Verificação
do conhecimento dos agentes comunitários de saúde de unidades de saúde da
família do município de Brumadinho/MG, após intervenção educativa em diabetes
Roberta Bárbara Gomes
Fonseca, M.Sc.*
*Enfermeira
Referência Técnica em Estomaterapia, Especialista em Gerência dos Cuidados de
Enfermagem no Programa de Saúde da Família pela PUC de Betim
Recebido em 27 de
junho de 2016; aceito em 13 de fevereiro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Roberta Bárbara Gomes Fonseca, Rua Galena, 140 Centro 31110-400 Brumadinho MG,
E-mail: ro.barbaraenf@gmail.com
Resumo
Objetivo: Verificar o
conhecimento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) no pré-teste e no
pós-teste, após intervenção educativa em Diabetes (DM). Material e métodos: Trata-se de um estudo qualitativo e
epidemiológico, junto aos 41 Agentes Comunitários de Saúde, de 6 Unidades de Saúde da Família (USF’s), do Município de
Brumadinho/MG. Para a coleta de dados foi utilizado o Diabetes Knowledge Questionnaire (DKN-A) para avaliação do
conhecimento dos profissionais, tanto no pré-teste, quanto no pós-teste, após
uma abordagem educacional em DM. Resultados:
Comparando-se a porcentagem de acertos por questão, observou-se uma alta
porcentagem de acertos em geral e um aumento significativo de acertos no
pós-teste. Comparando-se os escores finais do pré-teste com o pós-teste, foi
constatado um bom conhecimento por parte dos ACS, visto que foi obtido um
escore > 8, ou seja, 10,0 e 11,1 no pré-teste e no pós-teste
respectivamente. Conclusão: Diante
dos resultados apresentados, conclui-se o quanto é importante a realização de programas e ações educativas permanentes e
continuadas em saúde, tanto para os profissionais de saúde, quanto para os
pacientes.
Palavras-chave: diabetes mellitus,
agentes comunitários de saúde, saúde da família, conhecimento.
Abstract
Knowledge verification of community health agents of health family units
in Brumadinho city, after educational intervention in
diabetes
Objective: To verify
the knowledge of the Community Health Agents in pre-test and post-test, after
an educational intervention in diabetes. Methods:
This is a qualitative and epidemiological study, together with the 41 Community
Health Agents of 6 Family Health Units, in the city of Brumadinho/MG.
To collect data, the Diabetes Knowledge Questionnaire (DKN-A) was used to
evaluate the professionals knowledge, both in pre-test and post-test, after an
educational approach in diabetes. Results:
Comparing the percentage of correct answers per question, a high percentage of
correct answers was observed in general and a significant increase of correct
answers in the post-test. Comparing the final scores of the pre-test with the
post-test, it was verified a good knowledge by the agents, with a score > 8,
that is, 10.0 and 11.1 in the pre-test and post-test respectively. Conclusion: In view of the presented
results, it is concluded how important is permanent and continuing educational
programs and actions in health, both for health professionals and patients.
Key-words: diabetes
mellitus, community health workers, family health, knowledge.
Resumen
Verificación
de los conocimientos de los agentes comunitarios de salud de unidades de salud
de la familia en la ciudad de Brumadinho, después de
intervención educativa en diabetes
Objetivo: Evaluar el conocimiento de los agentes comunitarios de salud en el
pre-test y post-test, después de la intervención educativa sobre diabetes. Material y métodos: Se trata de un
estudio cualitativo y epidemiológico, junto con los 41 Agentes Comunitarios de
Salud, de 6 Unidades de Salud Familiar, en el
municipio de Brumadinho, Minas Gerais. Para la
recolección de datos se utilizó el Cuestionario de Conocimiento en Diabetes
(DKN-A) para evaluar el conocimiento de los profesionales, tanto en el
pre-test, como en el post-test, después de un enfoque educativo en la diabetes.
Resultados: Comparando el porcentaje de respuestas correctas por pregunta, se
observó un alto porcentaje de respuestas correctas en las puntuaciones
generales y significativamente más altos en el post-test. En la comparación de
los resultados finales del pre-test con el post-test, se encontró buen nivel de
conocimiento por parte de los agentes, ya que se obtuvo una puntuación superior
a 8, es decir, 10.0 y 11.1 en el pre-test y post-test, respectivamente. Conclusión: En vista de los resultados
presentados, es evidente la importancia de los
programas y actividades educativas permanentes y continuas en la salud, tanto
para los profesionales de la salud como para los pacientes.
Palabras-clave: diabetes mellitus,
agentes comunitarios de salud, salud de la familia,
conocimiento.
Por se tratar de uma
doença de grande prevalência e incidência, considera-se o Diabetes Mellitus
(DM) como sendo um importante problema de saúde pública, uma vez que é
frequente a sua ocorrência, e que está associada a complicações que comprometem
a produtividade, a qualidade de vida e sobrevida dos indivíduos, além de
envolver altos custos no seu tratamento e de suas complicações. Medidas de
prevenção do DM assim como das suas complicações, são eficazes em reduzir o
impacto desfavorável sobre morbimortalidade destes pacientes. Segundo as
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes [1], intervenções no estilo de
vida com ênfase em alimentação saudável e prática regular de atividade física
reduzem a incidência do DM 2 (recomendação grau A),
assim como o bom controle metabólico do DM previne o surgimento ou retarda suas
complicações crônicas (recomendação grau A).
A incidência e a
prevalência estão aumentando, em particular do DM tipo 2,
alcançando proporções epidêmicas e atingindo a população na idade entre 30 e 69
anos [2,3].
O DM é um problema de
saúde considerado sensível a Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram
que um bom manejo deste problema, ainda na Atenção Básica, evita
hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares
[1,4-7].
No Sistema Único de
Saúde (SUS) pessoas com DM, são acompanhadas em sua maioria por Equipes de
Saúde da Família, através dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Neste
contexto a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é de importância fundamental no
desenvolvimento de ações de controle do DM, atuando na promoção, recuperação e
reabilitação das pessoas com DM.
O ACS é elemento
essencial na Equipe de Saúde da Família, pois, além de pertencer à comunidade
onde exerce as suas atividades, é o principal elo integrador entre comunidade e
Unidade de Saúde da Família [8].
O
profissional ACS
realiza atividades de prevenção de doenças e
promoção da saúde, por meio de
ações educativas em saúde, realizadas em
domicílios ou junto às coletividades,
em conformidade com os princípios e diretrizes do SUS; estende,
também, o
acesso da população às ações e
serviços de informação, de saúde,
promoção
social e de proteção da cidadania.
Além da ampliação da
cobertura, o ACS é também importante agente social, introduzido nos municípios
brasileiros a partir dos anos 1990. Apesar disso, não há muitos estudos que,
dentro de uma perspectiva antropológica, busquem apreender de que modo o ACS
contribui, na prática, para importantes mudanças sociais e de comportamento na
população [9].
Este
trabalho foi
realizado com a finalidade de avaliar o conhecimento dos ACS, antes e
após uma
intervenção de orientação e esclarecimento
sobre DM, sobre o quanto é
importante o acompanhamento e visitas mensais aos pacientes portadores
de DM.
Vale destacar também a importância da função
dos mesmos na educação e prevenção
da DM junto à população.
Porém observa-se que
há carência de instrumentos para mensurar os conhecimentos e atitudes sobre DM.
Além disso, há necessidade de se avaliar os efeitos do processo educativo em DM
no Brasil, a partir dos resultados da escala dos conhecimentos e atitudes em
relação à doença. Dessa forma, pretende-se contribuir para a melhoria do
autogerenciamento dos cuidados e da repercussão no bem-estar do indivíduo [10].
Após uma abordagem
educacional em DM, espera-se que os ACS possam intervir de forma a influenciar
direta e indiretamente na qualidade de vida dos portadores de DM, mostrando que
a capacitação desses ACS é de fundamental importância para que os mesmos possam
orientar de forma adequada os seus pacientes.
Diante do exposto
propõe-se aprofundar a investigação de algumas variáveis relacionadas ao dia a
dia dos Agentes Comunitários de Saúde sobre DM. Espera-se que este estudo possa
fornecer subsídios para melhor compreensão dos aspectos relacionados ao
processo de trabalho, perfil e conhecimento dos ACS em relação à educação em
DM.
Este estudo
constitui-se de uma abordagem descritiva e qualitativa, realizada junto aos 41
ACS de 06 USF da Zona urbana do Município de Brumadinho. As unidades
selecionadas de acordo com os critérios e inclusão e exclusão foram: Unidades
de Saúde da Família (USF) Jota, Residencial Bela Vista, Progresso, Grajaú,
Centro e Santa Efigênia, do Município de Brumadinho/MG.
Como critérios de
inclusão: ACS das USF da Zona Urbana, USF completas em relação ao número de
ACS; e como critérios de exclusão: ACS das USF da zona rural, unidades
incompletas em relação ao número de ACS como, por exemplo, ACS de licença à
maternidade ou por motivo de doença, ausência de ACS por falta de contrato em
uma das micro áreas de abrangência, ou férias.
Após a inserção nos
campos de estudo deu-se início a coleta de dados através do questionário,
posteriormente à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Santa
Casa de Belo-Horizonte (CEP) para apreciação. O estudo foi aprovado sem
restrições, enquadrando-se perfeitamente dentro dos preceitos da ética para o
manuseio de dados referentes a seres humanos.
Todos os
entrevistados foram orientados acerca dos objetivos do estudo e assinaram um
termo de consentimento livre e esclarecido antes do início do preenchimento dos
questionários.
Como método para
avaliar o conhecimento específico sobre DM e cuidados referentes à doença,
utilizou-se o questionário DKN-A (Tabela I). Embora este questionário seja para
aplicação às pessoas com DM, torna-se necessária aplicação aos ACS’s, para que
eles tenham a percepção das ações de cuidados que o portador de DM deve
realizar diariamente, tornando-se também um instrumento de check-list para os ACS no momento de suas visitas e
acompanhamentos.
O Questionário DKN-A
(Tabela I), é um questionário autoaplicado, com 15 itens de respostas de
múltipla escolha acerca de diferentes aspectos relacionados ao conhecimento
geral do DM. Apresenta cinco amplas categorias: fisiologia básica, incluindo a
ação da insulina; hipoglicemia; grupos de alimentos e suas substituições;
gerenciamento do diabetes na intercorrência de alguma outra doença, e
princípios gerais dos cuidados da doença. A escala de medida é de 0-15 e cada
item é aferido com escore 1 para resposta correta e 0
para incorreta. Os itens de 1 a 12 requerem uma única resposta correta. Para os
itens de 13 a 15 somente algumas respostas são corretas e todas devem ser
conferidas para obter o escore 1. Um escore maior que
oito indica conhecimento acerca do DM. Este questionário foi traduzido para a
língua portuguesa e validado no Brasil [11].
Tabela
I - Versão Brasileira do Questionário Diabetes
Knowledge Questionnaire (DKN-A).
Fonte: Tradução da
autora adaptado da versão em inglês de Beeney, Dunn e Welch [11].
Para a apresentação
dos resultados e análises descritivas, qualitativas e quantitativas utilizou-se
software estatístico SPSS (Statistical Package for Social Sciences)
versão 20.0, 2012 e os testes de Fisher, Qui-quadrado, a correlação de Person,
teste Anova, e testes Wilcoxon e Kruskal-Wallis, para verificar a possível
associação entre variáveis qualitativas e quantitativas e comparação das médias
dos grupos. Foi estabelecido o nível de significância (p > 0,05) para
verificar a possível associação entre as variáveis.
Ressalta-se que as
categorias foram agrupadas em domínios. Os domínios a) fisiologia básica,
incluindo a ação da insulina, e b) hipoglicemia em um só domínio,
correspondendo às questões 1,2,3,6,7,8,9 e 10, e
domínio c) grupo dos alimentos e substituições, correspondendo às questões
4,5,11,13,14 e 15.
As informações
coletadas adquirem relevância prática para possibilitar uma padronização de
condutas e elaboração de estratégias para maior efetividade das ações no
controle do DM.
A coleta de dados
iniciou-se em 27/02/2013 e terminou em 27/06/2013.
As USF pesquisadas
possuem de 5 a 8 ACS.
No presente estudo,
entende-se o quanto é importante a educação aos
profissionais ACS para que através da transmissão dos conhecimentos obtidos às
pessoas com DM possam promover mudanças de atitude como a predisposição para a
adoção de ações de autocuidado nestes pacientes [12]. Portanto, espera-se que
os ACS sejam capaz de esclarecer a comunidade sobre os
fatores de risco para o DM; identificar, na população em geral, pessoas com o
risco para DM tipo 2; verificar o comparecimento dos pacientes com DM e HA
(Hipertensão Arterial) às consultas agendadas na unidade de saúde; verificar a
presença de sintomas e/ou queda do açúcar no sangue e encaminhar para a
consulta externa; perguntar se a pessoa com DM está tomando com regularidade os
medicamentos e se estão cumprindo as orientações de dieta, atividades físicas,
controle de peso, cessação do hábito de fumar e ingestão de água e bebidas
alcoólicas; registrar na ficha de acompanhamento o diagnóstico de DM de cada
membro da família; encaminhar as solicitações de exames complementares para
serviços de referência, dentre outros, contribuindo, assim, para o melhor
acompanhamento mensal às pessoas com DM [13].
Dessa forma, foi
escolhida a proposta de trabalhar com os ACS das USF na modalidade de
intervenção educativa sobre DM. O envolvimento e a participação mostraram-se
apropriados para gerar uma reflexão sobre a realidade vivenciada pelos
profissionais das USF’s em suas áreas de abrangência, assim como a construção
de conhecimento e formação do pensamento crítico e emancipatório dos
profissionais de saúde envolvidos no atendimento em DM nas USF [14,15].
Neste sentido,
destaca-se o papel dos ACS como agente de mudança sociocultural e na educação
em DM, visto que é esse profissional que está em contato direto com os
pacientes com DM.
Analisando os
resultados relacionados ao conhecimento (DKN-A) e de acordo com o número de
erros e acertos no geral e por questão, obtivemos um escore maior que 08,
mostrando a efetividade das intervenções educativas e alcance do objetivo
proposto para este estudo. Observou-se um grande número de acertos, no geral
nas questões 02, 04, 05, 10, 11, 13 e 15 e um aumento significativo de acertos
no pós-teste especialmente nas questões 03, 07, 09, 10, 11, 14 e 15. Porém, o número
de erros nas questões 02, 04 e 06 foi maior no pós-teste e o número de erros
nas questões 06, 08, 12 e 14 foram superiores ao número de acertos tanto no
pré-teste, quanto no pós-teste, visto o uso de termos científicos tais como
cetona e hipoglicemia. Nas questões 01, 05, 08 e 12, o número de erros e
acertos não apresentou alterações do pré-teste para o pós-teste. Vale destacar
que apenas 1 ACS acertou as 15 questões do
questionário no pós-teste.
Quando comparamos no
geral a proporção de erros e acertos no pré-teste e pós-teste, analisando
questão por questão, observamos que um valor p significativo foi encontrado nas
questões 06, 08, 09, 11, 12, 13 e 14, indicando um bom resultado final em 09
das 15 questões propostas.
Conforme a distribuição
dos escores finais pré-teste e pós-teste, já no pré-teste apresentou um
resultado significativo, com um escore maior que 8,
bem como na distribuição final dos escores finais pré-teste e pós-testes dos
domínios fisiologia básica + hipoglicemia e domínios alimentos e substituições,
que apresentaram um valor estatisticamente significativo (Tabela II).
Tabela
II -
Distribuição dos escores finais pré-teste
e pós-teste, e distribuição final dos escores finais pré-teste e pós-testes dos
domínios fisiologia básica + hipoglicemia e domínios alimentos e substituições.
Fonte: Dados da
pesquisa. Elaborada pela autora.
Conforme a Tabela II,
o escore final do pré-teste teve média 10,0 pontos. Já no pós-teste, a média do
escore final foi 11,1 pontos. Os resultados indicam já no pré-teste, um bom
conhecimento em relação a DM por parte dos ACS, visto que o escore final foi
superior a 8 pontos, representando uma diferença
estatisticamente significativa (p < 0,001), indicando um resultado favorável
da intervenção educativa.
O escore fisiologia
básica + hipoglicemia no pré-teste teve média 5,4 pontos, e a média do escore
alimentos e substituições foram de 4,6 pontos. Já no pós-teste, a média do
escore fisiologia básica foi de 6,2 pontos, e a média do escore alimentos e
substituições foi de 4,9 pontos, representando uma diferença estatisticamente
significativa (p < 0,001) e (p = 0,031) respectivamente.
O escore do domínio
fisiologia básica + hipoglicemia no pré-teste obteve média 5,4 pontos, e no
pós-teste a média foi de 6,2 pontos, indicando uma diferença estatisticamente
significativa (p < 0,001). O escore do domínio alimentos e substituições no
pré-teste obteve média de 4,6 pontos, e no pós-teste a média foi de 4,9 pontos,
indicando também uma diferença estatisticamente significativa (p = 0,031).
Observamos que a
média do escore final do pré-teste para o pós-teste apresentou aumento de 10,0
para 11,1 pontos. A média da proporção de acertos final do pré-teste para o
pós-teste aumentou de 66,3 pontos para 74,3 pontos. A média do escore do
domínio fisiologia básica + hipoglicemia do pré-teste para o pós-teste
apresentou aumento de 5,4 pontos para 6,2 pontos. A média do escore do domínio
alimentos e substituições aumentaram de 4,6 pontos para 4,9 pontos do pré-teste
para o pós-teste. A média de proporção de acertos do domínio fisiologia básica
+ hipoglicemia do pré-teste para o pós-teste aumentou de 59,9% para 69,4%.
Observamos um aumento significativo dos resultados do pré-teste para o
pós-teste.
Por fim, vale
salientar que este estudo pode apresentar limitações metodológicas. Utilizou-se
um desenho de pesquisa qualitativo, quantitativo e epidemiológico analítico, o
que impossibilita fazer inferências a respeito do efeito do programa educativo
para a aquisição de conhecimentos e mudança de atitudes dos participantes, bem
como fazer generalizações para outros profissionais e outras populações de
pessoas com DM. Os dados foram coletados em 06 USF do Município de Brumadinho,
e que provavelmente, tem certas particularidades que não são comuns às outras
USF que prestam assistência às pessoas com DM. Apesar dessas limitações, os
resultados deste estudo fornecem subsídios importantes para a avaliação de
intervenções educativas e de programas de educação continuada e permanente em
DM. De especial importância também para os profissionais de saúde, para a
prestação de cuidados a pessoas com DM como também para o desenho de estudos
futuros com outras metodologias e maior número de participantes.
Espera-se que os
resultados e objetivos alcançados neste estudo alertem os gestores do quanto é
importante um trabalho de educação continuada e permanente em saúde para os
profissionais de saúde e para os portadores de doenças crônicas, não só em DM.
Conclui-se que a
abordagem educacional em DM direcionada aos ACS é eficaz, e a capacitação
desses ACS se reflete na melhoria da qualidade do acompanhamento e orientação
dos pacientes em relação ao DM. As doenças crônicas, em especial o DM, exigem
envolvimento contínuo dos profissionais, pacientes e familiares, além de
acompanhamento sistematizado com enfoque de vários aspectos da assistência à
saúde. Nesse contexto, o DM, com suas especificidades e peculiaridades faz do
paciente o principal responsável pelo manejo da doença, por meio das atividades
de autocuidado, desde que bem orientados pelos profissionais de saúde,
principalmente pelos ACS.
Destaca-se
o quanto
importante é a educação em saúde e em DM.
Para isso, é necessária a formação,
educação e atuação contínua, da
equipe interdisciplinar em conjunto com as
pessoas com DM e a sociedade civil organizada. A atenção
primária à saúde deve
estar capacitada para realização de práticas
educativas dialógicas e
reflexivas, que valorizem o nível cultural das pessoas.
Adicionalmente, os
profissionais envolvidos precisam aprimorar suas habilidades de
aconselhamento
e comunicação.
Ficou evidente que os
ACS possuem bom conhecimento relativo ao DM, e que estes têm papel fundamental
na orientação aos pacientes portadores de DM durante as visitas e
acompanhamentos mensais.