Bem-estar espiritual e música em pacientes com úlceras crônicas: integração ou oposição?
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v12i2.3735Resumo
Estudo de abordagem exploratória, quantitativa, do tipo descritivo longitudinal e experimental, com objetivos de identificar as características sociais, familiares, econômicas e de saúde dos pacientes com úlceras crônicas cadastrados e que frequentam o CAEnf II – Unidade de Lesão de Pele Enf. Isa Rodrigues de Souza e investigar a influência da música no bem-estar espiritual de pacientes com úlceras crônicas. A amostra foi de 24 pacientes, divididos aleatoriamente em 3 grupos de 8 participantes. A variável de intervenção planejada foi ouvir música e a variável dependente foi o bem-estar espiritual. Os resultados referentes í caracterização dos participantes: 54,17% eram mulheres, 20,83% tinham de 60-69 anos, 62,50% eram católicos, 50% com ensino fundamental incompleto e 79,17% eram portadores de doença crônica. Os resultados referentes í Escala de Bem-Estar Espiritual: o Grupo Controle, (não ouviu música antes da realização do curativo) manteve um alto Bem-Estar Religioso tendo aumento em sua média (de 58,24 para 58,97) e o Bem-Estar Existencial, com a variação da média (de 47,44 para 48,20) depois da realização do curativo manteve um Moderado Bem-Estar Existencial. No escore da Escala de Bem-Estar Espiritual do Grupo Experimental (ouviu música antes da realização do curativo) observou-se que manteve um alto Bem-Estar Religioso apesar da diminuição de sua média (de 58,21 para 57,95) e o Bem-Estar Existencial teve sua média aumentada (de 50,19 para 51,30) mantendo um alto Bem-Estar Existencial. Concluímos que com a elevação da média do Bem-Estar Espiritual, o ouvir música não interferiu no Bem-Estar Religioso e sim no Bem-Estar Existencial.
Palavras-chave: espiritualidade, música, pacientes, úlceras.
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