ARTIGO ORIGINAL
Postura corporal de
jovens recrutados para o serviço militar obrigatório: estudo longitudinal
Body posture of young recruited for mandatory military service:
longitudinal study
Adriana
Brondani Pagliarin Silva,
Ft., M.Sc.*, Fernando Copetti, D.Sc.**, Michele Forgiarini Saccol, Ft. D.Sc.***
*Fisioterapeuta, Mestre
em Reabilitação Funcional pela Universidade Federal de Santa Maria, **Educador
Físico, Professor titular da Universidade Federal de Santa Maria,
***Fisioterapeuta, Professora adjunta da Universidade Federal de Santa Maria
Recebido em 4 de
dezembro de 2019; aceito em 13 de maio de 2020.
Correspondência: Adriana Brondani Pagliarin Silva, Rua do
Rosário, 91/401, 97010-430 Santa Maria RS
Adriana Brondani Pagliarin Silva:
fisioadrianabrondani@gmail.com
Fernando Copetti: copettif@gmail.com
Michele Forgiarini Saccol:
mfsaccol@gmail.com
Resumo
O exercício físico
juntamente com cuidados ergonômicos tem sido um dos fatores determinantes para
uma boa postura. O treinamento físico militar resulta (TFM) em melhora na
resistência cardiorrespiratória, na força muscular e diminuição de peso. No
entanto, pouco tem sido investigado sobre o efeito do TFM na postura de
recrutas. O objetivo do estudo foi avaliar as adaptações posturais de
recrutados submetidos ao treinamento físico e a rotina do serviço militar
obrigatório ao longo de um ano. Foram avaliados 61 jovens saudáveis do sexo
masculino em janeiro, junho e setembro. Avaliações antropométricas, de
fotogrametria e o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomuscular ocorreram no
início, meio e final do período do TFM. Foram analisados 21 pontos anatômicos nas
visões anterior, posterior e lateral direita. Os resultados mostraram mudanças
mais importantes na simetria postural dos recrutas na visão lateral direita.
Conclui-se que o TFM tem importância substancial para produzir mudanças
positivas na postura dos recrutas ao longo de um ano praticando exercícios
físicos diários.
Palavras-chave: treinamento físico
militar, postura, exercício.
Abstract
Physical
exercises allied to ergonomic safe have been one of the main factors considered
for good posture. Military Physical Training (TFM) results in an improvement of
the cardiorespiratory resistance, muscular strength gains, and weight
reduction. However, little has been investigated about the effect of TFM on the
posture of recruits. The purpose of this study was to investigate the postural
adaptations of young recruits undergoing physical training and the routine of
mandatory military service over a year. Sixty-one healthy young men were
assessed in January, June, and September. Anthropometry, photogrammetry and the
Nordic Musculoskeletal Questionnaire were applied at the beginning and the end
of the TFM period. Twenty-one anatomical points were analyzed according to the
“Sapo protocol” in the anterior, posterior, and right
body side views. The main results showed that changes in the postural symmetry
of the recruits in the right lateral view were observed. The results show that
TFM has substantial importance and positive changes in the body posture of the
recruits over a year practicing daily physical exercises.
Keywords: military physical training, posture, exercise.
Uma boa postura
corporal depende de cuidados diários e o exercício físico regular é um aliado
importante. Para manter o alinhamento corporal, o centro de massa precisa estar
em equilíbrio com a musculatura fortalecida e um esqueleto ósseo íntegro,
mantendo o corpo ereto com base de sustentação sem cair [1]. Tensões musculares
e alterações estruturais como escoliose, protrusão de ombros ou joelhos valgos
tendem a oferecer desequilíbrio na biomecânica corporal e má postura, gerando
tensões musculares, dores e diminuições de espaços articulares [2].
Maus hábitos na
infância e na adolescência repercutem em problemas posturais nos jovens como
escoliose, desalinhamento escapular [3,4], queixas álgicas na região dos
ombros, pescoço e lombar [5]. O uso inadequado de celulares, tabletes e
mochilas também podem contribuir para tais desalinhamentos [5]. A falta de
exercícios físicos regulares ou a sua realização de forma incorreta também corroboram
para a má postura em jovens [6]. Assim, é possível perceber os benefícios do
exercício físico regular como coadjuvante na melhora da postura, fortalecimento
muscular e alívio de dores [7,8].
Jovens entre dezoito e
dezenove anos recrutados para o serviço militar obrigatório são uma parcela que
se engaja na prática de exercício físico regularmente, de forma intensa, em
diferentes locais e situações, horas e condições climáticas. No Brasil, o
treinamento físico militar (TFM) envolve exercícios baseados em um Manual com
protocolos e rotinas, aplicado em quatro fases ao longo do ano [9].
Relatos da prática de
exercício físico com a postura são um tema bastante pesquisado neste meio,
principalmente quando envolve patologias. Porém, estudos acerca de mudanças
posturais em recrutas ao longo de um ano do exercício militar obrigatório e a
prática do TFM é um tema pouco abordado. A respeito disso, pode-se citar o
efeito do TFM na postura da coluna lombar e degeneração do disco intervertebral
em fuzileiros navais [10]. Efeitos da prática do exercício físico com a melhora
da capacidade cardiorrespiratória [7] e a relação com a perda de peso e a
regulação metabólica [11]. Desta forma, este estudo buscou verificar se o
treinamento físico oferecido durante o serviço militar obrigatório pode
promover mudanças na postura dos recrutas ao longo de um ano.
Este estudo
observacional longitudinal avaliou 61 jovens do sexo masculino, recrutados para
o serviço militar obrigatório no Exército Brasileiro. Ao ingressarem para o
Exército, esses jovens realizam o TFM de quatro a cinco vezes por semana e são
direcionados a setores de obrigações e serviços que são executados
rotineiramente.
Na primeira fase do TFM
(introdutória) o treinamento de força ocorre individualmente e em grupo com
carga leve a média, diariamente. Na segunda fase (básico), os exercícios variam
no alongamento e no fortalecimento muscular, com aumento da carga, frequência e
número de repetições. O treinamento cardiorrespiratório se realiza da mesma
forma ao longo das doze semanas, para todas as fases do TFM. Na terceira fase
(qualificação), os exercícios seguem a mesma sequência, aumentando a carga e o
número de repetições. Essa é a última fase antes do Teste de Aptidão Física,
sendo os recrutas encaminhados para a última atividade com acampamento em campo
e simulações de guerra. A quarta e última fase (adestramento) ocorre em tempo
menor de exercícios e com carga e frequências variáveis, preparando o recrutado
para o desligamento do serviço militar [9].
Baseados nas fases do
TFM, foram realizadas três avaliações ao longo do ano, após três fases
principais deste treinamento. A primeira avaliação (A1) ocorreu em janeiro e
contou com 103 jovens conscritos. A segunda avaliação (A2) foi realizada em
junho, após a primeira etapa do TFM (março a maio - instrução) e contou com 75
jovens que executaram durante três meses a rotina militar diária. Nesta segunda
avaliação, houve uma redução de 28 jovens que foram dispensados ao longo da
primeira fase do TFM. A terceira avaliação (A3) ocorreu em setembro, após a
finalização da terceira fase do TFM avaliando 61 recrutas. Além disso, o estudo
teve uma perda amostral de 14 recrutas que receberam baixa por motivos diversos
(Figura 1).
Figura 1 – Fluxograma das
avaliações e etapas do treinamento físico militar (TFM) ao longo de um ano de
recrutamento.
As coletas ocorreram na
enfermaria do Batalhão do Exército Militar em local com boa iluminação, higiene
e temperatura ambiente controlada. Todos os recrutas vestiram calções de banho
e se mantiveram descalços durante o procedimento. Para a avaliação
antropométrica foi usada uma balança aferida com estadiômetro
(marca Welmy, W2000A, Brasil), com resolução de 0,5
cm para medida da estatura e 0,1 kg para a medida da massa corporal.
Na primeira e terceira
avaliação, os recrutas foram questionados quanto a sintomas osteomusculares por
meio do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares [12], que faz
referência de dor nos seguintes pontos corporais: pescoço, ombros, parte
superior das costas, cotovelos, punhos/mãos, quadril/coxas, joelhos e
tornozelos/pés. As respostas continham as alternativas ‘sim’ e ‘não’ e eram
relacionadas aos últimos doze meses, assim como sete dias anteriores à
avaliação. As respostas foram somadas para cada ponto corporal de forma a
identificar quais locais apresentam queixas de dor e desconforto.
A fotogrametria seguiu
a normativa do protocolo SAPO e foi mantida em todas as avaliações [13]. Os
recrutas permaneceram em bipedestação sobre um tatame
quadrado de acetato-vinilo de etileno (3 cm de espessura, medindo 1 m2). Para o
registro das imagens, uma câmera fotográfica digital (Sony DSC Hx300) foi
posicionada em plano frontal a 3 metros de distância, e um fio de prumo
pendurado no teto com três marcações fixadas nele a uma distância de 30 cm
entre elas. Conforme o protocolo SAPO, na vista anterior foram analisados
dezoito pontos, na lateral direita nove pontos, distribuídos nas regiões da
cabeça, tronco e membros inferiores. Na vista posterior, nove pontos foram
distribuídos nas regiões do tronco e membros inferiores.
O Software SAPO foi
usado para analisar as imagens em três das quatro vistas fotográficas, conforme
estudo de Ferreira [13] que adotou a vista lateral direita como base e também por ser o lado dominante o mais referido. As
medidas, fotos e as avaliações biofotograméticas
foram todas realizadas sempre pelo mesmo avaliador.
A análise estatística
foi realizada com o programa Statistical Package for the Social Sciences Windows v.22.0 (SSPS, Chicago, IL, USA) e a
normalidade das variáveis foi conduzida pelo teste Kolmogorov-Smirnov.
Para comparar as variáveis paramétricas usou-se a Anova de medidas repetidas e,
para variáveis não paramétricas, o teste Anova de Friedman. Havendo diferenças
entre as avaliações foi utilizado o teste de Bonferroni. O nível de significância de 5% foi adotado.
Os dados obtidos com o
questionário Nórdico demostraram que dois jovens apontaram dores nos joelhos
sete dias antes da A1. Na A3, vinte e cinco recrutas (40%) se queixaram de dores
nos sete dias antecedentes. Nesta avaliação, também foram citadas as regiões inferior (n=7) e superior da coluna vertebral (n=6),
ombros (n=4), joelhos (n=3), quadril/coxas (n=2), pescoço (n=2) e punhos/mãos
(n=1). Desses 25 recrutas com reclamações, 22 apresentaram restrições na
realização das atividades de vida diária e 11 procuraram avaliação médica no
período.
Em relação aos dados
antropométricos, os recrutas não tiveram alteração significante no índice de
massa corporal entre as avaliações (média de 24,2 kg/m2 em A1 versus 24,6 kg/m2
em A2 e 24,9 kg/m2 em A3).
A comparação entre os
vinte e um pontos anatômicos avaliados por fotogrametria estão apresentados nas
tabelas abaixo. Houve alteração entre as angulações (graus) e as distâncias (cm)
em sete deles, especialmente na vista lateral direita.
A tabela I apresenta os
resultados da vista anterior. O alinhamento horizontal dos acrômios e o
alinhamento horizontal das espinhas ilíacas anterossuperiores demonstraram
diminuição da angulação entre os pontos anatômicos entre A1 e A2 e entre A2 e
A3. Quanto mais próximas de zero, mais alinhadas elas estão uma com a outra. O
TFM proporcionou um melhor alinhamento nos ombros direito e esquerdo em relação
à elevação e depressão deles, o que também ocorreu com as espinhas ilíacas
anteriores direita e esquerda.
Tabela I - Comparação das
medidas posturais na vista anterior em recrutas militares (n=61) nas três
avaliações realizadas durante o período de serviço militar obrigatório. Dados
em média e desvio padrão (DP).
EIAS = espinhas ilíacas ântero-superiores; CIAS = cristas ilíacas ântero-superiores;
† mudanças posturais entre avaliação 1 e
avaliação 2; ¶ mudanças posturais entre
avaliação 1 e avaliação 3; ‡
mudanças posturais
entre avaliação 2 e avaliação 3.
A vista posterior não
apresentou mudanças posturais significativas no alinhamento horizontal das
escápulas em relação à vertebra torácica T3 (tabela II). Os valores positivos
indicam que a distância direita foi maior que a esquerda, e os valores negativos
indicam o oposto. Os recrutas mantiveram a distância entre o ângulo inferior da
escápula direita e o processo espinhoso de T3 maior ao longo do ano. Não houve
mudança entre ângulo da perna/retropé direito e
esquerdo. Conforme os valores de referência do protocolo, valores positivos
indicam tornozelo valgo, e isso demonstra que ao longo do ano a maioria dos
recrutas com tornozelo valgo manteve este desalinhamento.
Já na vista lateral
direita (Tabela III), cinco dos oito pontos demonstraram diferenças
estatísticas significativas na postura dos recrutas. Nas avaliações A1e A2, A2
e A3 e também entre A1 e A3, a cabeça se apresentou
mais projetada para frente, em relação ao tronco, projeção que aumentou ao
longo do ano.
Tabela II - Comparação das medidas
posturais na vista posterior em recrutas militares (n=61) em três avaliações
durante o período de serviço militar obrigatório. Dados em média e desvio
padrão (DP).
Tabela III - Comparação das
medidas posturais na vista lateral em recrutas militares (n=61) em três
avaliações durante o período de serviço militar obrigatório. Dados em média e
desvio padrão (DP).
†mudanças posturais
entre A1 e A2; ¶ mudanças posturais entre A1 e A3; ‡ mudanças posturais entre
A2 e A3.
Quanto ao alinhamento
vertical da cabeça, houve mudança significativa com o ângulo entre o trago
direito e o acrômio direito, aumentando na avaliação A1 e A2 e entre A1 e A3.
Isso significa que a cabeça aumentou a projeção para frente em relação ao
tronco. Ainda nesta vista, no alinhamento vertical do corpo houve diferença na
medida angular entre o acrômio direito e o maléolo lateral direito em A1 e A3.
Valores positivos indicam anteroprojeção do corpo no
eixo sagital.
O alinhamento
horizontal da pelve direita demonstrou inclinação pélvica anterior entre as
avaliações A1 e A2, e a pelve se manteve anteriorizada
entre as avaliações A2 e A3.
No quinto e último
ponto anatômico avaliado, o ângulo do tornozelo apresentou diferença
estatística entre as angulações nas avaliações A1 e A3 e A2 e A3, demonstrando
que o tornozelo está em dorsiflexão na maioria dos recrutas.
Das três avaliações
posturais realizadas ao longo do ano, observa-se que o alinhamento horizontal
dos acrômios, o alinhamento horizontal das espinhas ilíacas anterosuperiores
na vista anterior, o alinhamento horizontal da pelve na vista lateral direita
formam os pontos anatômicos que mais demostraram alterações referentes à
melhora na simetria postural dos recrutas, reforçando a hipótese do estudo.
Apesar do ângulo do tornozelo ter apresentado uma diferença estatística com
relação à melhora simétrica da postura, sua angulação é menor quando comparada
aos outros três pontos anatômicos descritos anteriormente.
Entendendo que os
recrutas são jovens habituais e suscetíveis a alguns hábitos como uso de
mochilas e celulares, é provável que houve um benéfico pelo TFM, uma vez que
proporcionou reforço muscular resultando numa melhora no alinhamento horizontal
da cabeça. O resultado deste estudo corrobora para demonstrar a importância de
bons hábitos posturais em conjunto com exercícios físicos, iniciando na
infância, na adolescência ou mesmo na fase adulta [14].
O alinhamento vertical
do corpo aumentou a ante projeção, apesar de manter sua angulação semelhante ao
que já foi descrito como 1,73 graus [15]. A inserção de jovens no serviço
militar modifica suas rotinas, submetendo-os a tarefas distintas de seus
afazeres comuns e de designação em setores, como mecânica, cozinha, escritório,
limpeza, entre outros, além dos exercícios regulares e do serviço de guarnição.
Além disso, é inserida uma prática regular e obrigatória entre os recrutas,
baseada em exercícios como polichinelos, abdominais, apoios, agachamentos com e
sem carga, corridas, entre outros [9]. As modificações nos pontos anatômicos
avaliados que demonstraram uma melhor simetria postural possivelmente são
resultantes do TFM, com consequente melhora no equilíbrio entre músculos
agonistas e antagonistas nas cadeias anterior e posterior, fazendo que o centro
de massa corporal se mantivesse mais próximo ao eixo sagital.
O alinhamento
horizontal da pelve representa o mecanismo básico para manter o equilíbrio
postural [16]. Nesta pesquisa se observou que o alinhamento horizontal da pelve
se manteve anteriorizado nas três avaliações
posturais. Um estudo envolvendo recrutas submetidos ao TFM por 13 semanas
descreve achados semelhantes no alinhamento lombopélvico
do quadril, quando a musculatura abdominal de reto femoral e oblíquo é
tonificada [17]. Isso ocorre pois haveria uma maior sustentação do tronco e
consequente relaxamento da musculatura lombar paravertebral.
O TFM gera mudanças
posturais e também queixas de dor para aqueles com
baixa aptidão física, pouca resistência aeróbica e força muscular prévia [6].
Tais aspectos corroboram os achados de sintomas osteomusculares deste estudo,
os quais resultaram em maiores queixas de dor na região superior e inferior da
coluna vertebral. Uma melhora na conscientização postural de jovens praticantes
de exercício físico é também relacionada ao alívio de dores e bem-estar [7,18],
principalmente na região lombar e de joelhos, com treinos semanais ao longo de
seis meses [19]. As dores lombares são resultado, muitas vezes, de alterações
posturais da coluna vertebral, pés e tornozelos [18,20]. Fatos como o
carregamento de armamentos pesados, estresse de saltos e treinamento físico
militar [21] em diferentes solos e temperaturas, em algumas vezes praticados
com coturnos [20], são descritos como geradores de lesões e dores entre os
militares. Assim, a necessidade de avaliações posturais, a observação de
queixas álgicas lombares e testes como a flexo
extensão de tronco antes de iniciar o TFM, seriam válidos [6]. O TFM é
fisicamente exigente para a coluna e requer uma adequada condição física do
recruta [22]. Associar exercícios posturais com o controle do core e da
estabilização da coluna, tem apresentado melhora na postura corporal [23], bem
como exercícios de treinamento neuromuscular associados ao TFM que proporcionam
uma baixa incidência de lesões agudas, diminuição de queixas de dor lombar e
menores riscos de lesões na região do tronco e extremidades superiores de
jovens recrutas [24].
Este estudo apresenta
algumas limitações como a impossibilidade de acompanhamento dos treinamentos, o
que impediu uma compreensão detalhada das atividades que foram desenvolvidas, a
sua sequência, a duração e a intensidades. Da mesma forma, à medida que os
recrutas são designados para diferentes setores de trabalho, alterações nas
demandas física e posturais inerentes a estas atividades ocorrem, o que pode
ter atuado como importante variável moderadora no controle postural. No
entanto, mesmo frente a estas limitações apontadas, os resultados deste estudo
demonstram que o TFM promove mudanças consideráveis na postura dos recrutas ao
longo do período de serviço militar obrigatório.
A partir das análises
deste estudo, conclui-se que a rotina militar diária realizada pelos recrutas
durante o período de serviço militar obrigatório e os exercícios físicos
baseados no treinamento físico militar são capazes de promover melhora
significativa na simetria postural dos recrutas ao longo de um ano.
O alinhamento
horizontal dos acrômios, das espinhas ilíacas anterossuperiores e da pelve, em
conjunto com o alinhamento vertical do corpo e da cabeça foram os pontos
anatômicos que demostraram melhora na assimetria postural. Além disso, a
prática regular de exercícios parece ter promovido o fortalecimento da
musculatura promovendo uma melhor simetria do corpo no alinhamento vertical e
horizontal da vista anterior e lateral direita do corpo.
Financiamento
O presente trabalho foi
realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Aprovação ética
Este estudo foi
proveniente do Projeto de Pesquisa intitulado “Avaliação musculoesquelética do
efetivo variável durante o período de serviço militar obrigatório”, aprovado
com CAAE 23081.032330/2018-44.
Conflito de interesses
Os autores declaram não
haver conflitos de interesses