ARTIGO
ORIGINAL
Perfil
das idosas participantes de um grupo de convivência
Profile of the elderly participants of a coexistence group
Ana Paula Ziegler Vey, M.Sc.*, Janeisa Franck
Virtuoso, D.Sc.**, Melissa Medeiros Braz, D.Sc.*, Hedioneia Maria Foletto Pivetta, D.Sc.*, Giovana Zarpellon Mazo, D.Sc.**
*Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria/RS, **Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Florianopolis/SC
Recebido em 4 de março de 2018; aceito em 5 de novembro de 2018.
Endereço
de correspondência:
Ana Paula Ziegler Vey, Rua Fernando Ferrari, 50,
97400-000 São Pedro do Sul RS, E-mail: aninhaziegler@hotmail.com; Janeisa Franck Virtuoso:
janeisav@yahoo.com.br; Melissa Medeiros Braz: melissabraz@hotmail.com; Hedioneia Maria Foletto Pivetta: hedioneia@yahoo.com.br; Giovana Zarpellon Mazo: giovana.maz@udesc.br
Resumo
Objetivo: Descrever o perfil
dos idosos inseridos em um centro de convivência. Métodos: Estudo quantitativo de abordagem descritiva. A amostra foi
composta por 51 idosas participantes de um programa de extensão universitária
de uma universidade pública do sul do Brasil, com média de 67,8 (±5,2) anos.
Foi utilizada uma ficha diagnóstica. As variáveis estudadas nessa pesquisa
foram analisadas descritivamente por meio de medidas de tendência central e
frequência simples e porcentagem. Resultados:
Destaca-se nas idosas o estado civil de viúvas (43,1%), vivendo com os
familiares (43,1%), com a escolaridade de 5 a 8 anos de estudos (43,1%), da
religião católica (78,4%), aposentadas (33,3%) e com a renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (43,1%). As idosas praticam atividade
física em média há 10 (± 9,24) anos, 2 (duas) vezes na
semana. Conclusão: As idosas que
participam deste grupo de convivência são jovens, católicas, viúvas e
aposentadas. Os grupos de convivência de idosos podem ser importantes veículos
de educação em saúde para idosos, a fim de instrumentalizá-los para o
autocuidado, promover sua saúde e prevenir doenças e agravos.
Palavras-chave: mulheres, idoso,
centros comunitários para idosos, perfil de saúde.
Abstract
Objective: To describe
the profile of elderly people living in a cohabitation center. Methods: Quantitative study of a
descriptive approach. The sample consisted of 51 elderly women 67.8 (± 5.2)
years old, enrolled in a university extension program of a public university in
the south of Brazil. A diagnostic form was used. The variables studied in this
research were descriptively analyzed through measures of central tendency and
simple frequency and percentage. Results:
We highlighted the marital status of widows (43.1%), living with their families
(43.1%), schooling of 5 to 8 years of education
(43.1%), (78.4%), retired (33.3%) and the family income between 1 and 2 minimum
wages (43.1%). The elderly practiced physical activity on average 10 (± 9,24) years, 2 times in the week. Conclusion: The elderly women who participate in this coexistence
group are young, catholic, widowed and retired. Elderly care groups can be
important vehicles for health education for the elderly, in order to equip them
for self-care, to promote their health and to prevent diseases and injuries.
Key-words: women, aged,
community centers for the elderly, health profile.
O envelhecimento
populacional é, hoje, um proeminente fenômeno mundial, porém com o aumento da
expectativa de vida, a longevidade passou a ser vista não só como um ganho para
a sociedade, mas também como uma preocupação, devido ao aumento de patologias,
disfunções psicológicas e funcionais causadas pelo estilo de vida das pessoas,
o que pode causar uma diminuição na qualidade de vida da população [1].
A população idosa e a
expectativa de vida crescem acentuadamente no Brasil, sobretudo entre as
mulheres que, em geral, vivem em média sete anos mais do que os homens. Perante
essa situação tornam-se necessários estudos e políticas públicas específicas
que visem o envelhecimento ativo com repercussão na melhor qualidade de vida
dessa população [2,3].
Para a manutenção da
saúde uma alternativa que está sendo muito explorada pelos idosos são os grupos
de convivência. O histórico dos grupos de convivência de idosos brasileiros remonta
à década de 70, quando o Serviço Social do Comércio (SESC) de São Paulo iniciou
um programa para a terceira idade. Desde então, os grupos de convivência de
idosos vêm proliferando em clubes, paróquias, associações comunitárias, centros
de saúde e instituições de ensino superior [4].
Os grupos de
convivência surgem como contribuição para envelhecimento saudável e com
qualidade [5]. A participação dos idosos pode trazer diversos benefícios, como
afastar a solidão, propiciar amizades, aumentar a autoestima, melhorar a
integração com familiares, resgatar valores pessoais e sociais, oferecer
suporte social e a adoção de um estilo de vida mais ativo, pois nestes são
realizadas atividades de lazer, culturais, intelectuais, físicas, manuais,
artísticas e de convívio grupal [6].
O levantamento do
perfil dos idosos que participam de grupos de convivência pode favorecer o
direcionamento de ações no plano da saúde, além de delinear as necessidades de
adequação deste local e de suas atividades para o público frequentador [7].
Adicionalmente, o conhecimento das características dos idosos pode contribuir
para a definição de outras ações visando a
participação de mais idosos no projeto, uma vez que ainda é grande a
desinformação sobre a saúde do idoso, as particularidades e os desafios do
envelhecimento.
Portanto, o objetivo
deste estudo foi descrever o perfil dos idosos inseridos em um centro de
convivência, por meio do NIEATI, direcionado para a população idosa do
município de Santa Maria/RS.
Foi realizada uma
pesquisa descritiva, transversal e quantitativa. Fizeram parte da população
pesquisada idosas praticantes de atividade física. Uma amostra de 42 mulheres
foi estimada para obtenção de um nível de significância de 5% e poder de 80%, com
base no estudo de Virtuoso, Mazo & Menezes [8].
Estimando-se uma perda de 10%, foram recrutadas para participar do estudo 50
mulheres idosas, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão elencados
para essa pesquisa. A amostra constituiu-se de 51 mulheres, com mais de 60
anos, com média de idade de 67,8 (±5,2) anos, participantes do programa de
atividade física de uma instituição de ensino superior do interior do Rio
Grande do Sul.
O NIEATI conduz
projetos de pesquisa e de extensão. Na extensão universitária o núcleo atende
pessoas da terceira idade residentes no município de Santa Maria/RS, e região,
totalizando aproximadamente dois mil beneficiados. Os projetos são realizados
nas dependências da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em centros
comunitários, entre outros. Atualmente desenvolve atividades com
aproximadamente 40 grupos, dentre estes, destacam-se os grupos de teatro,
canto, expressão plástica e atividades físicas como natação, musculação e
hidroginástica [9].
Foram incluídas
idosas com capacidade cognitiva preservada (avaliada por meio do Mini Exame do
Estado Mental) [10]; independentes funcionalmente (avaliadas por meio da escala
de Katz) [11]. As mulheres excluídas do estudo foram aquelas que estavam
realizando terapia de reposição hormonal; deficiência física ou sequelas de
patologias neurológicas declaradas ou constatadas. Após aplicação dos critérios
de inclusão/exclusão, a amostra compôs-se de 61 mulheres idosas ativas
fisicamente, com idade entre 60 e 77 anos. Ressalta-se que houve perda amostral
de 10 mulheres por desistência espontânea.
Para a coleta de
dados, primeiramente utilizou-se uma ficha diagnóstica com dados de
identificação, características sociodemográficas,
aspectos uroginecológicos e prática de atividade
física regular, sendo composto por 20 questões distribuídas em 4 blocos (Bloco 1 – dados de identificação; Bloco 2-
características sociodemográficas; Bloco 3- condições
de saúde; Bloco 4- atividade física). Essa ficha foi adaptada da ficha diagnóstica
utilizada pelo Laboratório de Gerontologia (LAGER) da Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC) [12]. As entrevistas foram realizadas em uma clínica de
fisioterapia.
As variáveis
estudadas nesta pesquisa foram analisadas descritivamente por meio de medidas
de tendência central (média e desvio padrão ou mediana, conforme a natureza dos
dados), frequência simples e porcentagem. Esta pesquisa foi devidamente
aprovada pelo Comitê de Ética institucional sob número
de CAAE 42357515.1.0000.5346.
As idosas deste
estudo apresentaram média de idade de 67,8 (±5,2) anos. A tabela I mostra as
características gerais das idosas deste estudo.
Tabela
I - Características sociodemográficas
das idosas participantes do estudo (n = 51).
f = frequência
simples; % = frequência relativa; SM = Salário Mínimo.
Com relação às
condições de saúde das mulheres idosas ativas fisicamente, observa-se, na
tabela II, que 54,9% delas consideraram o seu estado de saúde atual bom, 74,5%
relataram que o seu estado de saúde não dificulta sua prática de atividade
física e 25,5% disseram que dificulta, os motivos foram: dor (n = 9; 17,6%),
cansaço (n = 5; 9,8%), falta de ar (n = 2; 3,9%) e outros (n = 3; 5,9%).
As principais doenças
relatadas pelas idosas foram: hipertensão arterial sistêmica (HAS) (62,7%),
artrite e artrose (47,0%), dislipidemia (35,3%), incontinência urinária (IU)
(29,4%), doenças de vias aéreas tais como sinusite e bronquite (27,5%). Quanto
à ocorrência de quedas no último ano, apenas 27,5% relataram. A tabela II
apresenta os dados relativos às condições de saúde das idosas.
Tabela
II -
Condições de saúde das mulheres idosas
ativas fisicamente (n = 51).
f = frequência
simples; % = frequência relativa; AF= Atividade Física.
A tabela III
apresenta os aspectos uroginecológicos das
participantes do estudo. Estas tiveram em média 3
gestações, 3 partos, destes 2 foram partos vaginais e um parto cesáreo. O peso
do maior nascido foi de 3,3kg. As pesquisadas apresentaram média de 18 anos de
menopausa e 35,3% delas referiram infecção urinária de repetição (média 1,4 vezes ao ano). Das 51 idosas, 49% já haviam
realizado cirurgia ginecológica e 52,9% apresentam perda urinária
frequentemente.
Tabela
III
- Aspectos uroginecológicos
das mulheres idosas ativas fisicamente.
f = frequência
simples; % = frequência relativa; Nº = número; DP = desvio padrão.
Com relação à prática
de atividade física, 100% das idosas faziam atividade física regulamente nos
programas do Núcleo Integrado de Estudos e Apoio à Terceira Idade (NIEATI) do
Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM). Verifica-se na tabela IV que, em média, realizavam AF duas vezes
na semana, com duração de 72 minutos cada encontro e há 10 anos. A maioria das
idosas não praticava atividade física além do programa do NIEATI/UFSM (62,7%).
Tabela
IV -
Prática de atividade física das
participantes do estudo (n=51).
DP = desvio padrão; f
= frequência; % = porcentagem; AF = atividade física
O perfil etário da
amostra estudada caracteriza-se por idosas jovens, uma vez que a média
encontrada neste estudo foi de 67,8 anos, ou seja, na faixa etária de 60 a 69
anos. Dado semelhante também foi encontrado em um estudo com 65 idosos que
descreveu o perfil epidemiológico dos idosos que participam de grupos sociais
da terceira idade do Município de Iguatu (CE) [13] e no estudo de Hott e Pires [14] com idosos de centro de convivência de
Minas Gerais. Borges et al. [15] supõem que o elevado número de
idosos jovens nos grupos de convivência pode estar relacionado à maior
independência funcional destes, pois com o passar do tempo a tendência é a
diminuição da autonomia funcional, levando o idoso ao afastamento de atividades
fora do lar.
Os dados do perfil
das mulheres idosas do presente estudo, participantes do NIEATI vão ao encontro
aos do GETI (Grupo de Estudos da Terceira Idade) que é um programa de extensão
universitário para pessoas idosas, realizado pela UDESC. O perfil dos
participantes é: 90% do sexo feminino, 75% idoso jovem (60 a 65 anos), 62,8%
têm ensino médio, 61,8% é casado, 66,7% é aposentado, 74,4% é da religião
católica e 40,6% possui renda familiar superior a 6
salários mínimos [16]. Apenas quanto à renda difere deste estudo.
Em relação à
escolaridade das idosas pesquisadas, grande parte tem de 5 a 8 anos ou mais de
estudo. Esta característica difere dos estudos Silva et al. [13] em que quase 70% dos idosos possui até quatro anos de
estudo. A baixa escolaridade foi característica destacada em estudo realizado
com idosos de Fortaleza [17], em Belo Horizonte com grupo semelhante de idosos
[15] e em Minas Gerais [14] com idosos de centros de convivência. A
escolaridade dos idosos brasileiros é ainda considerada baixa, ou seja, 30,7%
tinham menos de um ano de instrução no censo 2010 do IBGE, que apontou também
média de 3,4 anos de estudo [18].
O baixo nível de
escolaridade pode contribuir para o surgimento de doenças, pois dificulta a
adesão em grupos de convivência, bem como a compreensão da importância do
autocuidado com a saúde, da correta realização de um tratamento proposto, bem
como a promoção de estilo de vida saudável [19,20].
Quanto ao estado
civil, destaca-se nas idosas investigadas a condição de viúva e ou casada. A
prevalência de mulheres viúvas pode ser explicada pela elevação progressiva na
expectativa de vida da população feminina em detrimento da masculina, e também
à persistência da viuvez entre as mulheres da terceira idade enquanto os homens
tendem a assumir novos casamentos. Já o alto índice de mulheres casadas pode-se
dar ao fato da amostra ser considerada de idosas jovens [21-23].
A característica das
participantes deste estudo é residirem com seus filhos e netos. Dados que
corroboram resultados de outros estudos [13,15,21] em
que a maioria dos idosos residem com seus familiares. Os dados revelam um
arranjo familiar multigeracional em que os avós
voltam a morar com seus filhos e netos [15].
Sobre a questão
econômica, as idosas participantes da pesquisa apresentaram renda mensal de 1 a
2 salários mínimos, sensivelmente, superior a outros estudos [24-27] em que a
maioria dos idosos entrevistados referiu renda de meio a um salário mínimo.
A maioria das idosas
não trabalha mais, ou seja, 88,2% tem tempo livre para realizar outras
atividades, dentre elas a participação em grupos de convivência. Estes assumem
grande importância na vida do idoso, como forma de inclusão, satisfação
pessoal, oportunidade de novos relacionamentos, além da possibilidade de
ocasionar mudanças de comportamento com o cuidado da saúde. A participação
social é um fator protetor para redução do risco de declínio funcional e independência
das idosas [28,29].
No que tange à
religiosidade, pode-se observar que a maioria das idosas é católica o que
corrobora outros estudos [30,31]. Os mesmos autores ainda ressaltam que por
meio da espiritualidade, a fé tem se mostrado como um fator aliado e capaz de
somar para a promoção e a manutenção do bem-estar dos idosos [31], dados que
também são igualmente encontrados no Brasil. Segundo o IBGE [18], a população
cristã é de 86,8%, divididos em católicos (64,6%) e evangélicos (22,2%).
Sobre a autopercepção de saúde, as idosas consideram estado bom ou
ótimo de saúde (72,5%) e mantêm disposição regular para realizar atividades.
Estes resultados se aproximam da pesquisa de Silva et
al. [13] a qual investigou o estado de saúde de idosos de grupos de
convivência, 38,5% relataram ótimo e bom. Estudo com 1.062 idosos de
Florianópolis, também verificou que eles consideravam o seu estado de saúde bom
[32].
No presente estudo, a
maioria das idosas relatou a percepção do seu estado de saúde como positiva e
que esta não dificultava a prática da atividade física. A autopercepção
de saúde é composta por aspectos físicos, cognitivos e emocionais. Ela pode ser
considerada indicador de mortalidade uma vez que estudo, a fim de investigar a
influência de determinantes demográficos e socioeconômicos, das doenças
crônicas e da capacidade funcional sobre a autopercepção
de saúde entre os idosos, concluiu que indivíduos que consideram ruim seu
estado de saúde exibem maior risco de mortalidade, quando comparado com aquelas
que relatam ter uma excelente saúde [33].
O autorrelato
de doenças prevalentes na amostra estudada demonstrou que a Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) foi a mais destacada, seguida das doenças osteoarticulares como a artrite e artrose. Outro estudo
realizado no Brasil com idosos encontraram a prevalência destas doenças em
idosos [20]. Outras pesquisas que investigaram o perfil de idosos participantes
de grupos de convivência concluíram que a grande maioria deles apresenta pelo
menos uma doença, sendo a hipertensão a mais prevalente, e a utilização de pelo
menos um medicamento diário [14-16,34].
Segundo dados do
Ministério da Saúde [35], mais de 85% dos idosos apresentam pelo menos uma
enfermidade crônica, entre as quais as mais frequentes são hipertensão (HAS) e
doenças osteomusculares.
Outra morbidade
detectada nesta pesquisa foi a incontinência urinária (IU].
Acredita-se que este dado tenha surgido com maior prevalência pelo fato da
composição da amostra ser estritamente feminina e esta patologia tem sido
referenciada na literatura como mais prevalente neste sexo. Este achado
corrobora Virtuoso et al. [36], ao referir que a
presença da IU é superior a 30% nas mulheres acima de sessenta anos, outros
autores também trazem a idade como fator de risco para incontinência urinaria
vão de acordo com este estudo [37,38].
Todas as mulheres da
amostra tiveram filhos, realizaram em média de 3
partos, muito semelhante ao estudo com 184 idosas participantes de grupos de
convivência no município de Olinda, Pernambuco, em que 88,9% delas possuem
filhos, cerca de 64% possuíam até 4 filhos [39]. Dados observados também no
estudo de Virtuoso, Mazo e Menezes [8] realizado com
39 idosas, 76,9% delas tiveram três ou mais partos.
Todas as idosas do
estudo praticam atividade física no NIEATI, em média, duas vezes na semana e
com duração de 72 minutos cada sessão, sendo a maioria participante do grupo de
ginástica. Nesta pesquisa pode-se observar que as idosas praticam atividade
física orientada em média há 10 anos. Ainda pode-se observar também que a
maioria das idosas não pratica outra atividade física além das disponibilizadas
no programa NIEATI, porém as que praticam realizam caminhada, dança e
musculação.
No presente estudo as
idosas praticam AF em média 2 vezes na semana. Segundo
estudos os exercícios realizados uma vez por semana não são suficientes para
melhorar a qualidade de vida a curto prazo. No
entanto, quando esses idosos realizaram exercícios duas vezes por semana, os
aspectos vitalidade, percepção de dor corporal, saúde mental, percepção geral
da saúde e limitações devido à saúde física avaliada melhoraram
significativamente, ou seja, além de aumentar a qualidade de vida, também
possuem maior forca e equilíbrio muscular [40,41].
O fato de que a
grande maioria das idosas frequentava os grupos de atividades há mais de dez
anos sugere que as mesmas estão encontrando o que buscam nestes locais e
confirmam a possibilidade de utilização dos grupos de convivência ou de
extensão universitária como veículos para aumentar a qualidade de vida e a
oferta de serviços aos idosos [15].
Pode-se observar que
o perfil das idosas que frequentam estes projetos universitários são de idosas
jovens, católicas, viúvas, aposentadas, que vivem com seus familiares, com a
escolaridade de 5 a 8 anos de estudos e com a renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos. Com relação ao estado de saúde, a
maioria das idosas o considera bom e relatam que este não afeta a prática de
atividade física. Dentre as patologias mais prevalentes destacam-se a
hipertensão e a incontinência urinária.
Os grupos de
convivência de idosos podem ser importantes veículos de educação em saúde para
idosos, a fim de instrumentalizá-los para o autocuidado, promover sua saúde e
prevenir doenças e agravos.