Vivências de mães de crianças com transtorno de espectro autista: estudo fenomenológico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v17i6.2247

Resumo

Objetivo: Desvelar a vivência de mães de filhos com transtorno de espectro autista. Métodos: Estudo de natureza qualitativa balizado no referencial teórico-filosófico-metodológico de Martin Heidegger, realizado em um municí­pio da zona da mata de Minas Gerais, com 14 mães de crianças diagnosticadas, que nos meses de janeiro/março de 2016 fizeram seus depoimentos em encontros mediados pela empatia. Resultados: Da compreensão emergiram as Unidades de Significado: Difí­cil aceitar o diagnóstico e A não aceitação da famí­lia e da sociedade. Desvelou-se que o ser-aí­-mãe-de-autista parte da facticidade para a impropriedade e mostra-se inautêntica, pois deixa de ser um indiví­duo e transforma-se na "mãe do autista". Conclusão: No desvelamento dos sentidos percebeu-se a dificuldade do cotidiano de ser mãe de autista. Sugere-se a realização de novos estudos com enfoque direcionado aos enfermeiros e profissionais de saúde, pois é preciso repensar as polí­ticas públicas para alcancçar essa parcela da população de maneira mais eficiente e inclusiva.

Palavras-chave: transtorno autí­stico, relações mãe-filho, enfermagem.

Biografia do Autor

Anna Maria de Oliveira Salimena, UFJF

Doutora em Enfermagem, Professora do Programa de Pós-graduação Mestrado em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG

Daniela de Cássia Sabará Rendón, UFJF

Mestranda do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG

Thaí­s Vasconselos Amorim, UFJF

Enfermeira.,Doutora em Enfermagem. Professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG

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Publicado

2019-02-13

Edição

Seção

Artigos originais