ARTIGO
ORIGINAL
Impacto
da criolipólise associada à radiofrequência na adiposidade localizada
Cryolipolysis impact associated to
radiofrequency in localized adiposity
Beatriz Cordovil
Leite*, Alana Iketani Lopes*, Rodrigo Santiago Barbosa Rocha, Ft., M.Sc.**, Clívia Cristhine Amaral Bandeira, Ft. M.Sc.**,
Larissa Salgado de Oliveira Rocha, Ft. M.Sc.**
*Graduanda
em Fisioterapia pela Universidade da Amazônia, **Universidade Metodista de
Piracicaba (UNIMEP) e Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade da
Amazônia (UNAMA)
Recebido em 12 de
abril de 2016; aceito em 11 de maio de 2017.
Endereço
para correspondência:
Larissa Salgado de Oliveira Rocha, Universidade da Amazônia, Rua Alcindo
Cacela, 287, 66060-902 Belém PA, E-mail: lari1980@gmail.com; Clivia C A
Bandeira: cliviabandeira@gmail.com; Rodrigo Santiago B Rocha:
fisiorocha2000@yahoo.com.br; Alana Iketani: alanaiketani@gmail.com; Beatriz
Cordovil Leite: biacordovileite@hotmail.com
Resumo
Introdução: A criolipólise e a
radiofrequência estão entre as técnicas não invasivas mais procuradas que
proporcionam a diminuição do tecido adiposo. Objetivo: Avaliar a influência da associação da criolipólise e
radiofrequência no tratamento da adiposidade em abdômen inferior. Métodos:
Participaram nove voluntárias com adiposidade em abdômen inferior, idade média
de 27,44 ± 2,4 anos, submetidas ao tratamento de uma sessão de criolipólise
durante 50 minutos, sucção de 40 mmHg, cinco sessões
de radiofrequência com ponteira multipolar, potência 30 W, frequência de 3 Hz
contínua, temperatura a 42°C, duas vezes na semana, totalizando 5 sessões,
avaliadas através do índice de massa corpórea (IMC), perimetria e adipometria.
Foram utilizados os testes de Shapiro Wilk seguido de Test T de Student para
análises pré e pós-tratamento (p ≤ 0,05). Resultados: A média adipométrica abaixo da cicatriz umbilical e
acima da espinha ilíaca ântero-superior à esquerda (p < 0,03; p = 0,001) e à
direita (p < 0,02; p = 0,0001), no pós-tratamento, apresentou redução
significativa quando comparada ao pré-tratamento, com a variável a cinco
centímetros acima da crista ilíaca esquerda e direita no pós-tratamento se
comparados ao pré-tratamento (p = 0,02; p = 0,04). As variáveis IMC, peso e
perimetria não obtiveram diferença significativa (p > 0,05). Conclusão: O protocolo utilizado no
estudo mostrou eficácia na redução da adiposidade localizada em abdômen
inferior.
Palavras-chave: adiposidade,
crioterapia, lipólise, diatermia, fisioterapia.
Abstract
Introduction: Cryolipolysis and radiofrequency are among
the most sought after non-invasive techniques that provide decreased adipose
tissue. Objective: To evaluate the
influence of the association of cryolipolysis and
radiofrequency in the treatment of adiposity in the lower abdomen. Methods: Nine volunteers with adiposity
in the lower abdomen, mean age of 27.44 ± 2.4 years, underwent treatment of a cryolipolysis session for 50 minutes, 40 mmHg suction, five
radiofrequency sessions with multipolar tip, 30 W power, Frequency of 3 Hz
continuous, temperature at 42°C, twice weekly, totaling 5 sessions, evaluated
by body mass index (BMI), perimetry and adipometry. The Shapiro Wilk tests were used, followed by
Student's T test for pre and post-treatment analysis (p ≤ 0.05). Results: The adipometric
average below the umbilical scar and above the anterior superior iliac spine on
the left (p < 0.03, p = 0.001) and right (p < 0.02, p = 0.0001), after
treatment, showed a significant reduction when compared to the pre-treatment,
as the variable was five centimeters above the left and right iliac crest in
the post-treatment compared to the pre-treatment (p = 0.02; p = 0.04). The BMI,
weight and perimetry variables did not show a significant
difference (p > 0.05). Conclusion:
The protocol used in the study showed efficacy in reducing localized adiposity
in the lower abdomen.
Key- words: adiposity, cryotherapy, lipolysis, diathermy, physiotherapy.
Os distúrbios tegumentares
afetam não somente a autossatisfação corporal, como também repercutem na
autoestima. O acúmulo de gordura no tecido subcutâneo se dá de forma
progressiva, pois desde a infância a hiperplasia de células adiposas já está em
constante atividade e se estende até a vida adulta [1]. Diferentes recursos
estão sendo requisitados para obter a melhora do contorno corporal,
proporcionando qualidade e resultados satisfatórios na redução de gordura
localizada. Tecnologias como a criolipólise e a radiofrequência oferecem riscos
minimizados, mesmo que possuindo mecanismos de ações diferentes, como uma
possível morte programa de adipócitos e lipólise indireta, que resultam na
redução focal da adiposidade [2].
Através de seu efeito
térmico, a criolipólise possui grande efetividade na redução da adiposidade
localizada. Neste recurso o tecido adiposo é submetido a um resfriamento
programado, desencadeando a cristalização de adipócitos, que serão
posteriormente encapsulados, digeridos por macrófagos e em seguida eliminados
por meio da apoptose. Os efeitos colaterais da
pós-aplicação são mínimos se a técnica for executada corretamente, é indolor, e
o indivíduo pode retornar as tarefas diárias ao término do procedimento [3,4].
A radiofrequência também atua de forma não invasiva, contudo, utiliza a
corrente elétrica de média intensidade com a finalidade de ocasionar
hipertermia tecidual interna entre 40º e 43°C, produzindo um efeito metabólico
de grande estímulo adipocitário, favorecendo a lipólise dos adipócitos, que possivelmente
implicam na redução de medidas [5].
Deste modo a
radiofrequência pode compreender a contração do colágeno e estímulo da
neocolagenogênese como uma importante promoção de aportes nutricionais e
oxigenativos devido à vasodilatação induzida pela elevação da temperatura
local. Essa somatória de acontecimentos proporcionará a melhora do aspecto
corporal dos indivíduos [6]. Entretanto, a literatura pouco referencia os
benefícios da associação de tais recursos sobre a adiposidade localizada [7],
todavia, este estudo propõe verificar a influência da criolipólise associada à
radiofrequência em mulheres com adiposidade localizada em abdômen inferior.
O estudo foi
realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia após
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da própria
Universidade sob número 1.367.971/2015 e a assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido e autorização de utilização das
imagens pelas voluntárias. A amostra inicial constituiu-se de 23 voluntárias,
sendo 14 excluídas do estudo. A amostra remanescente foi de 9
voluntárias, com os seguintes critérios para inclusão na pesquisa: que não
estivessem em tratamento estético na região de abdômen durante a pesquisa, que
apresentassem o índice de massa corpórea normal (entre 18,5 e 24,99 kg/m2)
[8], que apresentassem adiposidade na região de abdômen inferior ≥ 20 mm
na medida adipométrica, que estivessem na faixa etária entre 25 e 40 anos, e
que tivessem boa tolerância ao calor e ao frio.
Foram excluídas
voluntárias que tivessem índice de massa corpórea superior a 25 kg/m2,
com mensurações adipométricas abdominal em valores inferiores a 20 mm,
alterações sensoriais, obesas ou com sobrepeso (índice de massa corpórea de 30
a 39,99), que estivessem em período gestacional, portadores de câncer e/ou
metástase, que possuíssem marca-passo, próteses metálicas, endopróteses,
infecções locais e com cirurgia recente na região tratada (mínimo de seis
meses).
As voluntárias foram
submetidas à avaliação por meio de uma ficha estruturada contendo queixa principal, realização de tratamentos e cirurgias estéticas
recentes, hábitos alimentares, prática de atividade física, doenças
persistentes, uso de medicamentos e sensibilidade cutânea. Foi realizada a
coleta de dados; verificado o índice de massa corpórea (IMC), que é determinado
pela razão do peso pela altura ao quadrado (kg/m2); a perimetria,
utilizando uma fita métrica da marca Circulo®, tendo
como referência a cicatriz umbilical, seis centímetros acima e seis centímetros
abaixo; e a adipometria tendo como ponto de referência um centímetro acima da
crista ilíaca anteriormente e lateral (flancos), e três centímetros abaixo da
cicatriz umbilical por meio do adipômetro Clínico Tradicional Cescorf®.
Para a captura de
imagens, as voluntárias foram fotografadas com câmera Samsung SH100 14,48
megapixels®, em ambiente bem iluminado, com fundo azul celeste, na distância do
foco de um metro e meio com as voluntárias em posição ortostática de vista
anterior e perfil direito e esquerdo [9]. Ao iniciar o procedimento ocorreu a
higienização do abdômen com gaze embebida em solução de clorexidine alcoólica.
Posteriormente as voluntárias foram submetidas à aplicação de uma sessão de
criolipólise, na região de abdômen inferior abaixo da cicatriz umbilical,
demarcada a área de concentração de adiposidade localizada tomando como
referência as medidas de adipometria e em seguida ocorreu o acoplamento da
manopla na região abdominal inferior à cicatriz umbilical com o aparelho FusioMed 1034 CryolipoSculp – BiotecItalia®, durante 50
minutos, com sucção de 40 mmHg. Ao final, pode-se observar hiperemia local,
acompanhada ou não de hematomas, parestesia temporária e dolorimento local.
Após 10 dias da
aplicação da criolipólise, as voluntárias foram submetidas a cinco sessões de
radiofrequência, duas vezes por semana com o aparelho Triatherm Radiofrequência
Cecbra®, com aplicador de ponteira multipolar, de potência 30 W, frequência de
emissão de 3 Hz contínua, com movimentos de varredura
e rotação da ponteira com fluxo constante e regular, obtendo a temperatura
máxima de 42°C e mínima de 40°C, sendo esta verificada frequentemente com o
termômetro de alcance profundo da marca InfraredThermometer®, após alcançar a
temperatura desejada, o procedimento foi mantido por mais cinco minutos.
Os dados foram
processados por meio do software BioEstat® versão 5.3
e se adotou a estatística descritiva em todas as variáveis para caracterização
da amostra e o teste de Shapiro Wilk para normalidade dos dados seguido da
aplicação do teste t para as amostras relacionadas, com nível α de 5% para
a rejeição da hipótese de nulidade.
Para caracterização
da amostra verificou-se que a idade das voluntárias foi de 27,4 ±2,4 anos, com
altura média de 1,59 ± 0,05 cm, que relataram em 100% não ter realizado
tratamentos estéticos ou qualquer tipo de cirurgia nos últimos seis meses.
Quanto aos hábitos alimentares, 33,3% das voluntárias apresentavam hábitos
regulares de alimentação, com dieta e acompanhamento nutricional, 44,4% hábitos
alimentares desregulares e 22,2% balanceados, sem
dieta específica, assim como 100% não praticavam atividade física, não
apresentavam alterações de sensibilidade e 55,5% das voluntárias relataram já
ter feito utilização de medicação anticoncepcional em algum momento. Os dados
referentes ao Índice de massa corpórea (IMC), perimetria e peso corporal antes
e após o tratamento encontram-se expressos na Tabela I. Constatou-se que não
houve diferença significativa entre as variáveis peso,
IMC e perimetria no pós-tratamento se comparados ao pré-tratamento (p >
0,05).
Tabela
I - Valores médios e de desvio padrão das variáveis peso, IMC, perimetria antes e após o tratamento.
*C.U: Cicatriz
Umbilical; IMC: Índice de Massa Corpórea; ABD SUP: Abdômen Superior; ABD INF:
Abdômen Inferior.
Em relação à variável
adipometria, a Tabela II evidencia os pontos de adiposidade em abdômen inferior
à direita e a esquerda antes e após o tratamento. Verificaram-se valores menores significativos à esquerda e à direita nos pontos espinha
ilíaca ântero-superior (p < 0,00), abaixo da cicatriz umbilical (p
< 0,03; p < 0,02) e flanco à direita (p < 0,02). Entretanto, não houve
diferença estatística em flanco à esquerda entre os momentos (p < 0,09).
Tabela
II -
Valores médios da adipômetria no pré e
pós-tratamento nos pontos de referência em abdômen inferior à direita e à
esquerda.
*Diferença estatística
pré e pós-tratamento; C.U: Cicatriz Umbilical; EIAS: Espinha Ilíaca Ântero
Superior.
Tais resultados
quantitativos foram constatados quando se analisaram as imagens de vista
anterior e de perfis direito e esquerdo das voluntárias antes e após o
tratamento (Figuras 1 e 2). As Figuras 1 e 2 (A, B e C) correspondem à
avaliação no pré-tratamento em vista anterior, perfil direito e esquerdo
respectivamente de duas voluntárias. Verificou-se a presença de adiposidade
localizada em abdômen inferior, com visível comprometimento de escultura
corporal, tecido adiposo em excesso ao redor de todo abdômen e abaixo de
cicatriz umbilical. As Figuras 1 e 2 (D, E e F)
referente ao pós-tratamento demonstraram redução na adiposidade localizada em
abdômen inferior, bem como a melhora do remodelamento corporal nas áreas abaixo
da cicatriz umbilical. Na Figura 1 e na Figura 2, nota-se em vista anterior uma
depressão tecidual abaixo da cicatriz umbilical, diminuição na área de abdômen
inferior, melhorando a irregularidade causada anteriormente nessa região
(seta).
Figura
1 - As fotos representam a vista anterior,
perfil direito e esquerdo da região do abdômen em posição ortostática: Figuras
1 (A, B e C) representam o período de pré- tratamento e as figuras 1 (D, E e F) no pós-tratamento.
Figura
2 - As fotos representam a vista anterior,
perfil direito e esquerdo da região do abdômen em posição ortostática, onde as
figuras: 2 (A, B e C) representam período de pré
tratamento e as figuras 2 (D, E e F) do pós-tratamento.
O atual estudo
apresentou uma amostra de voluntárias com acúmulo de tecido adiposo de
predominância abdominal, no entanto Cunha et al. [10] ressaltaram que os hormônios sexuais femininos promovem a
disposição de adiposidade predominantemente nas nádegas, coxas e quadril nas
mulheres, denominada de adiposidade ginóide, o que não corrobora o encontrado
nas voluntárias do presente estudo, que apresentam biótipo característico da
adiposidade androide. No entanto, tais dados do presente estudo estão de acordo
com Júnior et al. [11], estes justificaram que os
indivíduos também sofrem inflûencia de hábitos alimentares desregulados ou
distúrbios hormonais, podendo estes serem fatores desencadeantes para a
migração de adiposidade para outras partes do corpo. Tais hábitos desregulares
foram encontrados em parte da amostra estudada em 44,4%, o que confirma o
estudo de Junior et al. [11] em relação a distribuição de
gordura em outras regiões na mulher.
Os recursos
utilizados para o tratamento de adiposidade se diferenciam quanto à
aplicabilidade e a energia empregada no tecido, visto que, a radiofrequência
promove a lipólise pelo aumento da microcirculação sanguínea, a atividade
enzimática, metabólica e térmica, e a criolipólise promove a apoptose da célula
adiposa através do resfriamento controlado do tecido [12]. Considerando as
reduções de medidas encontradas no presente estudo com a associação dos
recursos, observou-se que na região infraumbilical houve redução de tecido
adiposo mais significativa, justificando-se possivelmente que a exposição
térmica a temperaturas entre 40º C e 42º C provocam danos letais para o tecido
adiposo [13], assim como o “resfriamento” localizado e controlado do tecido
adiposo subcutâneo, com temperaturas que variam de -5
a -15 ºC, promovem morte adipocitária por apoptose e consequentemente,
diminuição do contingente adiposo subcutâneo localizado [14].
No estudo proposto os
parâmetros utilizados contradizem em alguns aspectos aos encontrados por Lofeu et al. [15], os quais utilizaram a
radiofrequência monopolar com potência de 100 W até o alcance da temperatura
desejada em 38º, permanecendo nesta temperatura cerca de 3 a 5 minutos. No que
já foi citado os parâmetros de Bianchetti et al. [16]
se assemelham afirmando que o tempo ideal para o tratamento corporal seria de 3
a 5 minutos em cada região e a temperatura ideal seria acima de 38ºC.
No que diz respeito à
aplicabilidade da criolipólise, os parâmetros usados neste estudo corroboram
Bernstein et al. [17], que refere a utilização de
uma sucção moderada entre as placas de resfriamento, bem como um período de
aplicação de cerca de 60 minutos. Alasvand et al. [18], Sasaki et al.
[19] e Wanitphakdeedecha et al. [20]
referiram a
utilização de 50 mmHg de sucção em
áreas tratadas, bem como 60 minutos de
aplicação, ocasionando efeitos benéficos na
redução do volume tecidual e
circunferência abdominal. No presente estudo observou-se ainda
que na
pré-avaliação as voluntárias apresentavam
maior concentração de tecido adiposo
em relação à pós-avaliação
nas medidas perimétricas, entretanto, não mostrou
significância estatística no que se refere a medidas de
circunferência
abdominal no pós-tratamento. Esta alteração pode
ser justificada pelo fato de
que a perimetria não é um método avaliativo
fidedigno para a averiguação de
adiposidade, isto porque, ao verificar a circunferência corporal,
não é
possível isolar somente o tecido adiposo, já que a
composição corporal consiste
também em ossos, músculos, sangue e outros [21,22].
Diante dos resultados
obtidos, verificou-se que não houve significância estatística em relação à
adipometria de flanco esquerdo, este fato pode ser justificado por Siqueira et al. [23] que relataram a influência de
alterações posturais, tais como escolioses e lordoses com a protusão abdominal
excessiva e o deslocamento do centro de gravidade anteriormente, desta forma
aparentando ao indivíduo assimetria postural e adiposa. Entretanto este fator
não pode ser afirmado ao presente estudo, pois não houve avaliação postural na
ficha de avaliação. Por outro lado, a pesquisa realizada constatou o aumento de
peso das voluntárias e estes resultados podem ser justificados por Chanther et al. [24] que discorrem que
circunstancialmente o gênero feminino é propenso a mudanças na composição
corporal, sendo a condição socioeconômica, comportamental, estilo de vida,
alterações hormonais, ciclo menstrual (devido à retenção hídrica) e
nuliparidade fatores determinantes e significativos para ganho de gordura
corporal e consequente mudança no peso. Tais dados estão de acordo também com o
estudo de Frainer et al. [25] que afirmam que o ganho de
adiposidade é de maior predominância em 64% de mulheres com idade media de 27 ±
8 anos, como é o caso das voluntárias que participaram do presente estudo,
desta forma relacionando o aumento de índice de massa corpórea com faixas
etárias mais elevadas, uma vez também que 100% das mesmas eram sedentárias.
Os resultados
demonstraram que a variável de maior relevância para a quantificação de
adiposidade localizada, deu-se por meio da avaliação de dobras cutâneas, ou
seja, pela adipometria. Tais achados do presente estudo corrobora Pereira et al. [26] e Filho et al. [27] que afirmaram que o método de adipometria atualmente é
a forma mais fidedigna para se mensurar a quantidade de tecido, por seu amplo
acesso e por ser financeiramente mais viável, podendo ser um bom recurso, na
impossibilidade da utilização de métodos mais precisos, como a bioimpedância e
a ultrassonografia [28]. O método de bioimpedância seria um método mais
fidedigno para a avaliação da composição corporal, por ser uma ferramenta de
maior precisão, resposta rápida, não invasiva e relativamente barata para
estimar a quantidade de gordura corporal, além de proporcionar facilidade de
aplicação e portabilidade [29]. Entretanto, encontrou-se dificuldade em
comparar os resultados da presente pesquisa em decorrência da carência de dados
na literatura que envolvam a associação destes
recursos [30].
Conclui-se que a
associação entre os métodos de criolipólise e radiofrequência, a partir dos
efeitos proporcionados pelas correntes no que se refere a apoptose e lipólise
indireta respectivamente, possivelmente promoveram redução significativa de
tecido adiposo da área tratada, podendo ratificar quantitativamente na
adipometria a redução de medidas e melhoria no contorno corporal.