Enfermagem em cirurgia plástica: uma especialização a se desenvolver no Brasil

Autores

  • Luciana Secches de Freitas FAMERP

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v12i5.3762

Resumo

Minha formação em Odontologia e em Enfermagem, com mestrado e doutorado em enfermagem e atuação como enfermeira junto ao Departamento Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, permitiram-me desenvolver competências (conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e emoções) na assistência a pacientes submetidos a cirurgias estéticas e reparadoras de cabeça e pescoço.

Nos últimos anos venho atuando como dentista e enfermeira, desenvolvendo ações administrativas e assistenciais na atenção a pacientes atendidos em clí­nica de cirurgia plástica. As atividades que desempenho envolvem toda a rotina da clí­nica, como recepção e orientação aos pacientes e familiares, instrumentação no intraoperatório, supervisionando o atendimento de enfermagem prestado durante a internação hospitalar, realizando pesquisas de satisfação, estatí­sticas de atendimentos, dimensionando e priorizando as necessidades, orientando os pacientes no pré e pós-operatório e também realizando os curativos, remoção de drenos, enfim, diferentes procedimentos relacionados í  atuação do enfermeiro no contexto da cirurgia plástica.

A Cirurgia Plástica é uma especialidade ampla, destinada a reparar, reconstruir e substituir deformidades envolvendo a pele, o sistema musculoesquelético, estruturas craniomaxilofaciais, extremidades, mama, tronco e genitália externa. É divulgada nos diferentes meios de comunicação e no âmbito cientí­fico a excelência que o Brasil vem alcançando na cirurgia plástica. No entanto, apesar do grande desenvolvimento da cirurgia plástica na medicina brasileira, esta área é pouco explorada na formação do enfermeiro, seja em ní­vel de graduação como de pós-graduação lato sensu.

Atuando como enfermeira no contexto da cirurgia plástica, tenho verificado que esta é uma área de atuação incipiente do enfermeiro. Nestes 10 anos, observei que surgiram e foram desenvolvidas e aprimoradas muitas técnicas cirúrgicas, assim como procedimentos estéticos e cosméticos, deixando visí­vel um campo de atuação para o enfermeiro.

Deve ser destacado que é o profissional da área de saúde não médico com condições de atuar técnica e cientificamente em todas as fases relacionadas í  cirurgia plástica, prestando atendimento a pacientes nos perí­odos pré, intra e pós-operatório. Então, é urgente que seja qualificado em cursos de pós-graduação lato sensu, particularmente em ní­vel de especialização, na área de cirurgia plástica.

Atualmente sou a primeira enfermeira do Brasil a fazer parte da Sociedade Americana de Enfermagem em Cirurgia Plástica (American Society of Plastic Surgery Nurse- ASPSN), sociedade que oferece aos seus membros o livre acesso a informação e a troca de informações nesta área, permitindo atualizar e aprimorar meus conhecimentos para exercer minhas funções como enfermeira na área de cirurgia plástica.

Tive, também, a oportunidade de verificar o papel desenvolvido pelas enfermeiras americanas, deixando evidente que os enfermeiros brasileiros têm muito a aprender no contexto da cirurgia plástica. Ficou evidente que, apesar de o Brasil ocupar a 2º posição no ranking de cirurgias plásticas, os enfermeiros norte-americanos fazem diversos procedimentos como: aplicação de toxina botulí­nica, aplicação de ácidos, manipulando aparelhos de lasers. Também trabalham com o desenvolvimento da qualidade, pesquisa, educação e possuem uma entidade de classe atuante, desenvolvendo grandes congressos e simpósios para discussão e prestí­gio da especialidade de Cirurgia Plástica.

No Brasil, as competências e valorização dos enfermeiros já são evidentes em várias áreas e especialidades, como no caso da Obstetrí­cia, Cardiologia, Pediatria e muitas outras. Porém, no que diz respeito í  cirurgia plástica a trajetória está apenas começando. Por isso, desejo contribuir na Jornada pela Especialização em Enfermagem em Cirurgia Plástica no Brasil.

Biografia do Autor

Luciana Secches de Freitas, FAMERP

Graduada em Odontologia pela UNIP, Doutora em Enfermagem pela FAMERP, especialidade na área de otorrinolaringologia, trabalha em clí­nica de cirurgia plástica - responsável pelos aspectos administrativos e assistenciais/educativos,  no contexto da Enfermagem, membro do Grupo de pesquisa "Núcleo de Estudos sobre Morbidade Referida e Gestão do Trabalho em Saúde" - NEMOREGES

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Publicado

2019-12-28