ARTIGO
ORIGINAL
Força
muscular respiratória e periférica, função pulmonar, ansiedade e depressão em
dependentes químicos
Respiratory and peripheral muscular force, pulmonary function, anxiety
and depression in chemical dependents
Juliana Alice Bomfim
da Silveira, Ft.*, Soraia Ibrahim Forgiarini, Ft. M.Sc.**, Luiz Alberto Forgiarini Junior, Ft. D.Sc.***
*Centro
Universitário Metodista (IPA), Porto Alegre/RS, **Doutorando em Ciências Pneumológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Docente do Curso de Fisioterapia no Centro Universitário
Metodista-IPA, Porto Alegre/RS, ***Fisioterapeuta, Doutor em Ciências Pneumológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – UFRGS e Docente do Curso de Fisioterapia, Programa de Pós-Graduação em
Biociências e Reabilitação e Reabilitação e Inclusão, Centro Universitário Metodista(IPA), Porto Alegre/RS
Recebido em 11 de
janeiro de 2018; aceito em 15 de janeiro de 2019.
Endereço
de correspondência:
Luiz Alberto Forgiarini Junior, Rua Joaquim Pedro
Salgado, 80, 90420-060 Porto Alegre RS, E-mail: forgiarini.luiz@gmail.com;
Juliana Alice Bimfim da Silveira:
julianabomfims@yahoo.com.br; Soraia Ibrahim Forgiarini:
forgiarini.so@gmail.com; Luiz Alberto Forgiarini
Junior: forgiarini.luiz@gmail.com
Resumo
Introdução: Consumo de drogas
no Brasil se constitui um problema de saúde pública, pois afeta não só o
indivíduo no âmbito psicossocial como na sua saúde física e mental. Objetivo: Avaliar a função pulmonar,
força muscular respiratória e periférica, ansiedade e depressão em dependentes
químicos internados em um centro de recuperação. Métodos: Estudo transversal, realizado em um centro de recuperação
para dependentes químicos. Foi analisada a função pulmonar, força muscular
respiratória, força muscular periférica, qualidade de vida e depressão. Resultados: Foram avaliados 20
indivíduos internados, com idade média de 37,15 ± 11,48 anos, sexo masculino,
dos quais 55% (n = 11) tinham ensino médio completo, e 27% (n = 6) apresentaram
depressão grave e 75% (n = 15) apresentaram ansiedade severa. Observou-se que a
correlação da força muscular periférica com a PImáx foi uma correlação moderada (r = 0,53, p <
0,05), e com a PEmáx observamos uma correlação fraca
embora significante (r = 0,27, p < 0,05). Os achados com relação à função
pulmonar demonstraram uma diminuição do Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) em comparação com o previsto (3,60 vs. 4,06
litros, respectivamente), Capacidade Vital Forçada (CVF) (4,28 vs. 4,93
litros). Conclusão: Dependentes
químicos apresentam uma redução da função pulmonar e força muscular
respiratória e, ainda, aumentos dos índices de ansiedade e depressão.
Palavras-chave: dependência
química, cocaína, função pulmonar, funcionalidade.
Abstract
Introduction: Drug use in Brazil constitutes a public health problem, since it
affects not only the individual in the psychosocial environment but also
physical and mental health. Objective:
To assess lung function, respiratory and peripheral muscle strength, anxiety
and depression in chemically dependent patients in a recovery center. Methods: Cross-sectional study, carried
out at a recovery center. Pulmonary function, respiratory muscle strength,
peripheral muscle strength, quality of life and depression were analyzed. Results: A total of 20 hospitalized
individuals, mean age 37.15 ± 11.48 years old, were evaluated, 55% (n = 11) had
completed high school, and 27% (n = 6) had major depression and 75% (n = 15)
severe anxiety. The correlation of the peripheral muscle strength (PMS) with
the PImax showed a moderate correlation (r = 0.53, p
<0.05), and with the PEmax we observed a weak but
significant correlation (r = 0.27, p <0.05). The findings regarding lung
function showed a decrease in forced expiratory volume in one second (FEV1)
compared to predicted (3.60 vs. 4.06 liters, respectively), Forced vital
capacity (FVC) (4.28 vs. 4.93 liters). Conclusion:
In chemical dependents there is a reduction of lung function and respiratory
muscle strength, and also, increases in anxiety and depression rates.
Key-words: drug
addicts, cocaine, pulmonary, evaluation, lung function.
O consumo de drogas é
uma prática milenar, cultuada por muitos povos na antiguidade, tanto para fins
religiosos, como para fins recreativos. Entretanto, na atualidade isso se
constitui um problema de saúde pública, pois afeta não só o indivíduo no âmbito
psicossocial como na sua saúde física. Dados preliminares do observatório
brasileiro de informações sobre drogas revelam que o aumento de dependentes
químicos na faixa dos 15 aos 63 anos de idade aumentou mundialmentede
27 milhões em 2013 para 29 milhões em 2014 [1,2]. A relação do indíviduo com essas substâncias se estabelece a partir do
momento que ele tem a curiosidade, o primeiro contato e, então, a primeira
experiência. A vulnerabilidade a qual esse indivíduo se encontra proporciona
uma interação perigosa, muitas vezes irreversível [3]. A ação rápida no sistema
nervoso central libera alguns neurotransmissores como noradrenalina, serotonina
e dopamina, fazendo com que o usuário tenha uma sensação de prazer,
relaxamento, euforia e muitas vezes um sentimento de empoderamento
da situação ao qual foi exposto [4].
Essas questões acabam
afetando o convívio social, as relações interpessoais e familiares ao ponto de
afastá-lo de sua rotina e deixando-o incapaz de perceber todas essas alterações
em sua vida. Quando já não conseguem mais sustentar a situação de drogadição e se reconhecem dependentes químicos, muitas
vezes a ansiedade, depressão, baixa perspectiva de melhora ou até mesmo
pensamentos pessimistas quanto ao seu futuro impedem que esse indivíduo obtenha
atitudes otimistas quanto ao seu futuro [5].
Uma questão
fundamental a ser tratada quanto a essa população está relacionada à saúde
física muitas vezes negligenciada. Ocorre a perda de peso, a má higiene, a
falta de cuidados com o corpo, aumentando as chances de doenças oportunistas ou
até mesmo problemas crônicos de saúde [6]. O uso crônico induz a síndromes
psiquiátricas semelhantes à depressão, ansiedade, pânico, mania, esquizofrenia
e transtornos de personalidade e também provoca piora do desempenho em tarefas
que exigem a integridade de funções cognitivas, exaustão crônica e alterações
funcionais de lobos frontais [3].
Como o uso da maioria
dessas drogas é por via inalatória, o sistema respiratório acaba sofrendo
consequências. Alguns estudos demonstram alterações pulmonares relacionadas à
dependência química de forma aguda como o barotrauma,
“pulmão do crack”; ou crônica, tais como infarto pulmonar, embolia séptica,
edema pulmonar cardiogênico e pneumonia eosinofílica
[7,8]. No entanto, apesar de constarem na literatura estudos apontando as
questões sociais e psicológicas e frente a poucas evidências sobre as principais
alterações pulmonares e musculares ocasionadas pelo consumo de drogas,
decidiu-se realizar este estudo com o objetivo de avaliar as alterações da
função pulmonar, força muscular respiratória, periférica e qualidade de vida em
dependentes químicos.
Trata-se de um estudo
transversal, conduzido no mês de julho de 2016, no Centro Terapêutico de
Reabilitação Litoral Norte, Capão da Canoa/RS, no qual foram incluídos
indivíduos, maiores de 18 anos, do sexo masculino, que eram dependentes
químicos e que estivessem internados nesse centro, por um período superior a 30
dias. Foram excluídos os sujeitos que apresentassem transtornos psiquiátricos
associados ou que se negaram a participar do estudo. O projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Metodista –
IPA, protocolo CAAE: 53366315.4.0000.5308
Os indivíduos
responderam individualmente a um questionário simples, contendo perguntas
relevantes ao estudo, tais como o tempo de dependência química, tipo de
substância utilizada, história tabágica entre outras.
Em seguida, foi aplicado o questionário de qualidade de vida SF-36 [9],
instrumento genérico de avaliação da qualidade de vida o qual permite avaliar
aspectos de saúde física e mental e, devido à alta prevalência de transtornos
depressivos, incluindo transtorno psicológico relacionado ao uso abusivo de
drogas, os mesmos responderam também a um questionário de ansiedade e
depressão, conhecido como inventário de Beck [10].
Em seguida, as forças
musculares inspiratória e expiratória foram avaliadas
através da manovacuômetria (manuvacuômetro
globalmed; modelo mvd 300,
Porto Alegre, Brasil), seguindo os métodos e critérios das diretrizes para
testes e função pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT) [12].
A força muscular periférica foi avaliada
através da força de preensão palmar, utilizando o dinamômetro (e-clear eh101, Reino Unido), na qual os indivíduos na posição
sentada em uma cadeira, com os cotovelos a 900, realizaram uma força máxima.
Essa mensuração foi repetida três vezes com intervalos de um minuto entre elas,
sendo considerada a maior mensuração executada [11].
A avaliação da função
pulmonar foi mensurada através da espirometria (microlab;
micro loop cardinal health, Reino Unido), seguindo os
métodos e critérios das diretrizes para testes e função pulmonar da SBPT [12].
A amostra foi obtida
por conveniência e a análise estatística foi realizada no programa SPSS 20.0.
As variáveis numéricas foram expressas através de media e desvio padrão e as
categóricas em valor absoluto e percentagem. Para a análise das correlações
utilizou-se o teste de correlação de Pearson e adotou-se nível de significância
de 5%.
Estavam internados 47
pacientes e destes foram avaliados 20 indivíduos, que preencheram os critérios
de inclusão, com idade média de 37,15 ± 11,48 anos, do sexo masculino, 30% (n =
6) possuíam ensino fundamental completo, 55% (n = 11) ensino médio completo e
15% (n = 3) ensino superior completo e com o primeiro contato com drogas aos
15,85 anos em média. As demais características da amostra estão sumarizadas na
tabela I.
Tabela
I – Características demográficas dos
participantes internados no centro de recuperação litoral norte.
Os valores estão
expressos em media e desvio padrão. Os valores apresentados são absolutos e
relativos (%). ¹ o item outras são referentes as
seguintes drogas: LSD, ecstasy, anfetamina, heroína.
Tabela
II –
Avaliação da escala SF-36 de qualidade de
vida em dependentes químicos.
Dados expressos em
médias ± desvio padrão.
Quanto à percepção do
indivíduo com relação a sua qualidade de vida através do questionário SF-36
(tabela II), observamos que esta, de uma maneira geral, é considerada boa,
apesar de não poder ser considerada uma pontuação de risco, apresentaram
pontuação menor que as demais (51,46 ± 23,03) no que diz respeito aos aspectos
sociais. A depressão e ansiedade puderam ser evidenciadas através dos
resultados obtidos com o Inventário de Depressão e Ansiedade de Beck, no qual
25% (n=5) dos indivíduos apresentaram depressão grave e 75% (n=15) apresentaram
ansiedade severa (figura 1).
A figura 2 demonstra
que ao correlacionarmos a força muscular periférica (FMP) com a PImáx e a PEmáx
observamos significância e correlação moderada (r = 0,53; p < 0,05) e fraca
(r = 0,27, p < 0,05) respectivamente. Os achados com relação à função
pulmonar demonstraram uma diminuição do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) em comparação com o previsto (3,60 vs. 4,06
litros, respectivamente), Capacidade Vital Forçada (CVF) (4,28vs.4,93
litros), tabela III.
Tabela
III
– Características da função pulmonar dos
participantes do estudo (n=20).
VEF1 =
volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF = capacidade vital forçada;
PI = pressão inspiratória máxima; PE = pressão expiratória máxima. Os dados
foram expressos em média e desvio padrão.
(a)
SDB: score depression Beck. Níveis de depressão: 1 - sem depressão ou depressão leve;
2 - depressão leve ou moderada; 3 - depressão moderada ou grave. (b) BAI -
inventário de ansiedade de Beck. Níveis de ansiedade: 1 - ansiedade moderada; 2
- ansiedade severa.
Figura
1 – Avaliação da ansiedade e depressão.
Figura
2 – (a) Correlação da força muscular periférica
(fmp) e força muscular inspiratória (PI) (r= 0,53,
p<0,05); (b) teve uma correlação moderada. (b) A correlação da força
muscular periférica (FPP) x força muscular expiratória (PE) r = 0,27, p<0,05
teve uma correlação baixa.
O uso de drogas
ilegais, antes marginalizado, agora atinge segmentos potencialmente produtivos
da população. Com a maior prevalência do sexo masculino [2], o presente estudo
demonstrou que os participantes tiveram o primeiro contato com as drogas aos
15,85 anos em média e isso nos faz perceber a vulnerabilidade, a curiosidade e
a pressão psicológicas que alguns jovens sofrem para fazerem parte de algum
grupo ou até mesmo para não se sentirem excluídos, transformando-se em fatores
determinantes para o futuro desse indivíduo. Segundo um estudo realizado pelo
grupo Addiction Research
Foundation Group [8], em 1991, entre os fatores que
desencadeiam a utilização de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são
as emoções e os sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como
depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa autoestima.
Outro ponto relevante
deste estudo foram as questões relacionadas às drogas
de abuso. Houve prevalência da cocaína de 100%, seguida pela maconha com 80%,
crack 75%, álcool 20% sendo esse uma associação muito comum entre os
dependentes químicos e muito perigosa, pois resulta em
efeitos mais acentuados devido à formação do cocaetileno
[13]. Outras drogas foram citadas somando 65%. Porém, segundo a Organização das
Nações Unidas [14], a droga mais consumida no mundo é a maconha, seguida da
cocaína, heroína e crack. No Brasil, a incidência de usuários de maconha e
cocaína cresceu drasticamente nos últimos anos, mas um dado de extrema
relevância é que o crack também ganhou posição alarmante no ranking.
Anteriormente considerado uma droga para a população de baixa renda, hoje
notamos uma realidade bem diferente, pois seu efeito é mais rápido e pelo alto
poder viciante, vem sendo consumido por todas as classes.
Neste estudo, os
participantes relataram ter uma melhora na qualidade de vida depois do
tratamento. A variável sobre os Aspectos sociais, a pontuação média ficou em
51,46 ± 23,03. Seguindo o estudo de Aragão [15], o qual destaca que embora a
avaliação de qualidade de vida seja influenciada pelos acontecimentos externos,
ela é uma experiência fundamentalmente subjetiva, motivada pelo estado mental,
pela personalidade e pelas expectativas de cada um.
Quando avaliamos a depressão
através de uma escala estabelecida, verificamos que a grande maioria apresenta
algum componente que leve a tal comorbidade. Podendo
estar relacionado ao momento atual da internação, a culpa internalizada pelo
sofrimento dos familiares, a solidão e a abstinência. A constatação de que
usuários de crack com sintomas depressivos têm chance aumentada de ter
habilidades sociais diminuídas torna a questão ainda mais preocupante [15]. A
dificuldade de se inserir ou de manter vínculos com grupos de apoio no meio
social, pode promover uma redução ainda maior de alternativas para lidar com os
desafios aos quais se veem expostos os indivíduos que fazem uso de crack [16].
Associado à
dependência química (e neste caso o crack demonstra ser mais devastador), há
ainda a debilidade do organismo, perda do trofismo,
fraqueza muscular, desnutrição e aparência de cansaço físico é presente em
quase todos os usuários de drogas [17]. Não existem muitos estudos que falem
sobre a perda de força muscular periférica em usuários de drogas, mas podemos
verificar que essa disfunção muscular é fator importante para a diminuição da
capacidade para realizar exercícios nessa população [17,18]. Metade da
população analisada estava usando alguma medicação para o tratamento e controle
da abstinência, então o fato de apresentarem redução na força de preensão
palmar não se caracteriza uma comorbidade permanente
em consequência da dependência química.
A força muscular
respiratória foi outro ponto analisado e podemos verificar uma diminuição das
pressões inspiratória e expiratória. O que nos leva a entender que o consumo de
drogas diminui a capacidade muscular respiratória causando insuficiência
respiratória por falência muscular, fraqueza e/ou fadiga muscular respiratória.
Segundo o estudo publicado por Xavier [18], embora o uso crônico do crack
resulte em uma série de sinais e sintomas que afetam diretamente o sistema
cardiorrespiratório e apesar de não estarem diretamente relacionados com
fraqueza dos músculos respiratórios, podem resultar em morte súbita, infarto
agudo do miocárdio e edema agudo de pulmão.
A função pulmonar
nesses indivíduos, apesar de alguns estudos não apontarem nenhum tipo de
alteração significativa indicando consequências pelo uso de drogas, outros autores
demostraram que os danos pulmonares são consequências do tempo de exposição, do
tipo de substância utilizada e de comorbidades
desenvolvidas ao longo dos anos [19]. Alguns estudos sugerem que a tosse seca,
hemoptoica ou com escarro escuro, dor torácica, dispneia, sibilância,
febre e infiltrado alveolar difuso ocorrem de forma aguda logo após a inalação
do crack, pois os pulmões são os primeiros órgãos a serem expostos aos agentes
químicos dessa droga [20,21].
Analisando os
resultados espirométricos conseguimos verificar uma
diminuição nas capacidades pulmonares sugestivas de doença restritiva, pois o
acúmulo de substâncias nos pulmões gera uma maior tensão superficial na parede
dos alvéolos, fazendo com eles apresentem uma tendência muito mais forte ao
colapso [22]. Nesta situação, haverá uma diminuição na ventilação [23]. Estudo
realizado por Mançano [24] (2008:323-7) sugere que as
complicações pulmonares apresentadas na população estudada são muito parecidas
com doenças pulmonares obstrutivas por se assemelharem no modo de utilizar
tanto na cocaína inalada como na forma fumada.
Em estudos feitos
através de exames de tomografia computadorizada demonstraram algumas alterações
decorrentes do uso de drogas. Essas alterações foram divididas clinicamente em
agudas ("pulmão de crack", barotrauma,
infarto pulmonar, embolia séptica e edema pulmonar cardiogênico) ou crônicas (talcose, pneumonia em organização, pneumonia eosinofílica crônica e enfisema bolhoso)
[22].
A força muscular respiratória foi outra
variável analisada e observamos uma diminuição das pressões inspiratória e
expiratória máximas evidenciando que o consumo de drogas diminui a capacidade
muscular respiratória, condição esta que pode causar fraqueza e/ou fadiga
muscular respiratória e até mesmo o agravamento da condição clínica,
representado pela insuficiência respiratória secundária à falência muscular
[18].
Este estudo apresenta
pontos positivos como ser um dos primeiros estudos que avaliou a função
pulmonar, força muscular respiratória e qualidade de vida em dependentes
químicos e relacionar força periférica e de músculos respiratórios. Entretanto,
apresenta como limitação o reduzido tamanho amostral, o qual está relacionado
às dificuldades de acesso a população estudada.
O presente estudo
demonstrou que, quando comparado aos valores preditos, há uma redução da função
pulmonar e força muscular respiratória nos dependentes químicos e, ainda, que
os índices de ansiedade e depressão estão aumentados nesta população.