ARTIGO
ORIGINAL
Perfil
clínico dos pacientes atendidos na especialidade de geriatria em uma
clínica-escola de fisioterapia de uma instituição de ensino superior
Clinical profile of geriatric patients in a clinical school of
physiotherapy of a high education institution
Fernanda Laísse Silva Souza*, Francyara
Souza Silva*, Valdete Pereira Melo*, Eva Jeminne de
Lucena Araújo**, Mayara Leal Almeida Costa***
*Acadêmica
do Curso de Bacharelado em Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos -
FIP, Patos/PB, **Professora Mestranda do Departamento de Fisioterapia das
Faculdades Integradas de Patos - FIP, Patos, ***Professora Mestra e Doutoranda
do Departamento de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos - FIP
Endereço
de correspondência:
Fernanda Laísse Silva Souza, Faculdades Integradas de
Patos, Avanir Suassuna Maia, 308, 58884-000 Catolé do
Rocha PB, E-mail: fernandalaisse1@hotmail.com
Resumo
O objetivo da
pesquisa foi delinear o perfil clínico de idosos atendidos em uma
clínica-Escola de Fisioterapia de uma Instituição de Ensino Superior da
Paraíba, envolvendo o perfil biodemográfico, sono, déficit
auditivo e visual, condições emocionais, equilíbrio e capacidade funcional.
Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, que foi realizado por meio de
coleta de dados de prontuários dos pacientes, abordados pela avaliação
geriátrica, de uma clínica escola de fisioterapia, da cidade de Patos/PB de
todos os pacientes atendidos no período de Fevereiro à Maio de 2017. Como
resultado o estudo constou de 18 prontuários de idosos, com uma média de idade
de 73,20 anos. Em relação ao sono, percebeu-se predominância no sono normal,
com 44,4% e em seguida sono interrompido, com 33,6%. Observou-se que 88,90% dos
idosos não apresentaram deficiência auditiva, e nas condições emocionais
apresentavam-se orientados. Em relação ao equilíbrio dinâmico pode-se observar
que os idosos realizavam as atividades sem dificuldade, onde 88,90% andavam em
linha reta, 77,80% andavam para os lados 72,20% andavam para trás e 50% andavam
na ponta dos pés. Na análise da capacidade funcional de idosos observou-se
independência nas atividades básicas de vida diária.
Palavras-chave: envelhecimento,
idoso, paciente, avaliação.
Abstract
The objective of the research was to delineate the clinical profile of
elderly people attending a clinical-school of physiotherapy of a Higher Education
Institution of Paraíba, involving the biodemographic profile, sleep, auditory and visual deficit,
emotional conditions, balance and functional capacity. This was a retrospective
and descriptive study, which was carried out by means of data collection of
patients' charts, approached by the geriatric evaluation, in the city of Patos/PB of all the patients attended in the period of
February to May 2017. As a result, the study consisted of 18 medical records of
the elderly, with a mean age of 73.20 years. We observed predominance of normal
sleep, with 44.4%, then interrupted sleep, with 33.6%.
88.90% of the elderly did not present hearing disorders, and have good
emotional orientations. In relation to the dynamic balance we observed that the
elderly are active without difficulty: 88.90% walked in a straight line, 77,80% walked to the sides 72.20% walked back and 50% walked
in the tip of the feet. In the analysis of functional capacity of the elderly,
we observed independence in the basic activities of daily living.
Key-words: aging, ederly, patient, evaluation.
O aumento da
expectativa de vida da população é uma realidade derivada das evoluções que
ocorreram no século XX, tais como transições demográficas e epidemiológicas,
ocorrendo mudanças nos padrões de saúde e doença e um decréscimo na fecundidade
e mortalidade, resultando no aumento da expectativa de vida, e consequentemente
no envelhecimento da população e aumento das doenças crônicas não
transmissíveis, que compromete a dependência funcional e qualidade de vida do
indivíduo [1].
Segundo a Organização
das Nações Unidas (ONU), em relação aos países em desenvolvimento, idosos são
indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, sendo o envelhecimento um
processo de desenvolvimento normal, envolvendo alterações biológicas,
funcionais e químicas, além de fatores ambientais e socioculturais como
qualidade de vida, sedentarismo e dieta contribuem para se ter um
envelhecimento sadio ou patológico, portanto, é de extrema importância que os
profissionais, familiares e cuidadores estejam atentos a esses processos de
transformações apresentados visando sempre uma melhor qualidade de vida para
ambas as partes [2].
A velhice vem
adquirindo rótulos na nossa sociedade como sendo um período incapacitante, de
doenças, perdas, solidão e dependência funcional [3]. Conforme Rebelatto et al. [4], dentre
os fatores que influenciam o processo do envelhecimento, a exemplo dos efeitos
biológicos em geral, enfatizam-se os fatores genéticos, a presença de radicais
livres, a imunidade ou fatores externos (poluição, temperatura e alimentação).
A principal
característica do envelhecimento é o declino das funções dos órgãos com
tendência a ser fisiologicamente linear sem delimitação do momento exato da
transição, variando seu ritmo de idoso para idoso de mesma idade, e de órgão
para outro por sofrer interferência de fatores intrínsecos e extrínsecos [5,6].
Cancela
[7], aponta
que, com o envelhecimento ocorrem diversas alterações nas
funções do organismo.
Dentre elas, destacam-se: diminuição do fluxo
sanguíneo para os rins, fígado e
cérebro; dificuldade dos rins em expelir toxinas e medicamentos;
déficit
metabólico do fígado em processar medicamentos;
alteração da frequência
cardíaca máxima sem alteração da
frequência cardíaca em repouso; diminuição
do
débito cardíaco; diminuição da
tolerância à glicose; diminuição da
capacidade
pulmonar; aumento do volume residual; redução da
capacidade imunológica.
Tudo isso torna o
idoso mais susceptível a dependência para realização do auto
cuidado, a perda da autonomia e da qualidade de vida [8-10]. Veloso;
Monteiro; Farinatti [11], afirmam que alterações
fisiológicas também podem causar redução da força muscular, com influência
marcante nas Atividades da Vida Diária (AVD).
Para que se defina em
qual grupo o idoso irá se encaixar, dois fatores de interferência caminham
juntos, a senescência que é um processo progressivo de diminuição de reserva
funcional e a senilidade definido como um encadeamento patológico que pode ser
causado por fatores emocionais, acidentes ou doenças, ambos exigem
profissionais qualificados e com atuações voltadas a essa população [12].
O envelhecimento é um
considerável fator de risco para doenças crônicas degenerativas, assim como o
sedentarismo, o tabagismo, o alcoolismo e hábitos alimentares inadequados. As
doenças crônicas mais comuns a essa faixa etária são: Parkinson, Demência
(Alzheimer), Acidente Vascular Cerebral, Osteoporose, Catarata, Hipertensão,
Diabetes Mellitus, Incontinência Urinaria, Depressão, entre outras
incapacidades [1].
A capacidade
funcional é um componente essencial na avaliação de idosos. Para uma
independência funcional básica o idoso deve ser capaz de se movimentar sozinho,
como deitar e levantar da cama, ser capaz de cuidar da própria higiene e de se
deslocar. Podendo ser avaliada de diversas formas, como testes de desempenho físico,questionários e escores dos
graus de dificuldades nas atividades básicas e instrumentais de vida diária
[13].
Desta forma, a
inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças
crônicas, associadas a dieta inadequada e uso do fumo.
É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida
moderno propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades
sedentárias, como por exemplo, assistir televisão [1].
Estudos evidenciam
que o cuidado ao idoso depende em grande parte das características individuais
nessa faixa etária, sendo necessário que se faça uma avaliação global do mesmo,
traçando os objetivos do tratamento de acordo com fatores sociodemográficos,
histórico da saúde, aspectos clínicos, incapacidades e independências, entre
outros [14].
De acordo com
Oliveira, Goretti e Pereira [15,16], quando os idosos
apresentam distúrbios de marcha e equilíbrio, eles estão expostos a situações
de risco. Por esse motivo é importante à avaliação do equilíbrio corporal e da
mobilidade, pois, esta requer a avaliação de vários sistemas envolvidos no
mecanismo do controle postural. Várias escalas e testes funcionais têm sido
utilizados com o propósito de identificar comprometimento no equilíbrio e
marcha em idosos
Além de uma boa
avaliação, o idoso deve ser estimulado a prática
constante de atividades físicas, de acordo com a capacidade de cada indivíduo.
Os benefícios da prática corporal/atividade física
para a saúde têm sido amplamente documentados. Os principais benefícios
biológicos, psicológicos e sociais proporcionados pelo desempenho da atividade física/prática corporal são: Melhor funcionamento corporal,
diminuindo as perdas funcionais e favorecendo a preservação da independência;
Redução no risco de morte por doenças cardiovasculares; Melhora do controle da
pressão arterial; Manutenção da densidade mineral óssea, com ossos e
articulações mais saudáveis; Melhora a postura e o equilíbrio; Melhor controle
do peso corporal; Melhora o perfil lipídico; Melhor utilização da glicose;
Melhora de quadros álgicos; Melhora a resposta imunológica; Melhora a qualidade
do sono; dentre outros [1].
Sendo assim, com o
intuito de familiarizar estudantes e profissionais, com as características
fisiológicas e patológicas da população e consequentemente traçar um plano de
tratamento a população estudada, o presente estudo será realizado, com o
objetivo de identificar a partir dos dados contidos nos prontuários o perfil
dos idosos atendidos em uma Clínica-Escola de Fisioterapia de uma Instituição
de Ensino Superior da Paraíba, envolvendo o perfil biodemográfico,
sono, déficit auditivo e visual, condições emocionais, equilíbrio e capacidade
funcional.
Trata-se de um estudo
retrospectivo e descritivo, que foi realizado por meio de coleta de dados de
prontuários dos pacientes idosos, abordados pela avaliação geriátrica, de uma
clínica escola de fisioterapia, da cidade de Patos/PB de todos os pacientes
atendidos no período de Fevereiro à Maio de 2017.
A população do estudo
foi constituída por 23 idosos atendidos no serviço de fisioterapia de uma
clínica escola, após pré seleção a amostra foi composta por 18 prontuários que
apresentaram preenchimento completo do seu prontuário. Utilizou a definição de
idoso constante do art. 2·da Lei n 8.842/94: aquela pessoa com 60 anos ou mais.
Para o levantamento
da população, foi realizada uma consulta nas fichas de avaliação e
acompanhamento dos pacientes no setor. A Clínica Escola atende aproximadamente
20 pessoas idosas, na disciplina de geriatria, por semestre, levando-se em
consideração a prevalência de pessoas com 60 anos ou mais.
Foram considerados
como critérios de Inclusão: paciente com idade superior a 60 anos e que foram
acompanhados pelos alunos da disciplina de geriatria e que tivesse sido
atendido no período de Fevereiro à Maio de 2017. Foram excluídos os prontuários
de pacientes que apresentaram dados incompletos, e/ou ilegíveis.
A coleta de dados
aconteceu no mês de outubro de 2017. Os dados dos prontuários foram coletados
em ficha de coleta para padronização das informações e contemplou um total de
10 itens analisados para cada paciente. Foram levantados os dados biodemográficos (sexo, idade, estado civil, reside com),
condições emocionais, sono, déficit auditivo e visual, equilíbrio e capacidade
funcional (Índice de Kartz) dos pacientes atendidos
no período de fevereiro à maio de 2017. O Índice de Kartz, é um instrumento de medida de das atividades de vida
diária hierarquicamente relacionadas e organizado para
mensurar independência no desempenho dessas seis funções (Banhar-se, vestir-se,
ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação). O formulário de
avaliação possui três categorias de classificação: independente (6 pontos), dependência moderada (4) ou muito dependente (2
ou menos) [17].
Ressalta-se que a
pesquisa foi realizada em uma Clínica Escola de Fisioterapia da cidade de
Patos/PB. Tal unidade presta assistência ambulatorial exclusivamente para
pacientes da comunidade local e cidades circunvizinhas, por meio do controle de
uma triagem, realizada no setor.
Para análise
estatística e elaboração do banco de dados das fichas de coletas, foi utilizado
o Software Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS – versão 21.0) para Windows. Nesse
software foi realizada análise estatística quantitativa, em porcentagem, média,
desvio padrão. As variáveis categóricas foram expressas em números totais e percentagens.
Os preceitos
ético-legais foram estabelecidos de acordo com a Resolução CNS nº 466, de 12 de
dezembro de 2012, que trata de recomendações éticas quando da realização de
pesquisa que envolva seres humanos. O projeto foi encaminhado para apreciação
do Comitê de Ética das Faculdades Integradas de Patos, recebendo a aprovação
com o número de protocolo CAAE: 77355317.2.0000.5181.
O estudo constou de
18 prontuários de idosos, com uma média de idade de 73,2 anos, no qual houve predominância
do sexo feminino com 77,8% (n=14) da amostra. De acordo com o estado civil,
38,9% (n=7) eram viúvos, 33,3% (n=6) eram casados e 27,8% (n=4) solteiros.
Entre as faixas de idades analisadas, a maior parte da amostra é composta pela
faixa etária de 60 - 69, que corresponde a 44,4% (n=8), seguida da faixa etária
de 70-79 anos com 38,8% (n=7) (Tabela I).
Quanto a variável
“reside com”, 33,3% (n=6) relataram residir com filhos, 33,3% (n=6)
companheiros, 16,7% (n=3) relataram residir com outras pessoas, 11,1% (n=4)
residiam com filhos e companheiro e 5,6% (n=1) residia sozinho (Tabela I).
Tabela
I - Caracterização biodemográfico
da amostra (n=18).
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
Em relação ao tipo de
sono, percebeu-se predominância no sono normal, com 44,4% (n=8) e em seguida,
sono interrompido, com 33,6% (n=6). Os níveis de hipersonia
e insônia corresponderam o menor número, com 11,1% em cada um deles (Gráfico 1).
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
Gráfico
1 - Caracterização da amostra quanto ao tipo de
sono.
Analisando o perfil
dos idosos atendidos em uma clínica escola durante o semestre 2017.1,
observou-se que 88,9% (n=16) dos idosos não apresentaram deficiência auditiva.
Na variável deficiência visual, houve uma semelhança dos resultados, em que
metade dos idosos apresentava deficiência visual 50% (n=9) e a outra metade não
apresentavam esta deficiência 50% (n=9). Nas condições emocionais, 94,40%
(n=17) dos idosos atendidos apresentaram-se orientados e 5,60% (n=1) apresentou-se como desorientado (Tabela 2).
Tabela
II - Caracterização dos idosos atendidos quanto
aos déficit auditivo, visual e condições emocionais
durante o semestre 2017.
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
A tabela IV descreve
o resultado do equilíbrio dinâmica dos idosos, onde pode-se
observar que os idosos realizavam as atividades solicitadas sem dificuldade,
onde 88,9% (n=16) andavam em linha reta, 77,8% (n=14) andavam para os lados
72,2% (n=13) andavam para trás e 50,0% (n=9) andavam na ponta dos pés. Apenas
na variável andar sobre os calcanhares, houve uma predominância de idosos que
não realizavam a atividade, com 44,4% (n=8), seguida dos idosos que realizavam
com dificuldade, correspondendo a 33,4 (n= 6) (Gráfico 2).
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
Gráfico
2 - Caracterização da amostra quanto ao
equilíbrio dinâmico dos idosos (n=18).
Na análise da
capacidade funcional de idosos em uma clínica escola de fisioterapia,
observou-se independência nas atividade básicas de
vida diária. No entanto, as variáveis de higiene pessoal, transferência,
continência apresentaram um menor número de idosos que relataram ser
dependentes nestas atividade, com 5,60% (n=1), 16,70%
(n=3) e 5,60% (n=1), respectivamente (Tabela 3).
Tabela
III
- Caracterização dos idosos quanto à
realização das atividades de vida diária– Índice de Kartz
(n=18).
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
Em relação ao nível
de independência da capacidade funcional observou-se que 72,0% (n=13) dos
participantes são independentes para as atividades de vida diária, enquanto
28,0% (n=5) apresentaram dependência parcial para essas atividades e nenhum dos
participantes relatou dependência total (Gráfico 3).
Fonte: Dados da
pesquisa, 2017.
Gráfico
3 - Caracterização dos idosos quanto ao nível de
independência da capacidade funcional – Índice de Kartz.
Neste estudo, os
idosos apresentaram o seguinte perfil: sexo feminino, média de idade de 73,2
anos, viúvos, aposentados, casados, residem com filhos ou companheiro, tipo de
sono normal, sem deficiência auditiva, orientado, apresentando equilíbrio
dinâmico e independência funcional.
O estudo foi
desenvolvido através dos dados de prontuários de pacientes atendidos no setor
de geriatria de uma clínica escola de fisioterapia de uma Faculdade no interior
da Paraíba com, com idades de 60 anos ou mais. São considerados idosos os
indivíduos que estão com 60 anos ou acima deste.
No que se refere ao
sexo observou-se prevalência do sexo feminino no presente estudo. Verifica-se
que, com o processo do envelhecimento há um predomínio das mulheres em relação
aos homens. A explicação para a feminização do
processo do envelhecimento reside na menor mortalidade das mulheres ao longo
dos anos [17]
Em valores referentes
ao estado civil, o maior índice percentual foi viúvos e casados corroborando
com achados de Santos e Griep [18] que identificaram
no seu estudo, idosos casados e viúvos em uma maior proporção
Camarano [19] relata
que os dados coletados mostram que os valores mais altos referem-se a casados e
viúvos devido à maior longevidade das mulheres (no caso de viuvez) e o recasamento mais frequente no homem idoso. Ainda segundo a
autora, também é elevado o número de mulheres solteiras, separadas, desquitadas
e/ou divorciadas.
No Brasil a proporção
de idosos que moravam com filhos era de 33,3% na última Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios, e nas Regiões Norte e Nordeste esse percentual era bem
mais elevado, mais de 50% se encontravam nessa condição [20]. Neste estudo, uma
maior proporção referiu morar com a família (filhos ou companheiro).
Destacando-se que a família tem um importante papel no apoio social e afetivo
para as pessoas que envelhecem, em especial no atendimento de suas necessidades
[18].
Analisando as
características do sono nos idosos pesquisados, observou-se que houve um
predomínio de idosos com tipo de sono normal. Autores como Kramer e Ohayon [21,22] demonstram que mesmo com a diminuição da
quantidade e da qualidade do sono no processo de envelhecimento, há idosos
satisfeitos com seu sono. Fatores como atenção a regularidade do sono (horário
de dormir e acordar) e prática de atividades físicas tendem a minimizar os
impactos negativos relacionados ao sono do idoso.
Quanto às
características clínicas dos idosos atendidos foi observado que a maioria
relatou não apresentar deficiência auditiva e apresenta-se orientado nas
condições emocionais. No entanto, quanto à deficiência visual houve semelhança
nos resultados. Drummond e Alves [23] observaram em seu estudo, que os idosos
relataram apresentar ótima/boa condição visual e
auditiva, além de ausência de distúrbios cognitivos e emocionais, desta forma,
apresentando uma auto percepção favorável.
A capacidade de
manutenção do equilíbrio estático e dinâmico é um ponto crucial para a
manutenção da independência funcional, para reduzir o risco de quedas,
morbidade e mortalidade na velhice [24,25].
A mobilidade também
se estabelece como ponto fundamental da avaliação funcional, pois se relaciona
intimamente com a probabilidade de quedas e, por conseguinte, impacto negativo
na Capacidade funcional [26].
Na presente pesquisa
pode-se observar que os idosos conseguiam realizar as atividades de mobilidade
e equilíbrio, além das atividades básicas de vida diária, o que pode ser fundamental
para a independência do idoso e manutenção da sua qualidade de vida.
O presente estudo
conseguiu traçar o perfil clínico de idosos atendidos em uma clínica-Escola de
Fisioterapia de uma Instituição de Ensino Superior da Paraíba, envolvendo o
perfil biodemográfico, sono, déficit auditivo e
visual, condições emocionais, equilíbrio e capacidade funcional.
E com isso visou
contribuir para o aprimoramento da avaliação clínica de idosos assistidos em
serviços ambulatoriais de fisioterapia. Finalmente, espera-se contribuir para
ampliar o conhecimento sobre a população idosa que recorre ao sistema de
clinica escola de fisioterapia.
Tendo em vista tais
objetivos, foram levantadas informações presentes nos prontuários de pacientes
atendidos entre 2016.1 e 2017.1. Encontrou-se que os pacientes são, em sua
maioria, mulheres, viúvas, com idade em torno de 70 anos e residindo com seus
filhos ou companheiro.
No que se refere ao
sono uma parte considerável dos idosos apresentam indicativo de sono normal.
Quando deficiência auditiva, os idosos não apresentaram alteração e na
deficiência visual, houve uma semelhança dos resultados, e idosos não
apresentaram onde metade dos idosos apresentavam deficiência visual e a outra
metade não apresentavam esta deficiência. Nas condições emocionais, a maioria dos idosos atendidos se apresentaram orientados,
com um bom resultado do equilíbrio dinâmico e realizando as atividade básicas
de vida diária com independência.
Tal indicativo merece
a atenção de profissionais de saúde, em especial aos fisioterapeutas, para que
estudos subsequentes realizados na mesma Clínica e/ou mesmo em outras possam
demostrar a relevância de se investigar o perfil dos seus pacientes, para que
novas condutas possam ser implementadas.
Ainda em relação ao
estudo realizado, constatamos que as fragilidades estão diretamente associados às repercussões do envelhecimento biológico,
social e cronológico e
que as manifestações
presentes nos pacientes analisados podem ser reduzidas por um atendimento
envolvendo vários profissionais de saúde, como enfermeiros, médicos,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, visto que, a estimulação cognitiva,
social e física poderá ser trabalhada diariamente assumindo-se como uma
estratégia preventiva ao aparecimento da fragilidade no idoso.
Neste
sentido,
entendemos que a avaliação de idosos no contexto
ambulatorial deve incorporar
dimensões não estritamente clínicas, visto que
algumas informações podem trazer
indicadores sobre o processo de adoecimento e estratégias de
enfrentamento das
dificuldades enfrentadas pelos idosos. Os serviços de
fisioterapia voltados
para área de geriatria têm uma função
primordial não apenas de tratamento, mas
igualmente de prevenção/promoção e
manutenção de problemas físicos e psíquicos.
Sugere-se a
implantação de uma avaliação com uma abordagem integral do idoso uma equipe
multidisciplinar, na qual o psicólogo desempenha função relevante.