ARTIGO
ORIGINAL
O
impacto da massagem clássica corporal na qualidade de vida em jovens
universitárias
Impact of classical body massage on the quality of life of young
university students
Rute Gonçalves
Miranda*, André Leonardo da Silva Nessi**
*Acadêmica
do curso de Estética da Universidade Anhembi Morumbi, **Professor orientador da
Graduação e Pós Graduação, Universidade Anhembi Morumbi /SP
Recebido 29 de julho
de 2018; aceito 15 de novembro de 2018
Endereço
para correspondência:
Rute Gonçalves Miranda: rutte.mira@gmail.com; André Leonardo da Silva Nessi: alnessi@anhembi.br
Resumo
A inserção da mulher
no meio universitário conta com mudanças físicas emocionais e psicológicas
intensas que geram estresse e prejudica a qualidade de vida. O objetivo desta
pesquisa foi verificar o impacto da massagem clássica corporal na qualidade de
vida em jovens universitárias. Foram realizados atendimentos de Massagem
Clássica Corporal, com duração de 50 minutos cada sessão em 9
voluntárias entre 18 a 24 anos e analisados os sinais vitais e aplicação do
questionário de qualidade de vida WHOQOL-bref. Os
resultados apresentaram positivos na melhora da qualidade de vida e na saúde
preventiva das universitárias. Acreditamos que novas pesquisas neste campo
possam ser realizadas, abrangendo outras faixas etárias, ampliando o período de
realização e a quantidade de pessoas atendidas.
Palavras-chave: Massagem clássica
corporal, qualidade de vida, jovens.
Abstract
The insertion of women in the university environment has intense
physical and psychological changes that generate stress and impairs the quality
of life. The objective of this research was to verify the impact of classic
body massage on quality of life of university students. Classical Body Massage
sessions were held for 50 minutes each session in 9 volunteers 18 to 24 years
old, and the vital signs and application of the WHOQOL-bref
quality of life questionnaire were analyzed. The results were positive in
improving the quality of life and in the preventive health of university
students. New research in this field can be carried out, covering other age
groups, extending the period of realization and the number of people served.
Key-words: classical
body massage, quality of life, young.
A inserção dos jovens
no mercado de trabalho passou por transformações históricas importantes até o
modelo atual. Diretamente ligada às condições socioeconômicas do país, desde a
República Velha em 1920, a juventude que não fazia parte da classe média
restrita era destinada ao trabalho de subsistência no campo e na cidade, às
tarefas familiares e longas jornadas de trabalhos exploratórios em condições
precárias [1,2].
Em 1930, as mulheres
ainda eram predestinadas, desde jovens à condição de mãe, reprodutora [3] e
mantedora da casa, como um ser puro e cuidador da família [4,5]. Esse contexto
começou a mudar com as Reformas de Marquês de Pombal, que possibilitou a
participação das mulheres à educação escolar [6].
Mais tarde, de 1939 a
1945, com a Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial, a mulher passou a
não se submeter apenas aos cuidados da casa e família, mas aos cargos de
suporte a guerra, como: enfermagem, secretariado, datilógrafas, até pilotos
[7]. Ao final da primeira e segunda guerra mundial as mulheres ascenderam no
mercado, pois os soldados sobreviventes ficaram impossibilitados de reassumir
os compromissos trabalhistas e já no início da década de 90, mais de um terço
da população economicamente ativa era mulheres [8].
Desde então é notório o crescimento da participação da mulher na educação
acadêmica. Em 2016, de acordo com os dados do Plano Nacional de Qualificação,
do Ministério do Trabalho e Previdência Social, elas são a maioria nas
instituições de ensino básico, superior e cursos de especialização [9].
Apesar das
discordâncias literárias, quanto à primeira universitária e se formar no Brasil entre Aranha [10], no livro “História da educação
e da pedagogia: geral e Brasil”, 2006; Bezerra [11], em “Mulher e Universidade:
a longa e difícil luta contra a invisibilidade”, 2010; Beltrão e Alves [12] em
“A reversão do Hiato de Gênero na educação brasileira no século XX: Cadernos de
Pesquisa”, 2009, todos convergem que o acesso à inscrição da mulher no ensino
superior foi em 1880, de acordo com Pereira e Favaro [13].
Muito embora o
contexto revele as conquistas da mulher por sua inserção no meio acadêmico e
laboral e sua consequente ascensão social, pode se observar paralelo a esta
realidade, um declínio na qualidade de vida, principalmente, em estudantes
universitárias; no que tange à da área da saúde, pelo aumento expressivo dos
níveis de estresse. O estresse é um sinal psicossocial que gera uma reação
biológica, ativada por uma ameaça real ou imaginária que interfere no equilíbrio
físico ou mental do indivíduo [5,14,15]. Ou seja,
alterações que requerem adaptação do indivíduo gera estresse [16].
A mudança que a vida
universitária requer, no aspecto convencional, empresarial e social não deixa
de ser uma adaptação intensa que agrega responsabilidades, antes não
reconhecidas pelo indivíduo que, por consequência, vive o impacto e estresse em
si [17]. O acúmulo de estresse predispõe a ansiedade [18,19] e a depressão [18]
sintomas presentes na vida universitária que podem afetar a concentração,
desenvolvimento e a aprendizagem do indivíduo.
É importante
ressaltar que o estresse compromete o bom desempenho interdisciplinar para a
qualidade de vida em: atividade física regular [20], controle de peso, controle
na ingestão de álcool e sal, tabagismo e diminuição do estresse [21]. A vida
dos universitários passa por uma mudança psicossocial e profissional intensa
[22].
O jovem universitário
carrega a incerteza do futuro no mercado e a cobrança em qualificação e
experiência de trabalho [23,24]. Essa fase associada ao peso das
responsabilidades e estresse acadêmico traz problemas mentais [25], físicos e
emocionais que contrapõem a boa qualidade de vida [26] e os tornam mais
suscetíveis a doenças [25].
Araujo [27] relata a
dificuldade em se definir, precisamente, na literatura, o real significado do
que seria Qualidade de Vida. No entanto, o Grupo de Qualidade de Vida da
Divisão de Saúde Mental da World Health Organization, explica qualidade de vida como a
consciência da inserção do indivíduo na cultura, valores, planos, tradição,
inquietações, e, de acordo com Buss [28], objetivos e
expectativas.
A avaliação da
qualidade de vida é complexa e particular, se dá pela subjetividade do modelo
de entender e formar uma opinião final, levando em conta o contexto social e o
meio ambiente do avaliado que confere questões positivas e negativas em cada
domínio [29,30] e as perspectivas individuais e coletivas [31].
Nahas [32] explica
qualidade de vida como algo tão humanista quanto à dignidade, dependente de
questões individuais no que tange hereditariedade e estilo de vida considerando
costumes da rotina que retratam os princípios e ações do indivíduo [33] e socioambientais,
moradia, transporte, segurança, assistência médica, educação, cultura, meio
ambiente, realidades mutáveis, e não às condições em que o indivíduo está ou
vive.
Para análise do
estado de qualidade de vida utilizou-se, no presente trabalho, o Questionário
WHOQOL-bref que, apesar de recente, é um dos meios
mais utilizados no Brasil e no mundo segundo Fleck
[34] para definir qualidade de vida na área da saúde, também, de acordo com
Santos e Pinzon [15] associa aos domínios
físico, psicológico, relação social e meio ambiente.
Os métodos e a visão
de avaliação de qualidade de vida se adequaram às condições do tempo, tornando
relevante para análise o desenvolvimento social, econômico e humano, percepção
individual, sintomas físicos, mentais e limitações causadas por uma doença
[35].
Com o intuito de
amenizar ou mesmo reverter esse quadro, apresenta-se a massagem, que pode
proporcionar melhor qualidade de vida [36]. Os próprios profissionais da saúde
elegem a massoterapia como a melhor terapia preventiva do estresse e os
malefícios conjugados ao sentimento de prostração, como estresse físico e
emocional, apreensão, dores musculares, impaciência, irritabilidade e insônia
[37].
A massagem, através
de manobras, atende os âmbitos da saúde, neural - pois age amenizando a tensão
e favorecendo o relaxamento por meio da comunicação sináptica que implica o
Sistema Nervoso Autônomo e Periférico [38,39] - químicos e equilíbrio com o
corpo, cujos efeitos favorecem os campos fisiológico e psicológico, melhorando
a dor e demais desgastes físicos e emocionais [40]. Da mesma forma, estimula
efeitos mecânicos, térmicos e estruturais [41].
Os efeitos
fisiológicos da massagem são relaxamento muscular, eliminação de catabólitos, melhora da viscosidade entre as fáscias,
melhora da circulação arterial e venosa, estimulação da atividade metabólica
intersticial, aumento do viço da pele deixando-a mais fina e
brilhante, aceleração do fluxo do retorno linfático, estimulação do
peristaltismo, favorece melhor alongamento da musculatura, possibilidade de
maior movimento articular, contribui na produção de endorfinas, diminuição da
espessura do tecido conjuntivo [42]. No entanto, tem como contra-indicações, segundo Grazia,
Cristina e Madruga [43] o câncer, alterações cardíacas e circulatórias,
trombose, problemas de pele, inflamações agudas, epilepsia e veias inchadas.
Essa prática pode ser
utilizada como terapia complementar associada, principalmente em tratamentos de
estresse, depressão, ansiedade, angústia e insônia, segundo Seubert
e Veronese [37], promovendo relaxamento e autoconhecimento corporal que pode
ser chamado também de propriocepção ou cinestesia de acordo com Nessi [44]. Este último benefício provindo da massagem, se
dá pelo estímulo de receptores sensíveis ao toque, variedade de pressão e
consciência espacial do corpo, membro ou estrutura [38].
Florentino et al. [45] define a massagem como
“movimentação dos tecidos moles” por meio das mãos, induzindo efeitos benéficos
diretamente nos sistemas muscular, nervoso e vascular. A pressão e amassamento
de forma ritmada gera estímulo mecânico, o qual excita os receptores sensoriais
que dão sensações de plenitude, relaxamento muscular e analgesia.
O toque técnico tem
por objetivo promover melhora anatômica ou fisiológica específica, por exemplo,
amenizar o sintoma de uma batida. Já o toque expressivo oferece segurança,
conforto, interligação e relaxamento. O toque direciona para o mundo material,
mas também para o emocional [44].
Diante do exposto e
da relevância do assunto em tela, dos benefícios advindos da comprovação da
eficácia da utilização da Massagem Clássica Corporal, como meio para minorar ou
mesmo resolver o problema do estresse para melhorar a qualidade de vida das
mulheres universitárias, propõe-se e justifica-se a realização do presente
trabalho.
Foi realizada a
Massagem Clássica Corporal, através de três atendimentos, em três dias
seguidos, com duração de 50 minutos cada atendimento. No início da primeira e
término da última sessão, foi aplicado o questionário de qualidade de vida
WHOQOL-BREF. No início e final de todas as sessões, foram aferidos os sinais
vitais, pressão arterial, respiração e temperatura. Esta pesquisa é acadêmica,
descritiva e quantitativa. Esta pesquisa foi realizada em jovens
universitários, do sexo feminino, entre 18 e 24 anos, do Campus da Universidade
Anhembi Morumbi/SP.
Para fazer parte
deste estudo, as voluntárias deviam ser saudáveis, sentir-se estressadas, aptas
a responder o questionário de qualidade vida e participar da mensuração dos
sinais vitais. Foram excluídos indivíduos com alterações circulatórias ou
cardíacas, distúrbios renais; hormonais; gastrintestinais; quadro de epilepsia
ou convulsões; alterações psicológicas ou psiquiátricas; com diabetes;
histórico de carcinomas ou tumores; cirurgias recentes ou qualquer suspeita de
doenças infecto-contagiosas. Ou qualquer
comprometimento fisiológico ou com patológico que possa impedir de receber as
sessões de massagens.
Procedimentos
iniciais
As voluntárias
passarão por uma avaliação inicial, em que foi preenchida uma ficha de anamnese
contendo informações básicas a respeito do estado geral de saúde. Em seguida,
será lido em voz alta e explicado o TCLE - Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, que traz informações importantes a respeito da execução do
protocolo de atendimento e esclarece os direitos das voluntárias. Após a
leitura, as voluntárias que concordarem em participar da pesquisa assinaram em duas vias o termo de consentimento, sendo que
uma das vias ficará com os pesquisadores responsáveis e a outra ficará com a
própria voluntária. No início da primeira sessão, as voluntárias responderão o
questionário de qualidade de vida WHOQOL-BREF (Anexo III), abreviação do
questionário de qualidade de vida WHOQOL-100, instrumento utilizado para
mensuração dos indicadores de Qualidade de Vida e Saúde. Para a aplicação da
Massagem Clássica Corporal, será utilizado o LipoRedux Creme de Massagem Ultradeslizante,
da empresa BIOAGE Dermocosméticos.
Protocolo
de atendimento da massagem clássica corporal
Posição decúbito
dorsal
Membro superior
esquerdo
1. Iniciar pelo lado
esquerdo.
2. Tocar e não perder
mais contato.
3. Manter entre 10 a
15 segundos para troca térmica.
4. Lubrificação de
toda extensão do MSE. (Membro Superior Esquerdo - mão, antebraço, braço e ombro)
5. Deslizamento longo
suave em toda extensão do MSE. Executar a manobra com as mãos espalmadas e
posicionadas de forma transversal na região, com movimento alternado das mãos.
Finalizando o movimento com deslizamento suave sobre o ombro.
6. Deslizamento suave
no dorso da mão. Executar a manobra com a mão direita em posição transversa,
enquanto a esquerda serve de apoio para mão do cliente.
7. Amassamento
alternado com polegares na palma da mão. Encaixar o dedo mínimo com o dedo
mínimo do cliente e o dedo mínimo com o polegar do cliente. Os polegares vão
massagear no centro da palma da mão.
8. Deslizamento com o
polegar (dígito) da mão direita sentido longitudinal, entre as estruturas dos metacarpais.
9. Amassamento
alternado longitudinal na extensão do MSE.
10. Amassamento
transversal em toda extensão do MSE.
11. Percussão ulnar suave com os dedos soltos e afastados. Deslizamento
suave com os dígitos dos dedos.
12. Repetir todo o
procedimento no lado direito, no MSD.
Obs.: Todos os
movimentos são centrípetos, da extremidade para o coração, o último
deslizamento com os dígitos dos dedos são centrífugos, do coração para
extremidade. O número de repetições é de 7 a 10 vezes de cada movimento. Sempre
começar suave, aumentar a pressão das mãos e terminar suave.
Abdome (Voltar para o
lado esquerdo da cliente)
1. Lubrificação de
toda a parede do abdome.
2. Deslizamento
superficial circular – Deslizamento sentido horário completo com a mão
esquerda, deslizamento sobre o cólon transverso com a mão direita.
3. Deslizamento em
prece sobre a região central do abdome para as laterais. 1º região inferior
abaixo da cicatriz umbilical para crista ilíaca; 2º região média, sob a
cicatriz umbilical para lateral (região dos flancos) e 3º região alta acima da
cicatriz umbilical contornando as costelas terminando na região axilar.
4. Amassamento
transverso alternado leve sentido horário.
5. Repetir o
deslizamento superficial circular – Sentido horário com deslizamento sobre o
cólon transverso.
6. Deslizamento com
os dígitos dos dedos.
Tórax
1. Posicionar-se
frente à cabeça do cliente
2. Deslizamento suave
em “S”. Manobra realizada com triângulo formado pelos dedos indicadores e
polegares, colocados sobre o corpo do esterno, descer sentido abdome,
retornando pelas laterais, fazer a volta no ombro até unir novamente as mãos e
refazer o triângulo, recomeçar o movimento. Suave.
3. Deslizamento suave
em “S”. Manobra realizada com triângulo formado pelos dedos indicadores e
polegares, colocados sobre o corpo do esterno, descer sentido abdome,
retornando pelas laterais, fazer a volta no ombro até unir novamente as mãos e
refazer o triângulo, recomeçar o movimento. Profundo.
4. Massagear
suavemente de forma alternada e circular com os polegares sobre o corpo do
esterno entre as mamas.
5. Deslizamento
alternado contornado/desenhando o tórax/mamas. (Dedo médio: realiza o
direcionamento/desenho do movimento)
6. Posicionar-se na
lateral do cliente.
7. Amassamento
transverso na lateral, região inferior sobre as costelas e superior sobre o
tendão peitoral.
8. Repetir o
deslizamento suave em “S”.
9. Deslizamento com
os dígitos dos dedos.
Membro inferior
esquerdo (MIE)
1. Lubrificação de
toda extensão do MIE. (Membro Inferior Esquerdo – pé, perna, coxa e coxo-femural)
2. Deslizamento
superficial para profundo em toda extensão do MIE. (mãos posicionadas de forma
transversa)
3. Deslizamento no
dorso do pé. (Mão esquerda na planta do pé e a direita realiza o deslizamento)
4. Deslizamento na
região metatársica com polegar.
5. Deslizamento
circular com as articulações interfalangianas mediais
na planta/dorso do pé.
6. Amassamento
alternado longitudinal em toda extensão do MIE.
7. Amassamento
transverso na região da perna.
8. Amassamento
transverso na região da coxa. (1º região medial e depois lateral)
9. Percussão ulnar em toda extensão do MIE.
10. Percussão palmar
em toda extensão do MIE.
11. Deslizamento
suave com os dígitos dos dedos.
12. Repetir
procedimento na outra perna. MID.
Posição decúbito
ventral
Membro inferior direito
(MID)
1. Lubrificação de
toda extensão posterior do MID.
2. Deslizamento longo
suave em toda extensão do MID.
3. Deslizamento
circular e alternado com polegares na planta do pé.
4. Deslizamento
circular no tornozelo.
5. Amassamento
alternado longitudinal do tornozelo até o joelho.
6. Amassamento
alternado longitudinal do joelho até coxo-femural.
7. Amassamento
transverso na região da perna.
8. Amassamento
transverso na região da coxa e glúteo.
9. Percussão ulnar em toda extensão do MID.
10. Percussão palmar
em toda extensão do MID.
11. Deslizamento
suave com os dígitos dos dedos.
12. Repetir todo o
procedimento no MIE.
Costas
1. Deslizamento suave
em “S” contornado os ombros. Iniciar unindo as mãos, formando um triângulo com
polegares e indicadores; deslizar por toda região paralela à coluna vertebral
(sobre os paravertebrais) até a região lombar;
retornar pela lateral até as escápulas; realizar um movimento circular sobre os
ombros e reiniciar o movimento com triângulo.
2. Deslizamento
alternado com as mãos espalmadas paralelas a coluna vertebral.
3. Fricção aquecedora
sobre toda a região dorsal e lombar.
4. Deslizamento
cruzado, região inferior, média e alta com ênfase dos polegares no trapézio.
5. Amassamento
transverso por toda lateral do tronco. (Lombar, torácica
baixa e alta, ombro e escápula)
6. Repetir
amassamento do outro lado do tronco.
7. Amassamento
transverso na região alta do trapézio com as duas mãos de forma alternada.
8. Deslizamento tracionante na região lombar, torácica baixa, torácica
média, torácica alta e ombro/escápula.
9. Percussão ulnar. (sentido das costelas)
10. Percussão palmar.
(nas percussões ulnar e palmar, realizar somente
sobre a região torácica)
11. Repetir o
deslizamento em “S” contornando os ombros.
Os resultados foram registrados nas
tabelas I a VI, divididos em três atendimentos/sessões, seguindo a exposição
dos dados: Pressão Arterial antes da massagem; pressão arterial depois da
massagem; Temperatura antes da massagem; Temperatura depois da massagem;
Respiração antes da massagem e respiração após a massagem.
Tabela
I – Primeira sessão.
1 = pressão arterial
antes da massagem; 2 = pressão arterial depois da massagem; 3 = temperatura
antes da massagem; 4 = temperatura depois da massagem; 5 = respiração antes da
massagem; 6 = respiração depois da massagem.
Tabela
II -
Terceira sessão.
1 = pressão arterial
antes da massagem; 2 = pressão arterial depois da massagem; 3 = temperatura
antes da massagem; 4 = temperatura depois da massagem; 5 = respiração antes da
massagem; 6 = respiração depois da massagem.
Foi feito o teste t
pareado (ou seja, quando as amostras são dependentes, pois eram as mesmas
pessoas). As variáveis marcadas com asterisco nas tabelas seguintes (*)
apresentaram diferença estatisticamente significante em cada análise. Os
valores foram apresentados em média e desvio padrão (DP).
Tabela
III
- Média dos resultados da primeira
sessão.
Na tabela III
observamos que uma sessão de massagem reduziu a temperatura corporal e a
frequência respiratória.
Tabela
IV -
Média dos resultados da segunda sessão.
Na tabela IV foi
observada redução da pressão sistólica e da frequência respiratória.
Tabela
V - Média dos resultados da terceira sessão.
Na Tabela V houve
resultados semelhantes aos da sessão anterior.
Tabela VI - Intervenção
de 3 sessões.
Na tabela VI, foi comparado o resultado
após a primeira sessão, com os resultados após a última sessão.
Corporal (MCC) na
saúde da mulher. No total de 50 mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde
(SUS), de 20 a 50 anos, aplicou-se MCC no intuito de observar a satisfação e
efeitos dessa prática para implantação deste serviço no SUS. Houve aceitação de
96% para implantação e 80% fariam uso da MCC ou Massagem Sueca mesmo que não
fosse aderida pelo SUS, uma vez que a MCC promove qualidade de vida, bem estar
e saúde para mulheres independente de sua faixa etária.
Outro estudo
realizado por Duran revela o efeito da Massagem Clássica Corporal na qualidade
de vida, em doze voluntárias com Síndrome da Tensão Pré
Menstrual (STPM). Realizaram-se três sessões consecutivas, durante três dias.
Observou-se que a MCC ofereceu melhora dos sinais dos sintomas da STPM e
promoveu qualidade de vida nas mulheres [47].
Walaszek [48] desenvolveu uma
pesquisa no Hospital Especialista Jedrzej Sniadecki em Nowy Sacz sobre o impacto da Massagem Clássica Corporal nos
membros inferiores de acordo com a variação da pressão arterial em voluntárias
de 60 a 68 anos com hipertensão por de dez dias consecutivos. A pressão foi
medida 1 minuto antes da massagem e 1 e 5 minutos
depois. Concluiu-se que no decorrer do estudo houve diminuição da pressão
arterial exceto a diatólica medida 5 minutos após a
massagem. No entanto, a Massagem Clássica Corporal pode ser um tratamento
farmacológico seguro para hipertensão.
Um
outro
estudo realizado na Policlínica de Neurocirurgia do Hospital Estadual de Koroglu por Bakar et al. [49] revelou os efeitos a curto
prazo da Massagem Clássica e Massagem do tecido conjuntivo referente a dor à
pressão e impacto no relaxamento muscular em mulheres de 25 a 45 anos com dor
cervical crônica. Os resultados basearam-se nos dados coletados antes e após a
massagem em uma sessão e revela redução da dor e promoção do relaxamento.
A prática da massagem
clássica corporal em jovens universitárias apresentou impacto social, melhora
na saúde preventiva e qualidade de vida. Podemos dizer que a pressão arterial
sistólica continuou diminuindo significativamente em cada sessão, chegando a
valores mais baixos depois da última do que após a primeira. As voluntárias
expuseram estar mais tranquilas e dispostas após as massagens. Acreditamos que
novas pesquisas neste campo possam ser realizadas abrangendo outras faixas
etárias, ampliando o período de realização e a quantidade de pessoas atendidas.