ARTIGO
ORIGINAL
Estado
de saúde do neonato associada à realização da assistência pré-natal
State of health of the neonate associated with the prenatal
assistance
Wlly Silva de Araújo
Medeiros*, Hannah Carolina dos Santos Araújo*, Yslânia
de Freitas Oliveira*, Giglielli Modesto Rodrigues
Santos**
*Acadêmicas
do Curso de Graduação em Bacharelado em Fisioterapia – FIP, **Fisioterapeuta,
docente do Departamento de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Patos – FIP
Endereço
para correspondência:
Giglielli Modesto Rodrigues Santos, Rua Avenida
Romênia, 137 Jd Magnólia Patos PB, E-mail: gigliellirodrigues@gmail.com
Resumo
A base literária
assume consenso ao reconhecer os efeitos de proteção associados a assistência pré-natal para a saúde materna e neonatal,
sendo descrito como um acompanhamento voltado à redução do risco e da
incidência de morbimortalidade para mãe e filho. O objetivo deste estudo foi
verificar a influência do pré-natal na saúde do neonato. A amostra foi composta
por 60 prontuários de uma maternidade pública, analisados entre Agosto e
Setembro de 2012. A análise estatística foi realizada no Software Microsoft
Excel 2010 e no SPSS 18.0. Nos resultados verificou-se que em 60% dos
prontuários analisados, as mulheres iniciaram o pré-natal nos primeiros três
meses de gestação e realizaram todos os exames laboratoriais solicitados.
Observou-se que a incidência predominante de neonatos, com porcentagem superior
à 78% nasceram no período adequado. O desconforto
respiratório apareceu como principal morbidade. Houve predominância de 5 a 6
consultas de pré-natal realizadas durante a gestação (75%) e recém-nascidos com
peso adequado. Com os resultados deste estudo, é possível compreender a ação
protetora do pré-natal, assegurando uma gestação saudável afim
de identificar precocemente fatores que possam colocar em risco a mulher
e o feto, sendo ponto chave para redução dos índices de mortalidade perinatal.
Palavras-chave: assistência
pré-natal, morbidade, neonatos.
Abstract
The literature assumes consensus by recognizing the protection effects
associated with prenatal care for maternal and neonatal health, being described
as a follow up aimed at reducing the risk and incidence of morbidity and
mortality for mother and children. The aim of this study was to verify the
influence of prenatal care in health of the neonate. The sample was composed of
60 medical records of a public maternity, analyzed between August and September
2012. Statistical analysis was performed in Microsoft Excel 2010 Software and
SPSS 18.0. In the results it was found that in 60% of the records examined,
women began prenatal care in the first three months of pregnancy and conducted
all laboratory tests requested. It was observed that the prevailing incidence of neonates, with percentage higher than the 78% were
born in the appropriate period. The respiratory distress appeared as major
morbidity. There was a predominance of 5 to 6 prenatal consultations carried
out during the pregnancy (75%) and infants with appropriate weight. With the
results of this study, it is possible to understand the protective action of
prenatal care, ensuring a healthy pregnancy, to identify early factors that may
put at risk the woman and the fetus, being key to
reducing the incidence of perinatal mortality.
Key-words: prenatal
care, morbidity, newborns.
A base literária
assume consenso ao reconhecer os efeitos de proteção associados a assistência pré-natal para a saúde materna e neonatal,
sendo descrito como um acompanhamento voltado à redução do risco e da
incidência de morbimortalidade para mãe e filho. O principal objetivo da
atenção pré-natal, de acordo com o Ministério da Saúde, é acolher a mulher desde
o início da gravidez, assegurando uma boa qualidade na assistência, o bem-estar
da gestante e do feto contribuindo para o nascimento de uma criança saudável
[1].
Para o Ministério da
Saúde, as consultas de pré-natal em muito pode contribuir para identificação
precoce de alterações no desenvolvimento fetal, diminuindo os problemas após o
parto, e, portanto, reduzindo a mortalidade infantil, bem como o número de
mortes intrauterinas. Isso quer dizer que a assistência é importante, pois
contribui para conhecimento dos fatores de risco materno-fetal [2].
A assistência
pré-natal de boa condição e de fácil ingresso, pode
reconhecer precocemente fatores de risco ou sinais que levam à morbidade e
mortalidade da gestante e do feto, o que permite que as intervenções
apropriadas sejam aplicadas, no entanto, apesar do aumento significativo do
número de consultas pré-natal concretizados pelas gestantes a persistência de
altos índices de mortalidade materna e neonatal podem relacionar-se a causas preveníveis e não detectadas na assistência, sugerindo
falha na qualidade deste serviço ou um serviço inadequado [3].
Evidências demonstram
que a assistência pré-natal ausente ou inadequada vem sendo apontada em
diversos estudos como fator de influência ao risco de mortalidade neonatal. Seu
efeito sobre a mortalidade do recém-nascido é indireto, uma vez que a
assistência pré-natal adequada pode identificar algum desajuste e atuar a tempo
para prevenir as complicações, o que minimizaria o impacto de possíveis intercorrências
da gestação [4].
Sabe-se ainda, que a
assistência pré-natal auxilia no acompanhamento do desenvolvimento do feto,
assim como pode identificar, prevenir ou até mesmo intervir precocemente em
possíveis complicações provenientes da própria gestação. Dessa forma, surgiu o
seguinte problema: Será que o pré-natal realizado adequadamente irá interferir
sobre a redução de complicações fetais, possibilitando a otimização
da saúde do neonato?
Diante desta
sugestiva, o objetivo principal desta pesquisa foi verificar influência do
acompanhamento pré-natal na saúde do neonato, identificando suas condições de
saúde e predominância de morbidades.
Trata-se de uma
pesquisa descritiva com abordagem quantitativa relacionada ao pré-natal na
proteção da saúde dos neonatos nascidos em uma maternidade pública. A população
foi constituída por 240 prontuários de puérperas que realizaram algum
procedimento na maternidade em questão, no período correspondente à pesquisa e
a amostra de 60 prontuários.
Como critérios de
inclusão para seleção dos prontuários desta pesquisa, foi exigido como
pré-requisito, prontuários de puérperas que contivessem no mínimo uma consulta
pré-natal durante a gestação, que contenham informações sobre os neonatos, que
tenham sido submetidas ao parto entre o período pré-estabelecido para
realização da pesquisa e que estivessem internas na maternidade no período do
estudo, podendo assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Como critérios de exclusão estiveram prontuários que estivessem não datados ou
ilegíveis, que não possuíssem informações detalhadas sobre o pré-natal
realizado pela mulher, prontuários que não estivessem disponíveis nos postos de
enfermagem da referida maternidade e prontuários de puérperas que tivessem
interrompido por espontânea vontade a gravidez.
O presente estudo
ofereceu risco mínimo e previsível aos seus participantes, porém os
pesquisadores fizeram o possível para que não ocorresse nenhum dano ao
participante. Estes riscos poderiam ser de ordem moral, como algum
constrangimento, os quais foram possíveis ser atenuados, ou minimizados por
meio de uma conversa franca e esclarecedora, deixando claro que o indivíduo
poderia deixar a pesquisa a qualquer momento sem nenhum prejuízo. E os
benefícios foram de grande valia, pois esta pesquisa visou elucidar as próprias
puérperas quanto aos benefícios do programa de assistência pré-natal bem
sucedido e ainda contribuindo para o enriquecimento do conhecimento acadêmico e
científico.
A coleta se deu a
partir da coleção de elementos contidos nos prontuários das puérperas, que
foram assistidas na realização do seu parto. O instrumento de coleta de dados, constou de um formulário pré-estruturado
pelo pesquisador, contendo questões que serviu como guia no recolhimento dos
dados dos prontuários das puérperas e recém-nascidos. Sendo realizada por um
único pesquisador, que se dirigiu ao encontro das puérperas internadas nas
enfermarias da maternidade, onde essas foram selecionadas de forma aleatória. O
pesquisador realizou a leitura clara e objetiva do TCLE à puérpera e solicitou
através da assinatura deste, a autorização da mesma para que o pesquisador
tivesse acesso ao seu prontuário e ao prontuário do recém-nascido.
Quando assinado o termo
de consentimento, o pesquisador se dirigiu ao posto de enfermagem do pavilhão
da maternidade, portando o instrumento de coleta dos dados como também a cópia
do termo de autorização institucional, onde foi possível acesso ao prontuário
da puérpera e do neonato, e coleta das variáveis desta pesquisa. Os dados foram
coletados em um período entre os meses de Agosto e Setembro de 2012, o que
somaram um total de 60 prontuários.
Para análise
quantitativa, foram realizadas interpretações e comparações dos elementos,
sendo lançados os resultados em tabelas e figuras legendadas. Esse processo foi
realizado através de estatística descritiva, utilizando medidas de média e
desvio padrão como subsídios para análise a partir do uso do Statistical Package for Social
Science (SPSS)® versão 18.0 para o Windows e o
Software Microsoft Excel®, versão 2010.
A realização deste
estudo considerou rigorosamente as normas de ética em pesquisa envolvendo seres
humanos, segundo a resolução N° 196/96, atualmente sendo conduzida pela
resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que rege sobre a ética da
pesquisa envolvendo seres humanos direta ou indiretamente, pelo Comitê de Ética
em Pesquisa das Faculdades Integradas de Patos, com protocolo número: 106/2012.
Sob a ótica do Ministério da Saúde, esta Resolução incorpora sob a ótica do
indivíduo e das coletividades os quatro referenciais básicos
da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros,
e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade
científica, aos sujeitos da pesquisa.
A idade gestacional
em que a mulher inicia o pré-natal e a realização dos exames no pré-natal são
fatores condicionantes para o desfecho favorável do processo gestacional. O
início precoce do pré-natal é considerado um indicador sensível da adequação e
do impacto dos programas de intervenção nesta área como demonstra a Tabela I.
Tabela
I – Distribuição referente ao início pré-natal e
exames laboratoriais realizados lançados de acordo com trimestre gestacional.
f = Frequência; % =
Porcentagem; Fonte: Prontuários das puérperas assistidas no local da pesquisa
A Tabela I discorre
sobre o início do pré-natal referente ao trimestre gestacional, como também demonstra
sobre a realização dos exames laboratoriais ditos mínimos pelo Ministério da
Saúde. Onde se observou o maior percentual 36 (60%) gestantes que iniciaram o
pré-natal no primeiro trimestre de gestação, seguido por 22 (36,7%) que
iniciaram no segundo trimestre. Em relação aos exames laboratoriais 36 (60%)
realizaram todos e 24 (40%) realizaram alguns dos exames laboratoriais mínimos
exigidos pelo Ministério da Saúde na atenção pré-natal (ABO-Rh, VDRL, urina
tipo I, glicemia de jejum, Hb/Ht,
anti-HIV).
A maturidade neonatal
pode colocar-se como fator preponderante na susceptibilidade do recém-nascido à
aquisição de morbidades, a Tabela II expõe a idade gestacional em semanas dos
nascimentos dos RN.
Tabela
II –
Distribuição da maturidade neonatal
considerando a idade gestacional (em semanas) do seu nascimento.
Fonte: Prontuários dos
neonatos assistidos no local da pesquisa.
Ao analisar a Tabela
acima, identifica-se que a maior incidência 48 (78,3%) dos neonatos nasceram entre a 37 e 41 semanas gestacional, o que os
caracteriza como recém-nascidos termo, seguido pelos recém-nascidos pré-termos ou prematuros com 13 (21,7%) nascidos entre 32 e
36 semanas de gestação.
Diversas são as
morbidades que podem estar associadas ao RN, essas de caráter fisiológico ou
adquirido, assim, a Figura 1 apresenta as principais morbidades encontradas ao
longo desta pesquisa.
Fonte: Prontuários das
puérperas assistidas no local da pesquisa
Figura
1 – Distribuição das morbidades encontradas nos
neonatos assistidos no local da pesquisa.
De acordo com a
Figura 1 em relação ao resultado sobre as principais morbidades neonatais
encontradas neste estudo, demonstrou que 29 (31%) dos neonatos não apresentaram
nenhuma morbidade, a principal morbidade encontrada foi o desconforto
respiratório com 14 (28,6%), seguido pela icterícia com 12 (14,3%) e 5 (10,7%) aspiração de mecônio.
A realização do
número de consultas pré-natal adequado pode influenciar no desfecho do peso ao
nascer, a Tabela III expõe sobre a variação dessas variáveis.
Tabela
III
– Variação de peso neonatal ao nascer e
número de consultas no pré-natal.
F = Frequência; % =
Porcentagem; Fonte: Prontuários das puérperas assistidas no local da pesquisa.
Conforme os dados da
Tabela III, os números de consultas pré-natais tiveram relação com o peso do
neonato, onde 12 (75%) gestantes realizaram de 05 a 06 consultas e tiveram
recém-nascidos com peso adequado, observou também que a maior porcentagem de
peso insuficiente foi nas gestantes que realizaram número de consultas de 07 a 08,
com 6 (25%) das gestantes. Ainda, que 4 (33,3%) dos neonatos nascidos com baixo peso tiveram
realização de 03 a 04 consultas pré-natal no período gestacional. Foram
considerados para o peso ao nascer a proposta da
Organização Mundial de Saúde (OMS) onde assumi os seguintes valores baixo peso
(< 2500 g), peso insuficiente (2500-3000 g), peso adequado (3000-4000 g).
Recém-nascidos ≥ 4000 g foram classificados como macrossômicos.
A respeito dos exames
preconizados no estudo sobre o pré-natal na atenção primária, em discordância a
este trabalho verificaram que 57,5% das gestantes não haviam realizado todos os
exames, existindo a hipótese de algumas destas 42,5% terem realizado parte dos
exames e não todos, por algum problema pessoal ou dificuldade na sua marcação
[3].
No artigo intitulado
“Perfil nutricional de gestantes atendidas em primeira consulta de uma
instituição filantrópica de São Paulo” diferentemente deste estudo observou que
50,7% gestantes da amostra, realizaram a primeira consulta no 3º trimestre da
gravidez, sendo a maioria 82 (73,9%) gestantes adultas, continuando observou-se
que 40,2% iniciaram o pré-natal no 2° trimestre de gestação [5].
Um estudo analisando
o início do pré-natal das gestantes utilizando-se o critério de assistência
pré-natal de qualidade mínima tendo início no primeiro trimestre gestacional e
com pelo menos, seis consultas, constaram que 207
(37,4%) iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre, sendo essas 74 (34,7%)
adolescentes e 133 (39,1%) adultas [6].
Em uma pesquisa
realizada no município de João Pessoa/PB, em seus resultados consonantes a esta
pesquisa relata sobre as características das gestações analisadas na pesquisa,
onde 44,2% das gestações foram a termo (tinham entre 37 e 41 semanas) e 33,8% pré-termo [7]. Em um estudo identificaram quanto à idade
gestacional que 93% das mães da sua amostra pariram entre a 37ª e 42ª semana de
gestação, sendo considerado que suas crianças nasceram a termo [8].
Analisando a maturidade
neonatal em seu estudo, verificou que ocorreu
prematuridade encontrando maior percentual entre adolescentes (21,9%), seguido
das mulheres com idade avançada (19,9%) e menor entre as adultas (16,1%), já os
RN termo categorizaram um percentual de (83,9%) entre as adultas, seguido das
mulheres com idade avançada (80,1%) e menor entre as adolescentes (78,1%),
corroborando com esta pesquisa que obteve maior percentual em relação ao
nascimento neonatal com idade gestacional de 37 ou superior [9].
Associando a
realização do pré-natal com as morbidades neonatais, contrário a esse estudo, identificaram que a principal intercorrência ao nascimento
foi à cianose com 23,2%, seguida do desconforto respiratório, com 13,9%, a
hipotonia, com 12,3%, a bradicardia, com 11,3%, a apneia, com 5,6%, a aspiração
de mecônio, com 5,3%, outras alterações apareceram em menor quantidade, ao
serem somadas representaram 28,4%. Dentre os recém-nascidos, 29% desenvolveram
distúrbios respiratórios e 21,8% infecção. Apesar de 87% das mulheres terem
realizado o pré-natal, verificou-se que 68% dos neonatos dessas mulheres
apresentaram algum tipo de intercorrência ao nascimento [10].
No Brasil, os motivos
de internações hospitalares pelo SUS relacionados com afecções perinatais incluem,
primeiramente, os transtornos respiratórios e, também, os transtornos
relacionados com a idade gestacional e com o crescimento fetal [11].
Autores relatam que a
hiperbilirrubinemia é a expressão clínica que
caracteriza a icterícia, essa que é um dos problemas mais comuns no período
neonatal. Em geral é de caráter benigno, mas, devido à toxicidade potencial da
bilirrubina, os neonatos de risco para o desenvolvimento de hiperbilirrubinemia
significativa, necessitam de monitoramento para prevenir sua ocorrência [12].
Nas
últimas décadas
tem sido observada uma tendência para a redução da
incidência da síndrome da
aspiração do mecônio, tal redução que
tem sido atribuída à realização de
melhores práticas obstétricas, que induz a
diminuição de gestações pós-termo, consequentemente, do sofrimento fetal [13].
Realizando uma
análise, tendo como desfecho o BPN, confirmando essa averiguação encontrou-se
forte associação entre o baixo número de consultas no pré-natal e o BPN,
aproximadamente três vezes maior chance de BPN entre as pacientes que
realizaram menos de quatro consultas no pré-natal, além de também estar
associado à baixa escolaridade e ao início tardio do pré-natal[14].
Analisando os fatores associados ao peso insuficiente (PI), após o controle dos
fatores de viés, em discordância com essa pesquisa, foram identificados como
maior chance para PI em crianças de termo, ser do sexo feminino, ou nascer de
parto vaginal, ou ser o primeiro filho ou a mãe possuir número insuficiente de
consultas no pré-natal [15].
Ao relacionar as
consultas no pré-natal ao peso do RN refere ocorrência de baixo peso ao nascer
associou-se com atendimento pré-natal adequado, onde entre as pacientes que
realizaram pré-natal adequado, a ocorrência de baixo peso foi de 12,3%, enquanto
22,1% apresentavam peso abaixo de 2500g no grupo cuja assistência foi
inadequada [6].
Ao estudar crianças
nascidas em Pelotas, sugeriram que além do número adequado de consultas,
deve-se também buscar uma melhora na qualidade da atenção, após observarem
associação entre o nascimento de crianças com base no seu peso e estatura,
denominadas pequenas para a idade gestacional (PIG) e a qualidade inadequada do
pré-natal [16].
Tendo caráter
preventivo o pré-natal é fundamental para diminuir os índices de mortalidade
materna e perinatal, pois o pré-natal assegura uma boa evolução na gestação,
onde é provável identificar o mais rápido as situações de risco para a mulher e
para o feto, além de oferecer preparo psicológico materno para o parto,
garantindo a perfeita estruturação do organismo fetal, reduzindo a taxa de
abortamento, o risco de parto prematuro e o óbito perinatal.
Assim, o presente
estudo conseguiu demonstrar que a atenção pré-natal é fundamental para um
desfecho satisfatório da saúde do neonato no período gravídico e perinatal,
identificando que (100%) das mulheres realizaram o pré-natal, variando de 03 a
10 consultas durante os trimestres.
Uma porcentagem
referente à 60% das gestantes, deram início ao
pré-natal nos primeiros três meses de gestação e concretizaram a realização de
todos os exames laboratoriais solicitados, dados que certamente contribuíram
para o baixo índice de morbidades neonatais. A principal complicação
identificada no período neonatal foi e o desconforto respiratório (28,6%).
Com os resultados
deste estudo, é possível compreender a ação protetora do pré-natal, quando
observado os resultados de boas condições (em números), assegurando uma
gestação saudável, afim de identificar precocemente
fatores que possam colocar em risco a mulher e o feto, sendo ponto chave para
redução dos índices de mortalidade perinatal. Tal afirmativa pode ser
reconhecida pelo adequada realização dos exames solicitados durante a gestação,
predominância do peso adequado e dos nascimentos entre 37 e 41 semanas,
tornando assim, possível a união dessas evidências à
outras já existentes, afim de contribuir para os profissionais e acadêmicos da
área da saúde, para que haja interesse por novas pesquisas que sirvam como
orientação à população.
Por fim, este estudo teve como principal
limitação à utilização de dados secundários, coletados em prontuários,
acarretando restrições nas análises decorrentes da qualidade das informações
expostas.