Hospital Progress nos Estados Unidos, no
ano de 1955. Já no Brasil, a auditoria na área da enfermagem nasce no Hospital
Universitário de São Paulo como um processo implantando desde 1983, com padrões
estabelecidos para sustentar a Sistematização da Assistência de Enfermagem
(SAE), e com o mesmo intuito de outros hospitais universitários, implantou na
década de 1980 este método avaliativo [10].
Trata-se de uma
pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Visando atender os objetivos,
utilizou-se o método de Revisão Integrativa de Literatura (RIL) que consiste na
análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a
melhoria da prática clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento
de um determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam
ser preenchidas com a realização de novos estudos [11,12].
A principal vantagem
deste tipo de estudo reside no fato de permitir investigar uma ampla gama de
fenômenos por meio de pesquisa em materiais já elaborados, possibilitando o
aprimoramento de ideias e conceitos, sendo constituídos de livros, artigos
científicos, teses e dissertações, periódicos de indexação, e anais de
encontros científicos de bases de dados digitais [2].
Para a elaboração da
revisão integrativa, no primeiro momento o revisor determina o objetivo
específico, formula os questionamentos a serem respondidos ou hipóteses a serem testadas, então, realiza a busca para
identificar e coletar o máximo de pesquisas primárias relevantes dentro dos
critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. É necessário seguir
padrões de rigor metodológico, clareza na apresentação dos resultados, de forma
que o leitor consiga identificar as características reais dos estudos incluídos
na revisão [13].
Para a elaboração de
estudos de revisão integrativa, é necessário seguir seis etapas compreendidas
por: identificação do tema e da questão norteadora, estabelecimento de
critérios de inclusão de estudos, definição das informações a serem extraídas
dos estudos selecionados, avaliação dos estudos incluídos na revisão
integrativa, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento evidenciado
nos artigos analisados [12]. A seguir faz-se uma descrição detalhada.
Foram estabelecidos
os critérios de inclusão de estudos. Iniciamos uma busca das
publicações/artigos no sítio da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na base de
dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).
Os descritores utilizados foram: Auditoria, Auditoria de enfermagem,
Qualidade da assistência à saúde e Supervisão de enfermagem.
Como critérios de
inclusão dos artigos estabeleceram-se como primeira etapa: artigos completos;
publicados no período entre 2009 e 2012, disponíveis no idioma português;
indexados nas bases de dados mencionadas. Após leitura dos artigos, foram
excluídos os que não mantinham relação com a temática estudada e/ou que não
atendiam aos critérios de inclusão anteriormente descritos.
Ao iniciar a busca no
banco de dados da BVS, pode-se encontrar, conforme demonstrado na tabela I, o
quantitativo de 186 produções publicadas que serviram de ponto de partida para
a construção do estudo.
Tabela
I – Quantidade de estudos encontrados pelos
descritores: Auditoria, Auditoria de enfermagem, Qualidade da assistência à
saúde e Supervisão de enfermagem. Rio de Janeiro, 2015.
Na
segunda etapa,
fez-se definição das informações
extraídas dos estudos selecionados. As
informações foram
coletadas dos artigos e inseridas na tabela II, referindo-se aos
seguintes
itens: título do periódico e do artigo;
titulação dos autores; ano, local,
volume e número da publicação. Além desses
itens, nos estudos foram observadas
as informações sobre as metodologias utilizadas, os
resultados alcançados e as
conclusões a que os autores chegaram.
Tabela
II –
Síntese das publicações sobre Auditoria e
o papel do Profissional de Enfermagem. Rio de Janeiro, 2015.
A terceira etapa se
deu pela avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa. Foi realizada
a busca inicial pelos resumos dos artigos que respondem aos descritores
adotados e, selecionados aqueles que mencionam fatores relacionados a compreender
a produção acadêmica sobre Auditoria e o papel do profissional de Enfermagem.
Na quarta etapa
realizou-se a interpretação dos resultados para o levantamento de lacunas de
conhecimentos. Para a etapa de discussão dos resultados obtidos pelas pesquisas
foi realizada comparação com conhecimento teórico sobre a temática.
Na quinta etapa foi
feita a apresentação da síntese do conhecimento evidenciado nos artigos
analisados ou apresentação da revisão integrativa. Consistiu-se no agrupamento
dos principais resultados evidenciados na análise dos estudos revisados.
Para garantir que a
qualidade da evidência possa ser avaliada, o pesquisador deve compreender a
metodologia da pesquisa revisada, pois dependendo de seu desenho, as evidências
podem ser classificadas em cinco estratos: nível 1
(evidência forte com base, em pelo menos, uma revisão sistemática de ensaios
clínicos randomizados, bem delineados); nível 2 (evidência forte apoiada, pelo
menos, em um ensaio clínico controlado, randomizado, bem delineado); nível 3
(evidência com base em um ensaio clínico bem delineado, sem randomização, de
estudos de apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries
temporais ou de estudos caso-controle); nível 4 (evidência com base em estudos
não experimentais por mais de um centro ou grupo de pesquisa); e nível 5
(opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidências clínicas, estudos
descritivos ou relatórios de comitês de especialistas) [12].
Na consulta ao LILACS
foram utilizados seis artigos, os quais foram mostrados na tabela II, a síntese
do conhecimento produzido, bem como o respectivo nível de evidência.
Os autores destacam
que os resultados obtidos, após a análise das respostas, mostram que o nível de
conhecimento dos enfermeiros participantes, neste estudo, em relação ao
conceito, finalidade e benefícios da auditoria de enfermagem, foi incipiente e
limitado. Destacam também que os benefícios advindos da auditoria relacionam-se
com a avaliação dos aspectos positivos ou negativos da assistência prestada,
possibilitando à enfermagem o desenvolvimento de indicadores de assistência,
estabelecimento de critérios de avaliação e, consequentemente, geração de
conhecimentos [5].
Os autores ressaltam
que este é um setor em expansão para os enfermeiros, destacando-se dentre
outras atividades de auditoria a revisão da conta hospitalar. Além de
destacarem a importância do registro da equipe de enfermagem, ser fundamental
ao processo de auditoria, considerado o meio mais seguro para se comprovar e
receber o valor gasto da assistência prestada, evitando glosas referenciadas
[15].
Os autores observam
que é fundamental que o enfermeiro auditor seja um profissional capacitado e
assuma seu papel como norteador das atividades desenvolvidas na auditoria, se
aproximando da realidade da instituição inserida e interagindo com as demais
equipes multidisciplinares. Além de agir como educador, controlar os recursos
materiais, prover educação continuada e criação de instrumentos que subsidiem
as ações a serem realizadas [10].
Segundo os autores,
em vários estudos utilizados apontam que é da responsabilidade do enfermeiro, o
planejamento e organização da unidade e do trabalho da equipe de enfermagem, o
que inclui maior atenção ao registro da história do paciente no seu prontuário,
visando à diminuição dos desperdícios e maior qualidade do atendimento. O
enfermeiro no exercício da sua função administrativa deve cooperar com os
resultados econômicos da instituição, a participação das lideranças de
enfermagem é importante na adoção de medidas corretivas e preventivas no que
tange aos registros de enfermagem e podem conduzir a excelência na gestão
hospitalar [3].
No presente estudo,
constatou-se que as anotações de enfermagem, apesar de adequadas quanto à
forma, revelaram-se incompletas em relação ao conteúdo analisado. As anotações
de enfermagem em prontuários eram incompletos, o que tornava frágeis os
documentos em questão, tanto para avaliação da qualidade do processo
assistencial, como nos aspectos éticos e jurídicos [8].
Os autores
evidenciaram que a auditoria de enfermagem apresenta crescente inserção no
mercado de trabalho, tanto às atividades voltadas à área contábil como as
voltadas à qualidade, sejam de serviços, documentos ou processos. No momento,
ela cumpre uma finalidade institucional que está pautada em um enfoque
empresarial e mercadológico. Porém, há uma tendência do enfoque do mercado
voltado para o cliente, portanto, pautado na qualidade do produto ou serviço,
havendo adequações das ações da auditoria de enfermagem nesse sentido [7].
A revisão das
produções sobre Auditoria e o papel do Profissional de Enfermagem identificou
que há necessidade de uma melhor formação profissional, procurando despertar a
importância da auditoria de enfermagem. O enfermeiro auditor exerce suas
funções tornando-se um agente de mudanças. Ele, em qualquer área de atuação
dentro da auditoria, contribui, no sentido de promover e manter a saúde do
usuário. Portanto, a auditoria em saúde em conjunto com a gestão hospitalar
para terem êxito exige um comprometimento de todo efetivo envolvido, pois não
tem por finalidade avaliar o desempenho de um indivíduo ou grupo, mas de
melhorar a assistência ao paciente e corrigir erros realizados pela equipe de
saúde.
A temática auditoria
de enfermagem ainda é pouco explorada na literatura científica nacional. São
necessários novos estudos que busquem identificar o perfil desse profissional,
discutir e analisar as práticas desenvolvidas pelos enfermeiros com relação à
auditoria e os aspectos contextuais que têm interferido na qualidade dos
registros de enfermagem. É necessária uma reflexão crítica da função do
enfermeiro, em especial no âmbito hospitalar, acerca da auditoria não somente
como uma ferramenta voltada aos interesses financeiros e políticos das
instituições, mas, também como uma estratégia na busca e conquista da qualidade
do atendimento e assistência de enfermagem.
Tornou-se evidente a
necessidade da realização e divulgação de trabalhos científicos com esta
temática de preferencia de campo por enfermeiros de modo a contribuir com o
avanço do conhecimento científico no ensino e na assistência de enfermagem.