Contribuição da residência em enfermagem obstétrica para a assistência no Brasil: uma revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33233/eb.v22i6.5265

Palavras-chave:

Internato não médico, Enfermagem obstétrica, Educação em enfermagem, Trabalho de parto

Resumo

Introdução: Os enfermeiros obstetras, formados a partir da modalidade residência, tendem a contribuir de forma ímpar sobre o cenário obstétrico, possuindo competência para atuar sobre os campos da saúde sexual, reprodutivo, materno e neonatal, possuindo ênfase em parto e nascimento, contribuindo para uma assistência obstétrica de qualidade e satisfatória a sua clientela, reduzindo danos, complicações e intervenções desnecessárias. Objetivo: Identificar na literatura quais as mudanças que ocorreram no panorama nacional obstétrico desde a implantação do Programa Nacional de Residência em Enfermagem Obstétrica no Brasil. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram consultadas as bases de dados Lilacs, Scielo e BDENF, acessados via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Os descritores controlados, utilizados na estratégia de busca, foram selecionados no DeCs (Descritores em Ciências da Saúde), sendo “Internato não médico”, “ Enfermagem obstétrica”, “Educação em enfermagem” e “Trabalho de parto”. O espaço de tempo escolhido foi de 2013, quando a residência em enfermagem obstétrica foi criada, até o ano de 2018. Resultados: As enfermeiras obstétricas vêm utilizando os métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto. Foi encontrado na maioria dos resultados a inserção do acompanhante (60%), assim como foi evidenciado na maioria dos resultados, traumas perineais de baixa gravidade e episiotomia seletivas (80%). Foi identificada boa vitalidade ao nascer (Índice de Apgar superior a 7 no primeiro minuto de vida) na maior parte dos estudos (60%). Relata-se a respeito da posição verticalizada da parturiente no momento do parto em 60% dos estudos. O clampeamento oportuno do cordão umbilical e o contato pele a pele foram citados em apenas 40% dos estudos, enquanto que o aleitamento materno na primeira hora de vida em apenas 20% dos estudos. Conclusão: A maioria das práticas assistenciais realizadas pelas residentes de enfermagem obstétrica ou pelos enfermeiros egressos formados na modalidade residência está de acordo com as recomendações técnicas da OMS para o parto normal, no entanto, ainda são necessários avanços na assistência, visto que foram encontradas práticas inadequadas na assistência obstétrica.

Biografia do Autor

Danielle Castro Janzen, UNIFESP

Enfermeira Obstetra, Mestre e Doutora em Ciências Docente do departamento de Saúde da Mulher da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Débora Sangiogio Zuliane, UNIFESP

Enfermeira Obstetra Egressa do programa de residência em Enfermagem Obstétrica da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

Luíza Csordas Peixinho Silva, UNIFESP

Enfermeira, UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil

Luana Vitro Barreto, UNIFESP

Enfermeira, UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil

Eduarda Ferreira da Silva, UNIFESP

Enfermeira, UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil

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Publicado

2024-01-28