Congresso
Brasileiro de Reabilitação Traumato-Ortopédica e
Esportiva
27 e 28 de abril de
2018
Universidade Luterana
do Brasil – ULBRA, Canoas/RS
Editorial
Foi realizado nos
dias 27 e 28 de abril, na ULBRA Canoas, o Congresso Brasileiro de Reabilitação Traumato-ortopédica e Esportiva, promovido e organizado
pelo Instituto Golden – Centro Educacional, em parceria com a ULBRA. No
total foram mais de 350 pessoas que participaram deste evento, foram dois dias
com grande troca de conhecimento, onde puderam vivenciar variadas técnicas e
pesquisas atuais. O evento teve como objetivo promover o debate científico com
especialistas da área traumato-ortopédica e
esportiva, gerando discussão sobre o trabalho interdisciplinar nesta
especialidade. Workshops, palestras, mesas-redondas e apresentações de temas
livres/banners com pôsteres compõem a programação do congresso.
Organizadores
César Abs de Agosto: cesarabsdagosto@gmail.com
Cláudia Carrijo: fisioterapia.canoas@ulbra.br
Eduardo Freitas da
Rosa: eduardo@institutogolden.com.br
Gustavo
Martins: gugamart@ulbra.edu.br
João
Neto: joaofisioneto@outlook.com
Comitê
científico
Prof Diogo Scalon (Universidade Luterana do
Brasil): diogoscalon@hotmail.com
Profa Emanuelle Schmit (Faculdade Anhanguera de Porto Alegre): manu_schmit@hotmail.com
Prof Eduardo Freitas da
Rosa (Instituto Golden): eduardo@institutogolden.com.br
Prof Gustavo
Martins (Universidade Luterana do
Brasil): gugamart@ulbra.edu.br
Prof João
Neto (Faculdade Anhanguera de Porto
Alegre): joaofisioneto@outlook.com
Profa Nathalie
Artigas (Universidade
FADERGS): nathalie.artigas@fadergs.edu.br
Profa Renata Lenz (Universidade Luterana do
Brasil): lenz.renata@gmail.com
Análise
eletromiográfica dos músculos estabilizadores da
escápula durante o exercício push up
em atletas universitários com e sem síndrome do impacto do ombro
Luana Boroto*, Marcelo La Torre**, William Dhein***
*Graduada
em Fisioterapia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS),
**Professor Doutor da Universidade do Vale do Rio do Sinos (UNISINOS), ***Professor Mestre do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG)
Introdução: A Síndrome do
Impacto do Ombro (SIO) caracteriza-se por uma compressão mecânica das
estruturas localizadas no espaço subacromial,
envolvendo, os músculos do manguito rotador, bursa subdeltóidea e cabeça longa do bíceps braquial. Esta
condição dolorosa é comum em atletas, sendo um dos fatores relacionados o desequilíbrio
muscular dos estabilizadores da escápula [1]. Estes desequilíbrios musculares
geram compensações biomecânicas que podem ser avaliadas por meio da
eletromiografia de superfície. Indivíduos com SIO geralmente apresentam aumento
da atividade do músculo trapézio superior (TS) e diminuição da atividade dos
músculos Serrátil Anterior (SA), Trapézio Médio (TM)
e Trapézio Inferior (TI). Dessa forma, são indicados em protocolos de
tratamento exercícios que busquem promover um maior recrutamento de TI e SA
para reestabelecimento de uma adequada cinemática escapular [2]. Neste sentido,
exercícios em cadeia cinética fechada são comumente empregados no processo de
reabilitação justamente por terem como objetivo o recrutamento dos músculos
estabilizadores da escápula [3]. Sendo assim, a análise do comportamento mioelétrico dos estabilizadores da escápula em atletas com
e sem SIO pode fornecer indícios que auxiliem o fisioterapeuta na tomada de
decisão durante o processo de reabilitação.
Objetivo: Comparar a atividade
eletromiográfica (EMG) dos músculos TS, TM, TI e do
SA, durante a realização do exercício push up em atletas universitários com e sem SIO.
Material
e métodos:
O presente estudo possui caráter quantitativo, observacional e transversal.
Participaram 10 atletas universitários do sexo masculino, com faixa etária
entre 18 e 35 anos, participantes das equipes esportivas de voleibol e handebol
de uma Universidade da região do Vale do Rio dos Sinos, estes foram divididos
em dois grupos. O primeiro grupo foi composto por 5
atletas que possuíam diagnóstico clínico de SIO confirmado por ecografia ou
ressonância magnética e que apresentaram sinal positivo em pelo menos um teste
ortopédico (Neer, Jobe, Hawkins Kennedy e Gerber). Já o
grupo sem SIO foi composto por 5 atletas sem histórico
de lesão no complexo do ombro. A atividade EMG dos músculos TS, TM, TI e SA foi
registrada por meio do eletromiógrafo (EMG System),
com taxa de amostragem de 2000 Hz. A atividade EMG de cada músculo foi obtida
durante a realização do exercício push up e de 3 contrações isométricas
voluntárias máximas (CIVM) para cada músculo. A análise dos dados EMG foi
realizada no software BIOMEC-SAS, onde os dados de CIVM e push-up
foram filtrados com um filtro digital, Butterworth,
4ª ordem, passa-banda de 20 a 500 Hz. Foi realizado o cálculo do envelope RMS
com janelamento Hamming de
0,5 segundos e o exercício de push up normalizado pelo pico da CIVM. Os valores de pico do
exercício push up foram
utilizados para comparação dos grupos. A análise estatística foi realizada no
software SPSS 20.0, por meio da ANOVA oneway, sendo o
nível de significância adotado de 5%.
Resultados: Podemos observar
diferença para o músculo TI (p=0,019), sendo que os atletas sem SIO,
demostraram um maior valor de média da atividade EMG (37,59±16,43 % CIVM)
quando comparados aos atletas com SIO (21,46±11,3 % CIVM). Também foi observado
diferença para o músculo SA (p=0,016), onde os atletas sem SIO apresentaram um
maior valor de média de atividade EMG (30,80±13,94 % CIVM) quando comparado com
os atletas com SIO (18,86±13,57 % CIVM). Já para o músculo TS não houve
diferença na atividade EMG entre atletas com SIO (9,2±11,6 % CIVM) e sem SIO
(11,1±9,9 % CIVM).
Conclusão: No exercício push up os atletas sem SIO
demonstraram maior atividade EMG dos músculos TI e SA, quando comparado com os
atletas com SIO. Já para o músculo TS não houve diferença na atividade EMG,
entre os atletas com e sem SIO, resultado este, que pode ser considerado
positivo, pois indivíduos com SIO, costumam apresentar uma maior ativação EMG
do TS, assim o exercício de push up,
apesar de demostrar as diferenças entre TI e SA, usualmente em pacientes com
SIO, não constatou-se compensações no músculo TS,
fazendo este um exercício indicado no plano de tratamento fisioterapêutico.
Palavras-chave: eletromiografia,
síndrome do impacto do ombro, escápula.
Referências
Aptidão
cardiorrespiratória de indivíduos com amputação traumática de membro inferior
unilateral e sua predisposição a eventos coronarianos
Marciele Renata dos Santos
Alves*, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva**, Rafael Kniphoff
da Silva**
*UFSM -
Universidade Federal de Santa Maria, **UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul
Introdução: As amputações de
origem traumática, que é responsável por 10,6% das amputações em membros
inferiores, tem incidência maior nos sujeitos antes dos 50 anos de idade, em conseqüência de fraturas expostas, contaminação severa da
ferida, lesões tipo esmagamento que levam a necrose progressiva do músculo ou
lesões de reconstrução incapacitante [1]. O trauma, característico nas
amputações de membro inferior, corresponde a uma lesão ocorrida no terreno vásculo-ortopédico e de forma combinada, na maioria das
vezes [2]. Um dos principais focos da reabilitação de indivíduos amputados de
membros inferiores é o restabelecimento da marcha, funcional e independente,
sob a utilização de uma prótese para compensar, se possível, a funcionalidade
perdida. A utilização da prótese em conjunto à reabilitação tem o intuito de
devolver ao paciente, o ortostatismo e a capacidade
de deambular [3]. A presença de fatores de risco cardiovasculares pode
justificar e até mesmo explicar grande parte das doenças do sistema cardíaco
[4]. A literatura nos relata maior demanda metabólica ao andar após a amputação
transtibial, porém as pesquisas concentram-se em
indivíduos amputados por causa vascular [5].
Objetivo: Avaliar a aptidão
cardiorrespiratória do amputado de causa traumática e sua predisposição a
doenças coronarianas.
Material
e métodos:
Estudo de natureza quantitativa, de delineamento experimental do tipo
transversal, sendo o grupo formado por três pacientes amputados transtibiais unilateral de causa traumática, emparelhados
em sexo, idade e Índice de Massa Corporal. O estudo foi realizado com pacientes
do Serviço de Reabilitação Física da UNISC- Universidade de Santa Cruz do Sul,
no Laboratório de Atividade Física e Saúde da universidade. Os sujeitos
responderam ao questionário de risco coronariano, proposto pela Michigan Heart Association (2003), que é formado por uma tabela contendo
oito fatores de risco, sendo eles idade, hereditariedade, peso corporal,
tabagismo, sedentarismo, hipercolesterolemia,
hipertensão arterial e gênero. Cada fator de risco possui seis opções de
resposta. Toda resposta equivale a um escore que representa o risco coronariano
relativo àquele fator. A soma dos escores obtidos nas respostas dos oito
fatores corresponde a uma pontuação, que representa o risco ao desenvolvimento
de doença caronariana. A classificação desse risco é
realizada pela comparação da pontuação obtida no questionário com a tabela de
classificação formulada pela própria Michigan Heart Association
(2003). A classificação do risco coronariano é definida como: bem abaixo da
média (06-11 pontos); abaixo da média (12-17 pontos); médio (18-24 pontos);
moderado (25-31 pontos); alto (32-40 pontos); e muito alto (41-62 pontos).
Posterior realizaram teste ergométrico em esteira sob
protocolo de Bruce modificado, sendo obtidos seus volumes máximos de
oxigênio.
Resultados: A média de idade
dos pacientes foi 22,6 anos. O paciente A apresentou aptidão
cardiorrespiratória regular, e os pacientes B e C apresentaram aptidão
fraca e muito fraca. Em relação à recuperação da FC no primeiro minuto após o
teste, o paciente B não apresentou resultados esperados. Ao analisar o índice
de oxigênio consumido pelo miocárdio, este necessitou de maior trabalho
cardiovascular (6270 mmHg.bpm),
quando comparado aos pacientes A e C, respectivamente, 3190 mmHg.bpm
e 3570 mmHg.bpm.
Conclusão: Houve um aumento da
predisposição ao desenvolvimento de doenças coronarianas para os amputados
participantes, mesmo estes sendo de causa traumática.
Palavras-chave: amputação traumática, doenças cardiovasculares, consumo de
oxigênio.
Referências
Benèficos da
hidroterapia na lesão de ligamento cruzado anterior
Dennys Rios*, Nathalie Ribeiro Artigas**
*Discente
do curso de Fisioterapia, do Centro Universitário FADERGS, **Docente da Escola
de Saúde e Bem-Estar, do Centro Universitário FADERGS
Introdução: O joelho é uma
articulação sucessível a lesões devido a suas características anatômicas e
composição que não lhe oferece uma segurança, pois não está protegido por
tecido adiposo e tecido muscular. Entre as diversas lesões comuns, está a lesão
do ligamento cruzado anterior (LCA) bastante comum entre atletas [1]. A
hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que proporciona ao paciente
benefício terapêutico através das propriedades físicas e do aquecimento da
água. Promove rápido ganho de amplitude e de movimento (ADM) e diminuição do
edema [2].
Objetivo: Mostrar os
benefícios da hidroterapia na reabilitação de lesões de LCA.
Métodos: A metodologia
aplicada compõe-se através de uma pesquisa do tipo revisão bibliográfica. Foram
consultadas bases de dados eletrônicas: Scielo e
EBSCO, no idioma português dos últimos 10 anos.
Resultados: A hidroterapia tem
uma atuação efetiva no pós-operatório do LCA, existe uma menor intensidade
álgica que se dá através da temperatura da água que é de aproximadamente 33º
graus Celsius, produzindo relaxamento muscular. Como não existe ação
gravitacional o paciente conseue adquirir uma melhora
da marcha, diminuindo o impacto causado na articulação, assim vencendo a
apreensão e dando mais liberdade e independência ao paciente [3]. Comparando o
tratamento hidrocinesioterápico com a cinesioterápico pode-se verificar que o tratamento de fisioterapia
aquática trouxe benefícios em ganho de ADM, manutenção do trofísmo
muscular, ganho de equilíbrio da relação agonista/antagonista, só teve um ponto
que não foi positivo, pois não foi possível recuperar por completo a força
muscular extensora que se justifico pela ação da gravidade dentro da água [4]. Em
um estudo realizado por Belchior [5] entendeu-se que os exercícios aquáticos
promovem um rápido retorno de atividades atléticas, o que é recomendado na fase
inicial de um programa de reabilitação, com tudo se deve associar a
fisioterapia convencional ao tratamento para que tenha um efeito significativo
para o paciente que fez uma reconstrução do LCA.
Conclusão: Conclui-se que a
hidroterapia é um excelente recurso para a reabilitação no pós-operatório de
LCA, promove uma menor intensidade álgica, obtém ganho de força e tônus
muscular, aumento da ADM e proporciona o retorno precoce de pacientes a suas
funções diárias, e no caso de atletas, uma volta mais rápida e efetiva ao
esporte.
Palavras
chave:
Fisioterapia, hidroterapia, reabilitação, LCA.
Referências
Correlação
do lunge com a direção anterior do star excursion balance teste em atletas de futsal masculino
Bruno Tagliapietra Canabarro*, Gabriel Santini
Mateus Marques Langerdorf*, Michele Forgiarini Saccol*
*LAPRE:
Liga de Avaliação, Prevenção e Reabilitação do Esporte
da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria/RS
Introdução: O futsal é um
esporte de contato envolvendo constantes trocas de direções [1], de forma que
aproximadamente 64% das lesões são causadas por contato e 12,1% delas ocorrem
no tornozelo [2]. Entre os fatores de risco para as lesões no tornozelo estão a diminuição de dorsiflexão [3] e
a perda de estabilidade dinâmica [4]. Uma das ferramentas capazes de auxiliar
as alterações de movimento em atletas são os testes funcionais. O Lunge teste é uma avaliação da dorsiflexão
em cadeia cinética fechada, tem associação com dor anterior do joelho [5] e uma
restrição na mobilidade pode apresentar-se como um fator para entorses de
tornozelo [3]. Já o Star Excursion Balance Test
(SEBT) é uma avaliação da estabilidade estática de membros inferiores que envolve 3 direções (anterior, posteromedial
e posterolateral) [6] e tem sido associado com lesões
de joelho e tornozelo [4,7].
Objetivo: Avaliar a
correlação da medida alcançada no teste Lunge com o
desempenho na direção anterior do SEBT em atletas de futsal masculino.
Material
e métodos:
Vinte dois atletas de futsal (25,6 ± 5,7 anos, 82,3 ± 13,1 kg e 177,1 ± 7,1
cm), do sexo masculino, realizaram os testes de amplitude de dorsiflexão (teste Lunge) e
estabilidade estática (SEBT). Para a composição dos testes foram utilizadas
quatro fitas métricas de 1,5 metros, sendo uma para o Lunge
teste e três para o SEBT, uma para cada direção. Na execução do teste Lunge
o atleta foi orientado a posicionar o pé em uma fita métrica a uma distância
inicial de 10 cm e tocar a parede com o joelho, mantendo o calcanhar em total
contato com o solo. A distância foi reduzida caso o atleta não conseguisse
manter o pé no apoio total, a maior distância obtida foi considerada para a
análise após 3 tentativas. Para o SEBT o avaliado
devia ficar em apoio unipodal, alcançar a maior
distância possível nas direções anterior, posteromedial
e posterolateral. Não sendo permitido retirar o
calcâneo do contato com o solo e as mãos do quadril em qualquer das direções
avaliadas, foi feito 2 tentativas para cada direção de
familiarização e 3 tentativas válidas. Em proveito do estudo foi considerada a
média das 3 tentativas apenas na direção anterior. O
membro dominante (D) e não dominante (ND) foi avaliado e para a análise dos
dados utilizou-se a estatística descritiva e os procedimentos de correlação não
paramétrica Rô de Spearman (nível de significância,
p<0,01). A intensidade da correlação foi classificada como baixa
(r<0,30), moderada (0,30<r<0,60) e alta (r>0,60).
Resultados: Os resultados
obtidos demostram haver uma correlação entre o Lunge
teste (D 12,48 ± 2,97 cm; ND 12,64 ± 3,22 cm) e o SEBT (D 56,93 ± 5,44 cm; ND
58,32 ± 5,49 cm) de r=0,741 e r=0,896 para D e ND respectivamente, com nível de
significância de p<0,01. Essa é uma associação considerada forte.
Conclusão: Atletas de futsal
masculino apresentaram correlação positiva entre da distância obtida no Lunge teste com o desempenho na direção anterior do SBET.
Assim sendo, é possível afirmar que a diminuição de dorsiflexão
em CCF está associada com a diminuição da distância alcançada na direção
anterior do SEBT.
Palavras-chave: extremidade inferior, avaliação, atletas.
Referências
Disfunções
sexuais em mulheres praticantes de voleibol
Giovana Morin Casassola*, Gabrieli Rodrigues Gonçalves*, Chaiane
Ribeiro Pereira*, Lauren Xavier Pairé*, Cyntia Scher Strelow*,
Melissa Medeiros Braz**
*Graduanda
em Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil, E-mail: giovanacasassola@hotmail.com , **Docente do Curso de
Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade Federal
de Santa Maria/Santa Maria
Introdução: Os músculos do
assoalho pélvico são responsáveis por proporcionar
sustentação dinâmica para órgãos pélvicos, fechamento pela continência
urinária e anal. Além disso, auxiliam na função sexual [1]. De caráter
multifatorial, as disfunções do assoalho pélvico podem estar relacionadas à
atividade física intensa, causando dor ou desconforto durante alguma fase da
resposta sexual feminina (desejo, excitação e orgasmo) [2]. Em esportes como o
vôlei, o salto realizado pelas atletas aumenta a força de impacto e a pressão
intra-abdominal repetitivamente, causando estiramento e sobrecarga dos músculos
do assoalho pélvico [3]. Estudos têm demonstrado a ocorrência de dispareunia entre mulheres desportistas, limitando, assim,
a atividade sexual. Portanto, as disfunções sexuais englobam vários aspectos
que afetam a saúde da mulher, atingindo, também, a esfera psicossocial, o
bem-estar e a qualidade de vida [4,5].
Objetivo: Analisar a
ocorrência de disfunções sexuais em mulheres praticantes de voleibol.
Material e métodos:
Foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa e caráter
transversal. A pesquisa foi realizada com mulheres praticantes de voleibol com
idades acima de 35 anos, caracterizando a modalidade master
de voleibol. Além disso, deveriam praticar o esporte há pelo menos seis meses
com uma frequência de três vezes por semana. A aplicação dos questionários foi
realizada durante os treinamentos de uma equipe de voleibol na cidade de Santa
Maria –RS. A ocorrência de disfunção sexual foi avaliada através do questionário
Female Sexual FunctionIndex
(FSFI). O FSFI é um questionário validado e traduzido
para o português
[6] que avalia a resposta sexual feminina, nas últimas quatro
semanas, em seis
domínios: desejo, excitação,
lubrificação vaginal, orgasmo, satisfação e
dor.
Este instrumento contém 19 questões, as quais cada uma
possui pontuação
variando de 0 a 5. O resultado final é apresentado pela soma dos
escores de
cada domínio multiplicada por um fator correspondente à
influência de cada
domínio no escore total. Foi utilizado o ponto de corte de 26,55
a fim de
predizer disfunções sexuais para o grupo pesquisado. Para
a análise dos
domínios, foram usados os seguintes pontos de corte:
“Desejo”: 4,28;
“Excitação”: 5,08;
“Lubrificação”: 5,45; “Orgasmo”:
5,05; “Satisfação”: 5,04; e
“Dor”: 5,51 [7]. Os dados foram analisados pela
estatística descritiva.
Resultados: Participaram da
pesquisa 11 mulheres praticantes de voleibol com média de idade de 40,63. De
acordo com o questionário FSFI, 63,63% (n=7) das mulheres apresentaram predição
para disfunção no domínio desejo; 18,18% (n=2) no domínio excitação,
lubrificação, satisfação e dor e 27,28% (n=3) apresentaram alteração no domínio
orgasmo. Apenas 27,28% (n=3) das mulheres praticantes de voleibol apresentaram
um valor inferior ao ponto de corte do FSFI, representando alteração na função
sexual. Esta porcentagem é inferior a encontrada em
mulheres sedentárias nesta faixa etária, que gira em torno de 60% [8].
Conclusão: A função sexual,
avaliada por meio do escore geral, manteve-se preservada para a maioria das
mulheres. No entanto, houve predição de disfunção sexual, especialmente para o
domínio desejo sexual. Isto pode estar relacionado à carga do treino, que pode
afetar a produção hormonal feminina quando realizado em grande volume e/ou
intensidade. Sugere-se a realização de estudos com maior número de mulheres.
Palavras-chave: assoalho pélvico,
voleibol, dispareunia, saúde da mulher.
Sexual dysfunctions in volleyball practicing women
Introduction: The pelvic floor muscles are responsible for providing dynamic support
to the pelvic organs, closure by urinary and anal continence. In addition, they
aid in sexual function [1]. Multifactorial, pelvic floor dysfunctions may be
related to intense physical activity, causing pain or discomfort during some
phase of the female sexual response (desire, excitement and orgasm) [2]. In
sports such as volleyball, the force of impact and the intra-abdominal pressure
repetitively, causing stretching and overloading of the pelvic floor muscles [3].
Studies have demonstrated the occurrence of dyspareunia among sportswomen, thus
limiting sexual activity. various aspects that affect
women's health, also affecting the psychosocial sphere, well-being and quality
of life [4,5].
Objective: To analyze
the occurrence of sexual dysfunction in women practicing volleyball.
Material and methods: A descriptive study with a quantitative and cross
- sectional approach was carried out. The research was carried out with women
practicing volleyball with ages above 35 years, characterizing the master
volleyball mode. In addition, they should practice the sport for at least six
months with a frequency of three times a week. The questionnaires were applied
during the training of a volleyball team in the city of Santa Maria -RS. The
occurrence of sexual dysfunction was assessed using the Female Sexual Function
Index (FSFI) questionnaire. The FSFI is a validated questionnaire and
translated into Portuguese [6] which evaluates the female sexual response in
the last four weeks in six domains: desire, arousal, vaginal lubrication,
orgasm, satisfaction and pain. This instrument contains 19 questions, each of
which has scores ranging from 0 to 5. The final result is presented by the sum
of the scores of each domain multiplied by a factor corresponding to the
influence of each domain in the total score. The cut-off point of 26.55 was
used to predict sexual dysfunctions for the group studied. For the analysis of
domains, the following cut-off points were used: "Desire": 4.28;
"Excitation": 5.08; "Lubrication": 5.45;
"Orgasm": 5.05; "Satisfaction": 5.04; and "Pain":
5.51 [7]. Data were analyzed by descriptive statistics.
Results: Eleven
female volleyball players with a mean age of 40.63 participated in the study.
According to the FSFI questionnaire, 63.63% (n=7) of the women presented
prediction for dysfunction in the desire domain; 18.18% (n=2) in the
excitation, lubrication, satisfaction and pain domain and 27.28% (n=3)
presented alterations in the orgasm domain. Only 27.28% (n=3) of women
practicing volleyball presented a value inferior to the FSFI cutoff,
representing a change in sexual function. This percentage is lower than that
found in sedentary women in this age group, which revolves around 60% [8].
Conclusion: Sexual function, evaluated through the general score, was preserved
for most women. However, there was prediction of sexual dysfunction, especially
for the sexual desire domain. This may be related to the training load, which
can affect the female hormonal production when performed in great volume and/or
intensity. It is suggested that more women be studied.
Key-words: pelvic
floor, volleyball, dyspareunia, women’s health.
Referências
Efeito
da aplicação de acupuntura, ultrassom e corrente interferencial
em um ponto acupuntural (BP 10) em indivíduos com osteoartrose de joelho
Cassia Gonçalves dos
Santos*, Gustavo Andrade Martins**
*Graduada
em fisioterapia, Universidade Luterana do Brasil, ULBRA Canoas/RS, E-mail:
cassiagoncalves.08@gmail.com, **Docente do curso de Fisioterapia da
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA Canoas/RS, E-mail: gugamart@ulbra.edu.br
Introdução: A osteoartrose é um distúrbio articular incapacitante que
acomete 85% dos idosos acima de 75 anos. É caracterizada por estresse celular e
degradação da matriz extracelular. Apresenta-se entre 44% e 70% dos indivíduos
acima de 50 anos de idade. Mesmo com a efetividade de exercícios que vem sendo
demonstrada, seu efeito em relação à dor e função continua sem grandes
evidências. É possível que nem todas as opções terapêuticas tenham sido
pesquisadas e que resultados melhores ainda podem ser alcançados. Segundo a
OARSI, que recomenda principalmente as intervenções biomecânicas, a acupuntura,
o ultrassom e TENS são técnicas que ainda necessitam de estudos que mostrem
seus benefícios estatisticamente.
Objetivo: O presente estudo
teve como objetivo identificar os melhores resultados do efeito na dor,
amplitude de movimento (ADM) e função da aplicação de ultrassom, acupuntura e
corrente interferencial no ponto BP 10 de indivíduos
com osteoartrose de joelho.
Material
e métodos:
Foi realizado um ensaio clínico randomizado cego. A amostra foi composta pelos
pacientes do Ambulatório de Fisioterapia do Hospital Universitário de Canoas.
Os pacientes foram divididos em quatros grupos e todos realizaram um programa
de cinesioterapia, que envolveu exercícios de CCF (miniagachamento),
CCA (flexão e extensão de joelho), onde foi utilizado 50% de carga do tente de 1 repetição máxima, e mobilização passiva artrocinemática das articulações femorotibial
e femoropatelar. Um grupo foi o controle e os outros 3, GUS, GCI e GACP, receberam a aplicação das técnicas
ultrassom, corrente interferencial e acupuntura no
ponto BP 10. Foram 5 sessões em duas semanas, com
avaliação de dor, amplitude de movimento, e aplicação dos questionários de Lequesne e WOMAC no início e no final da pesquisa. As
avaliações foram realizadas por um colaborador cego.
Resultados: Participaram da
pesquisa 10 indivíduos. Todos os grupos tiveram melhora de dor, menos o GCC que
manteve o grau de dor. O GCI teve o maior ganho de ADM. O GUS teve o melhor
resultado no WOMAC, com 49,53% de melhora. No Lequesne,
o melhor resultado foi do GACP com 37,97%. Porém não houve significância
estatística inter e intragrupos.
Conclusão: No presente estudo,
observamos que todas as técnicas tiveram melhora da dor, ganho de ADM e função,
porém não houve diferença estatística entre os grupos para dor, função ou ADM.
Entretanto, baseado nestes achados, pode-se concluir que as técnicas aplicadas
no ponto acupuntural BP 10 mostraram resultados
positivos em curto prazo de tratamento, evidenciando sua relevância clínica. Sugere-se novos estudos que observem os efeitos das técnicas
a médio e longo prazo. Nesta pesquisa foi avaliado o efeito das técnicas no
ponto BP 10. Sugere-se também a comparação da aplicação das técnicas em ponto acupuntural e de modo convencional, na linha articular.
Palavras-chave: Osteoartrose
de joelho, acupuntura, ultrassom, corrente interferencial.
Referências
Equilíbrio
em gestantes de risco habitual
Chaiane Ribeiro Pereira*,
Giovana Morin Casassola*, Gabrieli Rodrigues Gonçalves*, Lauren Xavier Pairé*, Michele Adriane Froelich*,
Melissa Medeiros Braz**
*Graduanda
em Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil, E-mail:
giovanacasassola@hotmail.com, **Docente do Curso de Fisioterapia/Departamento
de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria
Introdução: A gestação começa a
partir da fertilização, e durante esse período a mulher passa por várias
adaptações, que são imprescindíveis para ajudar o crescimento fetal, regular o
metabolismo materno e preparar a mulher para o momento do trabalho de parto
[1]. O aumento da carga e o desequilíbrio no sistema articular causado pelo
ganho de peso, pode provocar alterações no centro de
gravidade levando a um maior desequilíbrio, como consequência há uma maior
chance de risco de quedas podendo ser extremamente prejudiciais para a saúde
materno infantil [2,3]. Além disso, as alterações fisiológicas e biomecânicas
também contribuem para a diminuição do equilíbrio e acabam alterando a
estabilidade postural durante o período gestacional [4].
Objetivo: Avaliar o
equilíbrio em gestantes de risco habitual.
Material
e métodos:
Pesquisa descritiva realizada com gestantes de risco habitual, maiores de 18
anos. Foram excluídas gestantes que apresentam labirintite ou deficiência
visual diagnosticada, que utilizam algum dispositivo auxiliar de marcha, que
tenham sofrido um trauma prévio (fratura, entorse, luxação) nos últimos seis
meses, e que tenham dificuldade para responder ao questionário por fatores alo
ou auto-psíquicos. Foram utilizados como instrumentos o teste de Romberg e Romberg Barre. No teste
de Romberg a gestante era posicionada em bipedestação, sem calçados, mantendo seus pés juntos e os
braços estendidos ao longo do corpo. Inicialmente deve manter os olhos abertos
(OA), e o examinador deve definir a visão em um ponto a um metro de distância,
à sua frente, (na altura dos olhos) permanecendo assim por 30 segundos. Em
seguida, a mesma posição deve ser adotada agora com olhos fechados (OF) por 30
segundos. O sinal de Romberg é positivo se a pessoa
afasta os pés da posição inicial, cruza seus braços ou abre os olhos com a
intenção de permanecer em equilíbrio. No teste de Romberg
Barre A gestante será posicionada em bipedestação,
sem calçados, e será orientada a olhar para um ponto fixo a um metro de
distância, na altura dos olhos, mantendo um pé à frente do outro em linha reta
(primeiro o pé direito à frente, depois o pé esquerdo). Seus pés devem estar
alinhados, distanciados a um pé de distância um do outro e os braços ao longo
do corpo. O tempo de teste é de 30 segundos de OA e outros 30 segundos de OF. O
teste é positivo se a paciente modifica a posição dos pés, abre os olhos
(quando está realizando o teste de olhos fechados) ou afasta os braços do
corpo. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva.
Resultados: Foram avaliadas 18
gestantes de risco habitual com média de idade de 29 ± 6,12 anos. Destas,
11,12% estavam no primeiro trimestre gestacional, 44,44% no segundo e 44,44% no
terceiro trimestre, 38,88% eram solteiras, 5,56% divorciadas e 55,56% tinham
companheiro. Quanto à ocupação, 22,22% eram do lar, 5,56% eram estudantes e
72,22% trabalhavam fora de casa. O teste de Romberg
de olhos abertos foi negativo em 94,45% das gestantes e de olho fechado em
77,77% das mulheres. O teste de Romberg Barre de
olhos abertos foi negativo em 94,45% das gestantes e de olho fechado em 11,11%
das mulheres.
Conclusão: O teste Romberg Barre de olhos fechados apresentou alterações para
a maioria das pesquisadas, mostrando a importância do componente visual para a
manutenção do equilíbrio das gestantes de risco habitual. Não houve alteração
significativa durante a realização dos testes de olhos abertos. Sugere-se a
realização de estudos com maior número de mulheres.
Palavras-chave: equilíbrio,
gestação, risco de quedas.
Referências
Exercícios
terapêuticos para pacientes com osteoartrose de
joelho: uma revisão sistemática
Danielly Brullinger da Rosa*, Francisco Karam**
*Universidade
Luterana do Brasil ULBRA/RS, **Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul HSL/PUCRS
Introdução: A osteoartrose (OA) é uma das principais causas de alterações
musculoesqueléticas, em todo o mundo, segundo OARSI é uma alteração que afeta a
população mais idosa, tanto homens quanto mulheres, que são relatadas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o avanço global da doença. Esta
patologia tem como características principais: a dor, a limitação da amplitude
de movimento, diminuição da força muscular do quadríceps femoral, inflamação e
degeneração conjunta que resulta na perda progressiva de cartilagem. Por ser
uma doença degenerativa, a osteoartrose pode causar
limitações funcionais ao indivíduo frente as suas atividades diárias em virtude
da dor e da rigidez articular. Ainda há uma controversa quanto à eficácia de
várias formas de tratamento em doenças degenerativas como OA de joelho,
especificamente quando se estudado em mulheres, principalmente pelas diferenças
hormonais e fatores associados.
Objetivos: Esta revisão teve
como objetivos analisar os exercícios terapêuticos que são mais benéficos para
pacientes com osteoartrose (OA) de joelho, onde
auxiliam retardando a progressão da doença quanto à diminuição de dor, à sua
qualidade de vida e melhora da função física.
Material
e métodos: O artigo apresentado é um estudo de revisão da literatura inglesa, os estudos
foram selecionados através dos bancos de dados online Pubmed,
PEDro, Scielo
e Biblioteca Cochrame, com base nas diretrizes da
prática clínica para osteoartrose OARSI, com data de
publicação de 2014 a 2017, selecionadas revisões sistemáticas e meta-análises e
estudos comparativos. A investigação envolvendo a seleção dos estudos foi
realizada de acordo com as diretrizes do PRISMA, que incluiu participantes
humanos adultos com idade média superior a 50 anos, sedentária. A heterogeneidade
foi avaliada em um modelo de efeitos aleatórios, e os efeitos globais foram ajustados para incluir uma estimativa do grau de
variação de escalas contínuas, para avaliar a dor, a função física e resultados
de qualidade de vida entre estudos, foi necessária para permitir os resultados
de vários estudos a serem combinados, que foram descritos de forma qualitativa.
Resultados: Todos os estudos
demonstraram que o uso frequente de um programa de exercícios terapêuticos como
forma de tratamento é benéfico nos sintomas clínicos em termos de redução de
dor, alívio da rigidez e melhoria da função física e mobilidade em pacientes
com OA de joelho, tanto com supervisão clínica, quanto com exercícios
domiciliares sem supervisão. Devido às variações biomecânicas entre os estudos
incluídos, impedindo o agrupamento dos dados, foi apresentada uma síntese
qualitativa como método escolhido para apresentação dos resultados. Todos os
estudos de revisões sistemáticas e meta-análises utilizaram como questionário
da dor e testes de função como o Ocidental Ontario e McMaster
Universidades Osteoartrite – Womac.
Conclusão: Essas terapias
continuam a merecer atenção pela comunidade científica, uma vez que a evidência
sobre a reabilitação é muitas vezes sem evidências. Pôde-se constatar por esta
revisão que os estudos demonstraram a eficácia do uso de exercícios na melhora
dos sintomas decorrentes da osteoartrose, como dor,
melhora da função física e qualidade de vida, porém, não há um consenso quanto
aos parâmetros de aplicação, como intensidade e duração de cada tipo de
exercício.
Palavras-chave: osteoartrose,
joelho, exercícios fisioterapêuticos.
Referências
Fibromialgia
e fisioterapia: condutas e resultados
Giulliane Ramos Londero, Carolina de Souza Cardoso, Luísa Bonora Huppes, Ana Beatriz
Carvalho da Fonseca Peroni
Universidade
Federal de Santa Maria, Departamento de Fisioterapia e Reabilitação
Introdução: A fibromialgia é
uma patologia caracterizada por dor musculoesquelética crônica em associação
com outros sintomas [1]. Os pacientes portadores apresentam dor difusa, pontos
dolorosos a palpação, porém não apresentam processos inflamatórios nos músculos
ou articulações. Sintomas como fadiga, dores e depressão podem ser tão intensos
a ponto de interromper as atividades pessoas e laborais [2]. O diagnóstico é
feito, principalmente, pela presença de 11 pontos dolorosos a palpação de 18
pontos pré-definidos [3]. Além disso, o quadro clínico ainda é composto por distúrbios
do sono, parestesia das extremidades, rigidez
matinal, sensação de edema e distúrbios cognitivos [4]. Sua etiologia ainda é
desconhecida e seus fatores incertos, porém está fortemente associada a
distúrbios psicológicos [2]. Situações como estresse, esforços físicos,
nervosismo e mudanças climáticas influenciam no nível de dor dos pacientes[5]. Até o momento, não existe cura para a
fibromialgia: o foco no tratamento da dor crônica é o controle e não a
eliminação [4].
Objetivo: Este trabalho tem
como objetivo relatar os resultados obtidos após 20 sessões de fisioterapia
realizadas no ambulatório de fisioterapia do Hospital de Universitário de Santa
Maria (HUSM) pela disciplina de Fisioterapia Traumato-Ortopédica
II no ano de 2017 em um paciente com diagnóstico de fibromialgia.
Material
e métodos:
A.R.M, paciente do sexo feminino, 51 anos, trabalha
como faxineira no HUSM terceirizada da Sulclean. Foi
encaminhada para fisioterapia após graves crises de lombalgia no horário de
trabalho. Relata sentir dores generalizadas pelo corpo inteiro que piora em
situações de estresse ou nervosismo. Com esses dados foi levantando a suspeita
de fibromialgia. No exame físico, foi realizada uma avaliação postural e o
mapeamento dos pontos dolorosos da fibromialgia, que acabou confirmando a
suspeita anterior. O tratamento proposto foi baseado em alongamento e
fortalecimento de MMII e treino de marcha. As condutas realizadas foram: uso de
ultrassom no modo contínuo, pela ação térmica, gerando aumento da vasodilatação
no local da aplicação e melhora da inflamação crônica, diminuindo a dor e os
espasmos musculares [3]; alongamento de MMII, para diminuição da tensão
muscular e encurtamento muscular, consequentemente diminuindo a dor difusa e
promovendo melhora no sono e rigidez [6]; fortalecimento de MMII, CORE e abdominais, pois os exercícios de fortalecimento
apresentam melhora dos sintomas da fibromialgia, funcionalidade e qualidade de
vida, aumentando o limiar da dor dos tender points e diminuindo o seu número
positivo [7]; exercícios de coordenação motora e muscular, responsáveis pela
diminuição da dor lombar [8]; exercícios aeróbicos, responsáveis pela
diminuição da tensão muscular, disfunção física e dor, níveis de ansiedade e
depressão, além de melhorarem a autoestima do paciente [6] e treino de marcha.
Resultados: Em relação a amplitude de movimento, a paciente apresentava diminuição
extrema das rotações e inclinações laterais da coluna cervical e flexão e
inclinações laterais da lombar. Após 20 sessões de fisioterapia, os resultados
obtidos foram: redução da dor com base na Escala Analógica da Dor (EVA);
aumento das amplitudes de movimento da coluna lombar e cervical e
reestabelecimento do padrão normal da marcha. Além disso, a paciente adquiriu
melhor controle de movimento, não realizando mais compensações e relatou
conseguir executar sua ocupação com maior facilidade.
Conclusão: A fisioterapia tem
um papel muito importante no tratamento para a fibromialgia e os exercícios
realizados com a paciente foram benéficos e permitiram maior funcionalidade,
impactando positivamente a qualidade de vida e sua rotina ocupacional e diária.
Palavras-chave: fisioterapia,
ortopedia, reabilitação, fibromialgia.
Referências
Fisioterapia
na discopatia degenerativa e bursite subacromial: condutas e resultados
Carolina de Souza
Cardoso, Giulliane Ramos Londero,
Luisa Bonara Hupps, Ana Beatriz Carvalho da Fonseca Peroni
Universidade
Federal de Santa Maria, Departamento de Fisioterapia e Reabilitação
Introdução: A discopatia degenerativa é caracterizada como sendo uma
degeneração discal relacionada ao desgaste do disco, causando tensão nos
músculos adjacentes e diminuindo a mobilidade da articulação [1]. Além disso, a
paciente apresentava também bursite subacromial no
ombro direito. A bursite é uma inflamação da bolsa serosa da articulação, a bursa, que é constituída por fibras colágenas e revestida
por uma membrana sinovial. Causa dor miofascial
acompanhada de pontos gatilhos e bandas dolorosas podendo o paciente apresentar queixa de dor ao movimentar-se, acometendo também
a região de cervical [2].
Objetivos: Este trabalho tem
como objetivo relatar os resultados obtidos após 16 sessões de fisioterapia
realizadas no ambulatório de fisioterapia do Hospital Universitário de Santa
Maria (HUSM) pela disciplina de Fisioterapia Traumato-Ortopédica
II no ano de 2017 em uma paciente com Discopatia
degenerativa e bursite subacromial. Desta forma, o
tratamento teve por objetivo amenizar os sintomas ocasionados por essas
patologias, sendo realizadas condutas que visaram reduzir a dor e melhorar a
amplitude de movimento (ADM) da coluna cervical e do ombro direito.
Material
e métodos:
A.M.R, sexo feminino, 49 anos. Apresentou como queixa
principal dor e redução de mobilidade na coluna cervical devido a discopatia degenerativa em C5-C6
e C6-C7 comprovada por uma tomografia; dor no ombro direito desencadeada pela discopatia e pela bursite, confirmada após o Teste de
exposição da bursa. Durante a anamnese foi constatado
contratura nas três fibras de trapézio; contratura de escalenos e esternocleidomastoideo; redução de ADM de cervical e de glenoumeral direita. O primeiro dia de avaliação foi 11/04/2017
e foram realizados 16 atendimentos até o final da disciplina. De uma maneira
geral, as condutas realizadas no tratamento tiveram enfoque no alívio dos
sintomas e foram: ultrassom em modo contínuo nas três porções do trapézio e rombóides de ambos os hemicorpos,
esternocleidomastoide e peitoral maior do hemicorpo direito, pois através da transmissão das ondas de
calor há redução do quadro álgico das bandas dolorosas e liberação de pontos
gatilhos [3], liberação miofascial do trapézio
superior, pois são músculos tensionados devido a ação
das patologias [4], alongamentos da musculatura que envolve a coluna cervical,
mobilização articular com tração de cervical para melhorar a ADM e a
mobilidade, cinesioterapia ativa de ombro direito visando ganho de ADM (5) e
alongamento dos músculos envoltos a articulação.
Resultados: Após as sessões de
fisioterapia a paciente apresentou melhora dos sintomas, de forma geral,
referindo redução da dor com base na Escala Visual Analógica da Dor (EVA) e
melhora da mobilidade de cervical e glenoumeraldireita,
relatando sentir mais facilidade na realização das suas
atividades de
vida diária. Nos movimentos da coluna cervical, a paciente
obteve ganho de 9º
em flexão, 14º em extensão, 36º em
inclinação para direita e 14º para a
esquerda, 28º em rotação para a direita e 12º
para a esquerda. No ombro direito
os ganhos foram de 16º em flexão, 8º em
extensão e abdução e 2º em
adução
horizontal, os outros parâmetros permaneceram iguais.
Conclusão: A fisioterapia tem
um papel importante no tratamento da dor e da redução da ADM decorrentes de
alterações como discopatia degenerativa e a bursite subacromial. A fisioterapia foi benéfica para a paciente,
proporcionando melhora da funcionalidade das articulações, impactando
positivamente na sua qualidade de vida.
Palavras-chave: discopatia
degenerativa, bursite, fisioterapia, tratamento.
Referências
Fisioterapia
na fratura de Colles: condutas e resultados
Carolina de Souza
Cardoso, Giulliane Ramos Londero,
Luisa Bonara Hupps, Ana Beatriz Carvalho da Fonseca Peroni
Universidade
Federal de Santa Maria, Departamento de Fisioterapia e Reabilitação
Introdução: A fratura de Colles é muito frequente no sexo masculino entre os 0 e 19 anos de idade, assim como em idosos devido à falta de
equilíbrio que estes adquirem como consequência do avanço da idade [1], e
devido ao elevado número de osteoporose, principalmente em mulheres [2]. O
mecanismo de lesão dessa fratura é uma queda com o punho em extensão no
instante do impacto com o solo, ocasionando uma pressão na porção anterior da
extremidade distal do rádio [3].
Objetivo: Este trabalho tem
como objetivo relatar os resultados obtidos após 15 sessões de fisioterapia
realizadas no ambulatório de fisioterapia do Hospital Universitário de Santa
Maria (HUSM) pela disciplina de Fisioterapia Traumato-Ortopédica
II no ano de 2017 em um paciente com Fratura de Colles.
O tratamento teve por objetivo melhorar a ADM da articulação em questão,
promover alívio da dor e fortalecer a musculatura do antebraço.
Material
e métodos:
L.F.S., sexo masculino,11 anos com Fratura de Colles no membro superior direito. Foi encaminhado
ao setor de fisioterapia devido uma queda de bicicleta em 22/02/107. Não foi
necessário realizar cirurgia de reparação, entretanto foi feita redução de
fratura e logo após houve a consolidação. O paciente utilizou gesso por 40 dias
e relatou que movimentou os dedos durante este período. Apresentou como queixa
principal a diminuição de amplitude de movimento (ADM) e dor ao realizar
movimentos da articulação. As condutas realizadas foram: turbilhão com
temperatura em média de 25ºC, para promover melhora da circulação sanguínea no
local e analgesia [4], cinesioterapia ativa dos movimentos do pulso associado
ao turbilhão, pois essa associação contribui para a recuperação das lesões
musculoesqueléticas [5], causadas devido ao tempo de engessamento do membro,
flexão de punho e cotovelo com halteres de 1 e 2 kg
tendo como objetivo recuperar a força minimamente reduzida e massoterapia na
região anterior do antebraço, promovendo melhora da circulação local, aumento
do metabolismo no tecido muscular, aumento da elasticidade, relaxamento [6].
Resultados: Na avaliação
realizada no primeiro dia de atendimento, durante a inspeção não foi constatado
hiperemia, tampouco ressecamento da pele. Em relação a
goniometria, o paciente apresentava redução de: 31º
de flexão, 29º de extensão, 15º de desvio radial e desvio ulnar,
se comparado ao membro sadio. Quanto a força muscular
dos movimentos de flexão, extensão e desvio ulnar
estavam diminuídas (grau 4) em relação punho esquerdo (grau 5). Quanto a perimetria, não houve diferenças
significativas entre os membros. Na
palpação foi percebido dor na região de flexor ulnar
do carpo, acima do processo estiloide da ulna. Apresentou resultado positivo no
teste de cacifo (+/++++), Teste de Phalen negativo e
não apresentou alteração de sensibilidade. Após 15 sessões de fisioterapia os
resultados obtidos foram: redução da dor com base na Escala Visual Analógica da
Dor (EVA), aumento da ADM de flexão em 26º, extensão em 22º; desvio ulnar em 4º e desvio radial em 10º; aumento da força
muscular atingindo grau 5 de acordo com base no MRC.
Conclusão: A fisioterapia tem
um papel muito importante no tratamento de fraturas e os exercícios realizados
com o paciente foram benéficos, proporcionando melhora da funcionalidade da
articulação afetada, impactando positivamente na qualidade de vida do paciente
e sua rotina diária.
Palavras-chave: Fratura de Colles, ortopedia, fisioterapia, tratamento.
Referências
Fisioterapia
na síndrome do impacto subacromial: condutas e
resultados
Giulliane Ramos Londero, Carolina de Souza Cardoso, Luísa Bonora Huppes, Ana Beatriz Carvalho
da Fonseca Peroni
Universidade
Federal de Santa Maria, Departamento de Fisioterapia e Reabilitação
Introdução: A síndrome do
impacto subacromial (SISA) envolve a degeneração e
compressão mecânica dos tecidos moles que passam entre o acrômio, a cabeção do
úmero e o ligamento coracoumeral, sendo eles o
manguito rotador, a cabeça longa do bíceps e a bolsa subacromial
[1]. É uma patologia caracterizada por dor, microtraumatismos,
degenerações e falta de força muscular [2]. Uma das causas do desenvolvimento da
SISA é o uso repetitivo e excessivo do ombro em atividades potentes; traumas
constantes também podem contribuir para a instalação da patologia [3]. A
etiologia é multifatorial, causada por mecanismos anatômicos, como a forma do
acrômio, e mecânicos, como rigidez do peitoral menor e fraqueza do manguito
rotador. Sua principal consequência são limitações funcionais geradas pela dor,
incluindo as atividades de vida diária e as atividades no ambiente de trabalho [4].
Objetivo: Este trabalho tem
como objetivo relatar os resultados obtidos após 20 sessões de fisioterapia
realizadas no ambulatório de fisioterapia de um hospital escola de uma cidade
do centro do estado do Rio Grande do Sul/RS, pela disciplina de Fisioterapia Traumato-Ortopédica II no ano de 2017 em um paciente com
síndrome do impacto subacromial.
Material
e métodos:
V.V.S, sexo masculino, 51 anos, frentista de posto de
gasolina. Foi encaminhado para o setor de fisioterapia por sentir dor no
trabalho há mais de quatro meses quando o ombro excede 90º de amplitude de
movimento. A sua queixa principal é dor no ombro direito e limitação do
movimento de abdução. Os testes de Jobe ou da lata
vazia, impacto de Hawkins-Kennedy, Neer, bursite subcromial e Appley foram realizados para auxiliar no diagnóstico [5],
todos apresentando resultados positivos. As condutas realizadas foram:
aplicação de corrente interferencial e ultrassom para
alívio da dor [6,7];
liberação miofascial do trapézio superior e peitoral
menor, pois, geralmente, são músculos tensos em indivíduos com SISA, além de
que, a terapia manual potencializa a ação muscular [8]; cinesioterapia ativa de
MMSS, para proporcionar ganho de amplitude de movimento e alívio a longo prazo
da dor [2]; manipulação global da coluna torácica, para diminuição imediata da
dor no ombro de indivíduos com SISA [9]; exercícios de fortalecimento do serrátil anterior e manguito rotador, pois esses músculos
estabilizam a cintura escapular e o seu fortalecimento garantirá o ritmo escapuloumeral, diminuindo o impacto subacromial
[2]; exercícios de fortalecimento de trapézio inferior e romboides, músculos
que garantem o controle escapular [10].
Resultados: Em relação a goniometria,
o paciente
apresentava, comparado ao membro superior sadio, redução
de 30º de flexão, 80º
de abdução, 70º de rotação interna e
50º de rotação externa. A força muscular
nos movimentos de flexão, extensão,
abdução, abdução horizontal e
adução
horizontal do membro superior direito estavam diminuídos
[4] em comparação ao membro esquerdo [5]; os rotadores externos do membro
direito apresentaram grau 3 enquanto os do membro esquerdo grau 4; os rotadores
inteiros não apresentaram diferença ao teste (grau 4). Após 20 sessões de
fisioterapia, os resultados obtidos foram: redução da dor com base na Escala
Analógica da Dor (EVA); aumento de 16º na flexão de ombro, 52º na abdução, 38º
na rotação interna e 20º na rotação externa, permitindo uma amplitude de
movimento mais funcional do membro. Além disso, o paciente adquiriu melhor
controle de movimento, não realizando mais compensações.
Conclusão: A fisioterapia tem
um papel muito importante no tratamento para a síndrome do impacto subacromial e os exercícios realizados com o paciente foram
benéficos e permitiram maior funcionalidade no membro superior direito,
impactando positivamente a qualidade de vida e sua rotina ocupacional e diária.
Palavras-chave: fisioterapia,
ortopedia, reabilitação, síndrome do impacto subacromial.
Referências
Gastos
públicos com reconstrução do ligamento cruzado anterior de 2010 a 2017 no Rio Grande do Sul
Júlio Canterle, Alessandra Jung Straub,
Bianca Gracelli Brutomesso,
Morgana Dalenogare Antocheves
Acadêmico(a) de
Medicina ULBRA
Introdução: A ruptura do
ligamento cruzado anterior (LCA) é a lesão considerada grave mais frequente do
joelho. O aumento desse tipo de lesão está associado a
participação da população em atividades desportivas que envolvem movimentos de
rotação. Por estímulos sociais e consciência por campanhas em prol da saúde
física como consequência mental as pessoas tendem, hoje, a realizar mais
exercícios físicos. Há necessidade de reconstrução do LCA para a continuidade
da prática esportiva. A maioria dos atletas voltam ao
nível pré-lesional
após alguns meses da cirurgia,
desde que o procedimento e a recuperação funcional sejam
adequados [1]. O LCA é
um estabilizador dos movimentos do joelho em três
dimensões, mas sua principal
função é prevenir a translação
anterior da tíbia em relação ao fêmur [2]. O
objetivo principal de reconstruir o LCA é minimizar a morbidade
pós-lesional causada pela instabilidade crônica do joelho, que
se não for tratada pode levar a lesão meniscal,
degeneração articular e artrite [3]. Sendo assim, a cirurgia está indicada na
maioria dos pacientes o quanto antes, no intuito de se evitar lesões
secundárias. Há várias técnicas cirúrgicas de reconstrução, mas a cirurgia que
utiliza o tendão patelar costuma ser a mais utilizada na atualidade [4].
Objetivo: Avaliar os gastos
públicos com procedimentos de reconstrução do ligamento cruzado anterior no RS
entre os anos de 2010 a 2017 através do banco de dados do DATASUS, bem como o
número de cirurgias realizadas.
Resultados: No decorrer dos 8 anos pesquisados através do banco de dados do DATASUS,
foram efetuadas 5405 cirurgias para reconstrução de ligamento cruzado no Rio
Grande do Sul pelo SUS. Em média, foram realizadas 675 cirurgias por ano. O
valor total de gastos públicos nesse período com tal procedimento foi de R$
13.746.714,29, dos quais cerca de 77,5% (R$
10.649.672,17) foram destinados a serviços hospitalares e 13% (R$ 1.797.353,41)
a serviços profissionais. A média do valor médio da Autorização de Internação
Hospitalar (AIH) em cada ano foi de R$ 2.486,86 [5]. Segundo dados do Sistema
de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS
(SIGTAP), o valor total hospitalar deste procedimento é de R$1.602,18, sendo R$
1.270,15 destinados a serviços hospitalares e R$ 332,03 a serviços
profissionais [6].
Conclusão: É crescente o
número de pessoas que têm se estimulado para realizar exercício
físicos, porém, a prática incorreta de exercício físico de impacto que
envolve o movimento de rotação pode causar a lesão do ligamento cruzado
anterior do joelho, necessitando de cirurgia para reconstrução ligamentar. A
cirurgia para reconstrução gera um considerável impacto econômico para o
sistema público de saúde, tratando-se de uma cirurgia ortopédica de alto custo
e dependente de fisioterapia para a restauração da força e do movimento. Fica
evidente a discordância entre o valor para o procedimento segundo a SIGTAP e os
gastos efetivos.
Palavras-chave: ligamento cruzado
anterior, cirurgia de joelho, reconstrução ligamentar, gastos públicos com
cirurgia de joelho, lesão ligamentar.
Referências
Incontinência
urinária em mulheres praticantes de voleibol
Gabrieli Rodrigues
Gonçalves*, Giovana Morin Casassola*,
Chaiane Ribeiro Pereira*, Lauren Xavier Pairé*, Cyntia Scher Strelow*, Melissa Medeiros
Braz**
*Graduanda
em Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil, **Docente do Curso
de Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil
Introdução: Os exercícios são
classificados em exercícios de baixo, médio e alto impacto, de acordo com sua
carga mecânica da atividade realizada. Aqueles que exigem a realização de
saltos, como o voleibol, são considerados os de mais elevado impacto e, também,
os de maiores chances de danos aos músculos do assoalho pélvico (MAP’s). O voleibol é caracterizado, atualmente, como uma
das categorias esportivas mais populares em nosso país [1]. Durante o salto
ocorre a elevação do centro de gravidade corporal. Esse movimento é
aperfeiçoado com altos níveis de treino, repetições e carga de trabalho [2].
Durante as repetições do salto vertical ocorre o aumento intenso da pressão
intra-abdominal (PIA), ocasionando a sobrecarga do assoalho pélvico (AP).
Presume-se que o déficit de força do músculo levantador do ânus auxilia no não
fechamento da uretra e na não compressão dos órgãos pélvicos, levando a
incontinência urinária (IU) [2-4].
Objetivo: Analisar a
ocorrência de incontinência urinária em mulheres praticantes de voleibol.
Material
e métodos:
Foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa e caráter
transversal. A pesquisa foi realizada com mulheres praticantes de voleibol com
idades acima de 35 anos, caracterizando a modalidade máster de voleibol. Foram
incluídas mulheres que praticassem o esporte há pelo menos seis meses com uma
frequência de três vezes por semana. A aplicação dos questionários foi
realizada durante os treinamentos de uma equipe de voleibol na cidade de Santa
Maria/RS. A IU e o seu impacto na qualidade de vida foram avaliada através do International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form
(ICIQ-SF) e a gravidade da IU foi avaliada pelo Incontinence Severity Index (ISI). Validado e
traduzido para o português[5], o ICIQ-SF caracteriza
as perdas urinárias e avalia seu impacto sobre a vida diária por meio de uma
escala numérica. Para sua análise, valores de 0 a 21 foram atribuídos à
frequência e à quantidade de perda urinária e a interferência desta na vida
diária. Para escore igual a 0, o sujeito é
classificado como continente; escore de 1 a 3 refere-se a um impacto leve sobre
a qualidade de vida; 4 a 6 moderado; 7 a 9 grave; 10 ou mais muito grave. O Incontinence Severity Index
- ISI avalia o grau de perda urinária e é originado através da multiplicação
dos resultados das perguntas 1 e 2, as quais a
frequência e a quantidade de vazamento são estabelecidas em quatro e em três
níveis, respectivamente. O índice gera um valor que classifica a perda urinária
em leve (1-2), moderada (3-6), grave (8-9), muito grave (12) [6]. Os dados foram
analisados por meio da estatística descritiva.
Resultados: Participaram da
pesquisa 11 mulheres praticantes de voleibol com idade média de 40,63. Segundo
o ICIQ-SF, 45,46% das mulheres apresentaram perdas urinárias. Estudo de
Martins, Berlezi e Dreher [7]
verificou que 44% das mulheres sedentárias nesta faixa etária possuíam
incontinência urinária, o que demonstra que a porcentagem encontrada em nosso
estudo foi levemente superior a de mulheres sedentárias. Além disso, 9,09%
apresentaram impacto leve, 18,18% impacto moderado da IU e 18,18% impacto grave
da IU sobre a qualidade de vida. Além disso, 27,27% relataram gravidade leve
para as perdas urinárias, enquanto 27,27% relataram gravidade moderada.
Conclusão: O voleibol pode ser
uma atividade com efeito protetor ao assoalho pélvico, visto que, as maiores
partes das mulheres praticantes desta atividade não relataram possuir perdas
urinárias. Além disso, contraria a hipótese de que atividades de alto impacto
ocasionam a sobrecarga do assoalho pélvico. Portanto, torna-se de extrema
importância, a realização de mais estudos que abordem a relação da prática
esportiva com o assoalho pélvico e a ocorrência de IU.
Palavras-chave: voleibol,
incontinência urinária, diafragma pélvico, saúde da mulher.
Referências
Lesões
do ligamento cruzado anterior em grupo de atletas participantes de campeonato
de futebol amador
Ariane Barbon Bianchini*, Lisiane Lisboa
Carvalho*, Marciele Renata dos Santos Alves**, Daniel
Fernando Cruz*
*UNISC:
Universidade de Santa Cruz do Sul, **UFSM: Universidade Federal de Santa Maria
Introdução: O futebol é
considerado o esporte coletivo mais apreciado em todo o mundo e apresenta um
alto índice de lesão por exigir dos jogadores um bom desempenho tático e
físico. A lesão de maior relevância no joelho é a de Ligamento Cruzado Anterior
(LCA), pelo aumento de indivíduos envolvidos com a prática esportiva [1,2]. O
atleta profissional tem uma exigência de alimentação adequada e de treinamentos
físicos diários, pois além de ter um rendimento máximo, precisa ter uma boa
recuperação, já que os tempos de intervalos de descanso para o organismo
reduzem, podendo gerar sobrecarga e lesões graves, que prejudicam o desempenho
do jogador e causam inaptidão temporária. Atletas amadores
por não terem preparo físico adequado, ao praticarem atividade física de
forma exagerada podem ser lesionados, levando a incapacitação severa e
dificultando as atividades de vida diária [1,3,4].
Objetivo: Identificar a
incidência de lesões de ligamento cruzado anterior em um grupo de atletas
participantes de um campeonato de futebol amador.
Material
e métodos:
Estudo de delineamento observacional, descritivo e transversal, realizado
durante o campeonato de futebol amador da cidade de Boqueirão do Leão/RS, no
ano de 2016. Cem atletas do sexo masculino, com idade acima de 18 anos
inscritos para participar do campeonato municipal, foram entrevistados através
de um questionário próprio de auto-preenchimento,
e posteriormente foi realizada a análise estatística dos dados. O questionário
mencionado, foi adaptado de estudos realizados
anteriormente [5], e permitiu mensurar a incidência de lesões de ligamento
cruzado anterior no futebol e fatores associados. Este questionário é
constituído por três partes: parte I- uma breve caracterização do perfil sócio-demográfico do atleta; parte II- caracteriza a
prática do futebol; parte III- basea-se na
caracterização das lesões. Fornece informações sobre as seguintes variáveis:
idade, altura, peso, profissão, posição em campo, freqüência
da prática de futebol, horas de treino por semana, preparação física antes do
treino/jogo, técnicas de relaxamento/alongamento depois do treino/jogo, prática
de atividade física para além da prática de futebol, se já sofreu lesão do
ligamento cruzado anterior e qual segmento foi afetado, situação em que foi provocada
a lesão, gesto técnico responsável pela lesão, tempo de inatividade causado
pela lesão, profissional da saúde que o atleta recorreu após lesão e por fim a
realização ou não de fisioterapia.
Resultados: Dos cem atletas
entrevistados, dezesseis sofreram lesão de LCA acometendo o lado dominante,
todos por ruptura completa. O índice de lesão por tempo de jogo foi maior
durante o segundo tempo da partida. A posição em campo que dominou e prevaleceu
à lesão de LCA foi de atacante. O mecanismo de lesão com maior freqüência foi por torção, sendo mudança de direção o gesto
esportivo com maior predomínio no momento da lesão. Observou-se que quanto
maior a idade desses indivíduos, mais altos foram os valores de IMC.
Conclusão: A quantificação de
lesões e identificação das características ajudou na elaboração de planos de
tratamentos multidisciplinares e de métodos de prevenção, que contribuirão para
diminuir a exposição dos atletas aos riscos de lesões.
Palavras-chave: ligamento cruzado
anterior, atletas amadores, futebol.
Referências
Os
benefícios da hidroterapia no tratamento de idosos com artrose de joelho
Lauren Xavier Pairé*, Martieli Silva da Silva*,
Rose Löbell*, Amanda Oliveira da Silva*, Ana Paula
Ziegler Vey**
*Graduanda
em Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil, **Docente do Curso
de Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil
Introdução: A artrose é
considerada uma doença degenerativa e inflamatória, que leva a destruição da
cartilagem e deformação da articulação [1]. Esta lesão pode ser classificada em
primária e em secundária, sendo muito mais predominante em idosos [2]. Uma maneira de tratar essa patologia é
através da hidroterapia, que oferece ao idoso uma melhor qualidade de vida por
meio da fisioterapia aquática. As propriedades físicas da água permitem que a
pessoa realize exercícios que possui dificuldade em solo, associando amplitude
de movimento e temperatura da água, levando ao aumento da mobilidade articular,
do controle muscular e resistência, assim diminuindo a dor e recuperando a
funcionalidade. Também, auxilia no fortalecimento muscular, pois não aumenta o
atrito articular [3]. Portanto, este trabalho procura demonstrar a melhora da
capacidade funcional de pacientes que possuem esta disfunção através da
hidroterapia.
Objetivo: Relatar a eficácia
da hidroterapia em idosos com artrose de joelho.
Material
e métodos:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica integrativa. Por meio da base de dados
Scielo, com palavras-chave “Hidroterapia”, “Idoso”, “Osteoartrose” e “Joelho” para buscar publicações de 2001 a
2013. Foram incluídos 10 estudos relativos ao assunto.
Resultados: Os principais
benefícios encontrados em 8 estudos foram a melhora na
flexibilidade, no equilíbrio, força muscular e diminuição da dor. Segundo Candeloro e Caromano [4], o
treino da flexibilidade e força muscular para idosos aplicado em 28 sessões de
60 minutos houve melhoria da flexibilidade, ganho de arco de movimento e
resistência muscular. Já no estudo de Rizzi et al. [5] que teve o mesmo objetivo de treino, com 26
sessões de 55 minutos ajudaram na melhora da força muscular e flexibilidade. Resende
et al. [6] relatou que com exercícios
estáticos e dinâmicos para o equilíbrio em 24 sessões de 40 minutos ocorreu
melhoras no equilíbrio e redução nas incidências de quedas em idosos. Meereis et al. [7] demonstrou que
com exercícios de equilíbrio postural e atividades de marcha, durante 15
sessões de 50 minutos houve melhoras no domínio do equilíbrio postural,
proporcionando redução do risco de quedas em idosas. Cunha et al. [8] mostra que com 24 sessões de 45 minutos da técnica de AI
CHI, melhora no equilíbrio bipodal, melhora nas
tensões emocionais, desempenho cognitivo e global. Gomes [9] realizou 12
sessões de exercícios para a melhora da dor, funcionalidade e força muscular,
obtendo um bom resultado. No treino de desempenho de capacidade funcional, Facci [3] demonstra que durante 20 sessões de 50 minutos teve ganho de amplitude de movimento melhora no quadro
álgico. E o último estudo, Avelar et al. [10] mostra
que treino de resistência muscular dos membros inferiores, e equilíbrio
estático e dinâmico, durante 12 sessões de 40 minutos aconteceram melhorias no
equilíbrio estático e dinâmico com aumento significativo da resistência muscular
e desempenho funcional.
Conclusão: Devido a essas
referências, observamos que a hidrocinesioterapia
beneficia os idosos que estão com fragilidade na articulação do joelho,
fortalecendo, melhorando a mobilidade do membro e diminuindo o quadro álgico.
Concluímos que o acompanhamento da fisioterapia aquática em pacientes idosos
com artrose de joelho realmente pode trazer efeitos benéficos, dessa forma
auxiliando a esses indivíduos a retornar a suas atividades de vida diária com
melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: hidroterapia,
idoso, osteoartrose, joelho.
Referências
Os
efeitos agudos do agulhamento a seco em pacientes com
cervicalgia e teste neurodinâmico
do nervo mediano positivo
Mariane de Oliveira
Lino*, Liliane Tortelli Mendes**, Dihovana
Ferreira Sbruzzi***, Thiago Moura****
*Acadêmica
de fisioterapia, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas/RS. E-mail:
mariane.lino8@gmail.com, **Fisioterapeuta, Universidade Luterana do Brasil
(ULBRA), E-mail: lilitortelli182@gmail.com, ***Fisioterapeuta, Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA), E-mail: dihovana.sbruzzi@ulbra.br, ****Orientador,
docente do curso de fisioterapia Universidade Luterana do Brasil (ULBRA),
E-mail: mourathiago1@hotmail.com
Introdução: As cervicalgias são comuns em diversas faixas etárias e em ambos
os sexos, possuindo elevada predominância nas síndromes dolorosas corporais,
essas dores podem estar associadas a distúrbios neurogênicos e pontos gatilhos miofasciais. Essa disfunção afeta entre 67% a 70% da
população em geral e estudos mostram que cerca de 10% á 15% terá cervicalgia crônica em algum momento de suas vidas.
Anualmente, este número está entre 11 e 14% da população economicamente ativa,
com maior incidência no sexo feminino trazendo prejuízos nas suas atividades de
vida diária. As cervicalgias podem ser classificadas
como agudas ou crônicas e estar ou não relacionadas a desordens biomecânicas e
musculares, resultando quadros de algias, inflamações
e perda de amplitude de movimento. Os pontos gatilhos miofasciais
(PGM) são nódulos localizados e de alta irritabilidade em uma área rígida de um
músculo estriado esquelético, sendo sensível à palpação. Sabe-se que os PGM são
um dos componentes da síndrome miofascial. Dentro
deste contexto, o agulhamento a seco visa desativar
esses pontos dolorosos e, como consequência, permitir que o sistema nervoso
realize sua funcionalidade, assim desativando o teste do nervo mediano.
Objetivo: Verificar o
possível efeito do agulhamento a seco em pontos
gatilhos miofasciais nas disfunções neurais de nervo
mediano, em pacientes com cervicalgia.
Material
e métodos:
Estudo transversal, realizado no período de agosto de 2016 a março de 2017 no
Estúdio de Pilates Corpore Sani. Participaram da pesquisa 39 indivíduos adultos, do
sexo feminino, com cervicalgia e teste neurodinâmico de nervo mediano positivo. Foi realizado o agulhamento a seco nos pontos gatilhos
existentes no trajeto do nervo mediano. Após a técnica, o teste neurodinâmico foi repetido e então anotado todos os dados
para posterior avaliação.
Resultados: No que se refere à
comparação entre o pré e pós teste do teste neurodinâmico do nervo mediano, verificou-se que 90% (36)
dos pacientes negativaram o teste após a intervenção com dry
needling (p<0,001) e somente 10% (3)
mantiveram o
teste positivo após a intervenção. Em
relação à escala de dor, houve
redução
significativa da dor nos músculos trapézio, romboide e sub-ocipital,
sendo que no pré teste a EVA foi de 7/8 e obteve-se
resultados estatisticamente significantes no pós teste,
sendo EVA= 0 (p<0,001).
Conclusão: Apesar dos inúmeros
fatores que podem influenciar a cervicalgia, pode-se
concluir que existe correlação significativa entre a cervical e a síndrome miofascial, sendo que as tensões em determinados grupos
musculares positivam o teste neurodinâmico do nervo
mediano. Neste estudo se mostrou efetivo o emprego da técnica do agulhamento a seco, negativando o teste neural e assim
contribuindo para a diminuição satisfatória do quadro álgico dos participantes.
Sugere-se então, a realização de mais coletas do atual estudo e também outras
pesquisas, com a utilização de diferentes recursos diagnósticos e técnicas,
para que se possa comparar com os resultados obtidos.
Palavras-chave: agulhamento
a seco, cervicalgia, teste neurôdinamico,
nervo mediano.
Referências
Risco
de quedas em gestantes de alto risco
Lauren Xavier Pairé*, Chaiane Ribeiro Pereira*,
Gabrieli Rodrigues Gonçalves*, Giovana Morin Casassola*, Michele Adriane
Froelich*, Melissa Medeiros Braz**
*Graduanda
em Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil, **Docente do Curso
de Fisioterapia/Departamento de Fisioterapia e Reabilitação/Universidade
Federal de Santa Maria/Santa Maria/Rio Grande do Sul/Brasil
Introdução: A gestação é um
processo fisiológico que leva a modificações físicas, sociais e mentais da
mulher. Às vezes, esse processo apresenta situações que levam a riscos para mãe
e o bebê, assim é caracterizado como gestação de alto risco [1]. Neste período,
o corpo da mulher sofre modificações hormonais, bioquímicas e anatômicas, como
ganho ponderal, crescimento útero abdominal, alongamento dos músculos retos
abdominais, frouxidão ligamentar, mudanças posturais e na marcha [2]. Essas
alterações fisiológicas podem levar a um equilíbrio instável, gerando o risco
de quedas das gestantes [3]. As quedas maternas podem gerar prejuízos para mãe
e bebê, fraturas, entorses, ruptura ou descolamento da placenta, aborto
espontâneo, parto prematuro e ocasionalmente morte materna ou morte fetal
intrauterina [4,5]. No caso das gestantes de alto risco, as chances de quedas
podem ser ainda maiores devido às orientações de repouso ou hospitalizações,
que podem levar a uma fraqueza muscular piorando a estabilidade [6].
Objetivo: Avaliar o risco de
quedas de gestantes de alto risco.
Material
e métodos:
Pesquisa descritiva realizada com gestantes de alto risco, maiores de 18 anos.
Foram excluídas gestantes que apresentam labirintite ou deficiência visual
diagnosticada, que utilizassem algum dispositivo auxiliar de marcha, que
tivessem sofrido trauma prévio (fratura, entorse, luxação) nos últimos seis
meses, e que tivessem dificuldade para responder ao questionário por fatores
alo ou auto-psíquicos. Foram
utilizados como instrumentos o teste time up and go e a escala de Berg. O teste
time up and go mede o tempo que um indivíduo leva para levantar-se,
caminhar 3 metros, dar uma volta e sentar, sendo o tempo menor que 20 segundos
considerado baixo risco para quedas e acima de 30 segundos alto risco para
quedas. A escala de Berg é composta por 14 tarefas (movimentos); e a cada uma
são atribuídos valores de zero (incapaz de realizar) a quatro pontos (realiza
com independência). O teste avalia a forma como é realizada cada tarefa e o
tempo para realizá-la. Os escores totais variam de 0 a 56 pontos, sendo que a
máxima pontuação corresponde ao melhor desempenho, e a pontuação abaixo de 45
pontos indica risco de quedas. Os elementos do teste são movimentos comuns nas AVDs (atividades de vida diárias), indicando o equilíbrio
do avaliado ao realizar as atividades motoras, podendo assim prever a
probabilidade de ocorrência de quedas. Os dados foram analisados pela
estatística descritiva.
Resultados: Foram avaliadas 20
gestantes de alto risco com média de idade de 29,75 anos. Destas, 40% estavam
no segundo trimestre gestacional e 60% estavam no terceiro trimestre, 40% eram
solteiras e 60% tinham companheiro. Quanto à ocupação, 40% eram do lar, 10%
eram estudantes e 50% trabalhavam fora de casa. Dentre as mulheres avaliadas,
15% relatavam histórico de quedas nesta gestação. Quanto à pontuação na escala
de Berg, a média encontrada foi de 56 ± 2,37 pontos. O teste time up and go
apresentou uma média de 13,99 ± 2,32 segundos. Nenhuma das gestantes apresentou
risco de quedas de acordo com a escala de Berg ou com a escala time up and go.
Conclusão: Neste estudo, as
gestantes não apresentaram risco de quedas no momento da avaliação, embora 15%
das mulheres relatassem histórico de quedas nesta gravidez. Considerando-se que
a gestação de alto risco muitas vezes impõe a redução da mobilidade ou mesmo
internações, sugere-se realizar o acompanhamento durante todo o período
gestacional, com avaliações periódicas. Da mesma forma, prover a gestante com
orientações para prevenir futuras quedas.
Palavras-chave: gestante, alto
risco, equilíbrio, quedas.
Referências
Risco
de quedas em idosas com osteoartrose e iniciantes em
um projeto de hidroterapia
Rose Löbell, Lauren Xavier Pairé, Martieli Silva da Silva, Amanda Oliveira da Silva, Jéssica Michelon Bellé, Ana Paula Ziegler
Vey
Universidade
Federal de Santa Maria
Introdução: O envelhecimento
ocasiona diversas mudanças fisiológicas no corpo do idoso, muitas delas no
sistema musculoesquelético [1,2], predispondo o indivíduo à diminuição do
equilíbrio (EQ) [2] e diferentes doenças crônico-degenerativas [3,4], queixas
comuns nesta população. A osteoartrose (OA),
patologia crônica com alta prevalência em idosos, apresenta alterações
degenerativas na cartilagem articular do sujeito e comumente está associada à
instabilidade destas articulações [5,6], falta de EQ e, por sua vez, maior
risco de quedas [3,4]. A hidroterapia atua na facilitação da atividade física
em indivíduos com OA, pois as propriedades físicas da água terapêutica diminuem
o impacto nas articulações e níveis de quadros álgicos, também colaborando para
ganhos na capacidade funcional [6]. Ao mesmo tempo, a fisioterapia aquática
favorece o ganho de EQ pois oportuniza um ambiente
favorável à estabilidade, exercícios que fortalecem os músculos posturais e
estimulam reações de EQ [7].
Objetivo: Avaliar o risco de
quedas de idosas diagnosticadas com OA e iniciantes em um projeto de
hidroterapia.
Material
e métodos:
Estudo do tipo quase-experimental e quantitativo
realizado com idosas diagnosticadas com OA e iniciantes em um programa de
hidroterapia em uma cidade do centro do Rio Grande do Sul (RS). O programa
acontece dentro do projeto de extensão Flutuar, vinculado à Universidade
Federal de Santa Maria. Para esta pesquisa, foi utilizada a versão em português
do questionário Fall Risk
Score de Downton que avalia o risco de quedas
(existente ou não) a partir de 5 perguntas sobre
estilo de vida e limitações do indivíduo idoso. As perguntas têm opções padrão
de respostas e algumas delas são indicativos de risco.
Para auxílio do Fall Risk
Score, foi utilizado o questionário Mini Exame do Estado Mental (MEEM) que
avalia o estado de orientação mental do sujeito. Para apresentação dos
resultados foi utilizada estatística descritiva.
Resultados: Participam do
projeto 11 idosas, das quais 4 afirmaram ter o
diagnóstico de AO, sendo então incluídas neste estudo. A média de idade foi de
65,25 (±5,35) anos. As 4 idosas (100%) apresentaram
alto risco de quedas segundo o Fall Risk Score. Destas, 3 (75%)
afirmaram que tinham tido quedas no ano anterior e todas (100%) faziam uso de
medicamentos que são associados a risco de quedas pelo questionário
(tranquilizantes, sedativos, diuréticos, anti-hipertensivos, antiparquisonianos e antidepressivos). Apenas uma idosa
(25%) utilizava dispositivo auxiliar de marcha, a maioria (75%) possuía marcha
normal e, ainda, a mesma porcentagem apresentava déficits visuais. Todas
apresentaram estado mental orientado pelo MEEM.
Conclusão: Houve relação entre
OA e risco de quedas nesta amostra, porém ressaltam-se algumas limitações neste
estudo, como a falta de grupo controle para comparação e a utilização de
avaliação pouco abrangente. Ainda assim, espera-se que a participação destas
idosas na hidroterapia seja relevante para a diminuição do risco de quedas e as
limitações causadas pela OA, visto que, conforme descrito na literatura atual,
os exercícios aquáticos contribuem para ganho de equilíbrio e causam baixo
impacto nas articulações, facilitando a prática para indivíduos com OA.
Palavras-chave: envelhecimento,
doença crônica, exercício, hidroterapia, idoso.
Referências
Simetria
na estabilidade dinâmica dos membros inferiores em jogadores de rugby
Luísa Bonora Huppes, Bruno Correa,
Michele Forgiarini Saccol
LAPRE: Liga de Avaliação, Prevenção e Reabilitação do Esporte da
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul
Introdução: O Rugby é um esporte coletivo que vem se tornando cada vez
mais popular no mundo, sendo caracterizado pelo intenso contato físico entre os
jogadores [1], o que exige do atleta agilidade durante uma partida,
especialmente para as mudanças de direção [2]. Dessa forma, esse atleta
necessita de uma adequada estabilidade dinâmica de membros inferiores para
obter um melhor desempenho durante a partida [2], bem como evitar a ocorrência
de lesões (3). Uma das ferramentas comumente utilizadas para avaliar a
estabilidade dinâmica e também o risco de lesão de membros inferiores é o Star Excursion Balance Test (SEBT). Esse teste compreende uma
série de movimentos unipodais ao longo de três
direções diferentes, no qual o atleta utiliza o membro contralateral ao de
apoio para alcançar a maior distância possível para a direção anterior,
póstero-medial e póstero-lateral [3].
Objetivo: Avaliar os índices
de simetria de estabilidade dinâmica dos membros inferiores em jogadores de Rugby.
Material
e métodos:
Trinta atletas de rugby do sexo masculino (27,23 ±
4,93 anos, 91,33 ± 14,96 kg e 180,9 ± 7,8 cm) que participavam do campeonato
gaúcho da categoria adulta realizaram os testes. Para a realização do SEBT
foram utilizadas três fitas métricas coladas em um mesmo ponto no chão,
separadas uma da outra por uma angulação de 90°, 135° e 135°. Antes da
realização do teste, o atleta recebia instruções verbais para ficar em apoio unipodal sobre o ponto de convergência das fitas, manter o
calcanhar em contato com o solo e as mãos na cintura, e realizar o maior
alcance possível, tocando levemente a fita demarcada no solo com o hálux do membro inferior em suspensão, retornando para a
posição inicial do teste. O atleta não poderia descarregar o peso da perna
avaliada (em movimento) em nenhum momento do teste ou retirar as mãos da
cintura. A ordem de realização do movimento era da direção anterior para
póstero-medial e então para póstero-lateral. Após as instruções e duas
tentativas para familiarização, o atleta executava três tentativas válidas em
que foram registradas as distâncias obtidas. A média das três tentativas para
cada direção do teste foi utilizada e, para normalização dos dados, a medida do
comprimento real do membro inferior foi realizada. Assim, os valores do SEBT
nas direções anterior, póstero medial, póstero lateral e total foram calculados
(média das três direções dividindo-se por 3 vezes o
comprimento real do membro inferior). Assimetrias entre o membro dominante (D)
e não dominante (ND) que elevam o risco de lesão são consideradas quando
estiverem acima de 4 cm [3]. Para análise dos dados
utilizou-se a estatística descritiva e o teste t não-pareado
para comparação entre o membro D e ND.
Resultados: Não houve
diferenças entre os membros inferiores nas direções anterior
(D 65,79 ± 8,39 cm; ND 66,1 ± 6,98 cm), póstero-medial (D 79,5 ± 10,2 cm; ND 83
± 10,7 cm), póstero-lateral (D 78,82 ± 11,09 cm; ND 79,32 ± 10,81 cm) e no SEBT
total (D 74,7 ± 8,33 cm; ND 76,14 ± 8,89 cm). Ao analisar as assimetrias entre
os membros inferiores, apenas 9 atletas (30%)
apresentavam diferenças superiores a 4 cm ao comparar os membros D e ND.
Conclusão: Os jogadores de Rugby apresentam simetria entre membros inferiores na
estabilidade dinâmica. Diferenças clinicamente relevantes
entre os membros foram encontradas em apenas 30% dos atletas avaliados.
Palavras-chave: atletas, equilíbrio
postural, extremidade inferior.
Referências