Cognição prejudicada de idosos em instituições de longa permanência pública de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v18i3.3085Resumo
Introdução: O envelhecimento populacional desencadeia perdas na capacidade funcional, entre elas as cognitivas, que merecem atenção por comprometer a qualidade de vida dos idosos institucionalizados. Objetivo: Caracterizar o perfil dos idosos residentes em instituições de longa permanência pública de São Paulo com perda cognitiva. Métodos: Estudo quantitativo, transversal e descritivo, com 154 idosos residentes em quatro instituições nas zonas norte, sul, leste e oeste da cidade de São Paulo. As instituições estão inseridas no seio da comunidade e acolhem idosos em situação de vulnerabilidade social. A coleta aconteceu durante os meses de agosto a dezembro de 2016. As informações sociais, culturais e epidemiológicas foram transcritas dos prontuários, também avaliado o estado mental, o grau de dependência e o risco de desnutrição. Resultados: 62,4% apresentavam cognição prejudicada, desses prevaleceu o sexo feminino 36,4%, a faixa etária de 70 a 79 anos 28%, solteiros 35,8% e analfabetos 28%, sem queda 46,1%, entre dois a quatro anos de institucionalização 23,5%, totalmente dependentes 29,9% e risco para desnutrição 54%. Conclusão: Os idosos com perda cognitiva são do sexo feminino, com idade avançada, solteiros ou viúvos, com baixa escolaridade, sem queda, entre dois a quatro anos de institucionalização, com dependência e risco de desnutrição.
Palavras-chave: instituição de longa permanência para idosos, cognição, Enfermagem.
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