ARTIGO
ORIGINAL
Uso de
álcool, tabaco e outras drogas por estudantes do ensino médio integrado de uma
escola da região oeste catarinense
Alessandra Domingues
Malheiro, M.Sc.*, Grazieli Ferreira da Rosa**
*Enfermeira
do Trabalho e Saúde Coletiva, Mestre em Ciências Sociais pela PUC/RS,
Professora de Saúde e Segurança do Trabalho no IFC Videira, **Enfermeira do
Trabalho, Enfermeira do IFC Videira
Recebido em 15 de
julho de 2017; aceito em 3 de novembro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Alessandra Domingues Malheiro, Rua Santa Catarina, 18/8, 89560-000 Videira SC,
E-mail: alessandra.malheiro@ifc.edu.br; Grazieli
Ferreira da Rosa: grazieli.rosa@ifc.edu.br
Resumo
Objetivo: Realizar um
levantamento sobre uso de drogas entre estudantes do ensino médio integrado de
uma escola da região oeste catarinense. Métodos:
Todos os alunos do ensino médio integrado da escola foram convidados a
participar do estudo. Aplicou-se questionário não identificado aos estudantes
que aceitaram participar. Resultados:
Participaram do estudo 246 alunos. A maior parte da amostra foi do sexo
feminino (49,6%), no entanto os meninos apresentaram uma maior experimentação
de drogas quando comparados com as meninas. A maior parte dos entrevistados
(58,6%) já havia utilizado algum tipo de droga. As drogas mais utilizadas
foram: álcool e narguilé. Conclusão:
Devido ao elevado número de jovens que experimentam drogas é extremamente
importante ações de prevenção em saúde.
Palavras-chave: adolescente, drogas ilícitas, tabaco, consumo de álcool por menores.
Abstract
Use of alcohol, tobacco and other drugs by high school students in a
school in the west region of Santa Catarina
Objective: To conduct a
survey on drug use among high school students integrated in a school in the
western region of Santa Catarina. Methods: All high school integrated
students were invited to participate in the study. An unidentified
questionnaire was applied to students who agreed to participate. Results: 246 students participated in
the study. The majority of the sample was female (49.6%), however, the boys
presented a greater experimentation of drugs when compared with the girls. Most
of the interviewees (58.6%) had already used some type of drug. The most
commonly used drugs were alcohol and narghile. Conclusion: Due to the high number of
young people who experience drugs, health prevention actions are extremely
important.
Key-words: adolescent,
street drugs, tobacco, underage drinking.
Resumen
Uso de alcohol,
tabaco y otras drogas por estudiantes de la enseñanza media integrada de una escuela
de la región oeste
catarinense
Objetivo: Realizar un levantamiento sobre el uso de drogas entre estudiantes de enseñanza media
integrada de una escuela de la
región oeste catarinense. Métodos: Todos los alumnos
de la escuela
secundaria fueron invitados a participar en el estudio.
Se aplicó un cuestionario no identificado a los
estudiantes que aceptaron participar. Resultados:
Participaron del
estudio 246 alumnos. La mayor parte de la
muestra fue del sexo femenino (49,6%), sin embargo, los niños presentaron una mayor experimentación de drogas cuando comparados con las niñas. La mayoría
de los encuestados (58,6%) ya habían utilizado algún tipo de droga. Las drogas
más utilizadas fueron: alcohol
y narguile. Conclusión: Debido al elevado número de jóvenes que experimentan drogas es extremadamente importante acciones de prevención en salud.
Palabras-clave: adolescente, drogas ilícitas, tabaco, consumo de alcohol
por menores.
A adolescência é uma
construção sócio-histórica cujas manifestações são
fortemente influenciadas pelos fatores socioeconômicos, políticos e culturais
do ambiente onde o adolescente vive [1].
Faz parte da
adolescência a busca por novas experiências e sensações, incluindo a
curiosidade pelo uso das drogas, tanto as lícitas quanto as ilegais [2]. Além
disso, é uma fase vulnerável à aquisição de hábitos, os quais podem se tornar
duradouros ao longo da vida [3], levando a risco aumentado para desenvolver
patologias, como câncer, hipertensão arterial, doenças cardíacas, entre outras.
O abuso de drogas também está relacionado com a violência urbana, que muito tem
vitimado jovens nos grandes centros do Brasil.
A etiologia do uso de
substâncias pelos adolescentes é desconhecida. O problema, multifatorial,
engloba fatores genéticos ou familiares, influências dos companheiros, traços
individuais, influências sociais e psicológicas [4]. Ainda importante ressaltar
a influência das mídias sociais no desenvolvimento de hábitos e costumes entre
adolescentes, nos dias atuais.
A escola tem papel
importante na formação de diversos valores e comportamentos. Trata-se de um
ambiente propício para adquirir novos conhecimentos e habilidades, por meio de
troca de informações e experiências e contato com diferentes culturas [5]. A
escola consegue atingir não apenas o estudante, mas também a família e a
comunidade, sendo desta forma um ambiente de grande valia para o
desenvolvimento de ações de prevenção ao uso de drogas entre jovens.
Assim, este estudo
teve como objetivo realizar um levantamento sobre uso de drogas entre
estudantes do ensino médio integrado de uma escola técnica da região oeste
catarinense.
Trata-se de um estudo
transversal, descritivo de abordagem quantitativa. A coleta de dados ocorreu no
período entre fevereiro e junho de 2015, em uma escola pública da rede federal
de ensino, localizada na região oeste catarinense.
A escolha do local
para a realização da pesquisa deu-se pela necessidade de conhecer os estilos de
vida dos jovens da escola, com o objetivo de desenvolver ações de saúde a
partir das demandas levantadas. Esta pesquisa faz parte de um projeto maior em
que outro instrumento de coleta de dados avaliou questões referentes à
alimentação, peso, estatura, atividades de lazer, patologias prévias.
Na escola em que foi
realizada a pesquisa, no ano de 2015, estudavam aproximadamente 1.000 pessoas,
distribuídas em cursos de ensino médio integrado, cursos técnicos subsequentes
e cursos de graduação. A amostra deste estudo se constituiu dos estudantes do
ensino médio integrado (primeiro, segundo e terceiro anos) dos cursos de
informática, eletrotécnica e agropecuária. Excluiu-se do estudo aqueles
estudantes que não aceitaram participar, bem como aqueles ausentes da escola no
momento da coleta dos dados.
Todos os alunos do
ensino médio integrado foram convidados a participar da pesquisa, esclarecidos
acerca dos seus objetivos, riscos e benefícios, e a participação foi
voluntária. Os estudantes que aceitaram participar assinaram o termo de
assentimento, assim como seus responsáveis (também após os mesmos
esclarecimentos), assinaram o termo de consentimento. O presente trabalho faz
parte de um projeto de pesquisa maior, foi cadastrado na plataforma Brasil e
encaminhado ao Comitê de Ética do Centro Educacional Luterano Bom e foi
autorizada sua realização sob o parecer 1.114.078.
Dos 357 alunos
matriculados no ensino médio integrado em fevereiro de 2015, participaram 246
para os quais foi aplicado questionário em que o participante não se
identificava. O instrumento de coleta de dados solicitava apenas idade, sexo e
uso de substâncias químicas. Os questionários foram aplicados em sala de aula,
com apoio dos professores pesquisadores. Após a coleta dos dados, foi realizada
a análise de cada questionário, e os dados obtidos foram compilados em tabelas
(em números absolutos e em forma de percentual).
Todos os alunos do
ensino médio integrado da escola pesquisada apresentavam entre 14 e 18 anos no
momento da pesquisa. Dos 246 estudantes que aceitaram participar do estudo, 122
(49.6%) eram do sexo feminino, 118 (48%) do sexo masculino, e 6 ( 2,4%) não informaram o sexo.
A tabela I foi
desenvolvida com o objetivo de demonstrar as respostas obtidas, por sexo, a
partir da pergunta: Você já utilizou algum tipo de droga (lícita ou ilícita)? A
maior parte dos participantes (58,6%) desta pesquisa já experimentou algum tipo
de droga.
Tabela
I – Uso de drogas lícitas e ilícitas de acordo
com o sexo. Fevereiro a junho de 2015. Região Oeste Catarinense, SC.
Dos 144 (58,6%) que
responderam já ter utilizado algum tipo de droga, 131 (91%) relataram já ter
usado álcool alguma vez na vida, 55 (38,1%) referiram o uso de narguilé por
pelo menos uma vez. O cigarro de tabaco aparece em terceiro lugar quando se
trata de droga já experimentada pelos jovens entrevistados, relatada por 27
(16,6%) dos que responderam já ter usado algum tipo de droga. Com relação às
drogas ilegais, a maconha foi apontada por 21 (14,58%) dos que responderam sim
para o questionamento sobre uso de drogas, e substâncias como cocaína, LSD,
heroína e outras não especificadas também foram apontadas pelos jovens,
conforme a tabela II. Alguns jovens apontaram já ter usado mais de um tipo de
droga.
Tabela
II –
Drogas já utilizadas pelos adolescentes entrevistados. Fevereiro
e junho de 2015. Região Oeste Catarinense, SC.
O uso de drogas,
lícitas ou ilícitas está entre os principais problemas a serem prevenidos na
adolescência. A amostra deste estudo constituiu-se de jovens de 14 a 18 anos,
estudantes de uma escola pública de ensino médio integrado do oeste
catarinense, na qual estes alunos estudam cinco dias da semana, em turno
integral, e no final dos 3 anos o aluno recebe um
diploma de curso técnico.
Dos 246 alunos que
responderam o questionário, 144 (58,6%) já haviam utilizado algum tipo de
droga. A amostra constituiu-se de um maior número de meninas: 122 (49,6%) do
que meninos: 118 (48%), e ainda 6 (2,4%) não
informaram o sexo. O maior número de jovens que afirmou já ter experimentado
algum tipo de droga foi do sexo masculino: 75 contra 63 do sexo feminino.
No que se refere aos
tipos de drogas experimentadas pelos pesquisados, 131 (53,2%) já haviam usado
álcool pelo menos uma vez na vida. Este dado é semelhante ao encontrado no PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde
do Escolar) 2015 [6] que mostrou que a experimentação de bebida alcoólica por
escolares do 9º ano foi de 55,5% e o índice aumenta quando se trata da faixa
etária de 16 a 17 anos: 73% já experimentaram uma dose de bebida alcoólica [6].
Em outro estudo realizado em município do Sul do Brasil [7] com adolescentes de
12 a 18 anos, o índice de uso de bebida alcoólica pelo menos uma vez na vida
foi de 60,7%. O PeNSE 2015
aponta ainda que a região Sul do Brasil concentra o maior percentual de
escolares com consumo atual de bebidas alcoólicas [6].
O álcool pode agir
como estimulante em uma primeira fase e deixa a pessoa desinibida e eufórica,
mas à medida que as doses aumentam, começam a surgir os efeitos depressores,
que levam a diminuição da coordenação motora, dos reflexos e sono. O uso
prolongado pode causar alcoolismo, cirrose e câncer no fígado. É importante
ressaltar que o consumo de álcool provoca agressividade e pode trazer prejuízos
ao corpo do adolescente, pode ainda aumentar a vulnerabilidade para infecções
sexualmente transmissíveis, pela ausência do uso do preservativo nas relações
sexuais. A violência e acidentes também estão relacionados ao consumo de álcool
[2]. Apesar de proibida a venda do álcool para menores de 18 anos, o
adolescente tem acesso a esta droga muitas vezes na sua própria casa, muitos
inclusive, convivem com familiares usuários desta substância, que normalmente é
aceita em nossa sociedade.
Um dado que chama
bastante atenção são os 55 (22,3%) estudantes que já fizeram uso de narguilé.
Apesar de o narguilé ser uma droga lícita que tem na sua composição o tabaco,
separamos a mesma do cigarro comum por ter sido a segunda droga mais citada
neste estudo, e pelos riscos à saúde pouco discutidos nas campanhas de
prevenção, que em geral enfatizam o cigarro, e deixam de lado outras formas de
uso do tabaco.
Existem diferentes
produtos de tabaco, preparados de formas distintas que podem ser divididos em
produtores e não produtores de fumaça quanto a sua utilização. Dentre os que
produzem fumaça, além do cigarro, temos charuto, cachimbo e narguilé. O tabaco
que não produz fumaça pode ser encontrado em preparações para ser mascado ou
para ser absorvido pela mucosa oral ou nasal. Entretanto todas as formas de
utilização de tabaco liberam nicotina para o sistema nervoso central com risco
para causar dependência, e não existe forma segura de consumo
do tabaco, tendo seus usuários risco aumentado para adoecimento e morte
prematura por enfermidades relacionadas ao uso do tabaco [8].
Existem sugestões de
que o narguilé surgiu na Índia há mais de 400 anos, porém nos últimos anos
tem-se observado um renascimento nesta forma de uso do tabaco, principalmente
entre os jovens. A composição do tabaco para esta modalidade de consumo não é
padronizada e seu conteúdo de nicotina é estimado entre 2% e 4% em comparação
com 1-3% do tabaco usado para cigarros, e o monóxido de carbono e outras
substâncias químicas está em maior percentual na fumaça do narguilé do que na
do cigarro. O fumante de narguilé deve inalar, em uma sessão, a mesma
quantidade de fumaça que um fumante de cigarros inalaria se consumisse 100 ou
mais cigarros [8]. Estudo realizado com estudantes de medicina mostrou que 47%
dos entrevistados já haviam experimentado narguilé [9].
Quanto ao uso de
tabaco na forma de cigarro, 27 (11%) dos alunos entrevistados, afirmaram já ter
utilizado pelo menos uma vez na vida. A experimentação de cigarro, assim como a
de álcool também é maior na região sul do Brasil comparado às outras regiões
[6]. Estudo nacional demonstrou que para escolares entre 13 e 15 anos o índice
de experimentação é de 19% [6]. A influência da família e dos amigos no consumo
do tabaco é bastante relevante [7]. O Brasil é um dos principais produtores e
exportadores de tabaco no mundo, e a região Sul do país concentra as maiores
indústrias fumageiras [7].
As drogas ilícitas
citadas pelos entrevistados deste estudo foram a
maconha, a cocaína, o LSD (Dietilamida do ácido
lisérgico) e a heroína. A maconha, nome popular da planta Cannabis
sativa, já foi utilizada por 21 (8,5%) entrevistados, índice próximo ao
apontado pela pesquisa nacional com os escolares de 16 a 17 anos, que
demonstrou que o consumo atual de maconha é de 7,2% nesta faixa etária [6]. Se
fumada em pequenas quantidades, a maconha pode alterar a percepção do indivíduo
quanto ao gosto, tato, olfato e tempo. Ao longo do tempo prejudica a memória,
diminui os reflexos, pode causar problemas respiratórios e aumenta as chances
de desenvolver câncer de pulmão [2].
Tanto a cocaína como
o LSD já haviam sido utilizadas por 6 jovens
entrevistados cada. A cocaína é uma substância extraída das folhas da coca que
provoca nos usuários a sensação de alerta, euforia, autoconfiança, mas pode
provocar sensação de perseguição, ansiedade, isolamento, pânico e
agressividade. Altera frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura
corporal [2]. O LSD (dietilamida do ácido lisérgico)
é uma droga alucinógena muito potente, utilizada geralmente por via oral. Nas
fases de alucinação mais intensas pode ocorrer ansiedade, desorientação e
pânico. O LSD é capaz de produzir distorções na percepção do ambiente, pode
causar ainda psicose duradoura [10]. A heroína (droga opióide)
havia sido utilizada por 3 jovens deste estudo. A
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015 concluiu que 17% dos jovens
brasileiros entre 16 e 17 anos já consumiram drogas ilícitas [6].
O consumo abusivo de
drogas é mais um sintoma do que a causa de problemas em nossa sociedade e deve
ser tratado tendo em vista a complexidade e magnitude do assunto [11]. Os dados
encontrados nesta pesquisa, assim como em tantas outras, apontam para um
elevado número de jovens que já experimentou drogas lícitas ou ilícitas. O uso de álcool e outras drogas está associado a diversos
fatores de risco, acarretando prejuízos à saúde e à vida dos adolescentes. Um
estudo com adolescentes brasileiros de ambos os sexos [12] observou associações
entre violência física e ser vítima de bullying com o
uso de drogas ilícitas e efeito potencializador do
consumo de álcool e drogas, e para o sexo masculino, o uso de álcool mostrou
associação significante com violência física. Desta forma torna-se urgente a
ação das famílias, escolas e sociedade para desenvolver medidas de promoção à
saúde e prevenção do uso destas substâncias [3].
Em um estudo [13] em
uma comunidade do Rio de Janeiro, foi encontrado que
os jovens diferenciavam drogas lícitas de ilícitas, citando os tipos mais
usados, no entanto classificavam as
lícitas como “melhores” já que disseram que estas não traziam tantos agravos.
Estes achados demonstram a banalização do uso de drogas, principalmente
daquelas permitidas por lei, bem como o desconhecimento por parte dos jovens dos
reais malefícios do consumo destas substâncias para a sua saúde.
Uma
das vias mais
promissoras para promover a adoção de comportamentos
saudáveis e a modificação
de condutas prejudiciais à saúde é a
educação para a saúde, que deve começar na
família e prolongar-se por todas as fases do sistema educativo
[14]. A escola é
um lócus privilegiado para ações de
promoção à saúde, porque permite
alcançar
os estudantes individual e coletivamente e conta com o apoio dos
professores e
acesso aos pais e familiares [15]. No entanto a educação
em saúde na escola não
deve ser tratada como intervenções pontuais, e sim
comparecer no currículo da
formação de crianças e adolescentes como uma
abordagem transversal e
interdisciplinar [16].
A partir da análise
dos dados desta pesquisa, algumas atividades de prevenção ao uso de drogas já
foram realizadas na escola, no entanto ainda é necessário que muito mais seja
feito, para isto é importante também que escola, unidade de saúde, associações
de bairro, entre outras instituições trabalhem de forma conjunta com o objetivo
de combater este problema em nossa sociedade. Ressalta-se, ainda, a necessidade
de criação de espaços públicos de lazer voltados aos jovens, com atividades
orientadas, como alternativas para preencher o tempo ocioso de forma saudável.
O uso de drogas na
adolescência é um problema crescente em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Este estudo apontou um número elevado de adolescentes do ensino médio de uma
escola da região oeste catarinense que já experimentaram drogas, principalmente
álcool e narguilé. Esta última droga, apesar de ser uma das formas de uso do
tabaco, é pouco tratada nas campanhas de prevenção de drogas que têm focado nos
malefícios do cigarro.
A educação para a
saúde é uma ferramenta para a prevenção do uso de drogas na adolescência, no
entanto as atividades voltadas para a saúde nas escolas não devem ser apenas
palestras pontuais, mas sim trabalhos contínuos, desenvolvidos de forma
interdisciplinar, envolvendo além da escola, as unidades de saúde, a família e
a comunidade do bairro e cidade onde está inserida a escola.
Podemos apontar como
limitações deste estudo o fato de não apontar a frequência com que os
entrevistados usam ou usaram drogas, apenas identificou-se o fato de já ter
usado ou não e quais os tipos. Além disso, não foi possível apontar como se deu
o contato com as drogas citadas, isto é, se o uso ocorreu em casa com o
consentimento dos pais (principalmente no que diz respeito às drogas lícitas),
ou foi oferecido por colegas, amigos. Novos estudos abordando uso de drogas
entre adolescentes são importantes a fim de que possam fornecer subsídios para
formulação de políticas públicas nesta área.