Profissionais chamados "não médicos": uma reflexão sobre a generalização sem identidade da área da saúde
DOI:
https://doi.org/10.33233/eb.v17i1.984Resumo
INTRODUÇÃO: Tem sido cada vez mais comum, em documentos, textos oficiais, discursos e outras fontes, a citação dos termos "profissionais médicos" e "profissionais não médicos", revelando uma ideia de desconexão explícita e taxativa entre os mesmos. Partindo do princípio de que cada profissional da área da saúde é singular e tem função específica e indispensável para a atenção integral í saúde das pessoas, entendemos que tal denominação é errônea e desrespeitosa com as demais categorias que formam o corpo de profissões da saúde, uma vez que todas têm o objetivo comum de promover o bem estar das pessoas em todos os aspectos da vida humana. OBJETIVO: Objetivamos encetar uma discussão acerca da denominação profissional "não médico", atribuída às categorias profissionais da área da saúde, buscando ampliar o olhar sobre as nuances que envolvem as relações interprofissionais, de forma a torná-las mais humanas e dignas. CONCLUSíO: Ressaltamos a importância de entender-se a equipe multiprofissional como espaço de verdadeira interação e aprendizado mútuo, a despeito da mera noção de um agrupamento de profissionais com técnicas distintas para atingir o mesmo objetivo, que é a saúde do ser cuidado.
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