ARTIGO
ORIGINAL
Acesso
dos pacientes com afecções neurológicas residentes na zona rural ao serviço de
fisioterapia
Access of patients with neurological disorders living in the rural area
to the physiotherapy service
Sany Pereira de Sousa*, Thaysa Lesley Rocha da Silva*, Ednilda Firmino Pereira**, Giglielli
Modesto Rodrigues Santos**, Rosângela Maria Fernandes de Oliveira**
*Discente
do curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos (FIP), **Docente do
curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos (FIP)
Endereço
para correspondência:
Rosângela Maria Fernandes de Oliveira, Rua Titico Gomes, 206 Belo Horizonte
Patos PB, E-mail: rosefisionet@yahoo.com.br
Resumo
Os problemas
neurológicos são frequentes na atualidade e estão relacionados a mudanças no
estilo de vida das pessoas. Essas doenças carregam consigo grandes limitações
funcionais, e os portadores enfrentam diariamente perdas progressivas
levando-os gradativamente à morte. A deterioração da qualidade de vida desses
pacientes é comprovada, principalmente aqueles que residem na zona rural e
precisam se deslocar de seus aposentos para ter acesso aos serviços de
reabilitação. O objetivo deste estudo foi enunciar a realidade vivenciada por
pacientes residentes em zona rural que necessitam de reabilitação neurológica.
O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória de abordagem
quantitativa não probabilística. A amostra foi composta por 70 pacientes
portadores de doenças neurológicas residentes na zona rural. Prevaleceram
indivíduos do sexo masculino (60%), na faixa etária de 36-70 anos (63%),
agricultores (48,6%) e sem estudos (48,6%). A maioria possuía conhecimento
sobre fisioterapia, porém não haviam sido orientados sobre essa questão pela
equipe de saúde, levando-os a não procurar o serviço. Muitos não realizaram
tratamento fisioterapêutico por dificuldades de acesso como longa distância e
falta de transporte. A satisfação relatada foi predominantemente regular. A
pesquisa comprovou que os desafios de acessibilidade dos pacientes da zona
rural aos serviços de reabilitação são precários.
Palavras-chave: doenças
neurológicas, fisioterapia, acessibilidade.
Abstract
Neurological problems are common today and are related to changes in
lifestyle. These diseases carry with them great functional limitations, and
sufferers face progressive daily losses gradually leading them to death. The
deterioration of the quality of life of these patients is proven, especially
those who live in the rural area and need to move from their homes to have
access to rehabilitation services. The objective of this study was to describe
the reality experienced by patients living in rural areas who require
neurological rehabilitation. The study is descriptive, quantitative and
non-probabilistic. The sample consisted of 70 patients with neurological
diseases living in the rural area. The majority were male (60%), age 36-70 years
(63%), rural workers (48.6%) and without studies (48.6%). Most of them had knowledge
about physical therapy, but they had not been advised about this issue by the
health team, which led them not to seek the service. Many did not undergo
physiotherapeutic treatment also due to access difficulties such as long
distance and lack of transportation. The satisfaction reported by them was
predominantly regular. The research proved that the accessibility challenges of
patients from the rural area of rehabilitation services are precarious.
Key-words: neurological
diseases, physiotherapy, accessibility.
O crescente número de
doenças neurológicas tem se expandido pelo mundo inteiro nas últimas décadas.
Fato esse, ocorrido após a transição epidemiológica, que antes se caracterizava
por um grande número de mortalidades ocasionadas por outras patologias, como
exemplo, as doenças infectocontagiosas. Por outro lado, prevalece
ainda as doenças neurológicas como “mal do século”, considerando que essas
patologias carregam consigo grandes limitações funcionais, distúrbios
psicológicos, problemas sociais, financeiros e principalmente afetando a
qualidade de vida dos indivíduos. Dentre as mais frequentes doenças do sistema
nervoso tem-se: o Acidente Vascular Encefálico, Doença de Parkinson, Doença de
Alzheimer, Esclerose Múltipla, Lesões da medula espinhal, Traumatismo Cranioencefálico [1].
Os problemas
neurológicos são frequentes na atualidade e estão relacionados direto ou
indiretamente a mudanças no estilo de vida das pessoas, tendo em vista que,
tais fatores como hábitos alimentares e aspectos psicossomáticos têm
contribuído significativamente para esse quadro crescente. Consequentemente, as
doenças neurológicas carregam consigo grandes limitações, ou os portadores
enfrentam diariamente perdas progressivas levando-os gradativamente à morte.
Esses indivíduos geralmente apresentam-se incapazes de realizar movimentos
funcionais, levando-os a uma rejeição de sua própria imagem, e a não aceitação
das sequelas ocasionadas pela lesão. Em consequência desse fato, surgem as
alterações psicológicas dificultando sua vida social, financeira e
principalmente sua independência [2].
Recuperar ou melhorar
a funcionalidade dessas pessoas com doenças neurológicas é de extrema
importância, por ser um processo que irá proporcionar para as mesmas uma
adaptação ao meio social onde vivem, contribuindo também para independência e
melhorias sociais [3].
A reabilitação de um
paciente com sequelas neurológicas deve ser vista com um olhar amplo,
objetivando conceder-lhe o mais alto grau de funcionalidade, mas esse processo
só é possível quando há motivação por parte de profissionais e pacientes,
acesso e acolhimento dos serviços de saúde. De fato, a realidade dessas
pessoas, (principalmente as residentes em zona rural) que necessitam de
reabilitação é precária, visto que, a falta de acesso, acolhimento,
disponibilidade de vagas em ambulatórios, limitações físicas e financeiras
dentre outras, formam uma barreira no processo de reabilitação [4].
Ceccatto e Almeida [3]
referem que o atendimento de fisioterapia está disponibilizado com maior
frequência para atenção secundária e terciária, ficando a carência por desse
serviço na atenção básica. Sem dúvidas, resta-se entender que o processo de
reabilitação em pacientes residentes na zona rural ou nas periferias, torna-se
menos acessível.
A participação do
fisioterapeuta é um alicerce nos programas de reabilitação voltados para
pacientes neurológicos, visto que o mesmo possui uma sólida formação científica
direcionada a esses pacientes. Levando em consideração a integralidade como um
dos princípios que regem a atenção primária a saúde, faz-se necessário a
participação do fisioterapeuta nesse âmbito, uma vez que, as questões
relacionadas à moradia, renda, lazer, limitação e acesso aos serviços de saúde,
terão uma visão ampla com o foco na qualidade de vida do paciente e não apenas
na doença [5].
Alguns pacientes
necessitam de um atendimento diversificado e precisam se deslocar até os
ambulatórios, onde encontram-se equipamentos que
facilitam o processo de reabilitação. Geralmente as clínicas ou ambulatórios só
são encontrados na zona urbana, e aqueles pacientes que residem em periferias
ou na zona rural, são os mais prejudicados por dificuldades de deslocamento. A
ideia de se ter fisioterapeutas atuantes nas Estratégia
de Saúde da Família (ESF) com salas específicas para esse tipo de atendimento
seria uma das soluções cabíveis [6].
Os desafios de
acessibilidade como dificuldade de transporte e grandes distâncias devem ser
pensados e solucionados. Já que a Atenção Básica (AB) prega como uns dos
princípios a integralidade e equidade no atendimento, os mesmos devem ser
regidos. Para isso é necessário, que os modelos de saúde rural sejam avaliados
e discutidos em parceria com a comunidade em busca de uma saúde melhor para
todos [7].
Avaliando este
contexto, o objetivo deste estudo foi enunciar a realidade vivenciada por
pacientes residentes em zona rural que necessitam de reabilitação neurológica,
assim como, apontar situações que facilitam ou impedem o acesso à fisioterapia,
correlacionar a assistência dada pelo Núcleo de Apoio
à Saúde da Família (NASF) com o interesse do paciente em procurar o serviço de
fisioterapia e conhecer como funciona a parceria entre a ESF e o NASF para a
reabilitação dos pacientes com sequelas neurológicas.
Trata-se de uma
pesquisa exploratória, de caráter descritivo, com abordagem quantitativa,
realizada na zona rural do município de Tavares/PB no mês de fevereiro de 2017.
A amostra estudada para o desenvolvimento da pesquisa foram
de 70 pessoas residentes na zona rural do referido município e que foram
acometidos por afecções neurológicas. A identificação dessas pessoas foi
realizada através de pesquisa de campo com os Agentes Comunitários de Saúde.
Foram incluídos na
pesquisa pacientes de ambos os gêneros, portadores de afecções neurológicas, e
foram excluídos os que não tinham disponibilidade de responder aos
questionários do estudo ou não se encaixavam no quadro de doenças neurológicas.
As informações foram
coletadas através de um questionário sociodemográfico
contendo perguntas como idade, estado civil, escolaridade, profissão, renda
familiar, e condições de moradia, e um questionário com questões especificas
sobre a fisioterapia contendo as seguintes perguntas: Tem conhecimento sobre a
fisioterapia? Em algum momento foi orientado pela Equipe de Saúde sobre a
necessidade de avaliação e/ou tratamento fisioterapêutico? A Equipe de Saúde
que presta assistência à comunidade rural tem Fisioterapeuta? Realiza ou
realizou tratamento fisioterapêutico para sua patologia? Se não, por qual
motivo? Em que local foi realizado o tratamento? Quanto ao serviço de
Fisioterapia recebido, com que frequência foi realizado?
Melhorou sua queixa após o tratamento fisioterapêutico? Qual a sua satisfação
quanto ao serviço de Fisioterapia prestado pelo município?
Os dados foram
analisados estatisticamente através do Statistical Package for the Social Sciences – SPSS (versão 22) e expostos em tabelas e
gráficos para serem discutidos de acordo com a literatura pertinente ao tema.
Após autorização do
comitê de ética em pesquisa das Faculdades Integradas de Patos (CEP/FIP), sob o
protocolo de aprovação n° 1.907.042 e CAAE: 62385716.0000.5185, os dados foram
coletados na zona rural do município. A pesquisa foi realizada levando-se em
consideração os aspectos éticos em pesquisa que envolve seres humanos, conforme
resolução n° 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa
envolvendo seres humanos.
De acordo com os
dados obtidos na pesquisa, dos 70 participantes, prevaleceram pessoas do sexo
masculino (60,0%), com faixa etária de 36-70 (63,0%) caracterizando-se em sua
maioria idosos.
Quanto ao estado
civil 50% da população era casada. Em relação a escolaridade 48,6% não possuíam estudos, eram
principalmente agricultores (48,6%), realizavam atividades físicas antes da
doença (70,0%), tinham renda de 1-3 salários mínimos (64,0%) e moravam em casa
própria (96,0%) como demonstra a tabela I.
Tabela
I – Caracterização da amostra quanto aos dados sociodemográficos.
A tabela II aponta,
que pouco mais da metade dos pacientes entrevistados, correspondente a 51,4%,
afirmaram ter algum conhecimento sobre a fisioterapia.
Cerca
de 64,3%
dos pacientes entrevistados relataram que não foram orientados pela equipe de
saúde, a qual estão vinculados, sobre a necessidade de realizar fisioterapia.
Enquanto 81,4% confirmaram que a equipe de saúde que presta assistência a zona rural tem fisioterapeuta.
Tabela
II –
Caracterização da amostra quanto aos
conhecimentos sobre fisioterapia e inserção deste profissional na equipe de
saúde.
De acordo com a
tabela III, apenas 41,4% dos pacientes com doenças neurológicas
entrevistados realizaram tratamento fisioterapêutico para sua patologia
e 58,6% não realizaram.
Tabela
III
– Caracterização da amostra quanto a realização de tratamento fisioterapêutico.
Na tabela IV
encontram-se os principais motivos pelos quais os pacientes não realizavam
fisioterapia. Grande parte não realizou tratamento porque não procurou o
serviço (48,8%) e outros relataram problemas com a distância e o transporte
para chegar até o serviço de fisioterapia.
Tabela
IV –
Caracterização da amostra que não
realizava tratamento fisioterapêutico.
Conforme a tabela V cerca de 51,7% dos pacientes que realizaram fisioterapia
esperaram um mês para conseguir a vaga.
Grande
parte realizou o tratamento em ambulatório (58,6%) e em domicílio (31,1%),
sendo que 58,6% tinham uma sessão semanal, seguido por 24,1% que realizaram apenas
uma única sessão domiciliar com orientações. 72,4% dos pacientes relataram que
houve melhora após o atendimento.
Tabela
V – Caracterização da amostra que realizava
tratamento fisioterapêutico.
Ao perguntar para os
pacientes qual a satisfação quanto ao serviço de fisioterapia prestado pelo
município, 64,3% classificaram como regular como mostra a tabela VI.
Tabela VI – Satisfação
dos usuários quanto ao serviço de fisioterapia oferecido pelo município.
O estudo demonstrou
que há um maior predomínio de homens com doenças neurológicas, concordando com
a literatura onde os outros demonstram em seus estudos que houve maior
predomínio [8,9]. As mulheres parecem ter uma percepção mais acurada em relação
as suas próprias condições de saúde e desenvolvem maiores relações com os
serviços de saúde [10], podendo esse ser um motivo para a maior predominância
de homens na amostra.
A maior prevalência
de idosos no estudo justifica-se devido a dificuldade
dos mesmos ao acesso a saúde, principalmente por problemas como a não
continuidade dos programas realizados pelas unidades básicas de saúde quando
mudam as gestões políticas, e frequentes alterações de membros das equipes
ocasionando uma descontinuidade do tratamento e o rompimento de vínculos entre
os profissionais e os pacientes [11].
A escolaridade é um
importante fator no acesso ao cuidado adequado, pois pessoas
com maior nível escolar detém mais informações e recursos de comunicação
[8]. Os idosos em sua época da juventude valorizavam mais o trabalho físico em
detrimento a escolaridade. Fato este que pode justificar a baixa escolaridade
da amostra já que a grande maioria eram agricultores e trabalhavam ainda antes
do aparecimento de doença [12].
O
fato de um grande número de pacientes já terem ouvido falar na
fisioterapia é relevante, porém, não é o suficiente para garantir a qualidade
dos conhecimentos construídos sobre a profissão. O conhecimento pode ser
aprimorado por meio de educação em saúde que priorize as orientações, abrindo
portas para esses pacientes conhecerem melhor a profissão preventiva e
reabilitadora [13].
A falta de orientação
da equipe de saúde para com os usuários é preocupante, uma vez que a pessoa do
Agente Comunitário de Saúde (ACS) pode interferir positivamente na qualificação
do atendimento e no repasse de informações necessárias da real situação da
comunidade para a equipe, que dessa forma poderá traçar metas de acordo com a
necessidade de cada localidade [14]. A participação dos ACS é de extrema
importância, pois o mesmo tem a função de priorizar o cuidado, bem como
detectar necessidades de atendimento fisioterapêuticos e, a partir das visitas
domiciliares, possibilitar o encaminhamento para o serviço de fisioterapia,
contribuindo para que o tratamento seja realizado conforme a necessidade do
paciente [4].
Vale ressaltar que o
profissional fisioterapeuta atuante no NASF também enfrenta dificuldades para
chegar até o paciente, dentre elas podemos destacar a grande demanda reprimida
para a fisioterapia, o desconhecimento do território de trabalho, a falta de
formação assistencialista, e até mesmo falhas no próprio sistema de saúde como
a disponibilidade de transporte para realizar o atendimento domiciliar. Cabe a
equipe de saúde do NASF identificar esses problemas e
partir da demanda de pacientes, solicitar mais profissionais fisioterapeutas,
pois a composição da equipe deve ser de acordo com a área adscrita,
bem como traçar metas para que os demais problemas sejam solucionados, e essas
mudanças só ocorrem a partir da integração entre ações e serviços que trabalham
em conjunto com os demais profissionais [15].
Segundo o Ministério
da Saúde (2013) [16], pouco mais da metade dos pacientes afirmaram no estudo
que o município dispõe de fisioterapeuta para atender a zona rural. De acordo
com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) a fisioterapia
destaca-se como as ocupações mais frequentes no NASF, com média de 3.234
profissionais no Brasil. Com base nas portarias vigentes do Ministério da Saúde
(MS), os NASF são classificados de acordo com o número de ESF atendidas,
divididos em três modalidades (NASF 1, NASF 2, NASF
3), sendo o município em estudo da modalidade NASF 2 que apoia 3 a 4 ESF.
Na realidade, a
atuação do NASF em alguns municípios do interior da Paraíba não segue os
princípios propostos pela regulamentação. Para um bom funcionamento, o NASF
deve estar vinculado à ESF, para que através do apoio matricial haja uma troca
de experiência e informações necessárias entre a equipe do NASF e da ESF [14].
Grande parte dos
pacientes entrevistados não realizou fisioterapia. A não procura pelo serviço
de fisioterapia deve-se ao fato de os mesmos não terem conhecimento suficiente
sobre a profissão e os benefícios que a mesma pode lhes proporcionar. Outros
motivos como a distância, a falta de transporte ou
impossibilidade de se deslocar até o ambulatório, que é o caso dos que
necessitam de um atendimento mais específico, foram barreiras para esses
pacientes, e também para aqueles que iniciaram o tratamento, mas interromperam
pelos mesmos motivos, incluindo também insuficiência no número de atendimentos
prestados á esses pacientes.
Há uma grande
preocupação dos familiares com a situação em que o paciente se encontra, devido
suas limitações funcionais, financeiras e sem condições de deslocamento, sem
saber de que forma irão dar continuidade ao seu tratamento. Alguns pacientes
necessitam de um atendimento diversificado e precisam se deslocar até os
ambulatórios, onde encontra-se equipamentos que
facilitam o processo de reabilitação [6].
A reabilitação das
doenças neurológicas não tem resultados imediatos e é um objetivo a ser
alcançado por diferentes profissionais com intuito de possibilitar ao paciente
uma recuperação eficaz, deixando-o apto para desenvolver suas atividades
funcionais [3].
O Ministério da Saúde
[16] esclarece que com base no princípio da territorialização,
a equipe de saúde deve ser responsável por todas as pessoas adscritas
na sua área de abrangência, bem como possibilitar meios de locomoção para todos
os integrantes, sejam eles profissionais ou pacientes. O que não se deve é
excluir esse público pelas suas várias dificuldades enfrentadas.
Geralmente as
clínicas ou ambulatórios só são encontrados na zona urbana, e aqueles pacientes
que residem em periferias ou na zona rural, são os mais prejudicados por
dificuldades de deslocamento [8]. A ideia de se ter fisioterapeutas atuantes nas
ESF com salas específicas para esse tipo de atendimento seria uma das soluções
cabíveis.
Segundo Fontenelle
[7], a desigualdade na distribuição dos profissionais da saúde, motivos
socioeconômicos, falta de informação e acessibilidade tornam-se barreiras para
as pessoas terem acesso aos serviços de saúde.
A pesquisa comprovou
que existem variados desafios de acessibilidade dos pacientes da zona rural do
município em estudo, aos serviços de fisioterapia. Alguns fatores como a falta
de informação e orientação por parte da equipe de saúde para com os pacientes
neurológicos, a demanda de pacientes reprimida, o número reduzido de fisioterapeutas
e as dificuldades de deslocamento formam barreiras para os pacientes. O acesso
e acolhimento são elementos indispensáveis na qualidade do atendimento em
saúde. Sendo assim resta-nos apelar em busca de políticas públicas que
priorizem o cuidado, frisando a participação maior do fisioterapeuta nesse âmbito, possibilitando uma saúde melhor
e igualitária.