Contribuições da antropologia para as ciências da saúde e para compreensão do processo saúde-doença

Autores

  • Tarciso Feijó da Silva UERJ
  • Denise Cristina de Oliveira UERJ
  • Helena Maria Scherlowski Leal David UERJ
  • Susana Reis Ferreira UERJ
  • Tatiana Cabral da Silva Ramos UERJ

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v17i5.2331

Resumo

Introdução: A antropologia na prática dos serviços de saúde que envolve a enfermagem e nas pesquisas cientí­ficas desta área emerge como potente ferramenta por compreender que a relação entre a ciência médica biologicista/fragmentária estabelece-se no cotidiano do cuidado pela dificuldade, dos próprios cuidadores, em disponibilizar no seu fazer o holismo metodológico. Objetivo: Identificar, a partir da literatura publicada em bases de dados eletrônicas na área da saúde, a relevância da antropologia para as ciências da saúde e para compreensão do processo saúde-doença. Métodos: Revisão integrativa da literatura desenvolvida mediante levantamento das publicações cientí­ficas em bases de dados eletrônicas na área da saúde. Foram utilizados como descritores: "Antropologia", "processo saúde-doença" e "ciências da saúde", sendo selecionados 10 estudos publicados entre 2009 e 2016. Resultados: Verificou-se que a Antropologia apresenta um arcabouço teórico-metodológico próprio, que permite análise abrangente e compreensão crí­tica do pensamento cientí­fico. Conclusão: A aproximação e a articulação entre Antropologia e o campo das ciências da saúde apresenta-se como essencial para a produção de rupturas significativas no modo de pensar e fazer saúde, assim como compreender o processo saúde-doença. Neste sentido, a abordagem da saúde pela lente da antropologia pode possibilitar um novo olhar epistemológico sobre as ciências da saúde.

Palavras-chave: antropologia, processo saúde-doença, ciências da saúde.

Biografia do Autor

Tarciso Feijó da Silva, UERJ

Enfermeiro Especialista em Gestão em Saúde e Gestão em Saúde da Famí­lia, Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Doutorando do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Docente da Universidade Estácio de Sá

Denise Cristina de Oliveira, UERJ

Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, Pós-Doutora em Psicologia Social pela École des Hautes Etudes em Sciences Sociales, Professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da UERJ

Helena Maria Scherlowski Leal David, UERJ

Doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, Professor Associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Susana Reis Ferreira, UERJ

Mestre em Enfermagem pela UNiversidade do Estado do Rio de Janeiro, Professora da Universidade São Camilo e Universidade Estácio de Sá  

Tatiana Cabral da Silva Ramos, UERJ

Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Enfermeira da Estratégia Saúde da Famí­lia de Queimados

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Publicado

2018-11-23