REVISÃO

GRADE: um sistema para graduar qualidade de evidência e força da recomendação e as implicações para a prática fisioterapêutica

GRADE: a system to graduate quality of evidence and strength of recommendation and the implications to the physical therapy practice

 

Andrea Lemos, Ft., D.Sc.

 

Docente do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

 

Recebido em 15 de maio de 2017; aceito em 8 de outubro de 2017.

Endereço de correspondência: Andrea Lemos, Departamento de Fisioterapia, Av. Professor Morais Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901 Recife PE, E-mail: andrealemos4@gmail.com

 

Resumo

Introdução: O sistema de graduação de qualidade de evidência e força de recomendação, denominado Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE), tem sido adotado por organizações para o desenvolvimento de diretrizes e por revisores sistemáticos para análise da qualidade da evidência. Esse artigo tem como objetivo descrever os princípios e a abordagem do sistema GRADE. Métodos: Revisão de literatura utilizando as bases de dados Medline, CINAHL e Web of Science. Resultados: O sistema classifica a qualidade da evidência em alta, moderada, baixa e muito baixa, de acordo com fatores que consideram: a metodologia dos estudos, a consistência e a precisão dos resultados, o direcionamento da evidência e o viés de publicação. A força da recomendação é graduada em forte ou fraca e baseia-se não apenas na qualidade da evidência, mas no equilíbrio entre benefício e malefício da intervenção, valores e preferências do paciente e utilização dos recursos e custos. Os achados apresentados por esse sistema refletem a extensão da confiabilidade de que as estimativas dos efeitos encontradas estão corretas. Conclusão: O entendimento do sistema GRADE facilita a interpretação crítica de revisões sistemáticas e diretrizes que o utilizam e espera-se que haja um aumento da sua incorporação na produção desses estudos na área da fisioterapia.

Palavras-chave: prática clínica baseada em evidências, revisão, guia de prática clínica.

 

Abstract

Introduction: The grading system of quality of evidence and strength of recommendation, called Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) has been adopted by organizations to develop guidelines and by systematic reviewers to analyze the quality of evidence. Methods: Literature review using Medline, CINAHL e Web of Science databases. This paper aimed to describe the principles and objectives of the GRADE system. Results: The system classifies quality of evidence as high, moderate, low and very low, according to factors that consider: the study’s methodology, consistency and precision of the results, directness of the evidence and publication bias. The strength of recommendation is graduated in strong or weak and it is based not only on the quality of evidence, but on the balance between benefit and harm of the intervention, values and preferences of the patients and resources and costs use. The findings presented by this system reflect the extent of the confidence that the effect estimates are correct. Conclusion: Understanding the GRADE system facilitates the critical interpretation of systematic reviews and guidelines that use it and it is expected that its incorporation in the production of these studies in the area of physical therapy increases.

Key-words: evidence-based practice, review, practice guideline.

 

Introdução

 

O sistema GRADE (Grades of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation) surgiu em 2000, através de uma colaboração de pesquisadores, epidemiologistas e estatísticos que tinham como objetivo uniformizar os sistemas de graduação dos níveis de evidência e recomendações existentes. Esse sistema apresenta como proposta graduar a qualidade de evidência em revisões sistemáticas e diretrizes e graduar a força das recomendações nas diretrizes [1].

O primeiro artigo publicado pelo grupo, intitulado: Grading quality of evidence and strength of recommendations, surge em 2004, no British Medical Journal (BMJ). Nesta publicação é apresentada a proposta inicial do GRADE quanto às definições de qualidade de evidência, força da recomendação e o diferencial em relação aos outros sistemas de avaliação de níveis de evidência vigentes [2]. Em 2006 o British Medical Journal (BMJ) dispõe como requisito, nas instruções aos autores, o uso do sistema GRADE para graduar a evidência dos Guidelines submetidos à revista [3]. Dois anos mais tarde, em 2008, o grupo lança uma série de seis artigos apresentando a proposta do GRADE [4-9] e entre 2011 e 2013 é publicada outra série de 15 artigos, pelo Journal of Clinical Epidemiology, esmiuçando toda a abordagem proposta pelo sistema em detalhes [10,11].

Atualmente o sistema GRADE vem sendo utilizado por mais de 60 organizações e Sociedades internacionais, entre elas: a Organização Mundial de Saúde, colaboração Cochrane, Sociedade Torácica Americana, Sociedade Endócrina Americana, Sociedade Respiratória Européia, Colégio Americano de Médicos Torácicos, Sociedade de doença infecciosa da América e Agency for Health Care Research and Quality (AHRQ) dos Estados Unidos. Importantes Institutos de Diretrizes internacionais também incorporaram esse sistema como, por exemplo, o National Institutes of Health and Clinical Excellence (NICE) e o Scottish Intercollegiate Guideline Network (SIGN) e ele vem sendo instituído, de maneira crescente, em diversas revisões sistemáticas recentemente publicadas [12-15]. Mais de 200 membros compõe o quadro atual e estão envolvidos no constante aprimoramento dessa abordagem [10]. Além das publicações existentes, é possível também adquirir informações através de um site organizado pelo grupo de trabalho, além de um Handbook disponível na internet [12,14].

No cenário da Fisioterapia, algumas iniciativas foram dadas, tanto para introduzir os conceitos desta abordagem como para encorajar o seu uso no desenvolvimento de diretrizes e revisões sistemáticas, em revistas importantes na área como a Physical Therapy e o Journal of Physiotherapy [15,16]. Diante deste contexto, o presente artigo tem como objetivo descrever os princípios do sistema GRADE e sua abordagem para graduar a qualidade de evidência e formular as recomendações para a prática clínica, com o intuito de atualizar os fisioterapeutas na leitura crítica da produção científica usuária do GRADE.

 

Métodologia

 

Foi realizada uma revisão da literatura nas bases de dados Medline (via PUBMED), CINHAL (via EBSCO) e Web of Science, no período entre 2000 (ano em que o sistema foi criado) e 2016. Além da consulta no site oficial do sistema GRADE (http://www.gradeworkinggroup.org/) [12] e no seu Handbook [14]. Procurou-se por artigos metodológicos relacionados ao desenvolvimento e operacionalização do sistema GRADE e não houve restrição linguística.

 

Resultados e discussão

 

Definições

 

O GRADE corresponde a um sistema de graduação para qualidade de evidência em revisões sistemáticas e diretrizes e recomendações nas diretrizes. Esse sistema oferece um processo estruturado e transparente na apresentação sumária da evidência [17].

O sistema GRADE apresenta duas definições para “qualidade de evidência”. Uma para a revisão sistemática e outra para o contexto das diretrizes. Para revisão sistemática, “qualidade de evidência” reflete a extensão da nossa confiabilidade de que as estimativas do efeito estão corretas. Para as diretrizes reflete a extensão da nossa confiabilidade que as estimativas do efeito estão adequadas para suportar uma decisão particular ou recomendação [17]. Esse sistema defende a confiança na estimativa do efeito. Portanto, a utilidade da estimativa da magnitude da intervenção ou efeito depende na confiabilidade desta estimativa [4].

O GRADE apresenta uma mudança no raciocínio, uma vez que separa qualidade de evidência e graus de recomendação, ou seja, alto nível de evidência não necessariamente implica forte recomendação e uma forte recomendação pode surgir de um nível de evidência baixo [4]. Desta forma, estudos observacionais rigorosos podem proporcionar uma evidência mais forte do que uma série de casos não controlada.

Desde que o GRADE foi proposto, o grupo de trabalho vem demonstrando as vantagens em relação aos outros sistemas como a separação clara entre a qualidade de evidência e a força da recomendação; a transparência nos critérios de graduação na qualidade da evidência; a ênfase na escolha dos desfechos; o reconhecimento dos valores e preferências do paciente nas recomendações; a apresentação dos resultados da evidência através de tabelas e a facilidade na interpretação dos termos utilizados na recomendação [2,10].

 

Classificação da qualidade da evidência

 

O GRADE classifica a qualidade da evidência em quatro níveis: alto, moderado, baixo e muito baixo (Figura 1 ). A evidência baseada em ensaios clínicos randomizados e controlados inicia como alta qualidade, podendo diminuir, enquanto que os estudos observacionais iniciam com uma classificação baixa, podendo aumentar o nível da qualidade [17].

 

Figura 1 - Classificação da qualidade da evidência de acordo com o Sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) e a confiança na estimativa do efeito encontrado.

 

Cinco são os fatores que podem diminuir a evidência nos ensaios clínicos: limitação do estudo (study limitation), inconsistência (inconsistency), imprecisão (imprecision), direcionamento (indirectness) e viés de publicação (publication bias). É importante destacar a semântica dos termos utilizados. O uso do prefixo latino “in, im”, indicando negação/sentido contrário, mostra que está sendo mensurado o grau de imperfeição dos estudos. Confia-se, portanto, no estudo menos inconsistente, menos impreciso, menos indireto, deixando de qualificar os estudos em boa e má qualidade, como preconizava as primeiras escalas utilizadas para avaliar a qualidade dos estudos em revisões sistemáticas [5].

 

 

Desta forma, uma determinada evidência pode ser proveniente de limitações em mais de um dos fatores descritos acima e, desta forma, quanto mais sérias forem essas limitações menor será a qualidade de evidência (Tabela I).

Em relação aos estudos observacionais, o GRADE considera-os como baixo nível, podendo aumentar se houver uma grande magnitude de efeito do tratamento ou evidência de uma gradiente dose-resposta ou ainda se todos os vieses plausíveis diminuiria ou aumentaria a magnitude de um efeito demonstrada se nenhum efeito fosse observado [23] (Tabela I).

 

 

Tabela I - Fatores que influenciam a qualidade de evidencia nos estudos (experimental versus observacional) e a graduação da evidência de acordo com o Sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE).

 

 

Qualidade de evidência global

 

O Grade propõe uma avaliação da qualidade de evidência por desfecho. Desta forma, cada desfecho investigado é avaliado separadamente em relação aos fatores acima descritos, dependendo do tipo de estudo, podendo diminuir ou aumentar a qualidade da evidência em um ou dois níveis se houver um comprometimento sério ou muito sério [26].

      Esse sistema não fornece uma classificação quantitativa de risco de viés. A fonte de viés pode causar diferentes repercussões dependendo do desfecho. Assim, a qualidade de evidência pode mudar entre os desfechos de um mesmo estudo [26]. Exemplo: suponha que um determinado ensaio clínico objetivou avaliar a eficácia de uma intervenção fisioterapêutica em pacientes com esclerose múltipla. Este estudo apresentou como desfechos: “marcadores inflamatórios”, através de uma análise sanguínea, e a “função muscular” (mensurada por uma escala) e não houve mascaramento. Para o desfecho: “marcadores inflamatórios” a ausência do mascaramento interferirá pouco, mas para a análise da “função muscular” haverá maior influência, pois se trata de um desfecho subjetivo e o fato de o avaliador ter conhecimento do grupo tratado poderá influenciar no processo avaliativo.

É importante ressaltar que o julgamento do GRADE não se refere à avaliação individual de cada estudo, através da validade interna (qualidade metodológica) como era proposto pelos outros instrumentos de avaliação da evidência. De acordo com o GRADE, o corpo da evidência transcende o risco de viés e, como está relacionada à confiança na estimativa do efeito observado, considera outros fatores: imprecisão, inconsistência, direcionamento e viés de publicação. Desta forma, para que esse raciocínio seja eficiente, o sistema propõe aos revisores sistemáticos e aos organizadores de diretrizes a escolha de desfechos potencialmente importantes para o paciente para serem apresentados como a evidência da intervenção. O sistema propõe categorizar os desfechos em críticos, importantes, mas não críticos e de limitada importância [26]. Por exemplo, desfechos como mortalidade, qualidade de vida e funcionalidade podem ser considerados críticos, enquanto que força muscular, importante, mas não crítico e dados eletromiográficos de limitada importância para uma recomendação.

A escolha de desfechos críticos e importantes centrados no paciente desempenha um papel essencial para que a abordagem do GRADE seja aplicada e interpretada. Como a análise da evidência deixa de focar o estudo de forma global e passa para os desfechos, a evidência global é fornecida pelo desfecho crítico e importante clinicamente para o paciente. Deste modo, se o desfecho crítico e importante for classificado como de alta qualidade e os demais não se enquadrarem nesse nível, a qualidade de evidência global será de alta qualidade. Caso ocorra o oposto, ou seja, se o desfecho crítico e importante for considerado de baixa qualidade e os demais de alta qualidade, a evidência global será de baixa qualidade [26].

O GRADE proporciona o sumário da evidência através de tabelas denominadas perfil de evidência (Evidence profile- EP) e sumário de achados (summary of findings - SoFs). Essas tabelas apresentam diferentes propósitos. As tabelas “sumário de achados” – SoFs- apresentam a mesma informação das tabelas “perfil de evidência”, com exceção dos detalhes da qualidade da evidência e com adição de uma coluna de comentários [28-30].

 

 

Tabela II - Exemplo da tabela de perfil de evidência (Evidence profile-EP) do Sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) gerada pelo software GRADEpro. (ver tabelas em PDF em anexo).

 

 

Tabela III - Exemplo da tabela de Sumário de Resultados ( Summary of Findings ) do Sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE), gerada pelo software GRADEpro. (ver tabelas em PDF em anexo).


 

A sugestão do sistema GRADE é que sejam apresentados apenas 7 desfechos nas tabelas. Além disso, é possível observar que ambas as tabelas disponibilizam notas de rodapé com o motivo pelo qual o nível de evidência foi rebaixado ou aumentado, permitindo desta forma transparência no julgamento da evidência apresentada [28-29]. Essas tabelas podem ser geradas através de um site denominado GRADEpro GDT [33] e para as questões envolvendo testes diagnósticos há uma adaptação.

 

Recomendação

 

A força da Recomendação, preconizada pelo GRADE, reflete a extensão da nossa confiabilidade de que a estimativa do efeito está adequada para suportar uma decisão particular ou recomendação. É utilizada nas diretrizes e considera o equilíbrio entre os benefícios e danos de uma intervenção, variabilidade nos valores e preferências do paciente e o uso dos recursos (custos) da intervenção [4,6].

O GRADE apresenta apenas duas categorias de recomendação: ‘Forte” ou “Fraca”. A Recomendação é forte quando os efeitos desejáveis da intervenção claramente superam os efeitos indesejáveis ou claramente não superam. Uma Recomendação Fraca resulta de resultados incertos, devido à qualidade da evidência ou quando os efeitos desejáveis e indesejáveis da intervenção estão balanceados [4,6].

Além disso, o GRADE considera que a força da recomendação também pode ser influenciada pelos valores e preferências do paciente e pelo uso dos recursos da intervenção. Quanto mais variável for a escolha do paciente quanto à intervenção proposta, maior a probabilidade de uma Fraca Recomendação. Neste espectro consideram-se as perspectivas, expectativas, crenças e objetivos do paciente em relação à saúde e à vida. Da mesma forma um custo mais alto enfraquecerá a recomendação [4,6] (Figura 2). Os custos aqui apresentados transcendem os custos monetários e são consideradas também outras unidades de custos diretos e indiretos como, por exemplo, dias de hospitalização, tempo e duração da terapia.

 

 

Figura 2 - Determinantes da Força de Recomendação pelo sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE).

 

O GRADE também prevê recomendações para o uso apenas no contexto da pesquisa quando há intervenções promissoras com prejuízos ou grandes custos detectados, mas com evidência insuficiente. O objetivo desta proposição é encorajar a pesquisa para responder questões clínicas ainda não elucidadas [34].

É importante apontar que o sistema GRADE não proporciona concordância na interpretação dos resultados. Embora todo o julgamento seja transparente e sistemático, não elimina discordâncias na interpretação desse julgamento. Não é objetivo do GRADE determinar uma avaliação objetiva da qualidade da evidência, processo, este, subjetivo e julgamento-dependente. O mérito desse sistema é permitir uma estrutura clara para guiar a interpretação dos pontos críticos julgados [17].

 

Implicações para a prática fisioterapêutica

 

O crescente uso de revisões sistemáticas e diretrizes para a prática clínica tem permitido ao fisioterapeuta embasar com evidência suas escolhas. Desta forma, com o intuito de aumentar a segurança na tomada de decisão, é importante que os fisioterapeutas entendam como o modelo vigente de avaliação da qualidade de evidência, em diretrizes e revisões sistemáticas, tem sido empregado e discutido.

A proposta do GRADE surge inserida em um modelo de raciocínio complexo, porém pragmático que ultrapassa a avaliação da evidência apenas nas considerações metodológicas intrínsecas dos estudos. O sistema aponta outros fatores que precisam ser considerados para uma análise global da evidência. Deixa de focar no risco de viés dos estudos, para averiguar também a variabilidade, a precisão e o direcionamento do resultado, além dos possíveis vieses provocados pela publicação. Em uma perspectiva filosófica permite um veredito que confronta o achado disponível e transparentemente julgado com um possível efeito verdadeiro. Permite avaliar quão confiante se está no efeito estimado, como reflexo da apreensão da realidade. Desconstrói, portanto, a tentativa dicotômica de classificar a evidência através de estudos de boa e má qualidade, além de desconsiderar uma relação direta entre nível de evidência e grau de recomendação, até então difundida por vários outros sistemas. Desta forma, proporciona uma tradução mais compatível com o mundo real e permite que o profissional de saúde transponha o conhecimento existente no seu espectro clínico de atuação.

Quando preconiza o foco em desfechos críticos e importantes para o paciente e considera seus valores e preferências, permite sobressair a imprescindível e irrestrita participação direta do paciente no paradigma da saúde baseada em evidência que orienta a inclusão dos contextos individuais na interpretação da evidência. Desta forma, o conhecimento da abordagem do sistema GRADE permite ao fisioterapeuta respaldar-se em escolhas clínicas informadas para que possa atuar no modelo de atuação prática centrada no paciente.

 

Conclusão

 

O sistema GRADE propõe uma metodologia compreensiva e sistemática para graduar e sumarizar a qualidade de evidência nas revisões sistemáticas e diretrizes e fornecer um suporte para o manejo das recomendações clínicas nas diretrizes. Classifica a qualidade da evidência em alta, moderada, baixa e muito baixa e a força da recomendação em forte e fraca. Através de julgamentos transparentes em cada etapa do processo permite o entendimento da evidência disponível fornecendo um suporte adequado para análise da confiança nos resultados encontrados. Está cada vez mais sendo incorporado nas revisões sistemáticas e diretrizes e, portanto, faz-se necessário o seu entendimento para facilitar a análise crítica da evidência e para que possa ser introduzido nas revisões sistemáticas em Fisioterapia.

 

Referências

 

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