ARTIGO
ORIGINAL
Fisioterapia
aquática no aumento da força muscular em idosas com doenças crônicas não
transmissíveis: estudo piloto
Aquatic
physical therapy in increasing muscle strength in elderly women with
non-communicable diseases: a pilot study
Bruna Pianna, Ft., M.Sc.*, Guilherme
Eleutério Alcalde, M.Sc.**,
Bianca Ferdin Carnavale, M.Sc.***, Antonio Roberto Zamunér, D.Sc.****, Eduardo
Aguilar Arca, D.Sc.*****
*Mestre
em Fisioterapia, pelo programa da Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Universidade do Sagrado Coração (USC),
Bauru/SP, **Mestre em Fisioterapia pela USC, ***Mestre em Fisioterapia pela
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos/SP, ****Docente do
Departamento de Kinesiologia, da Universidad
Católica del Maule (UCM),
Chile, *****Docente do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da USC
Recebido em 16 de
janeiro de 2019; aceito em 8 de abril de 2019.
Correspondência: Bruna Pianna, Pró-Reitoria de Pesquisa
e Pós-Graduação (PRPPG) da Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru SP, Rua
Irmã Arminda, 10-50, 17011-160 Bauru SP, E-mail: brunapianna@gmail.com;
Guilherme Eleutério Alcalde: geafisio@hotmail.com;
Bianca Ferdin Carnavale:
bianca.ferdin@hotmail.com; Antonio Roberto Zamunér: beto.zam@gmail.com; Eduardo Aguilar Arca:
eduardo.arca@usc.br
Resumo
Introdução: A força muscular é um
importante componente da aptidão física relacionada à saúde e o seu declínio
leva ao aumento do risco de quedas e limitações nas atividades cotidianas, além
de influenciar negativamente na percepção da qualidade de vida em idosas com
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Objetivo:
Investigar a influência do programa de treinamento aquático na força muscular e
qualidade de vida em idosas com DCNT. Métodos:
Trata-se de um estudo piloto. Participaram 24 idosas, aleatorizadas e alocadas
em dois grupos: GA - Intervenção Aquática (n = 12) e GC - Controle (n = 12). A
força muscular foi avaliada por meio do teste de 1RM e a avaliação da qualidade
de vida foi realizada pelo questionário WHOQOL-bref.
O programa de fisioterapia aquática teve duração de 12 semanas e foi
constituído de três componentes: aquecimento; exercícios resistidos e
desaquecimento. Resultados: Somente o
GA apresentou aumento significativo da força muscular avaliada pelos testes de
1 RM no exercício de supino reto (55,5%) e leg press 45º (58,3%) e no domínio físico de qualidade de vida
(9,1%). Conclusão: O programa de
fisioterapia aquática, composto de exercícios resistidos, contribui para o
aumento da força muscular e melhora da qualidade de vida em idosas com DCNT.
Palavras-chave: hidroterapia,
treinamento de resistência, mulheres, envelhecimento.
Abstract
Introduction:
Muscular strength is an important component of physical fitness related to
health and its decline leads to an increased risk of falls and limitations in
daily activities, as well as negatively influencing the perception of quality
of life in older women with Chronic Noncommunicable Diseases (CNCD). Objective: The aim of this study was to
investigate the influence of the aquatic training program on muscle strength
and quality of life in older women with CNCD. Methods: This is a pilot study. 24 elderly women were randomized
and allocated to two groups: AG - Aquatic Intervention (n = 12) and CG -
Control (n = 12). Muscle strength was assessed through the 1RM test and for the
quality of life assessment we used the WHOQOL-bref
questionnaire. The aquatic physical therapy program lasted 12 weeks and
consisted of three components: warm-up; resisted exercises and cool down. Results: Only AG showed a significant
increase in muscle strength assessed by 1 RM tests in the bench press exercise
(55.5%) and leg press 45o (58.3%) and in the physical quality of life domain
(9.1%). Conclusion: We concluded that
the aquatic physical therapy program, composed of resistance exercises,
contributes to increase muscular strength and improves the quality of life in
older women with CNCD.
Key-words: hydrotherapy,
resistance training, women, aging.
O envelhecimento está
associado à redução gradual da força e da função muscular, o que se deve,
predominantemente, à redução do número de fibras musculares [1]. Estudos
apontam que após os 50 anos de vida, a taxa de declínio da força muscular é de
aproximadamente 8% a 15% por década. Além disso, homens e mulheres exibem o
mesmo padrão de diminuição da força durante o envelhecimento [2-6].
A força muscular é um
importante componente da aptidão física relacionada à saúde, contudo o seu
declínio influencia na percepção da qualidade de vida, que associada à
diminuição das habilidades das tarefas cotidianas, pode ocasionar baixa
autoestima e depressão [7,8]. O declínio da força muscular em idosos com
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) leva à perda gradual de equilíbrio,
o que aumenta o risco de quedas e pode ocasionar fraturas, internação e morte
[9-11].
Sabe-se que o
treinamento físico realizado no ambiente aquático é um importante recurso terapêutico
utilizado para minimizar os efeitos deletérios gerados pelo envelhecimento,
pois as propriedades físicas da água como a viscosidade e o empuxo promovem
redução da sobrecarga articular, aumento de força muscular, melhora do
equilíbrio e propriocepção, fato que possibilita a realização de exercícios com
baixo risco de lesões musculoesqueléticas, minimizando o risco de quedas na
população idosa [12-15] .
Evidências comprovam
que a fisioterapia aquática é eficaz no controle e tratamento dos fatores de
risco das DCNT, como a hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e
inatividade na população idosa [12,13,16].
Contudo, são
incipientes na literatura estudos com protocolos de intervenção aquática que
apresentem parâmetros bem definidos como profundidade, tempo de intervenção,
temperatura da água e intensidade dos exercícios, o que dificulta a
reprodutibilidade e a aplicabilidade na prática clínica. Assim, torna-se
relevante o desenvolvimento de ensaios clínicos controlados randomizados, com protocolo
de intervenção bem delineado e fundamentado nos princípios científicos da
hidrostática, hidrodinâmica, termodinâmica e fisiologia do exercício aquático,
a fim de garantir segurança à saúde dos pacientes com DCNT, bem como
efetividade e reprodutibilidade do protocolo proposto.
Dessa forma, o objetivo
do presente estudo foi investigar a efetividade de um programa de treinamento
aquático resistido na força muscular e qualidade de vida em idosas com DCNT.
Trata-se de um estudo
piloto de ensaio clínico controlado aleatorizado, paralelo, de dois braços e
aberto. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (parecer no.
296.619) e posteriormente registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínico
(RBR-9dgk5r). As voluntárias receberam orientação sobre o objetivo do estudo,
riscos e benefícios e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O
programa de exercícios aquáticos foi oferecido aos participantes do grupo
controle sem ônus financeiro.
Foram incluídas
mulheres com idade igual ou acima de 60 anos. Foram excluídas aquelas que
apresentaram alguma contraindicação ao exercício aquático como: otite,
hidrofobia, micose e feridas cutâneas [17]. Todas voluntárias foram orientadas
a manter as atividades identificadas na linha de base e não participar de
outros programas de exercícios físicos regulares no período da coleta de dados
e intervenção aquática.
A aleatorização
foi realizada por meio de um sorteio, no qual se utilizaram envelopes selados,
executado por um membro da equipe cegado ao protocolo do estudo. As idosas
foram alocadas em dois grupos: 1) grupo intervenção aquática (GA, n = 12), o
qual realizou 12 semanas de exercícios resistidos em água e 2) grupo controle
(GC, n = 12), o qual não realizou nenhum tipo de intervenção.
Métodos
de avaliação
As informações
referentes aos dados pessoais, hábitos de vida, comorbidades e medicamentos
foram obtidas por meio de anamnese. Para caracterização da amostra foram
realizadas as medidas antropométricas [18], avalição da pressão arterial e
frequência cardíaca [19].
Todas as voluntárias
foram submetidas à avaliação da força dos grupos musculares de membros
superiores (peitorais) e membros inferiores (quadríceps), por meio do teste de
uma repetição máxima (1RM). Para avaliação de 1RM do grupo muscular de membros
superiores utilizou-se o exercício supino reto, no aparelho de supino em banco
horizontal (Reforce®). A avaliação de 1RM dos músculos dos membros inferiores
foi determinada por meio do leg press
45o (Reforce®).
O protocolo para
determinação de 1RM consistiu na realização de dois minutos de aquecimento,
constituído por seis repetições com aproximadamente 50% da carga a ser
utilizada na primeira tentativa de cada teste de 1RM. Após cinco minutos de
intervalo, realizou-se o teste de 1RM acrescentando-se 5 kg, quando necessário,
porém sem exceder cinco tentativas. Foi considerado como carga máxima o último
movimento completo realizado pelo indivíduo [20].
Para a avaliação da
qualidade de vida foi utilizado o questionário WHOQOL-bref,
que é composto por 26 perguntas referentes aos quatro domínios: físico,
psicológico, social e ambiental (21). A pontuação total varia de 0 a 100, sendo
“0” correspondente ao pior estado geral de saúde e “100” ao melhor estado geral
de saúde.
Protocolo
de intervenção
O programa de
intervenção aquática teve duração de 12 semanas, com a periodicidade de três
vezes por semana, em dias alternados. A temperatura da água da piscina foi
mantida a 32º C em todas as sessões de intervenção. O programa foi dividido em
três componentes: aquecimento; exercícios resistidos e desaquecimento, adaptado
dos protocolos descritos por Arca et al.
[22] e Rizzi, Leal & Vendrusculo
[23].
a) Primeira semana:
familiarização com o programa de intervenção aquática, com duração de 37
minutos por sessão.
b) Segunda a quarta
semana: exercícios de alongamento dos seguintes grupos musculares: tríceps
braquial, peitoral maior, quadríceps, isquiotibiais, gastrocnêmios
e adutores da coxa. Em seguida foram realizados exercícios resistidos para os
grupos musculares supracitados. Tríceps braquial: voluntárias na parte média da
piscina (1,30 m), segurando aquatubos (Floty®), com os ombros aduzidos e cotovelos próximos ao
tronco, realizaram movimentos de extensão e flexão, mantendo os antebraços pronados. Peitoral Maior: na mesma posição descrita
anteriormente, as voluntárias com pranchas de E.V.A. (Floty®)
realizaram movimentos de flexão e extensão de cotovelo “aproximando e afastando
a prancha do tronco”. Quadríceps: em pé, segurando a barra fixa da parede da
piscina, parte rasa (1 m) e utilizando aquatubos (Floty®) posicionados na região plantar, as voluntárias
realizaram movimentos de extensão e flexão de joelho (unilateral e
alternadamente). Adutores da coxa: com as mãos apoiadas na barra fixa,
utilizando caneleira tradicional de E.V.A. (Floty®),
realizaram movimentos de abdução e adução de quadril, com o joelho em extensão
e os tornozelos em dorsiflexão (unilateral e alternadamente). Reto Abdominal:
com as mãos apoiadas na barra fixa, foram realizados movimentos de “chutes”,
tocando bilateralmente os pés na parede da piscina e em seguida retornando ao
chão. Foram realizadas cinco séries de 30 repetições com 30 segundos de repouso
entre as séries para cada exercício supracitado, totalizando 25 minutos. No
desaquecimento foram realizados os mesmos exercícios com a mesma duração do
componente alongamento.
c) Quinta a oitava
semana: foram realizados os mesmos exercícios descritos no item b, porém com
modificações no número de séries e tempo de duração, ou seja, seis séries de 30
repetições com 30 segundos de repouso entre as séries, totalizando 30 minutos.
d) Nona a décima
segunda semana: foram realizados os mesmos exercícios descritos no item b,
porém com modificações no número de séries e tempo de duração, ou seja, sete
séries de 30 repetições com 30 segundos de repouso entre as séries, totalizando
35 minutos.
Na figura 1 pode ser
visualizado o desenho esquemático do programa de intervenção aquática.
Fonte: Elaborado pelos
próprios autores
Figura 1 - Desenho esquemático do programa de intervenção aquática.
Análise
estatística
A normalidade dos dados
foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Os
dados que não apresentaram distribuição normal foram expressos em mediana e
intervalos interquartílicos. Para comparação intergrupos foi utilizado o teste
de Mann-Whitney e para comparação intragrupo o teste de Wilcoxon.
Em todos os testes, o nível de significância foi estabelecido em 5%. O
coeficiente d de Cohen foi calculado
para determinar o tamanho do efeito. Todas as análises foram conduzidas por
intenção de tratar, pelo método de imputação múltipla para dados ausentes, e
por protocolo. Como os resultados das análises foram consistentes, foram
apresentados somente os resultados da análise por intenção de tratar.
A amostra inicial foi
composta por 37 idosas, destas 13 foram excluídas, restando 24 voluntárias. Em
seguida, foi realizada à randomização e a alocação em dois grupos: GA com 12
voluntárias e GC com 12. Houve uma perda no GA e seis no GC. Dessa forma a
amostra final foi de 17 voluntárias (Figura 2).
Fonte: Elaborado pelos
próprios autores
Figura 2 – Randomização e seguimento das voluntárias.
Na tabela I estão
apresentadas as características dos grupos estudados identificadas na linha de
base. Não houve diferença significativa entre os grupos para as variáveis
avaliadas. A amostra foi constituída de mulheres idosas, com sobrepeso e
obesidade, sendo a hipertensão arterial a comorbidade referida de maior
prevalência, seguida de osteoartrite.
Tabela I – Características basais dos grupos estudados.
CA = Circunferência
Abdominal; IMC = índice de massa corpórea; PAS = pressão arterial sistólica;
PAD = pressão arterial diastólica; FC = frequência cardíaca.
Na tabela II estão apresentados
os resultados do teste de 1RM e dos domínios do questionário WHOQOL avaliados
pré e pós-intervenção em ambos os grupos. O GA apresentou aumento significativo
da força muscular avaliada pelos testes de 1RM no exercício de supino reto
(55,5%) e leg press 45º
(58,3%) e no domínio físico de qualidade de vida (9,1%). Os resultados obtidos
na análise por protocolo foram consistentes com a análise de intenção de
tratar.
Tabela II – Valores dos testes de 1RM e dos domínios de qualidade de vida de ambos
os grupos, obtidos nos momentos pré e pós-intervenção.
Dados apresentados em
mediana e intervalo interquartílico; D = diferença entre
valores obtidos pré e pós-intervenção; d = Coeficiente d de Cohen; *p < 0,01
Pré versus Pós.
Os principais
resultados do presente estudo demonstraram que o programa de 12 semanas de
exercícios aquáticos resistidos, foi efetivo em aumentar a força muscular e
melhorar o domínio físico da qualidade de vida em idosas com DCNT.
O incremento de força
muscular promovido pelo treinamento aquático resistido pode ser atribuído aos
diferentes aspectos que compreenderam o protocolo, como o aumento progressivo
do volume de treinamento a cada quatro semanas, a execução dos exercícios
utilizando as propriedades físicas da água (empuxo, viscosidade e fluxo
turbulento) e equipamentos, como recursos para gerar resistência durante todos
os movimentos.
Programas de
fisioterapia aquática constituídos de exercícios resistidos potencializam a
força muscular nos membros superiores e inferiores, e amenizam o processo de
perda gradual das aptidões físicas decorrentes do processo de envelhecimento
[24,25].
Na revisão sistemática
realizada por Heywood et al. [26], nota-se o baixo nível de evidências científicas nos
estudos que utilizaram o treinamento resistido na população idosa, assim como a
variedade de protocolos de intervenção. Este fato está relacionado ao desafio
de mensurar algumas variáveis do treinamento no meio líquido como: o tipo de
exercício, frequência de treinamento e a carga [26,27].
Entretanto, os achados
do presente estudo corroboram os resultados Graef et al. [4], que compararam os efeitos do
exercício aquático resistido com os exercícios aquáticos sem resistência. Os
autores submeteram 27 idosas (10 no grupo de exercícios resistidos, 10 no grupo
de exercícios sem resistência e sete no grupo controle) a um programa de
treinamento com duração de 12 semanas, 50 minutos por sessão, duas vezes por
semana. Desse modo, observaram que apenas o programa de exercício aquático
resistido promoveu aumento da força muscular nessa população.
Candeloro e Caromano
[14] submeteram 31 idosas sedentárias saudáveis (16 no grupo experimental e 15
no grupo controle) a um protocolo de 14 semanas de fisioterapia aquática, com
periodicidade de duas vezes por semana. Foram realizados treinamento resistido
e exercícios de flexibilidade. As autoras observaram que o protocolo proposto
foi efetivo em aumentar a força dos músculos quadríceps, isquiotibiais, bíceps
braquial, deltoide e peitoral maior.
Com relação à melhora
significativa no domínio físico de qualidade de vida, acredita-se que o
programa de treinamento aquático resistido e a temperatura da água, que
permaneceu a 32ºC em todas as sessões, sejam os principais elementos
responsáveis por este achado. Programas de exercícios realizados em temperaturas
termoneutras promovem redução das dores e
desconfortos musculoesqueléticos, melhora das atividades de vida diária e
independência funcional [28]. Vale ressaltar que dentre os domínios do WHOQOL-bref, o domínio físico é o que exerce maior influência na
percepção qualidade de vida [29].
Sattar et al. [30] submeteram 24 mulheres (14 no grupo exercício e 10 no
controle) com idade acima de 50 anos, a um programa de fisioterapia aquática
resistido, com duração de oito semanas e periodicidade de três dias por semana.
Observou-se que o programa de fisioterapia aquática resistido foi efetivo para
melhorar os sintomas físicos avaliados pelo questionário de qualidade de vida,
demonstrando que este tipo de intervenção é uma alternativa ao treinamento de
força tradicional.
Apesar de não haver
diferença estatisticamente significante no domínio social de qualidade de vida,
constatou-se tamanho de efeito moderado (d = 0,60), o que pode indicar a
relevância clínica deste achado.
Acredita-se que o
programa de treinamento realizado semanalmente e coletivamente promoveu
socialização entre as participantes do GA, visto que idosas com DCNT apresentam
mobilidade reduzida, sintomas de depressão, o que dificulta o convívio e a
interação social [31,32].
Embora os resultados
sejam relevantes e promissores, algumas limitações do presente estudo devem ser
ressaltadas. O tamanho amostral foi relativamente pequeno, o que se deve à
dificuldade de encontrar participantes nessa faixa etária compatíveis com os
critérios de inclusão. Entretanto, o tamanho amostral foi suficiente para
identificar melhora significativa da força muscular e do domínio físico da
qualidade de vida. Outro aspecto a ser mencionado é a inclusão de voluntários
somente do gênero feminino, fato que limita extrapolar os resultados
encontrados para indivíduos do gênero masculino.
Assim, destaca-se a
necessidade de novos ensaios clínicos controlados e randomizados de treinamento
aquático resistido em idosas com DCNT, visto que idosas saudáveis não
representam a realidade clínica nessa população. As implicações para a prática
clínica, oriundas do presente estudo, é que o programa de fisioterapia
aquática, constituído de exercícios resistidos, é indicado para idosas com
DCNT, pois possui componentes que visam à melhora de aptidões físicas
encontradas em declínio nessa população, além de ser considerada uma
alternativa terapêutica segura e eficaz em diversas afecções
musculoesqueléticas, cardiorrespiratórias e metabólicas [13,33,34].
O programa de
fisioterapia aquática, composto de exercícios resistidos, realizados de forma
sistematizada e progressiva foi efetivo para potencializar a força muscular de
membros superiores e inferiores e melhorar a qualidade de vida em idosas com
DCNT. Considera-se que esta modalidade terapêutica é uma alternativa ao modelo
tradicional realizado no solo, pois as propriedades físicas do ambiente
aquático promovem redução da sobrecarga articular, estabilização dos movimentos
e reeducação muscular, com baixo risco de quedas e lesões musculoesqueléticas.
Deste modo, a fisioterapia aquática é um recurso amplamente indicado para a
melhora da aptidão física e aspectos psicossociais para esta população.
Ao Fundo de Amparo à
Pesquisa da Universidade do Sagrado Coração (FAP/USC) pelo apoio financeiro.