REVISÃO
Equilíbrio
postural e sarcopenia em idosos com e sem neuropatia
diabética
Postural balance and sarcopenia in elderly
with and without diabetic neuropathy
Rita de Cássia Ernandes*, Gerson Scherrer
Júnior**, Angélica Castilho Alonso*
*Programa de Pós-Graduação em Ciências do Envelhecimento da USJT/SP,
**Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP)
Recebido em 3 de fevereiro de 2017; aceito em 7 de novembro de 2017.
Endereço
para correspondência:
Angelica Castilho Alonso, Rua Ovídeo Pires de Campos,
333, Cerqueira Cesar, 05403-010 São Paulo SP, E-mail: angelicacastilho@msn.com;
Gerson Scherrer Junior: gscherrer@ig.com.br; Rita de
Cássia Ernandes: ernandes_rc@terra.com.br
Resumo
Introdução: A Diabetes Mellitus
tipo 2 (DM2) é considerada um problema de saúde
permanente e a Neuropatia Periférica (NP) é a complicação mais prevalente da
doença. Seus sintomas e limitações ocasionam alterações das vias sensoriais e
motoras, resposta neuromuscular anormal a distúrbios posturais, contribuindo
para modificar o equilíbrio. A sarcopenia, perda
involuntária da massa muscular, tem sido identificada como uma via comum
associada à incapacidade física entre idosos. Objetivo: Analisar a produção científica acerca da abordagem do
equilíbrio postural e da sarcopenia em idosos, na DM2
e na NP. Métodos: Foi realizado um
estudo de revisão bibliográfica em 5 bases de dados
nos últimos 10 anos, em inglês, português e espanhol, que abordaram idosos
acima de 65 anos de ambos os sexos. Resultados:
A grande variedade de testes e intervenções usadas identifica estágios diversos
relacionados ao DM, à NP e à sarcopenia em idosos.
Foram encontradas 317 referências sobre Equilíbrio Postural, DM e NP, foram
inclusos seis artigos para Equilíbrio Postural/DM2 e 16 para Equilíbrio
Postural/NP. Das 142 referências sobre sarcopenia,
DM2 e NP, foram inclusos quatro sobre sarcopenia/DM2;
não foi incluído nenhum artigo para Sarcopenia/NP. Conclusão: A DM2 tem grande influência
nos parâmetros posturais e declínio acelerado da massa muscular e a NP é um
fator determinante para causas de distúrbios posturais. Os resultados poderão
ser ainda mais significativos se em estudos futuros forem analisadas a
influência da sarcopenia com NP em idosos, pois não
foi encontrado nenhum artigo que abordasse esse tema especificamente.
Palavras-chave: diabetes mellitus,
equilíbrio postural, neuropatias diabéticas, sarcopenia.
Abstract
Introduction: Type 2 Diabetes Mellitus (DM2) is considered a permanent health
problem and Peripheral Neuropathy (NP) is the most prevalent complication of
the disease. Its symptoms and limitations cause alterations of the sensorial
and motor routes, abnormal neuromuscular response to postural disorders,
contributing to modify the balance. Sarcopenia,
involuntary loss of muscle mass, has been identified as a common pathway
associated with physical disability among the elderly. Objective: To analyze the scientific production about the approach
of postural balance and sarcopenia in the elderly,
DM2 and NP. Methods: A bibliographic
review study was carried out in 5 databases in the last 10 years, in English, Portuguese
and Spanish, which addressed the elderly over 65 years of both sexes. Results: The wide variety of tests and
interventions used identify the various stages related to DM, NP and sarcopenia in the elderly. There were 317 references on
Postural Equilibrium, DM and NP, six articles were
included for Postural Equilibrium/DM2 and 16 for Postural Equilibrium/NP. Of
the 142 references on Sarcopenia, DM2 and NP, four
were included on Sarcopenia/DM2; no article was
included for Sarcopenia/NP. Conclusion: DM2 has a great influence on postural parameters and
accelerated decline in muscle mass, and NP is a determining factor for the
causes of postural disorders. The results may be even more significant if the
influence of sarcopenia with NP in the elderly is
analyzed in future studies, since no article was found that specifically
addressed this issue.
Key-words: diabetes mellitus, postural balance,
diabetic neuropathie, sarcopenia.
Dentre as doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT) há prevalência do diabetes mellitus (DM) [1]
que não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos
no qual apresenta em comum a hiperglicemia resultante de defeitos na ação e ou
secreção da insulina, ou em ambas [2]. Considerada um problema de saúde pública
com prevalência global, estima-se atualmente que 382 milhões de pessoas possuam
a doença e em 2035, serão em torno de 592 milhões [3]. No Brasil, esse número
tem aumentado em cerca de 5 a 7%, totalizando 7,6 milhões de pessoas, em
virtude do crescimento e do envelhecimento populacional, da maior urbanização,
da progressiva prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como da maior
sobrevida de pacientes com DM [2].
A OMS [4] recomenda a
classificação da DM em tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2). A
DM2 é considerada um problema de saúde permanente e a NP a complicação mais
prevalente da doença [5]. Esta é progressiva e irreversível [6,7], atingindo
até 80% dos diabéticos [8,0]. Seus sintomas e limitações ocasionam alterações
das vias sensoriais e motoras, resposta neuromuscular anormal a distúrbios
posturais, contribuindo para modificar o equilíbrio estático e dinâmico [10].
Quando há maior demanda cognitiva como ao manter o equilíbrio e executar uma
tarefa simultaneamente, o desempenho é prejudicado, principalmente com pessoas
com histórico de quedas [11].
O envelhecimento
causa perda progressiva de massa e força muscular, e ocorre independente de
qualquer processo da doença, que cientificamente é chamada de sarcopenia [12]. Tem sido identificada como uma via comum
associada com o aparecimento inicial e progressão da incapacidade física entre
os adultos mais velhos [13]. O índice de massa e a DM, foram identificados como
importantes contribuintes para a progressão da sarcopenia
[14] e incapacidade física [15,16]. E a desregulação metabólica associada à
obesidade e DM também pode acelerar a progressão da sarcopenia
e declínio posteriormente funcional em idosos [13,14].
No entanto, é
necessário compreender todos esses processos para verificar se as prováveis
perdas de massa muscular e equilíbrio postural são decorrentes exclusivamente
da NP ou não e, ainda, se a sarcopenia interfere ou
não negativamente no equilíbrio postural. Certamente para melhorar os
procedimentos de avaliação, tratamento e treinamento adequados, prevenir ou
reduzir o risco de incapacidade física em idosos. Assim, o objetivo deste
estudo foi analisar a produção científica acerca da abordagem do equilíbrio
postural e da sarcopenia em idosos com DM2 e NP.
Tratou-se de um
estudo de revisão integrativa realizada na Universidade São Judas Tadeu, São
Paulo, Brasil.
Foi feita uma busca
acerca de publicações no período de 2006 a 2016, a partir das bases de dados
internacionais da Cochrane Library, Pubmed, Embase, Lilacs e Pedro.
Procedimentos
Foi realizada uma
pesquisa com artigos científicos sobre equilíbrio postural, sarcopenia,
DM2 e NP, a partir das bases de dados: Cochrane Library, Pubmed,
Embase, Lilacs e Pedro. A pesquisa obedeceu a
critérios de fracionamento dos descritores, a saber: “Equilíbrio Postural e
Diabetes Mellitus Tipo 2” (EP/DM2), “Equilíbrio
Postural e Neuropatia Periférica” (EP/NP); “Sarcopenia
e Diabetes Mellitus Tipo 2” (SAR/DM2), e “Sarcopenia
e Neuropatia Periférica” (SAR/NP), pois os termos juntos não apresentaram
nenhum artigo publicado. Foram utilizados os seguintes limitadores temporais:
Idade (65 anos ou mais); Doença (diabetes mellitus, neuropatia diabética,
neuropatia periférica, sarcopenia); Sexo (masculino e
feminino); Publicação (nos últimos 10 anos); Estudo (em humanos).
A pesquisa ocorreu
por meio da combinação de duas a três palavras-chave, as quais foram
intermediadas pelo uso do operador booleano “OU” e “E”. Dessa maneira, nas
estratégias de busca foram utilizados os seguintes descritores: Para Equilíbrio
Postural e Diabetes Tipo 2: (“equilibrio
postural ou equilíbrio músculo esquelético OU equilíbrio postural”) E
(“diabetes mellitus tipo 2”). Para Equilíbrio Postural e Neuropatia Periférica:
(“equilíbrio postural OU equilíbrio músculo esquelético OU equilibrio
postural”) E (“neuropatia periférica diabética”). Para Sarcopenia
e Diabetes Mellitus Tipo 2: (“sarcopenia
OU sarcopenias”) E (“diabetes mellitus tipo 2”). Para
Sarcopenia e Neuropatia Periférica: (“sarcopenia OU sarcopenias”) E
(“neuropatia periférica diabética”).
Para a condição
Equilíbrio Postural com DM2 e com NP (EP/DM2 e EP/NP), foram encontrados 317
artigos. Após gerenciar o filtro, foram excluídos 162 artigos, restando 155.
Destes, após a leitura do título, sobraram 66. Foram identificadas
respectivamente, publicações para EP/DM2=19 e para EP/NP=47. A primeira seleção
foi retirar 28 artigos por duplicidade nas bases de dados, sendo 4 de EP/DM2 e 24 de EP/NP. Destes, após a leitura do resumo,
foram excluídos aqueles que não abordavam o tema compatível ao pesquisado.
Sobraram 38 artigos, 15 EP/DM2, e 23 EP/NP. Todos foram lidos na íntegra e só
considerados aqueles que atendiam ao objetivo. Excluídos 9,
restaram 6 para EP/DM2 e exlcuídos 7, restaram 16
para EP/NP. Ao final do levantamento, totalizaram-se 22 artigos científicos
distribuídos sendo EP/DM2= 6 e EP/NP = 16 (figura 1).
Figura
1 - Fluxograma sobre os estudos selecionados
sobre EP/DM2 e EP/NP.
Para a condição Sarcopenia com DM2 e com NP (SAR/DM2 e SAR/NP), foram encontrados
142 artigos. Após gerenciar o filtro, foram excluídos 96 artigos, restando 46.
Destes, após a leitura do título, sobraram 19. Foram identificadas
respectivamente, publicações para SAR/DM2=19, e SAR/NP=0, nenhuma foi
encontrada. A primeira seleção foi retirar 10 artigos por duplicidade nas bases
de dados, sendo SAR/DM2=10 e SAR/NP=0. Destes, após a leitura do resumo foram
excluídos aqueles que não abordavam o tema compatível ao pesquisado. Sobraram
15 artigos, sendo SAR/DM2=15, SAR/NP=0. Todos foram lidos na íntegra e só
considerados aqueles que atendiam ao objetivo. Ao final do levantamento,
totalizaram-se quatro artigos científicos distribuídos em SAR/DM2 somente
(figura 2).
Figura
2 – Fluxograma sobre os estudos selecionados
sobre SAR/DM2 e SAR/NP.
Os resultados sugerem
que a grande variedade de testes e intervenções utilizadas nos artigos
estudados identificam estágios diversos relacionados à DM, NP e sarcopenia em idosos diabéticos e não diabéticos.
Dos seis estudos analisados
da tabela I, quatro são do tipo transversal e dois do tipo experimental. Em
dois estudos transversais observamos que houve a utilização de posturografia computadorizada [17,18] e outros dois testes
físicos [19] e eletrofisiológicos [20]. Nos artigos do tipo experimental a
avaliação foi feita por meio de intervenção, com prescrição de exercícios
físicos para desempenho físico [21,22].
Tabela I - Resultados
dos artigos de EP e DM2. (ver anexo em PDF).
Em relação aos
artigos analisados na tabela II, 10 são do tipo transversal e seis
experimentais. A maioria dos artigos mencionou rastrear a NP por meio do estediômetro, também chamado de monofilamento
de náilon (10g/Semmes-Weinstein).
Nos transversais,
quatro utilizaram a plataforma de força [23,24]; e dois aplicaram o teste Time Up & Go (TUG), e subir e
descer escadas respectivamente [25,26]. Também foram encontrados dois artigos
que avaliaram o estágio inicial da NP [27,28] e dois estudos sobre realidade
virtual [29,30].
Dos seis estudos
experimentais, três utilizaram-se de intervenções com
programas de exercícios físicos [31-33]. A utilização de terapia de estimulação
elétrica [34] e biofotogrametria computadorizada e
filmagem dos planos frontal e sagital [35] apareceram como únicas abordagens
nestes autores.
Tabela II - Resultados dos artigos de EP NP.(ver anexo em PDF).
No que se refere à tabela III, todos são do tipo transversal e
utilizaram o raio X de dupla energia (DEXA) para avaliação da massa muscular
[36-39], três estudos se dedicaram a avaliar asiáticos [37-39].
Tabela III - Resultados dos artigos de SAR e DM2.(ver anexo em PDF).
Os principais achados
dos estudos mostram que os pacientes DM2 com e sem neuropatia apresentam piores
condições de equilíbrio postural e massa magra que os idosos sem a doença. Além
disso, há uma série de técnicas de avaliação que podem ser incluídas nas
pesquisas e as intervenções demonstram ter resultados benéficos nestes
pacientes.
Estudos [17,18] em
diferentes condições (superfície firme, espuma, olhos abertos e fechados em
condições de plena luz, baixa luz, sem luz e marcha) que priorizaram os
sistemas sensoriais (visão e motora) demonstram pior desempenho nos DM2,
apontando que as perdas visuais e das informações periféricas causadas pela
doença afetam o equilíbrio postural e deixam essa população mais suscetível a
quedas.
Outros fatores
complicadores para equilíbrio postural em idosos, mas que se mostrou mais
acentuado nos DM2, são a idade e a institucionalização
[19,20]; além das perdas causadas pela doença a um fator determinante que é a
condição hipocinética dos idosos institucionalizados e mais velhos.
Os programas de
treinamento com 12 semanas de duração, que envolvem força, agilidade,
flexibilidade e equilíbrio nos DM2 apresentam-se benéficos a esta população
[21,22], no entanto, como em qualquer programa, a falta de adesão entre os
idosos é o maior problema [21], e no destreino os diabéticos tiveram perdas
mais aceleradas da flexibilidade e agilidade [21].
Não existe consenso
em relação aos fatores que podem levar a pior desempenho
nos testes de equilíbrio postural. Segundo Cheing et al. [23], este fato está relacionado a
mudanças nas propriedades biomecânicas que ocorreram, pois o tecido mole do
tendão de Aquiles apresenta-se mais espesso comparado ao grupo controle. Já Fulk et al. [24] testaram limiares de aceleração
na plataforma de força, e concluíram que nos DM2, apesar do controle postural
ser prejudicado nas condições testadas, a NP pode não ser a única causa da
diminuição do equilíbrio em pessoas com a doença.
Nos testes funcionais
como, por exemplo, o Time Up & Go test
(TUG), e o de subir e descer escadas respectivamente [25,26] e os DM2 com e sem
NP apresentam déficits no controle postural e força funcional [25], e
alterações na demanda muscular para controle postural, incluindo quedas [26],
comparados ao grupo controle.
Testes de condução
nervosa é o padrão ouro para o diagnóstico de NP. Fioretti
et al. [27] constataram que parâmetros
globais e estruturais obtidos por meio de posturografia
estática podem ser usados para o diagnóstico de NP inicial. Mudanças no índice
das posições dos pés podem ser úteis na identificação de indivíduos com
diminuição do equilíbrio, e podem estar relacionadas a um risco aumentado de
quedas [27].
Em relação ao sexo, o
estudo de Song et al. [28] relatam que os homens com DM2
são mais vulneráveis que mulheres, mas que a obesidade pode diminuir o controle
postural em ambos os sexos.
Em relação a
treinamento e reabilitação do equilíbrio, há poucos estudos, especificamente
com DM2 utilizando a realidade virtual como meio para o tratamento para melhora
do equilíbrio, embora com idosos, em geral, esta é uma ferramenta bem
utilizada. O estudo de Grewal et al. [29] rastreou o movimento com base em sensores inerciais wearable e a posturografia e testou mulheres idosas com NP e sem a
doença, durante 4 semanas com exercícios de transferência de peso, agilidade
utilizando jogos virtuais e concluíram que idosos com NP podem melhorar
significativamente o equilíbrio postural, porém comparando com o grupo sem a
doença observa-se no grupo com NP um comportamento de equilíbrio e um mecanismo
de adaptação reduzido e comprometida resultante da falta de feedback sensorial
[29-32].
Estudo [33],
utilizando exercícios do Complexo Lombar Pélvico em condições de instabilidade,
constatou que houve melhora no controle dos músculos do quadril, auxiliando
estratégia compensatória no equilíbrio, após o treinamento, e sugerindo que o
protocolo é adequado para indivíduos com NP.
Nafati et al. [34] testaram o efeito da terapia de estimulação elétrica no
controle postural e mudanças na gravidade da neuropatia e concluíram que o
potencial de estimulação elétrica pode melhorar a sensação de proteção, postura
e estabilidade em pacientes com NP.
Em relação a outras
técnicas de avaliação, sem ser as medidas da posturográficas
nas plataformas de força, consideradas padrão ouro, e os testes funcionais,
Sales et al. [35] utilizaram a biofotogrametria computadorizada e filmagem dos planos
frontal e sagital, para avaliar as oscilações. Constataram que os neuropatas
apresentaram diferenças significativas nas amplitudes de oscilações nos 2 planos, nas condições com e sem visão, quando comparado
aos grupos sem neuropatia e controle, concluindo que a NP influencia
negativamente na manutenção do equilíbrio estático, principalmente na visão. E
mostrando ser uma boa ferramenta de avaliação.
Os estudos
relacionados à sarcopenia e ao DM2, avaliados pela
densitometria óssea (DEXA) foram usados para avaliação da massa muscular, e os
autores foram unânimes em afirmar que o DM2 apresenta declínio da massa
muscular comparados aos indivíduos sem a doença [36-39]. Leenders
et al. [36] foram os únicos que avaliaram
força muscular e encontraram uma diminuição da mesma, quando comparada ao
controle.
Muito se tem estudado
a respeito da doença diabetes relacionada à raça. Indivíduos asiáticos
desenvolvem a doença com menor grau de obesidade comparado aos ocidentais. A
prevalência da pré-sarcopenia, foi maior entre
indianos com DM2 comparados ao controle [39], contribuindo para a incapacidade
física e distúrbios metabólicos. A prevalência de declínio de massa muscular
foi considerada de duas a quatro vezes mais no grupo DM2 comparado ao controle
[37]; em ambos os sexos os valores de massa muscular esquelética foram
significativamente menores no grupo de DM2 em comparação ao controle [38].
Nos estudos
analisados constatamos que o DM2 por si só tem grande influência nos parâmetros
posturais e declínio acelerado da massa muscular. Observamos, também, que a NP
é um fator determinante para causas de distúrbios posturais. Idosos portadores
de DM2 desenvolvem NP acarretando oscilações posturais com
efeito muito mais desestabilizador comparados aos sem NP e
normoglicêmicos.
As grandes variedades
de testes analisados contribuíram para auxiliar no diagnóstico e prognóstico, e
propuseram compreender como idosos se comportam nas diferentes situações
propostas, incluindo risco de quedas. Faz-se necessário, diagnóstico preciso em
idosos diabéticos com e sem neuropatia e investigar os efeitos que a doença
provoca, em particular em cada grupo.
Alguns estudos
sugerem medidas preventivas, educativas e ações interventivas para melhoria de
possíveis consequências do DM. Treinos físicos devem ser implementados
a idosos, incluindo os diabéticos. Podem melhorar a estabilidade postural e
promover a condição física, controle da obesidade e parâmetros funcionais
agravados à doença.
Poderá ser analisada
qual a via que relaciona a sarcopenia com indivíduos
idosos portadores de NP, pois atualmente não foram encontrados estudos acerca
deste tema.