ARTIGO
ORIGINAL
Prevalência
da lombalgia ocupacional em costureiras da cidade de Toritama/PE
Prevalence of occupational low back pain in seamstress from the city of Toritama/PE
Aline Di Paula
Silva*, Simone Monte Bandeira de Mello, M.Sc.**,
Eurico Solian Torres Liberalino***
*Graduada
no curso de Bacharelado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES- UNITA)/
Caruaru/PE, Fisioterapeuta do Núcleo de Apoio a Saúde da Família da cidade de
Toritama/PE, **Orientadora, docente do curso de Bacharelado em Fisioterapia do
Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-
UNITA)/ Caruaru/PE, ***Coorientador, especialista e
docente do curso de Bacharelado em Fisioterapia do Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA)/ Caruaru/PE
Recebido em 13 de
dezembro de 2017; aceito em 26 de dezembro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Simone Monte Bandeira de Mello, Avenida Portugal, 584, 55016-400 Caruaru PE,
E-mail: simonemonte@asces.edu.br; Aline Di Paula Silva:
alinedipaulafisio@gmail.com; Eurico Solian Torres Liberalino: euricotorres@asces.edu.br
Resumo
A lombalgia atinge
até 84% da população brasileira, causa frequente de morbidade e incapacidade
representando um alto índice de absenteísmo no trabalho. As costureiras se
mantêm sentadas por longos períodos de tempo, o que pode gerar danos laborais
irreversíveis a longo prazo. Devido à falta de
conhecimento do setor têxtil em relação aos riscos e danos que a atividade
laboral pode apresentar é de suma importância destacar a prevalência da
lombalgia nas costureiras nesse setor. O objetivo deste estudo foi identificar
a prevalência de lombalgia ocupacional em costureiras na cidade de Toritama/PE.
Tratou-se de um estudo transversal e descritivo no qual cartas de anuência
foram enviadas as empresas participantes. As costureiras que participaram da
pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e podiam a qualquer momento retirar seu consentimento. Foi aplicado o Quebec Back Pain Disability Questionnaire para avaliar o quanto a dor lombar
pode afetar as Atividades de Vida Diária, e para avaliação da intensidade da
dor foi aplicada a Escala Visual Analógica. Este estudo identificou que 55,4%
das costureiras avaliadas apresentaram lombalgia associada a um nível médio de
dor de 2,64, tomando como parâmetro uma escala que varia de 0 a 10.
Concluiu-se, desta forma, que há uma alta prevalência de dor lombar na
população estudada.
Palavras-chave: traumatismos
ocupacionais, dor lombar, mulheres trabalhadoras, postura, saúde do
trabalhador.
Abstract
Low back pain affects up to 84% of the population, and is a frequent
cause of morbidity and disability with high rate of absenteeism at work. The
seamstresses remain seated for long periods of time, which can cause
irreversible long-term damage labor. Due to lack of knowledge of the textile
sector in relation to the risks and damage that the work activity can provide,
is important to highlight the prevalence of low back pain in the seamstresses
in the industry. The aim of this study was to identify the prevalence of occupational
low back pain in seamstresses in the city of Toritama/PE.
This was a descriptive study in which consent letters of the participating
companies were sent. The seamstresses who participated signed the Informed
Consent and could at any time withdraw their consent. It was applied Quebec
Back Pain Disability Questionnaire to assess how low back pain can affect the
Activities of Daily Living, and for evaluation of pain intensity was applied
the Visual Analogue Scale. This study found that 55.4% of the evaluated
seamstresses showed low back pain associated with a mean level of 2.64 pain
using as a parameter a scale ranging from 0 to 10. It was concluded, therefore,
that there is a high prevalence of pain back in the studied population.
Key-words: occupational
injuries, low back pain, women working, posture, occupational health.
A lombalgia é
caracterizada pelo aparecimento de dor localizada abaixo das últimas costelas e
acima da linha glútea, com presença ou não de dor irradiada para os membros
inferiores. As causas mais comuns de lombalgia são derivadas das hérnias de
disco, osteoartrose, espondilite
anquilosante, síndrome miofascial, espondilolistese, infecções, tumores e artrite reumatoide.
Os locais de origem para lombalgia são os ossos, discos intervertebrais,
articulação facetaria, fáscias, músculos, meninges e nervos [1].
A lombalgia atinge
até 84% da população em seu período de vida produtivo [2]. Ocorre quando o
sistema musculoesquelético está sujeito a posições inadequadas devido a uma
desarmonia que afetará a postura corporal, por exemplo, na posição sentada antiergonômica por longos períodos. Esta posição, aliada à
falta de atividade física, torna-se fator condicionante para a diminuição da
mobilidade articular e aumento da fadiga dos músculos extensores espinhais,
podendo comprometer a estabilidade da coluna com consequente surgimento da dor
lombar, gerando limitações e inabilidades laborais responsáveis por altos
índices de absenteísmo no trabalho [3]. A população economicamente ativa no
Brasil possui idades entre 10 anos e 50 anos ou mais de idade, tendo a maior
porcentagem compreendida entre 25 e 49 anos [4].
A costureira é uma
trabalhadora que opera máquinas de costura industrial podendo ser autônoma ou
possuir vínculo empregatício associado a alguma empresa. Sua postura de
trabalho é sentada por longos períodos de tempo; devido à necessidade de
aproximação com o tecido a ser costurado, a coluna vertebral fica submetida a
tensões mantidas por longos períodos, como manter a cervical e o tronco
fletidos, o que pode acarretar dores e desconfortos musculares além de
alterações posturais [5].
A necessidade do uso
de pedal para o funcionamento da máquina faz com que a trabalhadora realize
repetidamente os movimentos de flexão plantar e dorsiflexão,
podendo acarretar dores musculares, inflamações e outras disfunções na região
do tornozelo, além do stress e o cansaço psicológico – que é um dos principais
agravantes da saúde de pessoas que passam, a maior
parte do seu dia, sentadas em uma única posição e fazendo o mesmo tipo de
movimento, sem precauções ou fazendo movimentos de maneira incorreta. Em longo
prazo, essas condições de trabalho podem resultar em lesões permanentes e
deformidades, uma das principais causas de invalidez prematura [5,6].
Os Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) caracterizam-se como distúrbios
dolorosos e prejudiciais causados pela atividade excessiva de determinada parte
do sistema musculoesquelético resultante de atividades relacionadas ao trabalho
[7]. Diversos fatores estão relacionados ao aparecimento da DORT, entre eles
estão o tempo de serviço, a carga horária diária de trabalho e a adoção de
posturas incorretas. As áreas de trabalho onde são encontrados os maiores
números de casos de DORT são as indústrias têxteis, de eletroeletrônicos, de
alimentos, de química e de serviços de telefonia e de recebimento de dados.
Dentre os eventos dolorosos mais associados aos DORT encontra-se a lombalgia
[8].
Existe uma escassez
de estudos que apontem a ocorrência de lombalgia em costureiras do setor têxtil
em polos de confecções. A lombalgia evidenciada nas atividades laborais pode
ser associada aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
Neste contexto, o presente estudo é de fundamental importância para destacar a
prevalência desta patologia em um grupo de costureira, relatar sua
interferência no desempenho profissional dessas trabalhadoras, além de
identificar a influência da lombalgia nas atividades de vida diária das
costureiras.
Trata-se de um estudo
transversal e descritivo que analisou a prevalência de lombalgia em costureiras
da cidade de Toritama/PE, realizado em três empresas de fabricação de itens do
vestuário feminino e masculino em jeans.
Segundo o sindicato de costureiras de
Toritama/PE, a cidade tem um total de 2.500 costureiros, entre homens e
mulheres, associados ao sindicato. De acordo com esse dado foi realizado o
cálculo amostral, através do programa de domínio público www.openepi.com. Foi
considerado um intervalo de confiança de 95% e um erro padrão de 1%, resultando
em um total de 93 costureiras cadastradas. Destas, uma retirou o consentimento
quanto à utilização das informações fornecidas nos questionários, resultando em
um total de 92 costureiras entrevistadas.
Foram considerados
critérios de inclusão costureiras do sexo feminino, entre 18 e 35 anos de
idade, atuantes na profissão de costureira num período mínimo de 3 anos, com carga horária de trabalho igual ou superior a 20
horas semanais e que fossem cadastradas no sindicato.
Foram excluídas
gestantes, que estivessem apresentando manifestações sistêmicas de infecção ou
que estivessem fazendo o uso de medicação anti-
inflamatória e/ou analgésica de maneira contínua.
O projeto foi
realizado após a aprovação do Comitê Cientifico e de Ética do Centro
Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA). Para a
realização da pesquisa foram enviadas cartas de anuência às empresas
participantes, informando-as como aconteceriam os procedimentos do estudo. As
costureiras deveriam assinar o Termo e Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
autorizando a pesquisa. As participantes que assinaram o TCLE poderiam a
qualquer momento retirar o seu consentimento, ficando o seu nome em sigilo. As
funcionárias, inicialmente, receberam informações quanto ao preenchimento do
Quebec Back Pain Disability
Questionnaire (QBPQ) e da Escala Visual Analógica (EVA), além de orientações quanto à prevenção e
possível tratamento em casos de presença de lombalgia.
Para a realização da
descrição sociodemográfica das costureiras, foi
aplicado um questionário sociodemográfico, elaborado
pelos autores, abordando o tempo de serviço, carga horária de trabalho, se
fazia o papel de provedora da família, se praticava alguma atividade física
regular, há quanto tempo sentia dor e quais os movimentos que faziam com que a
dor aparecesse.
Para avaliação da
influência da lombalgia nas AVDs das costureiras, foi
aplicado o QBPQ epidemiológico e autoaplicável, desenvolvido por Kopec (1995) e validado para a língua portuguesa por
Rodrigues (2007). O questionário aborda 20 questões que envolvem perguntas
sobre as AVDs, e apresenta uma pontuação que varia de
0 a 100, sendo de 15 a 20 uma pontuação que indica a presença de lombalgia, e
quanto maior a pontuação, pior será a condição clínica do indivíduo. Os mesmos
foram respondidos de forma individual, em seguida foram encaminhados para a
análise estatística.
Para a avaliação da
intensidade da dor lombar nas costureiras, foi aplicado
a EVA, que consiste em um instrumento unidimensional na aferição da intensidade
da dor. A escala apresenta uma linha com extremidades enumeradas de 0 a 10,
sendo 0- ausência total de dor, 5- intensidade moderada de dor, e 10- dor intensa.
Para identificação da
ocorrência da lombalgia, foi calculado o número de trabalhadoras acometidas com
lombalgia e dividido pela população geral de costureiros da Cidade de
Toritama/PE, em dado aproximado foi obtido e convertido para percentual. Para
análise dos dados obtidos, utilizou-se a EVA e o QBPQ e foram computadas as
médias atingidas em cada dimensão avaliada numa planilha do Microsoft Excel a
qual foi exportada para o software SPSS versão 20.0.
A pesquisa atendeu as
normas do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, de acordo com as normas
do Conselho Nacional de Saúde conforme a resolução 466/12 e foi aprovada sob o
parecer nº 1.303.834.
A população estudada
teve uma média de idade de 26,6 anos, um tempo médio de atuação profissional de
7,6 anos, carga horária semanal de trabalho média de 39,1 horas e diária de
7,17 horas/ dia.
As variáveis
descritas na tabela 1 mostram que 67,4% destas mulheres exercem o papel de
provedora da família, 52,2% praticam alguma forma de atividade física de forma
regular e 55,4 % apresentam sintomatologia positiva para a dor lombar.
Tabela
I - Dados sociodemográficos.
Na tabela II estão
descritos os movimentos apontados como desencadeantes da dor lombar e a
porcentagem em que estes foram citados pelas costureiras.
Tabela
II -
Atividades desencadeadoras da lombalgia.
Durante a aplicação
do QBPQ, a variável “Levantar da cama” teve como resultado: 92,4% nenhuma
dificuldade, 4,3% mínima dificuldade, 2,2 % alguma dificuldade e 1,1%
dificuldade moderada.
A variável “Dormir
durante a noite” apresentou o seguinte resultado: 65,2% nenhuma dificuldade,
25% mínima dificuldade, 6,5% alguma dificuldade, 2,2% dificuldade moderada e
1,1% muita dificuldade. Já a variável “Virar- se na cama” teve o resultado:
80,4% nenhuma dificuldade, 13% mínima dificuldade, 5,4% alguma dificuldade e
1,1% dificuldade moderada.
O resultado referente
a “Dirigir o carro” foi: 94,6% nenhuma dificuldade, 3,3% mínima dificuldade e
2,2 % alguma dificuldade. Já, “Permanecer de pé por 30 minutos” apresentou o
seguinte resultado: 82,6% nenhuma dificuldade, 7,6% mínima dificuldade, 3,3%
alguma dificuldade, 5,4% dificuldade moderada e 1,1% muita dificuldade. Quanto
a “Permanecer sentado por várias horas” obteve- se o resultado: 45,7% nenhuma
dificuldade, 4,3% mínima dificuldade, 20,7% alguma dificuldade, 17,4%
dificuldade moderada e 12% muita dificuldade.
“Subir um lance de
escadas” evidenciou o seguinte resultado: 85,9% nenhuma dificuldade, 6,5%
mínima dificuldade e 7,6% alguma dificuldade. No que se refere a “Andar de 300/
400 metros” explicitou- se o resultado: 70,7% nenhuma dificuldade, 16,3% mínima
dificuldade, 7,6% alguma dificuldade, 3,3% dificuldade moderada e 2,2% muita
dificuldade. “Andar vários quilômetros” demonstrou o resultado: 44,6% nenhuma
dificuldade, 9,8% mínima dificuldade, 22,8% alguma dificuldade, 9,8%
dificuldade moderada, 7,6% muita dificuldade e 5,4% incapaz de fazer.
“Alcançar prateleiras
altas” teve como resultado: 83,7% nenhuma dificuldade, 4,3% mínima dificuldade,
8,7% alguma dificuldade e 3,3% dificuldade moderada. Entretanto, “Arremessar
uma bola” evidenciou o seguinte resultado: 84,8% nenhuma dificuldade, 10,9%
mínima dificuldade e 4,3% alguma dificuldade. No que diz respeito a “Correr 100
metros” consegui-se o resultado: 67,4% nenhuma
dificuldade, 19,6% mínima dificuldade, 3,3% alguma dificuldade, 6,5%
dificuldade moderada, 1,1% muita dificuldade e 2,2% incapaz de fazer.
Com relação a “Tirar
comida ou objetos da geladeira” o resultado obtido foi: 90,2% nenhuma
dificuldade, 7,6% mínima dificuldade, 1,1% alguma dificuldade e 1,1%
dificuldade moderada. Com relação a “Arrumar sua cama”, o resultado apontado
foi: 71,4% nenhuma dificuldade, 23,1% mínima dificuldade, 4.4% alguma
dificuldade, 1,1% dificuldade moderada. A variável “Colocar meias” expressou o
seguinte resultado: 62% nenhuma dificuldade, 26,1% mínima dificuldade, 9,8%
alguma dificuldade e 2,2% dificuldade moderada.
“Curvar-se para
limpar alguma coisa” retratou o seguinte resultado: 43,5% nenhuma dificuldade,
12% mínima dificuldade, 22,8% alguma dificuldade, 13% dificuldade moderada e
8,7% muita dificuldade. No entanto, “Levantar uma cadeira” identificou o
resultado: 76,1% nenhuma dificuldade, 16,3% mínima dificuldade, 5,4% alguma
dificuldade e 2,2% dificuldade moderada. “Puxar ou empurrar portas pesadas”
revelou o seguinte resultado: 62% nenhuma dificuldade, 26,1% mínima
dificuldade, 9,8% alguma dificuldade, 1,1% dificuldade moderada e 1,1% muita
dificuldade.
A indagação “Carregar
duas bolsas de mantimentos” exibiu o seguinte resultado: 55,4% nenhuma
dificuldade, 23,9% mínima dificuldade, 7,6% alguma dificuldade, 9,8%
dificuldade moderada, 2,2% muita dificuldade e 1,1% incapaz de fazer. Quanto a
“Levantar e carregar malas pesadas” alcançou-se o resultado: 47,8% nenhuma
dificuldade, 23,9% mínima dificuldade, 13% alguma dificuldade, 8,7% dificuldade
moderada, 5,4% muita dificuldade e 1,1% incapaz de fazer.
As participantes do
estudo que eram acometidas pela lombalgia, foram orientadas a quantificar na
EVA a intensidade da dor que sentiam, essas escalas mostraram intensidades de
dor que variam entre 2 e 8, dor leve a intensa, e a
partir disso obteve-se uma média de 2, 64.
Segundo a Legislação
Trabalhista Brasileira, a carga horária semanal não deverá exceder o limite de
44 horas, e a carga horária diária 8 horas, desde que não seja fixado
expressamente outro limite [9]. De acordo com este, a carga horária semanal
média das trabalhadoras da cidade de Toritama/PE foi de 39,30 horas. Já a carga
horária diária teve um resultado médio 7,17 horas.
O presente estudo
observou a prevalência de lombalgia em 55,4% da população estudada. Pesquisas
afirmam que a dor lombar atinge em média de 60% a 80% da população em geral em
algum estágio produtivo da vida [10-12].
O presente estudo
apontou ocorrência de lombalgia em 60,37% das participantes que não realizavam
nenhum tipo de atividade física regular, enquanto apenas 39,63% das mulheres
acometidas realizavam atividade física de forma regular. Corroborando tais
achados, estudos mostram que o sedentarismo associado a posturas inadequadas e
movimentos repetitivos são fatores predisponentes para o aparecimento da dor
lombar, pois estes comprometem o alinhamento e a fragilidade muscular levando
ao surgimento de quadros álgicos [13,14].
Durante a aplicação
do QBPQ, observou-se que dentre as dificuldades encontradas em indivíduos que
sofrem de dor lombar, as que foram mais relatadas pelas participantes deste
estudo foram: dormir durante a noite, permanecer de pé por 30 minutos,
permanecer sentado por várias horas, andar vários quilômetros, arrumar sua
cama, colocar meias, curvar-se para limpar alguma coisa, carregar duas bolsas
de mantimentos e carregar malas pesadas. Tais achados podem ser justificados
devido ao fato de serem atividades que exigem algum nível de esforço da região
lombar já acometida ou que as dores que ocorrem, durante o trabalho, se
estendam para fora do local de trabalho [15,16]. Os trabalhos que adotam
posturas estáticas apresentam um importante fator de risco para a lombalgia,
pois são associados à postura de trabalho antiergonômica,
ao levantamento de peso repetitivo, além de frequentes movimentações de rotação,
inclinação do tronco e vibrações, acarretando o surgimento de dores e
limitações [17].
A EVA, aplicada as
participantes do estudo que eram acometidas pela lombalgia, mostrou
intensidades de dor que variam entre 2 e 8, dor leve a
intensa, e teve uma média de 2,64. De acordo com estudos na aplicação da EVA
quanto mais próximo de “0” for a dor, mais leve ela é,
o que seria considerado como risco mínimo [18].
Concluiu-se que há
uma prevalência alta de dor lombar com um baixo grau de nível de dor de acordo
com a escala avaliativa. As atividades de vida diária que mais apresentaram
dificuldade de realização devido à dor estão relacionadas com os movimentos que
desencadeiam o surgimento da dor durante a atividade laboral. Foi visto,
também, que há uma relação a ser considerada entre a realização de atividade
física regularmente e a presença de dor.