ARTIGO
ORIGINAL
Inicialização
do andar pós-AVE
Gait initiation
after stroke
Gabriela Lopes Gama*,
Ms. Melissa Leandro
Celestino**, Dinah Santos Santana**, Ana Maria Forti Barela**
*Departamento
de fisioterapia, Faculdades Integradas de Patos, **Instituto de atividade
física e ciências do esporte, Universidade Cruzeiro do Sul
Endereço
para correspondência:
Ana Maria Forti Barela, Rua
Galvão Bueno, 868, 13o Andar, Bloco B, 01506-000 São Paulo SP, E-mail: ana.barela@cruzeirodosul.edu.br
Resumo
Em indivíduos com
hemiparesia, quedas ocorrem frequentemente durante tarefas de transição como a
inicialização do andar. Compreender o deslocamento dos membros inferiores
desses indivíduos durante a inicialização do andar pode trazer informações
relevantes para a prescrição de protocolos de treinamento voltados para essa
população. O objetivo desse estudo foi comparar parâmetros cinemáticos durante
a inicialização do andar em indivíduos com hemiparesia em relação a indivíduos
sem acometimento no aparelho locomotor. Doze indivíduos com hemiparesia e 11
indivíduos sadios foram instruídos a permanecerem em pé e parado e, após
comando verbal, se deslocarem andando com velocidade e confortável por
aproximadamente 4m. Marcadores refletivos foram afixados em referências
anatômicas específicas do membro inferior dos participantes. para
definição dos segmentos corporais A distribuição do peso corporal entre os
membros e ângulos articulares do quadril, joelho e tornozelo foram calculados.
Indivíduos com hemiparesia apresentam uma assimetria na distribuição de peso
corporal e redução dos ângulos articulares dos membros parético
e não parético. Indivíduos com hemiparesia apresentam
comprometimento bilateral nos ângulos articulares durante a inicialização do
andar, sugerindo sua incapacidade de compensar o comprometimento no hemicorpo parético durante a
inicialização do andar, aumentando a instabilidade e o risco de quedas.
Palavras-chave: hemiplegia,
cinemática, inicialização do andar
Abstract
In individuals with hemiparesis falls usually occur during transfers
such as gait initiation. Tu understand the
displacement of lower limbs in these individuals during gait initiation can
provide relevant information to prescription of locomotor
training for this population. The aim of the this study
was to compare kinematic parameters during gait initiation between individuals
with hemiparesis and healthy controls. Twelve individuals with hemiparesis and
11 healthy controls were instructed to stay in a standing position and initiate
gait after a verbal command and walk at a comfortable speed for 4m. Reflective
markers were placed on main anatomical landmarks of lower limbs to define body
segments. The body weight distribution in the stand position and joint angles
of hip, knee and ankle were calculated. Individuals with hemiparesis presented
body weight distribution asymmetry and reduction of joint angles of both
paretic and no paretic limbs. Individuals with stroke, present bilaterally impairments
of joint angles during gait initiation suggesting their inability to compensate
paretic impairments with no paretic limb movements, increasing the instability
and risk of falls during this task.
Key-words: hemiplegic,
kinematic, gait initiation
O acidente vascular
encefálico (AVE) se caracteriza por um déficit neurológico resultante de lesão
encefálica, causada pela interrupção do fluxo sanguíneo para essa região e a
consequente morte neural [1]. Comprometimentos sensoriais e motores vivenciados
após o AVE afetam predominantemente o hemicorpo contralateral ao hemisfério cerebral acometido o
que caracteriza a hemiplegia quando o comprometimento é total e a hemiplegia
quando o comprometimento é parcial [2,3]. Além desses comprometimentos,
indivíduos que sofreram AVE comumente apresentam comprometimentos no
equilíbrio, propriocepção, tônus, potência e resistência muscular, bem como na
cognição e sensibilidade [4,5]. Juntos, esses comprometimentos limitam a
execução de diversas atividades cotidianas e interferindo diretamente na
qualidade de vida e na funcionalidade desses indivíduos [6-8].
Em termos de
funcionalidade, indivíduos com hemiparesia apresentam dificuldade na execução
de tarefas de transição como sentar e levantar e iniciar o andar, quando o
centro de massa deve se deslocar de uma maior base de suporte para uma menor
base de suporte [9-11]. Essas dificuldades não apenas limitam a mobilidade e
funcionalidade desses indivíduos, mas também aumentam o risco de quedas.
Uma tarefa que
envolve transição de movimento e mudança de uma maior base de suporte para uma
menor é a inicialização do andar. Especificamente, a inicialização do andar
pode ser definida como a transição entre a postura em pé e quieta e o andar
[12]. À primeira vista, essa pode parecer uma tarefa simples. Entretanto, do
ponto de vista biomecânico, é uma tarefa desafiadora que exige controle motor e
equilíbrio para coordenar a postura e os movimentos durante sua execução [13].
Alguns estudiosos
demonstraram que indivíduos com hemiparesia executam a inicialização do andar
mais lentamente, com redução do deslocamento do centro de pressão, redução da
componente anteroposterior da força de reação do solo do membro parético, e comprometimento na ativação muscular do
tornozelo bilateralmente [11,13,14]. Apesar desses
conhecimentos, há ainda diversos aspectos que precisam ser esclarecidos a
respeito do deslocamento dos membros inferiores de indivíduos com hemiparesia
durante a inicialização do andar.
Para nosso
conhecimento, somente Bensoussan et al. [13] investigaram parâmetros cinemáticos da inicialização do
andar de indivíduos com hemiparesia. Entretanto, somente 3
indivíduos que apresentavam pé equino varo, comprometimento ortopédico que pode
comprometer a inicialização do andar foram avaliados, o que pode limitar a
generalização dos resultados encontrados. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo foi comparar os ângulos articulares dos membros inferiores durante a
inicialização do andar de indivíduos com hemiparesia crônica em decorrência de
AVE e de indivíduos sem acometimento no aparelho locomotor, considerados neste
estudo como neurologicamente sadios. Esses resultados poderão revelar
limitações angulares apresentadas por indivíduos com hemiparesia pós AVE, servindo como base para prescrição de protocolos de
treinamento voltados para melhorar a inicialização do andar e redução do risco
de quedas nessa população.
Matérial e
métodos
Trata-se de um estudo
quantitativo, analítico e transversal realizado no Laboratório de Análise do
Movimento, Instituto de Ciências da Atividade Física e Esporte, da Universidade Cruzeiro do Sul (Protocolo n° 016/2013). O
mesmo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da referida
instituição, e antes de qualquer procedimento experimental, todos os
participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.
Amostra
Participaram do
estudo 12 indivíduos com hemiparesia em decorrência de AVE com idade entre 55 e
68 anos, que formaram o grupo AVE (GAVE); e 11 indivíduos sem qualquer queixa
de comprometimento no aparelho locomotor com idade entre 54 e 67 anos, que formaram
o grupo controle (GC). Os critérios de inclusão para o GAVE foram: hemiparesia
crônica em decorrência de AVE isquêmico ou hemorrágico,
tempo de lesão superior a seis meses, ausência de quaisquer alterações
ortopédica e pulmonar, ou outra alteração neurológica que pudesse comprometer o
andar, habilidade para compreender e seguir comandos verbais simples,
capacidade para andar continuamente por aproximadamente 4 m. Foram excluídos
indivíduos que precisassem de qualquer assistência durante a realização da
tarefa. Os critérios de inclusão do GC foi não apresentar qualquer patologia
ortopédica, neurológica ou pulmonar que comprometesse o andar, habilidade para
compreender e seguir comandos verbais simples, capacidade para andar
continuamente por aproximadamente 4 m e não fazer uso de qualquer medicamento
que pudesse afetar o andar e o equilíbrio. A tabela I apresenta a
caracterização da amostra.
Tabela
I - Características gerais dos participantes:
grupo AVE (GAVE) e grupo controle (GC).
Procedimentos
Um sistema
computadorizado de análise tridimensional do movimento (VICON Bonita 10)
composto por sete câmeras integradas em série foi utilizado para registro dos
dados cinemáticos da inicialização do andar. Além disso, foram utilizadas duas
plataformas de força (modelo 9286BA, Kistler)
posicionadas em paralelo no centro de uma passarela de 7 m.
Antes da aquisição
dos dados, marcadores refletivos foram posicionados em pontos anatômicos
específicos os membros inferiores os participantes, baseado no modelo
biomecânico “PlugInGait
(SACR)” (Vicon, MX Systems). Mais especificamente os
marcadores foram posicionados no sacro, e bilateralmente na espinha ilíaca anterosuperior, coxa, joelho, perna, maléolo lateral,
calcâneo e segundo metatarso, totalizando 15 marcadores.
Após o posicionamento
dos marcadores os participantes foram instruídos a permanecer em pé, descalços,
com um pé sobre cada uma das plataformas de força e o mais parado possível por
aproximadamente 5 segundos, quando foi registrada uma tentativa estática. A
partir dessa posição foram iniciadas as tentativas dinâmicas quando os
participantes deveriam permanecer na o mais parado possível com um pé sobre
cada uma das plataformas de força e iniciar o andar após o comando verbal do pesquisador,
percorrendo uma distância de aproximadamente 4 m. Todos os participantes
deveriam iniciar o andar com velocidade confortável. Os indivíduos com
hemiparesia iniciaram o andar com o membro parético
enquanto que os participantes do GC iniciaram o andar com o membro direito.
Foram realizadas pelo
menos três tentativas dinâmicas, sendo fornecidos intervalos de descanso quando
necessário. A fim de manter a consistência quanto ao posicionamento dos pés na
posição inicial ao longo de todas as tentativas de repetições da tarefa e, para
manter o posicionamento dos pés sobre as plataformas de força, a posição
inicial dos pés de cada participante foi demarcada sobre as plataformas de
força. Além disso, antes da realização da tarefa, os participantes do GAVE
foram avaliados quanto à independência funcional através da medida de
independência funcional [15,16], velocidade da marcha através do teste de
caminhada dos 10 metros [17] e nível de comprometimento motor dos membros
inferiores através da escala de Fugl-Meyer [18].
Análise
de dados
Os dados cinemáticos
obtidos com o sistema Vicon foram processados nos
programas Nexus (Vicon Nexus), TheMotionMonitor
e Matlab (MathWorks, Inc.)
para obtenção das variáveis de interesse. Em todas as análises, o membro com o
qual a tarefa foi iniciada foi considerado o membro de balanço, e o membro
contralateral foi considerado o membro de apoio.
No programa Nexus, foi realizada a seleção do trecho de interesse para
análise, indo desde o início da aquisição de dados até a perda de contato do pé
de apoio com o solo. No programa TheMotionMonitor
foi reconstruído o modelo biomecânico de cada participante a partir das
coordenadas x, y e z de cada marcador na tentativa estática e os dados
antropométricos dos participantes. A esse modelo foi associada das tentativas
dinâmicas o que permitiu o cálculo do deslocamento angular de cada articulação
por tentativa.
Por fim, no Matlab foi delimitada a tarefa que consistia desde o
primeiro deslocamento do centro de pressão do participante na direção
médio-lateral registrado pelas plataformas de força até a perda de contato do
membro de apoio com o solo calculado com base no segundo pico mínimo da
velocidade vertical do ponto médio do pé (o ponto médio do pé foi calculado a
partir do posicionamento dos marcadores afixados no segundo metatarso e no
calcâneo [19], e considerando o ponto onde os dados das plataformas de força
atingem o valor zero.. Em seguida foram calculadas as
variáveis, duração da tarefa, razão entre o peso suportado pelo membro de apoio
e balanço na posição parada antes do início da tarefa, flexão máxima do quadril
e joelho e dorsiflexão, extensão máxima do quadril e
joelho e flexão plantar máxima, além da amplitude de movimento (ADM) do
quadril, joelho e tornozelo
Analise
estatística
Para todas as
variáveis uma média de três tentativas de cada participante foi considerada.
Para comparar a inicialização do andar de indivíduos com hemiparesia e
indivíduos controle foram realizadas análises univariadas (ANOVAs) tendo o como
fator grupo (GAVE e GC). Todas as análises foram realizadas no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0, tendo sido mantido um índice
de significância de 0,05.
A ANOVA para a
distribuição de peso corporal entre os membros inferiores na posição inicial
apresentou diferenças entre os grupos (F 1,21 = 21,66, p<0,001), quando o
GAVE apresentou maior assimetria na distribuição do peso corporal. A duração da
inicialização do andar, por sua vez, não foi diferente entre os grupos (F 1,21
= 3,82, p=0,06).
A tabela II apresenta
os valores de média (± DP) das variáveis cinemáticas investigadas. Durante a
inicialização do andar, diferenças entre os grupos foram observadas para ADM do
quadril e joelho do membro de balanço (F 1,21 =9,01, p= 0,007 e F 1,21 =27,88
p<0,001), quando indivíduos com hemiparesia apresentaram menor amplitude nas
referidas articulações. Com relação aos ângulos de flexão, as ANOVAs revelaram que indivíduos com hemiparesia
apresentaram uma menor flexão de joelho do membro de balanço do que os
participantes do GC (F 1,21 = 21,41, p<0,001). Por fim, com relação aos
ângulos de extensão, diferenças entre os grupos foram observadas para extensão
do quadril do membro de balanço (F 1,21 = 7,09, p=0,015), quando indivíduos com
hemiparesia apresentaram uma menor extensão dessa articulação. Já com relação
ao membro de apoio, diferenças entre os grupos foram observadas na extensão do
quadril e joelho, e flexão plantar (F 1,21 = 8,13, p=0,01, F 1,21 = 12,17,
p=0,002 e F 1,21 = 5,21, p=0,03) quando indivíduos com hemiparesia apresentaram
uma menor extensão do quadril e joelho e flexão plantar.
Tabela
II -
Valor de média (± DP) das variáveis
cinemáticas investigadas por grupo.
ADM = Amplitude de
movimento; GAVE = Grupo Acidente Vascular Encefálico; GC = Grupo Controle;
Diferença estatística: *p<0,005 e **p<0,001.
O objetivo do
presente estudo foi comparar os ângulos articulares durante a inicialização do
andar de indivíduos com hemiparesia crônica em decorrência de AVE e indivíduos
sem acometimento no aparelho locomotor, considerados neste estudo como
neurologicamente sadios, a fim de determinar possíveis limitações angulares
vivenciados pós AVE durante a execução dessa tarefa.
Esse é o primeiro estudo a descrever o deslocamento das articulações do
quadril, joelho e tornozelo de indivíduos com hemiparesia durante a
inicialização do andar, podendo assim servir como base para protocolos de
treinamento voltados para execução eficiente dessa tarefa e redução do risco de
quedas nessa população. Os resultados apresentados demonstraram que indivíduos
com hemiparesia apresentam uma redução da ADM do quadril e joelho e na flexão
do joelho do membro de balanço. Porém, em termos de extensão articular
diferenças foram observadas bilateralmente quando indivíduos com hemiparesia
executaram uma menor extensão do quadril do membro de balanço e do quadril e
joelho, e flexão plantar com o membro de apoio.
Com relação a duração da inicialização do andar, ao contrário do
descrito em estudos anteriores, apenas um efeito marginal (p=0,06) foi
observado. Esses achados podem estar associados a movimentos compensatórios
adotados por indivíduos com hemiparesia ao longo dos anos, uma vez que todos os
participantes estavam no estágio crônico da doença, quando se espera que
melhoras espontâneas tenham sido atingidas e programas de treinamento mais
intensos parecem ser exigidos para que respostas significativas sejam atingidas
[20,21]. Em concorrência com estudos anteriores, os indivíduos com hemiparesia
apresentaram uma assimetria na distribuição de peso corporal entre os membros
inferiores na posição inicial, o que justifica-se pela
incapacidade desses indivíduos em transferir o peso corporal para o membro
contralateral a lesão encefálica o anteriormente descrita na literatura [22,23].
Como esperado o
membro parético apresentou uma redução da amplitude
de movimento do quadril e joelho, e na flexão máxima do joelho. Resultados semelhantes
no deslocamento das articulações do quadril e joelho foram observados em
indivíduos com hemiparesia durante a fase de balanço andar com velocidade
confortável [24,25]. Essa redução parece estar associada ao comprometimento
motor vivenciado após a lesão cerebral, tendo como consequência o
comprometimento na retirada do pé do solo [26]. Durante a inicialização do
andar, essa redução pode tanto afetar a eficiência da execução da tarefa como
aumentar o risco de quedas devido a maior possibilidade de contato do pé com o
solo durante a execução do passo pelo membro de balanço.
Já a redução da
extensão do quadril do membro parético foi um
resultado inesperado o qual pode estar associado a
posição inicial adotada pelos participantes, quando o menor peso suportado pelo
membro parético pode ter resultado na redução da
extensão desse membro, ou mesmo, representar uma estratégia para iniciar o
andar mais rapidamente. Entretanto, essa hipótese precisa ser confirmada por
estudos futuros que avaliem o alinhamento postural de indivíduos com
hemiparesia antes da inicialização do andar.
Os indivíduos com
hemiparesia avaliados no presente estudo apresentaram ainda alterações
cinemáticas no membro não parético. Essas alterações
pode ser resultado o comprometimento da musculatura do membro hemicorpo ipisilateral a lesão
seja devido ao próprio mecanismo de lesão ou a atrofia causada pelo desuso
imposto pelo sedentarismo típico dessa população [27]. Esse resultado sugere a incapacidade do membro ipisilateral a lesão
de compensar instabilidades geradas pela hemiplegia durante a inicialização do
andar e a necessidade do treinamento bilateral dos membros inferiores a fim de
minimizar as instabilidades no equilíbrio e consequente quedas durante a
execução dessa tarefa.
Comprometimentos na
ativação do músculo sóleo e da produção de força
anteroposterior pelo membro não-parético foram
descritas em estudos anteriores o que parece estar associado a
redução no comprimento do passo e no deslocamento do centro de massa [14,28].
Esses achados podem ainda estar associados a redução
da extensão articular do quadril e joelho e flexão plantar do membro de apoio
observados no presente estudo
Juntos esses
resultados demonstram que indivíduos com hemiparesia apresentam um
comprometimento bilateral no deslocamento dos membros inferiores durante a
inicialização do andar, indicando que o treinamento da inicialização do andar
deve ser incorporado a protocolos de treinamento da locomoção de indivíduos com
hemiparesia. Além disso, através da análise de uma tarefa onde os membros
inferiores executam funções distintas, possibilitou a demonstração da
necessidade de programas de treinamento para locomoção
focados na recuperação não apenas do membro inferior parético,
mas também do membro ipisilateral a lesão com
objetivo de melhorar a execução da inicialização do andar e reduzir do risco de
quedas pós AVE.
Os achados do
presente estudo revelaram o comprometimento bilateral no deslocamento dos
membros inferiores de indivíduos com hemiparesia crônica em decorrência de AVE
durante a inicialização do andar, sugerindo a necessidade de protocolos de
treinamento que contemplem os dois membros inferiores em programas de
reabilitação voltados para essa população. Se levarmos em consideração a
heterogeneidade de quadro clinico de indivíduos com hemiparesia, estudos
futuros devem ser realizados envolvendo um maior número de sujeitos e avaliando
simultaneamente parâmetros cinemáticos, cinéticos e eletromiográficos
da inicialização do andar de indivíduos com hemiparesia. Esses achados poderão
esclarecer fatores associados com as alterações descritas no presente estudo e
confirmar as hipóteses levantadas com base em estudos prévios.