ARTIGO
ORIGINAL
Estudo
comparativo do crescimento e desenvolvimento motor de crianças com faixa etária
entre 18 e 42 meses de escolas privadas versus públicas
Comparative study of growth and motor development in 18-42 months
children of public versus private schools
Luana Maria Maia de
Oliveira*, Márcia Alves de Souza*, Célio Diniz Machado Neto**, Renan Alves da
Silva Júnior**, Edinilda Firmino Pereira***, Manuela
Carla de Souza Lima Daltro****
*Estudante do Curso
de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos – FIP, Patos/PB,; **Mestre e Professor do Curso de Fisioterapia das
Faculdades Integradas de Patos – FIP, Patos/PB, ***Especialista e Preceptora do
Curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos – FIP, ****Doutora e
Professora das Faculdades Integradas de Patos – FIP
Endereço
para correspondência:
Manuela Carla de Souza Lima Daltro, Rua Misael de Sousa, 991- Jardim Guanabara,
Patos, PB, E-mail:manucacarla@hotmail.com.
Resumo
O desenvolvimento e o
crescimento infantil são influenciados por fatores ambientais, dinâmica
familiar e estrutura socioeconômica. O objetivo deste trabalho foi comparar o
crescimento e desenvolvimento motor de crianças com faixa etária de 18 a 42
meses de escolas públicas versus privadas. Trata-se de uma pesquisa do tipo
aplicada, com abordagem quantitativa, através de um questionário semi-estruturado que continham
questões como: escolaridade, estado civil, renda familiar do responsável e
informações da criança como: peso e altura atual da criança e dados do seu
desenvolvimento, a análise dos dados foi através do programa estatístico SPSS.
O peso e altura atuais a média foi de 15,88kg e 0,95 (dp=3,94/0,15)
nas escolas públicas e 17,41kg e 1,09m (dp=
2,75/0,14) nas escolas privadas, observando que a maior parte das crianças
estão acima do peso, independentemente da classe econômica e em relação a altura 62,5% das escolas privadas estão acima da altura.
Quanto ao desenvolvimento motor existiu diferença significativa no que se
refere o controle cefálico e engatinhar, onde as crianças de escolas privadas
adquiriram esses marcos motores mais cedo. Ao final do
estudo, percebeu-se que o fator socioeconômico tornou-se estatisticamente
significativo quando comparada as crianças das escolas públicas com as de
escola privada.
Palavras-chave: crescimento
infantil, desenvolvimento motor, escolas públicas, escolas privadas, fator
socioeconômico.
Abstract
Child development and growth are influenced by environmental factors,
family dynamics and socioeconomic structure. The objective of this study was to
compare the growth and motor development of children aged 18 to 42 months from
public versus private schools. This applied type study, with a quantitative
approach, through a semi structured questionnaire contained questions such as:
schooling, marital status, family income of the person in charge and
information about the child as: current weight and height and data of its
development. The analysis of the data was through the statistical program SPSS. The current weight and height were 15.88 ± 3.9
4kg and 0.95 ± 0.15 in public schools and 17.41 ± 2.75 kg and 1.09 ± 0.14 m in
the private schools, noting that most children are overweighted.
Regardless of economic class and in relation to height 62.5% of private schools
are above the medium height. As for motor development, there was a significant
difference in the control of head and crawling, where the children of private
schools acquired earlier these motor skills. At the end of the study, we
observed that the socioeconomic factor is statistically significant when
compared the children of public schools with those of private school.
Key-words: infant
growth, motor development, public schools, private schools, socioeconomic
factor.
O crescimento trata-se
de um processo biológico, de propagação e aumento do tamanho celular, expresso
pelo aumento do tamanho corporal. Todo indivíduo nasce com um potencial
genético de crescimento, que será ou não atingido, a depender das condições de
vida a que esteja submetido desde a sua formação até a idade adulta. Portanto o
crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e
malformações) e fatores extrínsecos, dentre os quais destacam-se
a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a
criança [1].
Nas crianças menores de cinco anos, a
influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a dos fatores
genéticos para expressão de seu potencial de crescimento. Os fatores genéticos
apresentam a sua influência marcada na criança maior, no adolescente e no jovem
[2].
O crescimento em
condições economicamente desfavoráveis durante os primeiros anos de vida pode
ter efeito ainda mais negativo em todas as áreas do desenvolvimento comparado
com estágios posteriores do ciclo da vida [3]. Os primeiros anos de vida são
fundamentais para o desenvolvimento humano em todos seus aspectos: motor,
psicossocial e cognitivo. Isso ocorre porque, mesmo após o nascimento, o
cérebro encontra-se em intensa organização neurofisiológica propiciando um
período de grande riqueza e potencialidade para o desenvolvimento [4].
O baixo nível
socioeconômico é considerado uma ameaça constante ao bem- estar da criança e
uma limitação de suas oportunidades de desenvolvimento. Em determinadas situações,
a pobreza permeia na relação familiar, aumentando a incidência de conflitos
entre os pais e produzindo um efeito direto no relacionamento dessas crianças.
Na família, a separação dos pais, os desentendimentos, o alcoolismo, as doenças
crônicas e o óbito também podem repercutir em atrasos no desenvolvimento [5].
Segundo Almeida et al. [6], o desenvolvimento motor é
influenciado pela interação entre a criança e o ambiente que a mesma está
inserida. Os estímulos são essenciais para a garantia do desenvolvimento e
crescimento adequados, pois cada estímulo exige uma resposta motora promovendo
o ganho de habilidades conforme as necessidades de resposta ao meio [7].
O desenvolvimento
motor é um processo de alterações no nível de funcionamento de um indivíduo,
onde uma maior capacidade de controlar movimentos é adquirida ao longo do
tempo. Esta contínua alteração no comportamento ocorre pela interação entre as
exigências da tarefa (físicas e mecânicas), a biologia do indivíduo
(hereditariedade, natureza e fatores intrínsecos, restrições estruturais e
funcionais do indivíduo) e o ambiente (físico e sociocultural, fatores de
aprendizagem ou de experiência), caracterizando-se como um processo dinâmico no
qual o comportamento motor surge das diversas restrições que rodeiam o
comportamento [8].
Diante do contexto, a
atual pesquisa visa comparar o crescimento e desenvolvimento motor de crianças
com idade de 18 a 42 meses em escolas privadas e públicas.
O presente estudo
caracteriza-se como um estudo de corte transversal, com abordagem quantitativa.
A pesquisa foi realizada em duas escolas: uma de rede pública e outra de rede
privada, localizado na cidade de Patos/PB. As diretoras das referidas
instituições assinaram o Termo de Autorização Institucional e a coleta de dados
foi realizada durante o segundo semestre de 2016, após aprovação do trabalho
pelo Comitê de Ética das Faculdades Integradas de Patos.
Participaram da
pesquisa um grupo formado por 32 responsáveis pelos alunos da escola pública e
32 responsáveis dos alunos da escola privada. Sendo critério de inclusão: ter
filho de 18-42 meses; não se opor a participar da pesquisa; não ter realizado
uma pesquisa prévia sobre o assunto abordado e assinar o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Para a coleta de
dados foi utilizado uma entrevista contendo questões como: identificação do
Responsável: sexo, idade, parentesco com a criança, raça/Cor, escolaridade e
estado civil; como também identificação da Criança: sexo, idade gestacional,
tipo de parto, idade atual da criança, peso e altura atuais e identificação do
Desenvolvimento Neuropsicomotor: idade em que
(sustentou a cabeça, rolou, arrastou, sentou, engatinhou, andou, falou palavras
como papai e mamãe e sorriu com brincadeiras).
Os dados foram
analisados através do programa estatístico Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS 22.0). Foi realizado Test T
para realizar correlação entre as variáveis de escola pública e privada.
Admitiu-se nível de significância estatística de 5%.
O projeto foi
aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integras de Patos –
FIP, sob nº: 1.239.193 e seguiu a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de
Saúde.
A tabela I apresenta
as características socioeconômicas dos responsáveis das crianças, em que 93,8%
eram as mães, sendo a média de idade de 27,28 ± 6,11 anos nas escolas públicas
e 31,36 ± 6,72anos nas escolas privadas e a média da
renda familiar de R$1127,50 ± 1068,8 nas públicas e R$ 2884,38 ± 789,9 nas
privadas (tabela I).
Tabela
I - Características socioeconômicas dos
responsáveis das crianças de 18-42 meses, de escola pública versus privada na
cidade de Patos, no ano de 2017.
Em relação às
características perinatais pode-se observar que 90,63% das crianças tanto de
escola pública como de escola privada nasceram à
termo, a média de peso e altura ao nascimento foi de 3293,56 ±775,15 g e 47,16
± 3,77 cm nas escolas públicas e 3417,34 ± 637,8 g e 48,19 ± 2,93 cm nas
escolas privadas; a média do apgar no 1° e 5° minuto
foram respectivamente 8,36 e 9,45 nas escolas públicas e 8,35 e 9,5 nas escolas
privadas (tabela II).
Tabela
II -
Características perinatais das crianças
de 18-42 meses, de escola pública versus privada na cidade de Patos, no ano de
2017.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Ao analisar peso e
altura atuais a média foi de 15,88 ± 3,94 kg e 0,95 ± 0,15 m nas escolas
públicas e 17,41 ± 2,75 kg e 1,09 ± 0,14 m nas escolas privadas; podendo
observar que de acordo com o gráfico de peso X idade e altura x idade do
Ministério da saúde e preconizado pela Organização Mundial de Saúde (2006), a
maior parte das crianças estão acima do peso, independentemente da classe
econômica e em relação a altura 62,5% das escolas
privadas estão acima da altura (tabela III).
Tabela
III
- Classificação de peso e altura atuais
das crianças de 18-42 meses, de escola pública versus privada na cidade de
Patos, no ano de 2017.
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
A tabela IV demonstra
a idade de aquisição dos principais marcos motores, existindo
diferença significativa no que se refere o controle cefálico e engatinhar, em
que maiores porcentagens das crianças de escolas privadas adquiriram esses
marcos motores mais cedo.
Tabela
IV -
Classificação da idade de aquisição dos
marcos motores de crianças de 18-42 meses, de escola pública versus privada na
cidade de Patos, no ano de 2017.
No atual estudo foi
possível observar que o nível de escolaridade é maior nos responsáveis pelas
crianças de escolas privadas. Haywood e Getchell [9] relatam que a escolaridade dos pais esta
intimamente ligada à condição socioeconômica dos mesmos. E ela que influencia a
moradia, saúde e educação do ser humano, como também a rotina de toda a
família. Segundo Whaley e Wong [10], o grau de escolaridade
é um fator influenciador no crescimento, sendo evidenciado que as mães com
maior grau de escolaridade realizam com mais propriedade os cuidados
preventivos e curativos de doenças com as crianças, além de desenvolver
cuidados para promoção da saúde de seus filhos. Vários estudos vêm apontando a
escolaridade materna como fator de proteção para o desenvolvimento saudável da
criança, tanto global quanto específico.
O ambiente no qual a
criança está inserida é importante para seu desenvolvimento físico, quanto mais
experiências motora a criança vivenciar, maior e melhor será o seu repertorio
motor. Diferenças no desenvolvimento motor em crianças provenientes de
diferentes níveis socioeconômicos têm sido analisadas em pesquisas [11]. As
quais têm mostrado relevante enfatizar que as posições socioeconômicas e o
nível de escolaridade dos pais juntamente com os diversos ambientes
proporcionados através destas, interferem significativamente no desenvolvimento
motor infantil. As crianças as quais a famílias podem oportunizar praticas de
tarefas especificas, consequentemente repercutirá positivamente no seu
desenvolvimento motor.
Gilberg e Gilberg [12] afirmam que fatores como o nível sócio
econômico, grau de escolaridade, a tipologia dos espaços existentes nas casas,
os tipos de solos, a variedade de brinquedos e objetos, a roupa que usa a
presença ou não de irmãos, as praticas dos parentes ou de pessoas que vivem no
ambiente da criança, entre outros, constituem fatores intervenientes nas
oportunidades que conferem desafios ao individuo em desenvolvimento.
Na primeira infância
os principais vínculos, bem como os cuidados e estímulos necessários ao
crescimento e desenvolvimento, são fornecidos pela família [13].
A interação da
criança com o adulto ou com outras crianças é um dos principais elementos para
uma adequada estimulação no espaço familiar. Os processos proximais são
mecanismos constituintes dessa interação, contribuindo para que a criança
desenvolva sua percepção, dirija e controle seu comportamento. Além disso,
permite adquirir conhecimentos e habilidades, estabelecendo relações e
construindo seu próprio ambiente físico e social [14]. Estudos sobre associação
entre estimulação ambiental e cognição concluem que mães orientadas a
estimularem seus bebês, por meio de uma variedade de experiências perceptivas
com pessoas, objetos e símbolos, contribuíram para o desenvolvimento cognitivo
das crianças, observando-se consequências positivas em longo prazo [15].
Qualquer que seja a
sua estrutura, a família mantém-se como o meio relacional básico para as
relações da criança com o mundo [16]. No ambiente familiar, paradoxalmente, a
criança tanto pode receber proteção quanto conviver com riscos para o seu
desenvolvimento. Fatores de risco relatados se referem frequentemente ao baixo
nível sócio econômico e à fragilidade nos vínculos familiares, podendo resultar
em prejuízos para solução de problemas, linguagem, memória e habilidades
sociais [17].
Segundo Rutter e Sroufe [18], pais que
são estruturados e moram juntos, a criança se
desenvolve rapidamente e consequentemente de forma sadia, esse crescimento e
desenvolvimento não é observado entre as crianças cujo principal cuidador não
possuí companheiro, e entre aquelas crianças que não dispunham do convívio
paterno. A presença do companheiro interfere positivamente na qualidade da
estimulação disponível no ambiente familiar, o que pode estar ligado à
influência positiva de sua presença no desempenho da função materna.
Diversos fatores,
porém, podem colocar em risco o curso normal do desenvolvimento de uma criança.
Definem-se como fatores de risco uma série de condições biológicas ou
ambientais que aumentam a probabilidade de déficits no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Dentre as principais causas de
atraso motor encontram-se: baixo peso ao nascer, distúrbios
cardiovasculares, respiratórios e neurológicos, infecções neonatais,
desnutrição, baixas condições sócio-econômicas,
nível educacional precário dos pais e prematuridade. Quanto maior o número de
fatores de risco atuantes, maior será a possibilidade do comprometimento do
desenvolvimento [19]. O período de crescimento intra-uterino é de vital importância para o ser
humano, pois é quando se observa maior velocidade de crescimento.
A atual pesquisa
mostra que na escola pública a grande parte das crianças é do sexo masculino e
na escola particular correspondem a 50%. Alguns estudos relatam que existem
diferenças de acordo com o sexo, no brincar infantil, que são importantes na
medida em que possibilitam que meninos e meninas desenvolvam-se de maneira
diferenciada, adquirindo habilidades diversificadas. Os fatores que influenciam
nessa diferenciação podem ser predisposições inatas relacionadas às diferenças
entre os gêneros, que são influenciadas pelo ambiente, cultura ou múltiplos
fatores que interagem ao longo do processo de desenvolvimento [20].
Estudos asseguram que
a maior parte das crianças com peso abaixo da linha de normalidade é de sexo
masculino e a maioria das classificadas como normais ou com sobrepeso são do
sexo feminino, com diferenças estatisticamente significativas [21].
Nos últimos 20 anos,
a população pediátrica também se tornou alvo deste excesso de gordura corporal,
possivelmente devido a hábitos alimentares inadequados e à inatividade física.
O estilo de vida atual, resultante de um conjunto de fatores como inserção da
mulher no mercado de trabalho, violência nas grandes cidades, aumento da carga
horária escolar, refeições fora do domicílio, ausência dos pais nas refeições,
entre outros, pode contribuir para a instalação da obesidade, com repercussões
na saúde infantil e na vida adulta independentemente de classe social [22].
Schneider [23] chama
a atenção para o aumento nas prevalências de obesidade entre crianças e
adolescentes mesmo em regiões onde anteriormente prevalecia a subnutrição,
acompanhando uma tendência já observada há alguns anos nos países
desenvolvidos.
Na escola privada
62,5% das crianças estão acima da altura. Burrows et al. [24] consideram a tendência secular
do crescimento e a prevalência de menor altura nos grupos desfavorecidos sócio-economicamente e sugerem que o retardo no crescimento
esteja mais relacionado à desnutrição de longa duração por privação alimentar
ou morbidade reincidente do que a fatores genéticos. Dentre os fatores sócio-econômicos, a escolaridade dos pais tem sido
positivamente relacionada à altura da criança [25],
provavelmente pelos melhores cuidados dedicados a ela e pelas maiores
oportunidades profissionais, renda e acesso a bens e serviços [26].
Rugolo [27] considera os principais marcos do desenvolvimento motor grosso: o
controle cervical e de tronco, rolar, sentar, engatinhar, marcha lateral,
postura em pé e caminhar sem apoio.
Em ambas as escolas a
grande parte das mães relataram que as crianças adquiriram controle cefálico
aos 2 meses de idade. Gonzalez [28] afirma que durante
o primeiro trimestre a vida do Recém Nascido (RN) é ritmada pelo sono e pela
alimentação, o que deve ser respeitado. É comum, nesta fase, a presença de
“movimentos desencontrados”, o que é chamado de assimetria, pois a atividade
reflexa é muito intensa. A criança apresenta flexão fisiológica (fica curvada),
mãos quase sempre fechadas (reflexo de preensão palmar) e uma tendência a
manter a cabeça virada para um lado (direito ou esquerdo). A principal
aquisição motora nesta fase é o controle da cabeça, em que no 2º mês, o queixo
já se encontra fora do apoio; a cabeça permanece mais tempo elevada. Assim,
quando puxado para sentar, a cabeça começa a ser controlada a partir de 45º,
mantendo ativamente a cabeça na linha média.
Com o decorrer dos meses, o bebê vai
gradativamente adquirindo habilidades motoras até atingir o sexto mês, período
em que o bebê já está apto a realizar o rolar, pois já apresenta elementos e
fatores que possibilitam tal aquisição [29], porém no atual estudo 50% dos
responsáveis de escolas públicas e 46,9% das escolas privadas afirmaram que as
crianças adquiriram o rolar aos 3 meses, fase em que
inicia-se esse marco.
Em ambas as escolas a
maior parte dos responsáveis afirmaram que as crianças adquiriram a sedestação aos 6 meses, Gonzalez
[28] relata que o sentar é iniciado aos 6 meses, mas a criança ainda não
apresenta controle total nesta posição,tendendo a
inclinar o tronco para frente e não possuindo controle nas posições laterais.
Quando indagados
sobre o marco engatinhar, 29,6% dos responsáveis da escola privada disseram que
aos 6 meses enquanto que 21,4% da escola pública aos 7
meses. Porém, Gonzalez [28] relata que entre o 8º e 9º mês o movimento para
sentado acontece com o bebê se arrastando para trás, o que seria a posição de
gatas para em seguida realizar o deslocamento: engatinhar.
Do décimo ao décimo
segundo mês, a criança tem vontade de realizar tudo sozinha. A criança já se
levanta com auxílio para a posição de pé e anda apoiada em grade da cama,
móveis ou sustentada pela mão. No início, anda com os braços e pernas abertos
para se equilibrar melhor [28].
Ao fim do estudo,
conclui-se que o fator socioeconômico tornou-se estatisticamente significativo
quando comparada as crianças das escolas públicas com as de escola privada, e
que em relação ao crescimento a maior parte das crianças estão acima do peso,
independentemente da classe econômica, em relação à altura 62,5% das escolas privadas
estão acima da altura, e quanto ao desenvolvimento motor existiu diferença
significativa no que se refere o controle cefálico e engatinhar, em que maiores
porcentagens das crianças de escolas privadas adquiriram esses
marcos motores mais cedo. Deve-se levar em consideração que os marcos
motores foram indicados pelos responsáveis, que podem
ter sido mascarados com sub ou superestimação de idades.