ARTIGO
ORIGINAL
Saberes
e impactos da internação domiciliar: um estudo sob a ótica dos profissionais de
saúde
Ana Paula Magalhães*,
Magno Conceição das Merces, M.Sc.**, Márcio Costa de
Souza, Ft., M.Sc.***, Jaine Kareny da Silva, M.Sc.****, Mônica Oliveira
Rios*****, Jessica Lane Pereira Santos******
*Enfermeira,
Especialista em Educação Permanente em Movimento, **Enfermeiro e Biólogo,
Doutorando em Ciências da Saúde, Professor Auxiliar da Universidade do Estado
da Bahia, Salvador/BA, ***Doutorando em Medicina e Saúde Humana, Professor
Assistente da Universidade do Estado da Bahia, Salvador, ****Enfermeira, Doutoranda
em Enfermagem e Saúde, Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia
- Campus XII/Guanambi, *****Enfermeira, Mestrado profissionalizante em
Enfermagem, Professora Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia - Campus
XII/Guanambi, ******Enfermeira, Residente em Terapia Intensiva, Professora
Auxiliar da Universidade do Estado da Bahia - Campus XII/Guanambi
Recebido em 24 de
janeiro de 2017; aceito em 13 de fevereiro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Magno Conceição das Merces, Rua Campo Florido, 204,
Mar da Tranquilidade, Feira de Santana, 44003-366 Bahia BA, E-mail:
mmerces@uneb.br,paulinha_tn09@hotmail.com, mcsouzafisio@gmail.com,
jksilva@uneb.br, morios@uneb.br, jlpsantos@uneb.br
Resumo
Objetivo: Compreender os
saberes e impactos assistenciais da Internação Domiciliar (ID) em um município
do sudoeste baiano sob a ótica dos profissionais de saúde deste serviço. Material e métodos: Estudo qualitativo e
descritivo realizado com 11 profissionais de saúde da ID.
A coleta de dados foi realizada mediante entrevista semiestruturada nos meses
de março e abril de 2014, com posterior análise de conteúdo segundo Bardin. Resultados: Os principais saberes estão
relacionados ao conceito do programa de ID, critérios de inclusão dos usuários
e a sua diferença em relação ao cuidado em ambiente hospitalar. Os principais
impactos são: redução de reinternações hospitalares, aumento das vagas de
leitos, maior participação dos familiares no cuidado, garantia da equidade e
universalidade. Conclusão: O conhecimento
da estrutura organizacional da ID pode auxiliar na
melhor qualidade de assistência em domicílio, promovendo um cuidar pleno e
efetivo.
Palavras-chave: profissionais da
saúde, serviços de assistência domiciliar, saúde pública.
Abstract
Knowledge and impacts of home hospitalization: a study from the
perspective of health professionals
Objective: To
understand the knowledge and assistance impacts of Home Hospitalization (HH) in
a municipality of the Southwest of Bahia under the perspective of the health
professionals of this service. Methods:
Qualitative and descriptive study carried out with 11 HH health professionals.
The data collection was performed through a semistructured
interview in the months of March and April 2014, with a subsequent content analysis
according to Bardin. Results: The
main knowledge is related to the concept of the HH program, inclusion criteria
of the users and their difference in relation to the care in the hospital
environment. The main impacts are: reduction of hospital readmissions, increase
of beds vacancies, greater participation of family members in care, guarantee
of equity and universality. Conclusion:
Knowledge of the organizational structure of HH can help in the best quality of
care at home, promoting a full and effective care.
Key- words: health personnel, home care services, public health.
Resumen
Saberes e impactos de la
hospitalización domiciliaria: un estudio desde la perspectiva de los
profesionales de la salud
Objetivo: Para entender el conocimiento y el bienestar de los impactos de la
hospitalización domiciliaria (HD) en un municipio del sur de Bahia desde la
perspectiva de los profesionales sanitarios en este servicio. Material y métodos: Estudio cualitativo
y descriptivo con 11 profesionales de la salud HD. La
recolección de datos se realizó mediante entrevistas semiestructuradas, en
marzo y abril de 2014, con posterior análisis de contenido según Bardin. La
investigación fue aprobada por el Comité de Ética de
Investigación de la Universidad del Estado de Bahía con el Protocolo número
558697. Resultados: Los principales
saberes están relacionados con el concepto del
programa HD, criterios de inclusión de los usuarios y su diferencia en relación
a la atención en el hospital. Los principales impactos son: la
reducción de los reingresos hospitalarios, el aumento de camas vacantes, una
mayor participación de la familia en el cuidado, garantía de igualdad y
universalidad. Conclusión: El
conocimiento de la estructura organizativa de la HD
puede ayudar a una mejor calidad de atención en el hogar, promoviendo una
atención plena y efectiva.
Palabras-clave: personal de salud,
servicios de atención de salud a domicilio, salud pública.
As lutas e conquistas
resultantes do movimento sanitário, ocorrido no Brasil, motivado pelos mais
diversos atores sociais e políticos, não foram suficientes para minimizar um
dos grandes nós no sistema de saúde, que se conforma na hegemonia do modelo de
atenção centrado na figura do médico, com seus múltiplos sinônimos e características
peculiares voltados à doença e respectivamente a cura, como os termos:
hospitalocêntrico, fragmentado, biomédico Flexneriano e mecanicista, voltados
para a doença [1].
Nesse sentido, as
práticas que seguem na perspectiva interativa e holística surgem como
alternativas para mudança desse cuidado hospitalocêntrico e biomédico, a fim de
desenvolver uma visão multicêntrica, multidisciplinar e interprofissional com o
intuito de proporcionar um cuidado integral. Destaca-se neste cenário a Internação
Domiciliar (ID) como um modelo de cuidado para atender as necessidades atuais
de cuidados permanentes, prevenindo dessa forma as internações hospitalares
desnecessárias que expõem usuários a riscos de infecções e afastamento de seu
ambiente familiar [2].
A
ID
surge como uma das modalidades alternativas à hospitalização, tanto
complementar, quanto substitutiva, que emprega o domicílio como lugar de cura e
cuidado [3]. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a ID representa um
conjunto de ações no domicílio das pessoas clinicamente estáveis, que
necessitam de cuidados acima das modalidades ambulatoriais, mas que podem ser
mantidas em sua própria residência e atendidas por uma equipe profissional
específica [4]. A peça fundamental do programa é a interação entre o usuário, a
família, o contexto domiciliar, o cuidador e a equipe multiprofissional.
Ao suscitar como
objeto de estudo a ID, sentiu-se a necessidade de delimitar o entendimento, já
que este serviço de saúde surge como alternativa para a desospitalização
necessária, frente à superlotação dos leitos de hospitais na rede SUS, e para
minimizar riscos associados ao internamento hospitalar, principalmente os de
longa duração [5].
A
ID
objetiva acelerar o processo de reabilitação do usuário, através da aproximação
do ambiente familiar; redução de gastos com internações e reinternações
hospitalares e com riscos de infecções hospitalares; diminuir a incidência de
depressão por causa da doença; reintegrar o usuário ao seu cotidiano; integrar
equipe de saúde da família e usuário, proporcionando melhorias nas condições
psicológicas ao doente [6]. Para que esta estrutura de atenção à saúde alcance
todos os avanços, melhorias e inovações propostas, é necessário uma implementação de serviços qualificados, apresentando um
processo de trabalho e estrutura que atenda as necessidades integrais dos
usuários do programa.
Diante do exposto, o
presente estudo tem como objetivo compreender os saberes e impactos
assistenciais da ID em um município do sudoeste baiano
sob a ótica dos profissionais de saúde deste serviço.
Estudo de abordagem
qualitativa e caráter descritivo, o que se configurou a modalidade mais apropriada
para este estudo, frente às especificidades de compreensão quanto aos saberes e
impactos na atenção à saúde da ID sob a ótica dos
profissionais de saúde. O campo de estudo foi o Hospital Regional de Guanambi
(HRG) Dr. Juca Bastos, localizado na cidade de Guanambi, município situado no
sudoeste da Bahia.
O programa de ID do
referido município possui 11 trabalhadores de saúde (02 médicas, 02
enfermeiras, 04 técnicas de enfermagem, 01 fisioterapeuta, 01 nutricionista, 01
fonoaudióloga), sendo adotados como critérios de inclusão: profissionais de
saúde, de nível médio e nível superior, com idade igual ou superior a 18 anos,
matriculados para o exercício da função no programa de ID há mais de um
bimestre. Portanto, neste estudo, a partir de determinado número de
participantes, as falas chegaram à exaustão pela sua repetitividade, e assim
foi delimitado o número de participantes.
Dentre as técnicas de
produção dos dados, utilizamos a entrevista individual e semiestruturada,
previamente agendada com os participantes da pesquisa, que foi realizada no HRG
e nos domicílios dos doentes. Esta fase da pesquisa ocorreu entre os meses de
março e abril de 2014. As entrevistas foram transcritas e analisadas, e, para a
identificação e diferenciação das distintas falas, foram utilizados nomes de
flores para os profissionais de saúde do ID, impossibilitando assim a
identificação dos respondentes, preservando suas identidades. Os dados foram
ordenados e classificados para a formação de categorias, para em seguida a
realização da análise final através da síntese horizontal e vertical das falas
dos entrevistados. O método selecionado foi Análise de Conteúdo, na perspectiva
de Bardin [7], para buscarmos o aprofundamento dos dados coletados a partir das
entrevistas.
Este estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia
parecer nº 558.697. Os princípios éticos e morais relacionados à pesquisa que
envolve seres humanos foram preservados, conforme preconiza a Resolução nº 466/12
do Conselho Nacional de Saúde.
O domicílio pode ser
considerado um local único em que a equipe de saúde presta assistência,
considerando os aspectos econômicos, sociais, afetivos, as questões históricas
e as experiências culturais dos familiares, ou seja, todos os recursos
disponíveis, tanto humanos como materiais da pessoa [8]. Para tanto, nesse
contexto do cuidado domiciliar, o saber profissional descreve os pilares desse
cuidado, apresentando seus desafios, limitações e possibilidades de suas ações.
Assim, torna-se
imprescindível destacar os saberes dos profissionais de saúde quanto à ID, bem
como destacar os critérios de elegibilidade. As falas seguintes das
entrevistadas Dália e Orquídea demonstram a compreensão sobre o programa de ID
e o desenvolver do cuidado no domicílio:
[...]
é quando você permite ao paciente que está internado em hospital, ir “pra” sua casa, e terminar o tratamento em casa, mas é
claro que existem algumas regras pra levar esse paciente pra casa, entre elas o
paciente não estar grave a ponto de não ter uma assistência 24 horas, ou
assim...quando a família consente, é caso de câncer por exemplo [...], mas a
internação domiciliar é basicamente isso, é dar toda assistência em casa [...] para
que ele se sinta bem assistido por uma equipe de saúde [...] (Dália).
É
uma modalidade de atenção realizada por uma equipe
multiprofissional,
específica com a ação de promoção da
saúde, prevenção e prestar uma assistência
às pessoas com quadros clínicos estáveis [...]
(Orquídea).
Diante das falas
apresentadas, nota-se uma compreensão de que a ID é prestar os cuidados ou
assistência à pessoa no domicílio, por uma equipe de saúde multiprofissional.
Para que a pessoa possa ser inserida no programa, requerem-se alguns critérios
de elegibilidade. Desta forma, é válido relembrar que as pessoas que necessitam
de uma monitorização, que dependem de uma assistência de enfermagem contínua,
que precisam de vários procedimentos diagnósticos com urgência, tratamento
cirúrgico de caráter de urgência, ou também os que necessitam de uso de
ventilação mecânica invasiva contínua, não são incluídos no programa, pois
integram uma assistência complexa no âmbito hospitalar [9].
O programa de ID,
através da produção de cuidados domiciliares, necessita destes critérios de
inclusão para cadastro, frente as suas peculiaridades e perspectivas de
terapêutica, há uma necessidade singular de ferramentas do cuidado que
valorizem as relações e o conhecimento, que podem ser denominadas de
tecnologias leve e leve/duras, ou tecnologia das relações, em detrimento das
tecnologias duras, maquinários e procedimentos, mais presentes em unidades
hospitalares [10]. Para tanto, é necessário enfatizar a importância do programa
de ID, sem desmerecer a assistência na internação hospitalar, que no olhar no
cuidado integral devem ser complementares e não antagônicas, visto cada uma se
adequar as mais diversas situações de problemas de saúde.
Nos discursos abaixo,
as entrevistadas Margarida, Tulipa e Girassol enfatizam a importância da
internação domiciliar e explicitam quais as principais diferenças e semelhanças
entre o cuidado no hospital e o cuidado sendo realizado no domicílio.
[...]
então a primeira coisa é o conforto que o paciente tem dentro da casa “né”?
[...] a própria cama é uma coisa importante, influencia muito no psicológico do
paciente dormir na cama, no próprio quarto [...] a alimentação em casa é bem
melhor porque também por mais que a comida do hospital seja boa existe aquele
mito... é comida de hospital... “não quero comer” ou
às vezes vem alguma coisa que o paciente não gosta “né”? [...] e também o livre
acesso aos familiares, porque no hospital só é permitido um visitante por
paciente e um acompanhante por paciente e na internação domiciliar não, a
família fica livre pra fazer visita pra conversar “né”? Então o conforto do
paciente, o bem estar é pra mim é o principal benefício! (Margarida).
[...]
e nós sabemos que existem regras, que tem que existir que pouca gente pode
visitar o paciente no hospital, em casa ele está cercado da família, cercado de
amor, de cuidados, e quem que não quer estar em sua casa “né”? Então se a gente
puder dar a assistência em casa, eu acredito que há sim privilégio de estar
recebendo esse cuidado em casa (Tulipa).
[...]
o medicamento é o mesmo, a avaliação é a mesma, mas o paciente tende a melhorar
porque ele tem ali perto o vizinho que ele gosta, tem a casa que ele gosta
conhece o ambiente dele, ele não é tirado dali [...] o paciente “tá” na casa
dele, então até pra receber a gente (profissionais), igual a
gente chega aqui pra fazer uma consulta no hospital, parece que o paciente se
coloca lá no fundo, ele sabe que “tá” no meu canto (hospital) é o meu lugar de
atender, chegando na casa dele ele se sente “o dono da casa” então até nisso há
essa melhoria [...] (Girassol).
Diante dos discursos
supracitados, percebe-se que a internação no âmbito domiciliar apresenta
algumas vantagens, entre elas, o conforto, a liberdade e maior recuperação no
estado de saúde, por ser o próprio espaço da pessoa atendida. Esse tipo de internação
é visto como seu porto seguro e sua referência, de onde obtêm tudo que
necessitam e os seus aspectos são levados em conta [8].
Deve-se levar em
conta que o ambiente domiciliar proporciona um protagonismo na atenção à saúde
da família e da pessoa atendida, divergente dos outros serviços de saúde, que
na maioria das vezes pode produzir uma atenção à saúde compartilhada das
decisões e com intervenções diretas dos familiares na construção do projeto
terapêutico singular [11].
Sob a ótica dos
entrevistados, as pessoas visualizam o hospital como um lugar permeado de
regras, onde “nada é permitido”. Possivelmente o contexto de vida de cada
pessoa contribui para esta visão geralmente distorcida do real objetivo para
este conjunto de normas e rotinas, que são empregados a todos os envolvidos
(pessoa atendida, familiar/cuidador e profissionais) visando melhor atenção à
pessoa que necessita [12]. Assim, a unidade hospitalar necessita em algumas
situações de maior controle dos procedimentos e condutas técnicas, mas pode e
deve permitir a inclusão de mudanças que não interfiram na produção do cuidado.
Evidentemente, a
pessoa que necessita deste serviço, possui necessidades físicas, sociais e
psicológicas, devendo ser abordado de forma integral, o qual exige um trabalho
de uma equipe multidisciplinar, uma vez que este enfoque favorece a qualidade
da atenção oferecida, o doente consequentemente tende a diminuir as
complicações. Nesse sentido, as ações de cuidado que são desenvolvidas no lar,
espaço de referência do doente, devem ser realizadas conforme as necessidades e
singularidades do enfermo e de sua família [8].
Assim, as atividades
de cuidado podem ser planejadas, de acordo com os hábitos de vida de cada
pessoa e não devem ser empregadas meramente para cumprir medidas burocráticas.
É importante haver mudanças que não comprometam os aspectos físicos e
psicológicos das pessoas e envolvidos no contexto assistencial. O cuidado no
domicílio deve ser realizado respeitando-se as preferências e desejos da
pessoa, de forma que os sujeitos sejam percebidos como singulares em suas
culturas, histórias de vida e subjetividades em geral [13].
Isso sugere que, no
espaço domiciliar, a família e o doente parecem possuir maior autonomia, para
tomar as decisões inerentes aos modos de cuidado. Entretanto, no hospital, esta
autonomia fica prejudicada, pois existem regras que são impostas como horário
de visitas, horários de alimentação, tipo de alimentação, entre outras. Um
estudo sobre o posicionamento dos profissionais que prestam assistência em
domicílio obteve respostas que destacam a assistência domiciliar como uma forma
de atenção à saúde diferenciada, que avalia a diversidade de vida, a
complexidade das relações sociais e familiares, bem como promove a integração
dos profissionais com o doente e sua família [14].
Nota-se, ainda, nos
discursos abaixo, que as entrevistadas Orquídea e Magnólia sinalizam também
como benefícios da internação no domicílio a promoção da humanização na
assistência:
[...]
o atendimento no lar, na própria casa é um atendimento mais humanizado [...]
reintegra o paciente em meio social [...] e também proporciona um suporte
emocional, “pras” famílias porque além do paciente, a internação domiciliar
trabalha muito com a família (Orquídea).
[...]
no hospital, o paciente tem o auxilio de técnicos, enfermeiros e médicos 24
horas, na internação domiciliar a gente auxilia a família, “né”? [...]
atendimento mais humanizado, é como forma de orientação, cuidados, e a gente
“tali” semanalmente passando, para rever esse paciente, então a gente da um
suporte à família (Magnólia).
As falas revelam que
há uma valorização ao cuidado humanizado na ID, em que
esta modalidade proporciona o convívio social da pessoa ou usuário, e a importância
desta para as famílias. Dessa forma, verificamos que há uma necessidade de
prevenção e gerenciamento adequado das doenças crônicas, de forma integrada com
os cuidados agudos à saúde, para contribuir com o desenvolvimento de autonomia
dos usuários e humanização no cuidado, em um contexto de envelhecimento,
investindo no autocuidado e no cuidado proporcionado pela família através da ID [5].
Nesse sentido,
humanizar a assistência em saúde implica em dar lugar tanto à palavra do
usuário quanto à palavra dos profissionais da saúde, de forma a propiciar o
diálogo, que pense e promova as ações, a partir da ética, do respeito, do
reconhecimento mútuo e da solidariedade. Esse diálogo diz respeito a associar
os desejos do usuário aos cuidados prescritos pelos profissionais de saúde do
programa de ID, e assim atender integralmente as necessidades de saúde desse
usuário [15].
Nesta perspectiva,
esta modalidade de assistência, além de integrar o doente ao seu convívio
familiar, proporciona uma maior aproximação da família com a equipe de saúde,
propondo um cuidado em parceria [16]. Essa aproximação dos familiares,
possíveis cuidadores, aos profissionais de saúde que compõem a equipe do
programa de ID, promove a interação entre eles, o compartilhamento de saberes e
de atribuições na produção do cuidado, e o apoio aos familiares na superação de
dificuldades inerentes ao cuidado domiciliar.
Além das situações
apresentadas que contribuem para maior conforto do indivíduo, as entrevistadas Girassol e Jasmim relatam um aspecto
importante que diferencia os serviços de saúde e alertam quanto aos riscos de
infecção e tempo de hospitalização pelos usuários vinculados a internação
hospitalar.
[...]
aqui dentro do hospital por mais limpeza que tenha, a gente sabe da infecção
hospitalar, e em casa as bactérias que têm lá, que todo lugar têm, elas não são
danosas quanto as daqui. As daqui estão acostumadas
com grandes antibióticos então se ela pega ela causa um impacto maior na saúde
do paciente [...] (Girassol).
[...]
a questão da infecção hospitalar [...] já foi comprovado, e muitos pacientes
que voltam pra casa com feridas fecham bem mais rápidas do que se tivessem
internados aqui (hospital) (Jasmim).
As falas supracitadas
apresentam discurso a respeito da vulnerabilidade, do usuário internado no
ambiente hospitalar, frente à exposição aos agentes biológicos. Estes usuários
internados em instituições hospitalares estão mais expostos a uma ampla
variedade de microrganismos patogênicos. Assim, as falas expressam a percepção
de que o cuidado no domicílio é menos danoso à pessoa atendida, portanto menos
susceptível a esta infecção.
A infecção hospitalar
é caracterizada pelo Ministério da Saúde como um agravo de causa infecciosa,
adquirido pelo doente após sua a admissão em hospital, que pode manifestar-se,
durante a internação ou após a alta, desde que esteja relacionado à internação
ou a procedimentos hospitalares [4].
Os estudos acerca da
assistência domiciliar no Brasil, e no que diz respeito à comprovação de
menores riscos de infecção hospitalar dessa modalidade são escassos,
dificultando a comparação das falas obtidas na pesquisa. No entanto, infere-se
que a contribuição na mudança do modelo de atenção, que visa o atendimento no
domicílio, bem como a formação e a educação em saúde dos usuários do programa
de ID e familiares cuidadores representam os esforços, que alavancarão o
controle para minimizar os riscos de infecção, e que promoverão uma visão
interdisciplinar, e consequentemente um cuidado mais seguro.
A
maioria das
infecções hospitalares se manifesta como
complicações de pessoas em estado
grave, em consequência da hospitalização e de
procedimentos invasivos, além de
advir também do tratamento através do uso de
imunossupressores ao qual o doente
pode ter sido submetido [17]. Neste sentido, a ID apesar de apresentar
semelhanças à internação hospitalar,
semelhanças essas necessárias à
produção
do cuidado, também apresenta diferenças, ou melhor,
peculiaridades das
especificidades dos cuidados específicos nele prestados.
Assim, as
entrevistadas Margarida, Dália e Hortênsia apontam algumas semelhanças e
diferenças relacionadas à assistência e procedimentos na internação hospitalar
e domiciliar, como também alguns critérios para que o usuário possa participar
do programa de ID:
[...]
a semelhança é que no internamento domiciliar quanto no hospitalar a gente pode
fazer alguns procedimentos como soroterapia, antibioticoterapia, desde que esse
antibiótico seja até de 12 em 12 horas, a gente pode fazer analgesia venosa
[...] trocar sondas [...] curativos grandes de escara, a fisioterapia
domiciliar, a retirada de gastrostomia [...] coleta do exame de sangue que
também são feitos em casa, urina, fezes [...] (Margarida).
[...]
a semelhança que existe é que a gente consegue dar uma assistência para esse
paciente para que ele possa tá em casa, mas no programa existem regras, e
dentre elas está a medicação apenas de 12 em 12 horas,
a gente fornece torpedo de oxigênio, fornece válvulas, cateter. Porém se o
paciente fizer uso de oxigênio contínuo, de repente não é ideal que vá pra
casa, então existe sim paciente com oxigenoterapia, porém de uso intermitente,
de uso alternado, não de uso continuo (Dália).
[...]
a diferença que tem é porque o paciente no hospital durante você trabalha 12
horas você simplesmente “tá” do lado dele ali, eu dou um plantão de 12 horas
então eu “tô” vendo o paciente o dia todo no meu período de 12 horas, se eu
pego 5, 6 pacientes eu sempre vou tá com eles no período de 12 horas, eu “tô”
vendo ele o dia todo... visito 1, visito 2, 3 por dia
num mesmo momento e volto, então e o paciente domiciliar a gente vai 1 vez no
dia coloca o soro pela manhã, as vezes não dá pra voltar a tarde, aí eu vou no
outro dia (Hortênsia).
Diante das falas das
entrevistadas, verificamos que as semelhanças foram basicamente associadas aos
procedimentos técnicos desenvolvidos na produção do cuidado. Quanto às
diferenças, elas foram associadas ao tempo de permanência do profissional de
saúde ao lado do usuário, sendo no internamento hospitalar um acompanhamento
contínuo e no ID alternado com uma visita diária. Uma das falas também associa
a oxigenoterapia contínua enquanto uma contraindicação para a
ID.
Compreende-se que a
ID é sinônima a prestação de serviços de saúde de maneira intermitente, como
coleta de exames laboratoriais, informações e orientações gerais, bem como
aconselhamento aos usuários e seus familiares [18]. A ID
inclui, ainda, tratamentos e/ou terapias de reabilitação ou medicamentosa;
serviços médicos e de enfermagem; suporte nutricional enteral e parenteral, de
forma que a pessoa, após passar pela fase aguda, que levou a internação
hospitalar, poderá receber seguimento dos cuidados de saúde no ambiente
domiciliar [19].
Assim, o discurso que
assemelha as duas modalidades de internação, através das atividades técnicas de
execução de procedimentos diversos, é fortalecido pelos conceitos supracitados.
Neste sentido, a ID é uma assistência continuada da hospitalar, que oferta
recursos humanos, equipamentos, materiais e medicamentos, para as pessoas em
estado mais complexos que necessitam de atendimento semelhante ao oferecido no
ambiente hospitalar [20].
Embora a ID, como foi
perceptível nas falas, apresente alguns benefícios para o usuário do serviço,
não se pode definir que uma modalidade de assistência seja ideal ou melhor do
que a outra, pois ambos os tipos de internação podem ser subsequentes ou
complementares. É preciso levar em consideração as especificidades de cada
modelo, a avaliação da situação clínica da pessoa atendida pelos profissionais
que as executam, e a decisão de internação deve ser tomada em conjunto com os
profissionais de saúde, os usuários e os seus familiares [8].
Nesta perspectiva, a
ID surge como modalidade de atenção que visa ações centradas no cuidado que
pode ser produzido em domicílio para aqueles usuários que se enquadram no
perfil do programa, é válido ressaltar a significância dos avanços e melhorias
que a ID trouxe, resultado das mudanças do perfil da atenção à saúde com a
utilização do programa.
Contudo, a atenção
hospitalar tem sofrido algumas alterações, decorrentes da crescente demanda da
população, dos altos custos gerados por este tipo de internação, sem contar na
mecanização desse tipo de assistência, diante disso, programas que têm como
foco atendimento domiciliar, como a ID merece destaque, no que concernem as
mudanças no perfil de atenção à saúde [8].
Assim, as
entrevistadas Rosa, Dália, Hortênsia e Magnólia apresentam em suas falas que o
Programa de ID, trouxe resultados positivos e avanços para município:
Eu
acho que a internação trouxe um impacto muito positivo pra essa região, pela
primeira vez nós vimos um serviço que desospitalizasse, tirasse do hospital,
levasse pra casa e prestasse o cuidado em casa, então aquele paciente pode se
restabelecer em casa ao lado da família que é de extrema importância (Rosa).
A
gente costuma até perguntar às vezes “gente como era antes da
ID”? Porque muitas pessoas dependem mesmo da ID,
com medicações administradas em casa, questões de fraldas que são doadas,
materiais de higiene, seringas, gazes, esparadrapos, enfim... a gente se pergunta como era feito antes? [...] os leitos já
estão superlotados antes da ID, imagine mais 60
pessoas dentro do hospital? então o impacto é grande
sim, e acho que Guanambi ganhou muito com esse programa! (Dália).
[...]
essa internação ela veio para “desafogar” os hospitais, os hospitais da rede
pública estão muito cheios, são muito procurados [...] o hospital cheio demais
não tem como ser cuidado, ele indo pra casa ele vai ser um paciente bem cuidado
inclusive pela família [...] (Hortênsia).
A
internação domiciliar é um projeto do governo pra na verdade desafogar os
leitos hospitalares, né? E aquele paciente, mantém internado em casa ter um
auxílio que tem no hospital, no domicilio (Magnólia).
Como verificamos nas
falas das entrevistadas acima, os resultados positivos relacionados a ID foram
relacionados ao fato do programa reduzir o quantitativo de internações hospitalares,
através da alta hospitalar daqueles usuários que possuem condições de serem
acompanhados por cuidados domiciliares. Neste sentido, com este quantitativo de
altas hospitalares ou processo de desospitalização, a liberação ou
disponibilização de leitos hospitalares para novas internações surge como
resultado deste trabalho da ID. Assim, a ID aumenta a
disponibilidade de leitos hospitalares, bem como diminui o período de
internação, sendo os custos para as internações domiciliares menores que ampliar
e manter leitos em hospitais [21].
Destarte, atendendo a
perspectiva de que a ID reduz as internações hospitalares e libera leitos para
novas internações, isso contribui essencialmente com a situação atual de
disponibilidade de leitos hospitalares no Brasil, visto que o Brasil conta com
322.201 leitos de internação hospitalar pelo SUS, sendo a equivalência destes
de 0,86 leito hospitalar público por cada mil
habitantes [22]. Tal índice apresenta-se inferior ao estabelecido pelo MS, fixa
o ideal de 2,5 leitos gerais para cada grupo de mil habitantes, fato este que
justifica a superlotação dos leitos hospitalares públicos [1].
Outro aspecto
positivo da ID visualizado na fala da entrevistada
Margarida, refere-se à diminuição de reinternações hospitalares daqueles
usuários que fazem parte do programa de ID:
A
gente cuida hoje de 60 doentes “né”? E que alguns desses doentes certamente
estariam no hospital se não houvesse o serviço, né? E outros
deles, a gente consegue evitar as reiternacões, então uns estaria aqui
dentro e os outros a gente “tá” fazendo como se fosse prevenção pra evitar que
eles se hospitalizem novamente né? [...] então possivelmente há um impacto aqui
na emergência ou até nos leitos do hospital! (Margarida).
Como vimos na fala
apresentada, a ID reduz os riscos de afecções hospitalares pelos usuários
internados, visto que esses pacientes atendidos pelo ID estarem livres dos
riscos, ou até mesmo a redução de chances de reinternação desses usuários,
devido aos cuidados de prevenção, promoção e reabilitação executados na ID, frente às possíveis complicações dos problemas de
saúde apresentados pelos usuários do programa.
Diante
do exposto,
salientamos a importância das modalidades de
atenção domiciliar compreender ações
de promoção, prevenção e
reabilitação, atentando assim para os três
níveis de
atenção: primária, secundária e
terciária [23]. Nesta perspectiva a ID promove
ações que reduzem significativamente os agravos de
saúde, implicando
consequentemente na redução de custos a saúde
pública no Brasil. Isso afeta
positivamente a gestão do SUS, visto que ainda vivenciamos um
sistema de saúde
que detém elevados gastos por atender ao modelo de
atenção a saúde médico
centrado, que valoriza a realização de procedimentos
técnicos de alto custo,
muitas vezes desnecessários.
O modelo hegemônico
de atenção à saúde centrado em procedimentos implica custos crescentes,
particularmente em função do envelhecimento da população, da transição
epidemiológica e, sobretudo, da incorporação tecnológica orientada pela lógica
do mercado, não sendo capaz de responder às necessidades de saúde da população
[11]. Assim, verificamos na fala de entrevistada Girassol que a ID tem também
como finalidade diminuir os custos hospitalares:
A
internação domiciliar veio exatamente pra diminuir a procura pelo hospital, né?
Não bem a procura, mas para esvaziar a internação de hospital isso que eu acho
que o hospital acaba sendo mais caro pro estado, ai
eles fizeram essa internação domiciliar que se foi com esse intuito só de
diminuir custos eles acertaram muito no sentido de ajudar muito o pessoal
(Girassol).
Diante da fala da
entrevistada, percebemos a associação da redução dos gastos hospitalares com a
diminuição da procura pelo hospital, em casos de reinternação, e com o
esvaziamento de leitos, pela redução do tempo de internação com a alta
hospitalar para direcionamento do usuário ao ID. Desta forma, o Programa de ID
representa uma estratégia na reversão da atenção centrada nos hospitais e
proporciona a elaboração de uma nova sistemática de atenção em saúde e na
humanização desta atenção [23].
Para tanto,
destaca-se que o cuidado domiciliar é uma estratégia da atenção à saúde que vem
tornando-se imprescindível, pois além de reduzir custos hospitalares, diminuir
número de complicações e, consequentemente, o número de reinternações, promove
também a participação da família no cuidado ao doente, proporcionando melhor
qualidade de vida, um olhar diferente na forma de viver e de enxergar o mundo,
diante da fragilidade de saúde do doente [11,24].
Observa-se também na
fala da entrevistada Girassol, que com programa de ID alguns princípios do SUS
estão sendo respeitados no atendimento:
E
o que me deixou bem tranquila com o programa, com esse serviço, que eu tenho
notado que independente da classe social, da cor, se fuma droga se vende droga
se deixou de ser drogado, nada [...] independente de religião o paciente tá
sendo tratado com igualdade “cê” entendeu? Isso tá me deixando muito a vontade
no programa sempre achei que a gente tinha que ter igualdade em todo lugar e
aqui nós estamos tendo! eu acho que tem um principio
do SUS que é tratar de maneira diferente os diferentes né? Para que eles se
sintam pelo menos nesse momento igual e aqui “tá” tendo isso então eu acho que
esse programa é excelente. (Girassol)
Verificamos então com
a fala supracitada que os princípios da universalidade e da equidade foram
pontuados como respeitados pelo programa de ID, através da universalidade,
todos podem ter acesso ao programa e através da equidade, todos são atendidos
de acordo com suas necessidades, dentro de suas diferenças ou diversidades em
busca da resolutividade das suas necessidades de saúde. Pode-se salientar que
os princípios do SUS englobam: universalidade, integralidade, resolutividade e
da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, com
consequência incorporação e o atendimento de parcela importante da população de
excluídos [25].
Sabe-se que para
prestar atendimento à saúde, como no Programa de ID, o serviço deve ser
organizado de forma coordenada e interdependente. Então, mediante a fala das
entrevistadas Dália e Orquídea, o programa de ID traz avanços para o sistema de
saúde:
Eu
acho que foi um programa muito bom pra Guanambi, pra acrescentar, pra crescer,
acredito que não estamos aqui pra tirar lugar de ninguém, estamos aqui para
acrescentar, pra fazer parcerias, mas é importante cada área de
responsabilidade, a unidade básica tem a importância fundamental na cidade, o
SAMU, o hospital, cada um tem a importância no seu espaço de contribuição
(Dália).
[...]
eu acredito que “pro” hospital regional não só “pro” regional, unidades básicas
de saúde também, diminuiu, desafogou mesmo [...] antigamente qualquer paciente
com uma dor aguda estaria no hospital, hoje não, essa dor mais aguda já pode
ser tratada em casa paciente sai de lá de onde for, vem “pro” hospital e não
precisa nem “tá” internando já vai direto pra internação domiciliar (Orquídea).
Frente às falas
acima, percebe-se que o programa de ID avançou no sistema de saúde, a partir do
momento que propôs a complementaridade e inter-relação para com os demais
serviços de saúde e demais complexidades da rede de atenção à saúde. Sua
organização de maneira coordenada e interdependente mantém a credibilidade do
programa, uma boa relação e comunicação com os demais serviços. Assim, deve-se
organizar em redes de atenção à saúde, que constitui um conjunto de serviços de
saúde, vinculados entre si, poliárquicas, que possui o mesmo objetivo,
permitindo uma atenção contínua e integral à população, com garantia de
qualidade, e de humanização no atendimento, com responsabilidades econômicas e
sanitárias por sua população [26].
O presente estudo
evidenciou a importância da assistência domiciliar como modalidade alternativa
e complementar à hospitalização, que se configurou como assistência
substitutiva e adicional na organização dos serviços de saúde. Possibilitou
proporcionar saúde com práticas assistenciais de um cuidado mais humanizado e
integral, trazendo desta forma, resultados positivos no que tange às melhorias
das condições de saúde dos usuários do serviço público no município de
Guanambi.
Destacou-se que a
compreensão dos profissionais de saúde membros do programa de ID, acerca do
significado do ID, diz respeito à produção de cuidados ou atenção ao usuário em
seu domicílio, sendo esse serviço responsabilidade de uma equipe de saúde
multiprofissional.
Os profissionais da ID afirmaram acreditar que o cuidado no domicílio
representa para a pessoa mais liberdade, mais conforto, mais qualidade de vida
e convívio social, com seus familiares, vizinhos, amigos, pois ele não é tirado
do seu ambiente familiar, o que tende a contribuir para a evolução clínica da
pessoa atendida.
Neste sentido, há,
portanto, necessidade de investimentos no programa, com intuito de ampliar o
atendimento do ID, visto sua importância, essência e necessidade da rede de
atenção à saúde em manter esse programa em atividade. Contudo, acredita-se que
os objetivos do estudo foram atingidos, à medida que a realidade vivenciada
pelos profissionais foram reveladas, bem como suas
experiências que foram discutidas no decorrer do estudo.
Anseia-se que o
presente estudo constitua subsídio para reflexão sobre o programa de internação
domiciliar do município de Guanambi, além de possibilitar formulações sobre a
organização desse programa e os sujeitos envolvidos, colaborando para uma
melhor qualidade de assistência, no que concerne o cuidado no domicílio,
promovendo um cuidar pleno e efetivo.
Sugere-se a
realização de novas pesquisas com a finalidade de conhecer melhor o programa de
ID, com intuito de favorecer a expansão do conhecimento científico acerca da
temática, o que possivelmente acarretará em melhorias tanto para os usuários do
sistema, profissionais e instituições de saúde.