ARTIGO
ORIGINAL
Higienização
simples e o uso do álcool 70% no controle de microrganismos das mãos em
universitários da área da saúde
Simple
hygiene and use of alcohol 70% in the control of microorganisms of the hands in
students of the health area
Walkiria Shimoya-Bittencourt, D.Sc.*,
Viviane Martins Santos, D.Sc.**, Daniele Cernek dos Santos***, Ediani
Santana Zdziarski Angelim***, Marianna
Freitas Lima***,
Regina Celia Poli Frederico, D.Sc.****, Priscila
Daniele de Oliveira, D.Sc.*****, Viviane Martins Mana
Salício, D.Sc.******,
Cristiane Coimbra de Paula, M.Sc.*******
*Centro
Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), **Universidade de
Cuiabá (UNIC), Cuiabá/MT, ***Graduação em Fisioterapia, Centro
Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande/MT, ****Universidade Pitágoras Unopar
- UNOPAR, Londrina/PR, *****Universidade Anhanguera UNIDERP (Universidade para
o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), Campo Grande/MS,
******Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande/MT,
*******Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande/MT,
Microbiologista do Laboratório Carlos Chagas
Recebido em 21 de
fevereiro de 2019; aceito em 9 de abril de 2019.
Correspondência:
Walkiria Shimoya Bittencourt, Secretaria da
Pós-Graduação, Av. Manoel José de Arruda, 3100 Jardim Europa 78065-700 Cuiabá
MT, E-mail: wshimoya@yahoo.com.br; Viviane
Martins Santos: martinssantos.viviane@gmail.com; Daniele Cernek dos
Santos: danielecernek@hotmail.com; Ediani Santana Zdziarski Angelim: ediany_sz@hotmail.com; Marianna Freitas Lima: marianna_963@hotmail.com; Regina Celia Poli Frederico:
reginafrederico@yahoo.com.br; Priscila Daniele de Oliveira:
prisciladanielefisio@hotmail.com; Viviane Martins Mana Salício:
vivimana@hotmail.com; Cristiane Coimbra de Paula: cristianepaula4@gmail.com
Resumo
Objetivo: Verificar a eficácia
da lavagem das mãos no controle de disseminação de microrganismos em
universitários da área da saúde. Métodos:
Delineamento experimental, utilizando como antissépticos água e sabão e álcool
70% (gel e líquida). Os procedimentos de lavagem simples das mãos e uso de
álcool 70% foram distribuídos em cinco grupos: Grupo sem lavagem das mãos (MS);
Grupo lavagem simples das mãos com água e sabão (LS); Grupo lavagem das mãos
com água e sabão e uso de álcool 70% (líquido) (LSA70), Grupo lavagem das mãos
com água e sabão e uso de álcool 70% (gel) (LSAG) e Grupo apenas com uso de
álcool gel (MAG). Resultados:
Participaram do estudo 125 universitários. Foi observada significância
estatística quando comparado os seguintes grupos: MS vs. MAG (p < 0,001), MS
vs. LSA70 (p < 0,001), LS vs. MAG (p < 0,05), MS vs. LSAG (p < 0,001),
LSAG vs. MAG (p < 0,001) e LSAG vs. LSA70 (p < 0,05). Conclusão: O álcool 70% foi eficaz na
redução de crescimento de microrganismos em relação à lavagem simples das mãos.
O álcool em forma de gel demonstrou ter melhor resultado quando aplicado sem a
lavagem previa das mãos enquanto que o álcool na forma líquida foi mais eficaz
após a lavagem das mãos.
Palavras-chave: higiene das mãos,
microbiologia, assepsia, controle de infecções, equipe multiprofissional.
Abstract
Objective: To verify the
effectiveness of hand washing in the control of dissemination of microorganisms
in health university students. Methods:
Experimental design, using water and soap and 70% alcohol (gel and liquid) as
antiseptics. The procedures of simple hand washing and alcohol use 70% were
distributed in five groups: Group without hand washing (MS); Simple washing
hands group with soap and water (LS); Group washing of hands with soap and
water and use of alcohol 70% (liquid) (LSA70), Group washing with soap and
water and use of alcohol 70% (gel) (LSAG) and Group with alcohol gel use only
(MAG). Results: 125 university
students participated in the study. Statistical significance was observed when
compared to the following groups: MS vs. MAG (p < 0.001), MS vs. LSA70 (p
< 0.001), LS vs. MAG (p < 0.05), MS vs. LSAG (p < 0.001), LSAG vs. MAG
(p < 0.001) and LSAG vs. LSA70 (p < 0.05). Conclusion: Alcohol 70% was effective in reducing the growth of
microorganisms in relation to simple hand washing. Alcohol in the form of a gel
was shown to have a better outcome when applied without prior handwashing, whereas
alcohol in liquid form was more effective after handwashing.
Key-words: hand hygiene,
microbiology, asepsis, infection control, patient care team.
As mãos são as
estruturas corporais mais utilizadas no contato direto e se constituem no
principal veículo de transmissão de microrganismos, representando o elo entre
paciente, profissional e ambiente. A ruptura desse elo de transmissão provoca
infecções e exige a adoção de normas básicas de assepsia sendo a de maior
impacto a higienização das mãos [1,2].
Sabe-se que a lavagem
das mãos é a mais importante e eficaz medida para prevenir a transmissão de
infecções [3,4]. Assim, preconiza-se que a higienização das mãos deve ocorrer
antes e após o contato com o cliente/paciente, antes de calçar as luvas e após
retirá-las, entre um cliente e outro, entre um procedimento e outro, ou em
ocasiões em possa existir transferência de patógenos para cliente e/ou
ambientes, entre procedimentos com o mesmo cliente e após o contato com sangue,
líquido corporal, secreções, excreções e artigos ou equipamentos contaminados
[5,6].
Diante de todas as
evidências sobre a importância das mãos na cadeia de transmissão das infecções
associadas aos cuidados em saúde e os efeitos da higienização na diminuição das
taxas de infecção, muitos profissionais são passivos diante do problema,
enquanto que os serviços adotam formas ineficazes para envolver os
profissionais em campanhas educativas de higienização das mãos [7]. Embora não
haja dúvidas a respeito da eficácia da higienização das mãos e da simplicidade
dessa prática, uma baixa adesão e falta de conscientização à higienização das
mãos tem sido reportada por diversos estudos em todo o mundo [8,11].
Sabendo da importância
da lavagem das mãos, diversos pesquisadores se preocupam com a transmissão das
infecções levando à realização de estudos voltados mais à monitoração da
aderência dos profissionais de saúde às práticas de higienização das mãos do
que estudos que avaliem microbiologicamente o efeito
da técnica [12-14].
A higienização das mãos
é, sem dúvida, um tema que pode se tornar embaraçoso quando abordado
diretamente, pois é difícil a um profissional de saúde assumir que falha em um
aspecto tão elementar [6]. Dessa forma, têm se realizado estudos com estudantes
universitários da área da saúde pelo fato dos mesmos
aprenderem, como parte da sua formação acadêmica, a execução correta da técnica
[15,16]. Por outro lado, aprender o procedimento correto não garante que os
estudantes a executem adequadamente ou que o seu conhecimento sobre a técnica
seja suficiente para boa prática [17].
Sendo assim, são
necessários estudos que busquem informações mais fidedignas possíveis quanto ao
hábito de higienizar as mãos, pois apesar das campanhas para controle das
infecções associadas aos cuidados em saúde e das evidências de sua transmissão
de patógenos, as mãos dos profissionais de saúde constituem a fonte mais
frequente de contaminação e disseminação de infecção [18].
Optou-se neste estudo
por realizar a técnica de higienização das mãos em universitário da saúde por
dois motivos: Primeiro por serem estudantes e terem tido aula teórica e prática
para execução correta da técnica, terem oportunidade de praticá-la no decorrer
da sua graduação, por estarem em contato com o paciente e transitando nos
ambientes de saúde. Dessa forma evitando-se fatores de confusão ao comparar a
realização da higienização simples das mãos, com e sem o uso de álcool no
controle de microrganismo e aproximando este experimento de uma situação real e
não de laboratório. Segundo, pelo fato da maioria dos estudos nesta população
enfatizar a baixa adesão da técnica, compreensão da importância da técnica e
conhecimento acerca da sua realização insuficientes e principalmente pelo pouco
uso desta técnica no cotidiano [15-17,19].
E para que a
higienização das mãos seja eficiente é necessário que seja observada a eficácia
antimicrobiana do agente tópico utilizado, o procedimento adequado e a adesão
regular das equipes de saúde. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar a
eficácia da lavagem das mãos no controle de disseminação de microrganismos em
universitários da área da saúde.
O estudo foi delineado
como experimental realizado em universitários da área da saúde submetidos à
lavagem simples das mãos e ao uso de antisséptico.
Os universitários foram
selecionados aleatoriamente e convidados a participar da pesquisa por meio de
contato pessoal. Foram incluídos alunos de graduação maiores de 18 anos, de
ambos os sexos, regularmente matriculados nos cursos de biomedicina, nutrição,
psicologia, medicina, enfermagem odontologia, fisioterapia, estética e educação
física. Foram excluídos aqueles que não quiseram lavar as mãos, que tivessem
alergia ao antisséptico, aqueles que não compareceram no dia agendado para
realizar a pesquisa.
Foram utilizados como
antissépticos o álcool glicerinado a 70% na forma
liquida e em gel e o uso de água e sabão. Os procedimentos de lavagem simples
das mãos e uso de álcool 70% foram distribuídos em cinco grupos: Grupo mão suja
(MS) - sem lavagem das mãos; Grupo lavagem simples das mãos com água e sabão
(LS); Grupo lavagem das mãos com água e sabão e uso de álcool 70% (liquido)
(LSA70), Grupo lavagem das mãos com água e sabão e uso de álcool 70% (gel)
(LSAG) e Grupo apenas com uso de álcool gel (MAG).
Os universitários foram
orientados quanto à técnica de lavagem simples das mãos pelas pesquisadoras do
estudo [5]. Para aqueles que lavaram as mãos e utilizaram o álcool foram
realizados os seguintes passos: lavagem das mãos com água e sabão, secagem das
mãos com papel toalha, aplicação do álcool 70% (gel ou liquido) e espera da
absorção do produto nas mãos (secar) para em seguida colher as amostras.
A coleta dos dados foi
realizada na palma e dedos das mãos através do swab stuart. Essas amostras foram
encaminhadas para o laboratório de microbiologia da instituição e passadas numa
placa de Petri contendo Agar nutriente utilizada como meio de cultura para
crescimento microbiano. A leitura das placas foi realizada 24 horas após sua
incubação em estufa a 37ºC. Em seguida foi realizada a leitura das placas
observando a cor e morfologia e realizado a coloração de gram.
Como os universitários
tinham que secar as mãos após o procedimento de lavagem simples, foram
coletadas amostras do papel toalha para análise do crescimento microbiano.
Após a coleta dos dados
os mesmos foram tabelados em Excel versão 2010. Para verificar a normalidade
dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov.
Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste de Kruscal-Wallis
e em seguida a aplicação do teste post-hoc de Dunn’s
para comparação entre grupos. O teste exato de Fisher foi aplicado para
associação entre o crescimento de microrganismos e o uso de álcool. Foi
considerada significância p<0,05.
Este estudo foi
aprovado pelo comitê de ética da Escola de Saúde Pública de Cuiabá/MT, sob o
número de protocolo 030054/2016.
Participaram do estudo
125 estudantes universitários com média de idade de 24,1 ± 6,5 anos, sendo a
maioria (62%) do curso de fisioterapia.
Quando comparados os
grupos MS vs. MAG foi observado que o álcool foi eficiente no combate aos
microrganismos, uma vez que não foi evidenciado nenhum crescimento no grupo MAG
(p<0,001), como demonstrado na Tabela I.
Tabela I - Análise comparativa entre os procedimentos de assepsia desenvolvidos
pelos universitários.
MS = mão suja; LS =
Lavagem simples das mãos; LSAG = Lavagem simples das mãos com uso de álcool
gel; LSA70 = Lavagem simples das mãos com uso de álcool forma.
Na comparação entre MAG
vs. LS observou-se que o grupo com MAG foi melhor em relação à LS (p<0,05) e
a comparação entre LSAG vs. MAG demonstrou que a MAG foi melhor em relação à
LSAG. A aplicação do AG sem a lavagem das mãos com água e sabão prévia foi
significantemente mais adequado na redução de crescimento de microrganismos
(p<0,01).
Também foi observado
que quando comparado os grupos MS vs. LSAG o uso do álcool reduziu o
crescimento de microrganismos (p<0,001).
Figura 1 - Crescimento de microrganismo segundo aplicação de álcool após a lavagem
das mãos.
A comparação dos grupos
LSA70 vs. MS demonstrou que o uso do álcool 70 após a lavagem simples das mãos
mostrou-se eficaz apresentando uma redução significante da colonização de
microrganismos quando comparado ao indivíduo com MS (p<0,001).
A análise entre os
grupos LSAG vs. LSA70 mostrou que a LSA70 líquido foi mais eficaz na redução no
controle de microrganismo quando comparado com a lavagem simples e o uso de
álcool em gel (p < 0,05).
Foi observada presença
de crescimento microbiano nas amostras coletadas do papel toalha utilizado para
a secagem das mãos. Não houve significância estatística na comparação com os
demais grupos.
A figura 1 demonstra
que o crescimento de microrganismos em indivíduos que fizerem o uso do álcool
no procedimento de lavagem das mãos foi de 0,04 (4%) em comparação com 81% dos
indivíduos que não fizeram o uso do álcool em forma gel ou líquida. Foi
verificada a associação entre crescimento de microrganismo e uso ou não de
álcool, sendo o álcool um fator de proteção contra o crescimento de
microrganismos com RR= 0,080 [IC-95% (0,020 - 0,31)] p < 0,0001.
A distribuição do
crescimento bacteriano segundo as técnicas de assepsia estão demonstradas na
Figura 2.
Figura 2 - Distribuição de crescimento bacteriano segundo método de assepsia das
mãos.
A literatura aponta que
as mãos dos profissionais da área da saúde servem como principal veículo de
infecções cruzadas no ambiente hospitalar e demais locais de assistência à
saúde; e que a higienização pode reduzir episódios de transmissão de agentes
infecciosos tanto na comunidade quanto em hospitais [5,20].
No presente estudo
observamos que o uso do álcool 70% na forma em gel foi eficaz no combate aos
microrganismos das mãos. Como também o uso do álcool associado à lavagem
simples das mãos teve efeito benéfico, uma vez que essa associação pode ter
potencializado seu efeito microbiológico.
Estudos apontam que um efeito
residual cumulativo do uso do álcool, isto é, efeito da atividade
antimicrobiana cumulativa por uso, poderia reduzir o número de microrganismos
nas mãos dos trabalhadores da saúde, contribuindo assim para reduzir as taxas
de infecções principalmente as hospitalares [21,22].
López-Gigosos et al.
[23] e Hernandes et al. [24] também
observaram em seu estudo que antissépticos a base de álcool
são mais eficazes no controle de microrganismo do que apenas realizar a
higienização das mãos com água e sabão devido ao seu efeito persistente contra
contaminação.
Apesar de Neves et al. [7] observarem que as soluções à
base de álcool não têm atividade persistente, sua utilização retarda o
crescimento das bactérias nas mãos, pois sua capacidade de permanecer na pele
após a aplicação pode adiar o crescimento das bactérias endógenas ou diminuir o
risco de bactérias exógenas.
Por outro lado, Huberts et al.
[25] concluíram que o uso de soluções antimicrobianas na higienização das mãos
não foi mais eficaz do que só utilizar água e sabão. Os autores ressaltaram que
o uso de álcool é influenciado pelo tipo de microrganismos residentes e
transitórios existentes na microbiota humana, nível de inoculação, duração do
procedimento de assepsia, frequência com que é realizada a higiene e a
concentração da solução antimicrobiana.
Há evidências que
esfregar as mãos com solução a base de álcool por um tempo inferior a 15
segundos e maior de 30 segundos não reduz em maior quantidade os microrganismos
do que realizar o procedimento em 30 segundos [26]. Como também que a eficácia
da higienização das mãos entre os profissionais da saúde pode ser afetada e
consequentemente reduzida na presença de unhas longas e esmalte de unha quando
comparado, respectivamente, unhas curtas e sem esmalte [27].
No entanto, quando
comparado o uso do álcool 70% em gel e líquido associado à lavagem simples das
mãos, foi observado que a forma líquida foi melhor na redução de colonização
que a forma em gel. Pode ser que a absorção na forma líquida tenha sido maior
do que em gel, uma vez que os estudantes tinham que repetir o passo-a-passo da
técnica até a sua completa absorção para evitar gotejamento. Essa premissa
corrobora os achados de Deschênes et al. [28] que observaram que lavar as
mãos de acordo com a técnica e tempo preconizado pela Organização Mundial de
Saúde é melhor do que não lavar as mãos adequadamente e que realizar a técnica
correta repetindo duas vezes no mesmo tempo prederminado
é mais eficaz.
Semelhante a esses
achados Dixon et
al. [29] ressaltaram que utilizar sabão em forma de spray é menos eficaz do
que sabão líquido na eliminação de microrganismos patogênicos. Isso ocorreu
devido ao sabão liquido espumar mais e consequentemente realizar melhor
assepsia do que o sabão em forma de spray em que a espuma formada é dispersada
no ar.
O uso da higenização simples das mãos no presente estudo por si só
não foi suficiente para diminuir a colonização por microrganismo. Dessa forma,
procurou-se analisar o papel toalha, uma vez que se tem que secar as mãos após
a higienização. Os resultados demonstraram que há presença de microrganismos no
papel toalha. Tal fato suporta a premissa que esse dado pode ter influenciado
nos resultados dos grupos que fizeram o uso da lavagem simples das mãos. Esses
achados vão ao encontro de resultados de um estudo realizado em um hospital
chinês que observou que produtos de higiene como papel toalha podem estar
relacionados à incidência e infecções nosocomiais [30]. No entanto, não foram
encontrados estudos no Brasil que avaliassem o papel toalha como fonte de
contaminação e transmissão de microrganismos.
Apesar
da importância
epidemiológica da higienização das mãos na
prevenção das infecções, a adesão a
essa medida tem se constituído em um dos maiores desafios para
as Comissões de
Controle de Infecção Hospitalar que, dentre outros
aspectos, envolve os
recursos humanos nos estabelecimentos de saúde, seu preparo e
sua
conscientização [6]. A falta de treinamento para
realização da técnica,
localização da pia, não disponibilidade dos
produtos de limpeza para as mãos no
local de atendimento e falta de tempo são consideradas as
maiores razões para
não praticarem a técnica de higienização
das mãos [29]. No entanto, acredita-se
que as infecções possam ser prevenidas com medidas
adequadas de higienização
das mãos [31,32].
Embora o presente
estudo tenha analisado a presença de microrganismos antes e após a assepsia das
mãos não foram identificadas as espécies das bactérias presente, bem como a
duração do efeito das técnicas realizadas, uso ou não de esmalte e comprimento
das unhas.
A utilização do álcool
70% na redução de crescimento de microrganismos mostrou-se eficaz em relação à
lavagem simples das mãos. O álcool em forma de gel demonstrou ter melhor
resultado quando aplicado sem a lavagem prévia das mãos enquanto que o álcool
na forma líquida foi mais eficaz após a lavagem das mãos. Entretanto, a
presença de microrganismos no papel toalha mostrou ser uma possível fonte de
contaminação e colonização de microrganismos, podendo prejudicar o processo de
assepsia das mãos.
Agradecemos imensamente
ao laboratório Carlos Chagas pelo apoio na realização deste trabalho. Ao
professor Marcos Adriano Salício pela inestimável
parceria e contribuições na estatística.