ARTIGO ORIGINAL
Avaliação dos ísquios
tibiais através do ângulo poplíteo em pacientes idosos com artrose de joelho
Evaluation of
hamstring through the popliteal angle
in elderly patients with knee arthrosis
Karine
Vieira Queiroz*, Welison Teixeira Barbosa**, Denilson de Queiroz Cerdeira, Ft,
D.Sc***, Leonardo Lobo
Saraiva Barros, Ft, M.Sc****,
Giselle Notini Arcanjo, Ft,
M.Sc*****
*Discente do curso de
Fisioterapia do Centro Universitário Estácio do Ceará, **Discente do curso de
Fisioterapia do Centro Universitário Estácio do Ceará, ***Orientador e Docente
do curso de Fisioterapia da Faculdade do Vale do Jaguaribe, ****Faculdade de
Medicina (UFC), Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário
Estácio do Ceará, *****Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário
Estácio do Ceará
Recebido
em 22 de outubro de 2018; aceito em 12 de setembro de 2019.
Correspondência: Denilson
de Queiroz Cerdeira, Avenida das Cajazeiras, 501 Casa 39, 60831-310 Fortaleza
CE
Denilson de Queiroz Cerdeira:
denilsonqueiroz@hotmail.com
Karine
Vieira Queiroz: karinequeirozdacruz@gmail.com
Welison Teixeira Barbosa: welisonfisio@gmail.com
Leonardo
Lobo Saraiva Barros: llsbarros@hotmail.com
Giselle
Notini Arcanjo: gnotini@hotmail.com
Resumo
Introdução: O processo de
envelhecimento causa alterações biopsicossocioespiritual
no idoso associadas com o declínio fisiológico, afetando
sistemas como esquelético muscular, diminuição da força muscular, da
flexibilidade, alterações articulares e levando a incapacidade funcional. A
osteoartrose de joelho é a principal disfunção que causa incapacidade funcional
no idoso. Objetivo: Avaliar a
flexibilidade dos músculos posteriores da coxa em idosos com osteoartrose de
joelho, cadastrados no Programa Responsabilidade Social Instituto Sênior. Métodos: Tratou-se de um estudo
descritivo, transversal e quantitativo, realizado no período de abril a junho
2017 e foi composto por 23 idosos. Os dados foram obtidos através de uma ficha
de avaliação de flexibilidade, constando: nome, idade, Teste de Finger-floor e do Ângulo Poplíteo. Resultados: Observou-se que 91,30% apresentaram o membro direito
como preferido. Sobre o teste de Finger-floor, a
média geral foi de 12,4 cm. No teste do ângulo poplíteo, o membro dominante
direito (MDD) teve a média geral de 53,33°, e o membro dominante esquerdo
(MDE), de 53,04°. Conclusão: Foi
observado um déficit de flexibilidade tanto do lado dominante quanto no não
dominante, mas, quando se fez comparação entre o MDD e MDE, constatou-se que o
lado de dominância obteve mais flexibilidade.
Palavras-chave: idoso, flexibilidade,
fisioterapia.
Abstract
Introduction: The aging process causes biopsychosocial and spiritual changes in the elderly associated with physiological decline, affecting systems such as skeletal muscle, decreased muscle strength, flexibility, joint changes and leading
to functional disability. Osteoarthrosis of the knee
is the major dysfunction that causes functional disability in the elderly. Objective: To
evaluate the flexibility of the posterior thigh muscles in the elderly with knee
osteoarthrosis, enrolled in
the Social Responsibility Program Instituto Sênior. Methods: This
was a descriptive, cross-sectional and quantitative study. The research was carried
out in the period from April to
June 2017 and was composed of
23 elderly people. The data
were obtained through a flexibility assessment sheet, including: name, age, Finger-floor test and Popliteal
Angle. Results: They showed
that 91.30% presented the right member
as preferred. On the Finger-floor test, the overall mean was 12.4 cm. In the popliteal angle
test, it was observed that the
right dominant limb (MDD) had the overall mean of 53.33°, and the left dominant
limb (MDE) of 53.04°. Conclusion: A deficit of both
dominant and non-dominant flexibility was observed, but
when a comparison was made between
MDD and DEM, it was found that the
dominance side obtained more flexibility.
Key-words: elderly,
flexibility, physical therapy.
O envelhecimento populacional é um evento
natural, que vem ganhando destaque em todo o mundo pelo seu rápido avanço. Na
última década o Brasil vem se destacando por um processo de envelhecimento
populacional acelerado tendo em um curto período de tempo um rápido aumento no
número e na proporção de idosos [1,2].
Entre 1980 e 2009, a expectativa de vida dos
brasileiros teve um acréscimo de 10 anos, sendo de 62,6 anos (1980), para 73,2
anos em 2009 [1]. Em 1991 a população de idosos era de 10,7 milhões (7,3% da
população) e, em 2010, ultrapassou os 20 milhões de indivíduos (10,7% da
população) [2].
O processo de envelhecimento proporciona
alterações biopsicossocioespiritual no idoso. No
campo biológico, essas modificações estão associadas com o declínio fisiológico
progressivo, que afeta os principais sistemas, tais como o esquelético muscular,
ocasionando a diminuição da força muscular, da flexibilidade, alterações
articulares e consequentemente a incapacidade funcional, que foi definida por Verbrugge & Jette
(1994) como a dificuldade em realizar atividades em qualquer domínio da
vida. Essas modificações fisiológicas, juntamente com as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT), têm sido apontadas como a principal causa das
incapacidades funcionais, com predomínio elevada entre os idosos [2,3].
A capacidade funcional é determinada pela capacidade
do indivíduo de tomar conta de si mesmo sendo um indicador da saúde e da
qualidade de vida, considerando aspectos como a autonomia e a independência,
conservando sua capacidade física e mental em seus afazeres básicos tais como:
tomar banho, se vestir, ir ao banheiro, andar, cuidar da casa, fazer compras,
trabalhar, realizar atividades físicas etc. [4,5].
A osteoartrose (OA) de joelho é a disfunção
articular mais predominante sendo a principal causa de incapacidade funcional
no indivíduo idoso. Define-se como uma deficiência da cartilagem articular,
causando uma desproporção entre a degradação e a síntese da cartilagem
articular e do osso subcondral, resultante de fatores
mecânicos, genéticos, hormonais, ósseos e metabólicos, levando ao estado de
amolecimento, fibrilação, ulceração, perda da cartilagem articular, esclerose
do osso subcondral, formação de osteófitos
e cistos subcondrais no joelho [6].
A doença articular degenerativa, mais conhecida
por osteoartrose (OA), é uma alteração articular crônico-degenerativa
musculoesquelética significativa, caracterizada pelo desgaste da cartilagem
articular tendo o dano de suas propriedades, levando à dor e à perda de função
[7-10], sendo responsável por um número elevado de licenças no trabalho e
aposentadorias por invalidez [8].
A OA promove alterações metabólicas e
fisiológicas de forma simultânea, ocasionando a perda gradual da cartilagem
articular, esclerose no osso subcondral e alterações
nas estruturas adjacentes à articulação afetada [9]. É uma patologia comumente
apresentada entre 44% e 70% das pessoas acima de 50 anos; sendo esse número
elevada a 85% em indivíduos acima dos 75 anos [8,10].
Os aspectos clínicos da OA são caracterizados
por dor, rigidez matinal, crepitação óssea, atrofia muscular, e quanto aos
aspectos radiológicos nota-se um estreitamento do espaço intra-articular,
formações de osteófitos, esclerose do osso subcondral e formações císticas [7], [8]. Além do
envelhecimento, há outros fatores que predispõem o desencadeamento dessa
deformidade, como a obesidade, traumas, cirurgia articular, desequilíbrio
hormonal, hereditariedade, nutrição e densidade óssea [10].
O joelho é a articulação com maior incidência
dessa patologia e está presente em cerca de 6% da população adulta acima de 30
anos e tem um aumento para 10% em pessoas acima de 60 anos [9]. A gonartrose pode gerar alterações que danificam não só
tecidos intracapsulares, mas também pode alterar
estruturas periarticulares, como ligamentos,
cápsulas, tendões e músculos [7].
Diante disso, o objetivo do estudo visou
avaliar a flexibilidade da musculatura posterior da coxa em pacientes idosos
com gonartrose (GO), traçando o perfil
sociodemográfico dos participantes, identificando e correlacionando o nível de
flexibilidade e o membro dominante, verificando a concordância das respostas do
teste de Finger-Floor e do Ângulo Poplíteo e
comparando os resultados obtidos entre a dominância dos membros inferiores.
Tratou-se de um estudo descritivo, transversal
e quantitativo, sobre avaliação da flexibilidade da musculatura posterior da
coxa em pacientes idosos com gonartrose (GO). A
pesquisa baseou-se na Resolução 466/12 do Conselho Nacional em Saúde (CNS),
referente à pesquisa com seres humanos e com parecer de aprovação do Comitê de
Ética e Pesquisa do Centro Universitário Estácio do Ceará (Protocolo n°
1.818.850).
A amostra da pesquisa foi composta por 23
idosos cadastrados no Projeto Sênior, desenvolvido pelo Centro Universitário
Estácio do Ceará, caracterizando uma amostragem finita delimitada pelo tempo.
Foram incluídos todos os idosos com sintomatologia clínica de gonartrose, sendo exclusos os participantes que
apresentaram presença de dor e bloqueio antálgico na articulação do joelho,
déficit do movimento do grupo muscular avaliado, doença ortopédica, ou
neuromuscular de membros inferiores e falta de cooperação ou capacidade
cognitiva para a realização de procedimentos clínicos.
Os dados foram obtidos através de uma ficha de
avaliação de flexibilidade, constando: nome, idade, Teste de Finger-floor [11] e o teste do ângulo poplíteo [12]. A
coleta de dados foi realizada e conduzida individualmente.
O Teste de Finger-floor
é uma avaliação global da flexão de tronco, na qual intervêm também as
articulações coxofemorais e a musculatura posterior das extremidades
inferiores. O paciente tenta alcançar o solo por flexão da coluna, mantendo os
joelhos em extensão, o examinador irá anotar a distância entre a ponta do
terceiro dedo ao solo em centímetros [11].
O teste do ângulo poplíteo visa analisar de
forma direta o comprimento dos flexores do joelho, que representa o valor do
ângulo formado entre o eixo da perna e o prolongamento do eixo da coxa na
região anterior do joelho. A partir da posição de 90 graus de flexão do joelho,
a perna é estendida passiva e delicadamente até oferecer resistência; o pé,
durante a manobra, fica em posição neutra. Um goniômetro padrão de plástico de
360 graus, com duplo braço, de 36 centímetros de comprimento e 4,5 centímetros
de largura, é centralizado ao nível da linha articular do joelho. O braço
superior é colocado ao longo do eixo longitudinal da tíbia e o braço inferior
paralelo ao eixo longitudinal do fêmur, e o valor analisado é o da região da
fossa poplítea [12].
Todos os pacientes participantes da pesquisa
foram avaliados por um único pesquisador que seguiu rigorosamente a metodologia
escolhida, a ficha de avaliação cinético-funcional elaborada para a
investigação científica.
Os dados obtidos na pesquisa foram organizados,
tabulados e analisados através do programa estatístico SPSS na versão 20.0 e os
resultados apresentados na forma de gráfico e tabelas, sendo os mesmos
confrontados com a literatura existente no âmbito nacional e internacional
sobre os assuntos vigentes no inquérito científico.
As informações relacionadas aos entrevistados
do estudo foram incluídas no protocolo de pesquisa somente após consentimento
por escrito dos mesmos, ou responsáveis. A aceitação foi registrada através da
assinatura do Termo de Consentimento livre e Esclarecido (TCLE), sendo
outorgado aos entrevistados sigilo em relação à sua identidade, procedimentos,
objetivos e tempo de execução. Foi garantido a estes, o anonimato, o direito de
não participação, e a desistência a qualquer momento do estudo sem despesa ou
prejuízo.
O TCLE do participante esclareceu que as
informações coletadas iriam ser utilizadas na pesquisa; que o participante
tinha a liberdade de desistir a qualquer momento do inquérito; que as
informações permaneceriam em sigilo e o anonimato dos participantes seria
preservado, ficando isento de ônus financeiro para participar do inquérito.
Participaram deste estudo 23 idosos cadastrados
no Projeto de Responsabilidade Social do Instituto Sênior do Centro
Universitário Estácio do Ceará. Foram caracterizados quanto aos aspectos
sociodemográficos, lado dominante, peso, tempo de doença e grau de
flexibilidade. Os dados sobre os aspectos sociodemográficos dos participantes
serão apresentados na tabela a seguir.
Tabela I - Aspectos sociodemográficos, tempo e lado da doença, respectivamente, em
idosos participantes do Projeto de Responsabilidade Social Instituto Sênior, Fortaleza/CE,
2017.
Todos os indivíduos avaliados eram do sexo
feminino. A faixa etária que predominou neste estudo foi de 68 a 79 anos,
totalizando 11 idosos, correspondendo a 47,52% da população, subsequente os
praticantes de 55 a 67 anos, contabilizando 9, referente a 39,13%, e a minoria
desta pesquisa foi de 80 a 92 anos, contabilizando 3 pacientes, equivalendo
13,04%.
A maior parte dos participantes da avaliação
eram viúvas, 8 (34,75%), 6 (26,08%) solteiras, 7 (30,43%) casadas e apenas 2
(4,34% cada uma) eram casadas e divorciadas.
A grande maioria da amostra respondeu ter como
profissão, dona de casa correspondendo a 8 (34,78%), 7 aposentadas (30,43%), e
os 8 pacientes restantes (34,78%) tinham como profissão, professor, enfermeira,
confeiteira, firma de café, doméstica, técnica de laboratório, funcionaria do
estado e instrumentista cirúrgica, correspondendo 4,34% cada um.
A predominância absoluta do sexo feminino no
estudo pode-se justificar pelo fato de as mulheres ter uma maior facilidade
para adquirir artrose de joelho devido a sua própria anatomia, já que os
quadris são mais largos naturalmente para a passagem do bebê ao nascimento,
consequentemente tendendo a um valgismo provocando
com o tempo o desgaste da cartilagem do joelho caracterizando a gonartrose [13].
A quantidade de pacientes entre 55 e 67 anos se
dá pelo fato que a artrose de joelho acomete mais na terceira idade e se
apresenta com maior incidência ao decorrer do avanço de sua existência,
explicando assim o aumento nos pacientes entre 68 e 79 anos. A minoria de
pacientes entre 80 e 92 anos se dá pelo fato que de acordo com dados do IBGE de
2015 a faixa etária de mortalidade em mulheres se dá em média 79,1 anos
[14,15].
Em relação ao estado civil, pode-se discutir
que todos os pacientes eram da terceira idade, e a maioria já havia perdido
seus maridos. Estatisticamente as mulheres têm uma faixa etária de vida maior
que os homens, seguidas por pacientes casados.
Foram avaliados 23 idosos com artrose de joelho
entre 55 e 92 anos. A maioria, 16 pacientes, disse que tem a doença entre 1 e
10 anos correspondendo a 69.56%, 5 pacientes que tinham a doença entre 11 e 20
anos, equivalente a 21.73%, e apenas dois pacientes disseram que já têm a
doença há 30 anos e há 37 anos, cada um correspondendo há 4.34% do total da
amostra.
Em relação ao lado que a doença se apresentava
foi notado que 18 (dezoito) pacientes tinham gonartrose
nos dois joelhos correspondendo a 18.26%, 3 (três) pacientes apresentavam a
doença no joelho esquerdo equivalente a 13.04% e 2 (dois) pacientes tinham a
doença no joelho direito correspondendo a 8.70% dos avaliados.
Tabela II – Altura e Peso dos idosos participantes do projeto de responsabilidade
social Instituto Sênior, Fortaleza/CE, 2017.
Em relação ao peso dos 23 idosos avaliados, o
peso mínimo encontrado foi de 50 kg e máxima de 85 kg tendo como média 65,6 kg.
Foram avaliados também os pacientes separando os dados em três grupos: 6
pacientes entre 50 e 60 kg com a média de 54,6 kg correspondendo a 26,08%, 13
pacientes entre 62 e 72 kg com média de 67 kg equivalente a 5,52% e 4 pacientes
entre 73 e 82 kg com a média de 77 kg correspondendo 17,4% da amostra.
A respeito da altura, os dados foram separados
em dois grupos, sendo 10 pacientes entre 140 e 150 cm com média de 145 cm
correspondendo a 43,47%, e 13 pacientes entre 1 51 e 166 cm com uma média de
56,53%. A média geral de todos os pacientes foi de 150 cm sendo a mínima de 144
cm e a máxima de 166 cm.
A altura e o peso são de extrema importância
para o aparecimento, prevenção e tratamento da gonartrose
devido a grande carga de peso sobre a articulação
podendo provocar com o tempo a artrose de joelho. Todos os pacientes avaliados
na pesquisa apresentavam peso elevado para sua estatura.
Tabela III – Perfil do membro dominante em idosos participantes do Projeto de
Responsabilidade Social Instituto Sênior, Fortaleza/CE, 2017.
A prioridade lateral, relacionada à dominância
para o uso de um dos membros, é uma característica humana descrita como o
favorecimento de um dos lados do corpo para a realização de atividades de vida
diária. O membro dominante pode apresentar várias diferenças, tanto anatômicas
como funcionais, quando comparado ao membro não dominante. O desequilíbrio
muscular entre os lados pode causar sobrecarga e compensações que alteram o
movimento. As diferenças laterais de membros inferiores podem desencadear
várias lesões e comprometer o desempenho.
Os dados obtidos mostraram que a maioria dos
pacientes eram destros, sendo 21 pacientes, 91,30% e 2 eram sinistros sendo
8,70%.
Tabela IV – Média do teste de Finger-Floor em idosos
participantes do Projeto de Responsabilidade Social Instituto Sênior,
Fortaleza/CE, 2017.
O Teste de Finger-flooré
uma avaliação da flexão de tronco, na qual
intervêm também as articulações
coxofemorais e a musculatura posterior das extremidades inferiores. O
paciente
tenta alcançar o solo por flexão da coluna, mantendo os
joelhos em extensão, o
examinador irá anotar a distância entre a ponta do
terceiro dedo ao solo em
centímetros. Quando o dedo médio se apresenta mais
próximo do chão, prognostica
que o indivíduo possui uma boa flexibilidade ou mobilidade
relativa a estes
segmentos corporais [16,17].
Os dados obtidos foram tabulados em três
grupos: 9 pacientes ficaram entre 0 e 8 cm de encostar no chão obtendo-se uma
média de 3 cm representando 39,13% da amostra. Nove pacientes obtiveram como
resultado 12 e 20 cm do chão tendo uma média de 15,9 cm representando 39,13% e
5 pacientes ficaram entre 20,5 e 29 cm para encostar no chão tendo uma média de
24,5 cm representando 21,73% da amostra. A distância mínima obtida no teste foi
0 cm (encostaram no chão) e a máxima foi de 29 cm tendo como média geral 12,4
cm.
Tabela V – Dados Gerais do Teste do ângulo Poplíteo em idosos participantes do
Projeto de Responsabilidade Social Instituto Sênior, Fortaleza/CE, 2017.
Os dados gerais obtidos com o teste do ângulo
poplíteo mostraram que a amplitude de movimento avaliada nos pacientes com
artrose de joelho foi insatisfatória comparada com a amplitude normal em uma
musculatura normalmente flexível.
De todos os 23 pacientes avaliados, obtiveram
uma amplitude mínima de 30° e uma máxima de 85° com uma média de 51,9° no
membro inferior direito. Foram separados em dois grupos, um de 15 pacientes
entre 30 e 55°, obtendo 65,21% e 8 pacientes com amplitude entre 60 e 85°,
representando 34,78% da amostra geral obtida no membro inferior direito.
Já no membro inferior esquerdo foi obtido uma
amplitude mínima de 40° e uma máxima de 75° com uma média de 53,04°. Foram
separados em dois grupos, um de 14 pacientes entre 40 e 55°, obtendo 60,86% e 9
pacientes com amplitude entre 60 e 75°, representando 39,13% da amostra geral
obtida no membro inferior esquerdo.
Tabela VI – Dados do Teste do Ângulo Poplíteo em pacientes sinistros e destros,
respectivamente, em idosos participantes do Projeto de Responsabilidade Social
Instituto Sênior, Fortaleza/CE, 2017.
Dentre
todos os pacientes avaliados, apenas 2
tinham dominância no membro inferior esquerdo, equivalendo a
8.70% da amostra
total. Os dados obtidos mostraram que no membro inferior direito
obtiveram como
graduação mínima 40° e máxima de
50° com uma média de 45°. Já os dados obtidos
no lado dominante (esquerdo) mostraram que obtiveram como
graduação mínima e
máxima um valor de 50° com uma média de 50°.
Dentre todos os pacientes avaliados, 21 tinham
dominância no membro direito, equivalendo a 91,30% da amostra total. Os dados
mostraram que no membro dominante (direito) obtiveram como graduação mínima 30°
e máxima de 85° com uma média de 53,33°. A respeito da graduação obtida no
membro dominante (direito), 2 obtiveram 30° (9,52%), 5 obtiveram 40° (23,80%),
1 obteve 49° (4,34%), 4 obtiveram 50° (19,04%), 1 obteve 55° (4,34%), 4
obtiveram 60° (19,04%), 2 obtiveram 70° (9,52%), 1 obteve 75° (4,34%) e 1
obteve 85° (4.34%). Já os dados mostraram que no membro não dominante
(esquerdo) obtiveram como graduação mínima 40° e máxima de 75° com uma média de
45°. A respeito da graduação obtida no membro não dominante (esquerdo), 4
obtiveram 40° (19,04%), 1 obteve 45° (4,34%), 6 obtiveram 50° (28,57%), 1
obteve 55 (4,34%), 7 obtiveram 60° (33,33%), 1 obteve 65° (4,34%) e 1 obteve
75° (4,34%).
Diante do objetivo geral que foi avaliar a
flexibilidade da musculatura posterior da coxa em idosos, através dos testes,
pôde-se observar que todos estão com déficit de flexibilidade. O membro
dominante que prevaleceu no estudo foi o direito. Quando feita a comparação
entre os membros inferiores direito e esquerdo em relação ao nível de
flexibilidade com o teste do ângulo poplíteo, percebeu-se que houve uma
diferença de maior amplitude e flexibilidade entre o membro de dominância com o
não dominante em que o membro dominante possui uma maior flexibilidade do que o
membro não dominante tanto em pacientes sinistros ou destros.
O teste de Finger-floor
apresentou uma média de 12,4 cm, um valor consideravelmente acima do esperado
em pacientes com boa flexibilidade e amplitude de movimento, porém não pôde
verificar se a flexibilidade dos indivíduos estudados era menor ou maior, pois
não se fez uma comparação do mesmo. Nesse sentido, sugere-se o desenvolvimento
de novos estudos para demonstrar se as diferenças dos níveis de flexibilidade
observados nos idosos representam um fator determinante ou condicionante da
ocorrência de lesões, bem como estudos que proponham intervenção no controle
dessa variável.