Fisioter
Bras 2022;23(1);114-27
ARTIGO ORIGINAL
Microagulhamento versus microcorrente
galvânica associada ao peeling químico em estrias albas
Microneedling
versus galvanic microcurrent associated with chemical peel in striae alba
Ana Luiza Costa Rêgo*, Hiago Venicius Góes de Oliveira*, Renan Reis Costa*, Larissa
Salgado de Oliveira Rocha, D.Sc.**
*Discentes em Fisioterapia no Centro
Universitário do Estado do Pará, Belém, PA, **Docente do Curso de Fisioterapia
do Centro Universitário do Estado do Pará, Belém, PA
Recebido em 17 de dezembro de 2020; aceito em 15 de
novembro de 2021.
Correspondência: Larissa Salgado de Oliveira Rocha, Rua
João Balbi, 1327 Umarizal 66060-280 Belém PA
Ana Luiza Costa Rêgo:
analuizacr20@hotmail.com
Hiago Venicius
Góes de Oliveira: hiago.goes@hotmail.com
Renan Reis Costa:
re.nan9091@gmail.com
Larissa Salgado de
Oliveira Rocha: lari1980@gmail.com
Resumo
Introdução: As estrias são as lesões elementares
de pele que acometem mais o sexo feminino. Podem ser decorrentes de múltiplas
etiologias, como fatores genéticos, hormonais e mecânicos. As principais formas
de tratamento incluem as técnicas de microagulhamento,
galvanopuntura e peeling químico. Objetivo:
Comparar a influência da utilização do microagulhamento
e da microcorrente galvânica associada ao peeling
químico sobre a aparência de estrias albas na região glútea de mulheres jovens.
Métodos: Realizou-se em 11 mulheres de fototipo
de pele II a V de acordo com Fitzpatrick, com idade
média de 22,18 ± 2,04 anos, com estrias albas na região do glúteo, as quais
foram divididas em dois grupos: microagulhamento (GM)
(N = 6) e microcorrente galvânica associada ao
peeling químico (GMgP) (N = 5) e foram avaliadas por
imagens do pré e pós-tratamento. Resultados:
Foi possível observar melhora do aspecto das estrias em ambos os grupos,
contudo, avaliando qualitativamente, o grupo GM obteve melhores resultados. Conclusão:
Foi possível perceber melhores resultados utilizando a técnica de microagulhamento, tanto em relação a tolerância da dor e
adesão ao tratamento, quanto em relação a aparência e textura das estrias.
Palavras-chave: Fisioterapia; estrias de distensão;
cicatrização.
Abstract
Introduction:
Stretch marks are the elementary skin lesions that most affect females. They
may be due to multiple etiologies, such as genetic, hormonal and mechanical
factors. The main forms of treatment include micro-needling, galvanopuncture and chemical peeling techniques. Objective:
To compare the influence of the use of micro-needling and galvanic microcurrent
associated with chemical peeling on the appearance of striae alba in the
gluteal region of young women. Methods: 11 women, with skin phototype II to V according to Fitzpatrick, participated of
the study, mean age of 22.18 + 2.04 years, with stretch marks in the gluteus
region, and were divided into two groups: micro-needling (GM) (N = 6) and galvanopuncture and chemical peeling techniques (GMgP) (N = 5) and were evaluated by pre and post treatment
images. Results: The aspect of stretch marks improved in both groups,
however, qualitatively, the GM group obtained better results. Conclusion:
The micro-needling technique obtained the better results, both regarding pain
tolerance and treatment adherence, as well as regarding the appearance and
texture of stretch marks.
Keywords:
Physical therapy; stretch marks; healing.
As estrias são alterações dérmicas
inestéticas que acometem ambos os sexos, com menor frequência nos homens ao se
comparar com as mulheres, com relação de 1,1 a cada 10, respectivamente. São
mais comuns no período de gravidez, em até 88% dos casos, na adolescência até
86% das vezes e na obesidade, acometendo 43% [1].
Atualmente a estética corporal tem sido
cada vez mais valorizada pela sociedade, o que torna a busca por procedimentos
estéticos e dermatológicos cada vez mais frequentes, destacando-se os
tratamentos para estrias, que se caracterizam como uma disfunção estética, como
consequência de estiramento da pele, que gera uma ruptura do tecido conjuntivo,
desorganizando as fibras de colágeno e reduzindo a fragmentos a elastina [2,3,4,5].
Dessa forma, pode-se observar depressões
atróficas, lineares, múltiplas e bilaterais na pele que no início são chamadas
de rubras, pois são avermelhadas por apresentarem vasos sanguíneos, com
característica de erupção papular e inflamação e
posteriormente evoluem para estrias com aparência atróficas e enrugadas sendo
então chamadas de albas, brancas ou nacaradas por estarem desprovidas de
vascularização. Podem surgir devido a alterações hormonais, estresse mecânico,
predisposição genética, crescimento rápido, obesidade, cirurgias, entre outros
[6,7,8].
Os recursos direcionados para o
tratamento das estrias ainda são muito discutidos no que se refere à definição
de parâmetros e tempo de tratamento, entretanto os resultados têm sido
satisfatórios através das diversas modalidades inseridas para melhora do
aspecto e nivelamento das mesmas como microcorrente
galvânica, microagulhamento, peelings químicos e
mecânicos, carboxiterapia entre outros [9,10,11,12].
O microagulhamento
é uma técnica inovadora, que objetiva a produção de colágeno através do
estímulo mecânico gerado pelo rolamento de um cilindro contendo 120 a 540 microagulhas que podem variar de 0,5 mm a 2,5 mm de
comprimento, os quais provocam microlesões na
epiderme, gerando um processo inflamatório, o que favorece a liberação de
citocinas e migração de células inflamatórias, seguida da substituição do
tecido danificado por um tecido cicatricial, com consequente aumento na síntese
de colágeno, elastina e outras substâncias presentes no tecido, favorecendo
assim a melhora do aspecto da pele estriada [11,13]
Por outro lado, a galvanopuntura
é aplicada utilizando uma agulha acoplada ao polo negativo da corrente contínua
filtrada e constante do aparelho galvânico, desencadeando efeitos fisiológicos
como o aumento da produção de fibroblastos e de novos vasos sanguíneos na
região das estrias. Os estímulos físicos causados pela corrente galvânica vão
desencadear processos inflamatórios e uma vasodilatação, aumentando o fluxo
sanguíneo na região da lesão, favorecendo a produção de colágeno e elastina
pelos fibroblastos, os quais serão essenciais para o processo de cicatrização e
remodelação nas regiões focais das estrias [10,14].
O peeling é outra técnica que pode ser
usada no tratamento das estrias. Este pode ser de quatro tipos, o peeling
físico, biológico, vegetal e químico, o mais indicado e mais utilizado nas
estrias é o químico, o qual consiste na utilização de ácidos em diferentes
concentrações. Para escolher o agente e a técnica que serão utilizados, deve-se
levar em consideração a profundidade da lesão que se quer proporcionar. Podendo
assim ser classificado em muito superficial, superficial, médio e profundo
[12,15,16].
Considerando a
ativação do processo inflamatório e o estímulo a síntese de colágeno e elastina
causado pela utilização dos recursos de forma individual sobre as estrias, este
estudo propõe comparar a influência da utilização do microagulhamento
e da microcorrente galvânica associada ao peeling
químico em estrias albas na região glútea de mulheres jovens.
O estudo de caráter transversal,
descritivo, prospectivo e qualitativo, foi desenvolvido na Clínica Escola de
Fisioterapia do CESUPA, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com
seres humanos do Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA, sob número de
parecer 3.226.249, de acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde e assinatura pelos voluntários do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e a Declaração de Autorização de Fotografias.
A amostra foi composta de 11
voluntárias, do sexo feminino, que apresentaram estrias albas na região do
glúteo bilateralmente, com fototipo de pele II a IV
segundo a classificação de Fitzpatrick, com idade
entre 20 e 30 anos e sedentárias. Foram excluídas do estudo voluntárias que estavam
realizando tratamento estético no momento para as estrias, que apresentaram
diabetes mellitus, síndrome de Cushing, neoplasias, epilepsia, tendências a
cicatrizes inestéticas, gestantes, que estavam realizando tratamento
medicamentoso com corticoides e anti-inflamatórios, que estivessem praticando
atividades físicas, mulheres com alterações hormonais e/ou endócrinas, que
apresentaram hipersensibilidade ao equipamento de microagulhamento,
microcorrente galvânica ou agulhas e peeling químico
e acne na fase inflamatória na região glútea.
As voluntárias foram avaliadas em dois
momentos, no pré e no pós-tratamento tardio, após 7
dias, por meio da ficha de avaliação e fotografias, da vista lateral direita e
esquerda, além disso, responderam um questionário de autoestima e satisfação.
Após as avaliações, as voluntárias foram sorteadas por avaliador cegado, após o
sorteio foram divididas em dois grupos: Grupo microagulhamento
(GM) e o Grupo microcorrente galvânica + peeling
químico (GMgP).
Em ambos os grupos se iniciou a
aplicação sobre uma região glútea de cada vez, primeiramente foi realizada a
antissepsia local com álcool a 70% e algodão, seguida da esfoliação física da
área utilizando esfoliante corporal da marca Bel col®
para remover o excesso de resíduos. Após o preparo da pele, a região glútea, de
cada lado do corpo, foi dividida em quadrantes para melhor aplicação.
O grupo GM teve como procedimento o microagulhamento com o aparelho Dermaroller®
contendo microagulhas cirúrgicas de tamanho de 1,0
mm. Foi realizada a rolagem sobre a região glútea em várias direções no sentido
vertical, horizontal e transversal, com movimentos rápidos de vai e vem, por 15
repetições em cada direção. Além disso, o aparelho Dermaroller®
foi de uso individual e devidamente identificado, ao final de cada sessão, foi
higienizado e esterilizado com clorexidina alcoólica e guardado em recipiente
seco de vidro também esterilizado.
Já no GMgP o
procedimento se iniciou com a aplicação do peeling químico, de ácido mandélico
na concentração de 20%, na região dos glúteos por 15 minutos, contando
aplicação e remoção. Então teve início a aplicação da microcorrente
galvânica, com o aparelho da marca Striat®, contendo
um eletrodo do tipo caneta com agulha de 0,5 mm (polo negativo) e uma placa
metálica (polo positivo) envolvida por material esponjoso úmido e que foi
colocado em uma região próxima a de aplicação, a realização da puntura foi feita com uma intensidade de 150 µA e por todo
o trajeto da estria até ser observado um processo inflamatório. As agulhas
foram guardadas em recipiente plástico estéril com álcool 70% e devidamente
identificada por paciente.
O tempo de aplicação para ambos os
grupos foi em média de 50 minutos, sendo sempre ao final do procedimento
realizada a antissepsia local com álcool a 70% nas regiões, a fim de remover o
sangue. Após cada sessão, foi utilizado uma camada de filtro solar de 50 FPS da
marca Bel col® e foram feitas orientações para o
domicílio como fazer utilização de vestimentas confortáveis e folgadas e de
preferência de algodão, não utilizar anti-inflamatórios e evitar a exposição ao
sol sobre a área tratada para prevenir complicações como aparecimento de
manchas devido a estimulação e sensibilização de melanócitos neste período.
O tratamento consistiu em 8 sessões para
ambos os grupos, uma vez por semana, com intervalo de 7 dias cada uma, a fim de
minimizar o processo inflamatório e aguardar o início da produção de colágeno.
Neste estudo, a amostra inicial foi de
26 voluntárias, sendo excluídas 15, constando uma amostra remanescente de 11.
Explicam-se as exclusões de 10 voluntárias no momento da avaliação por
desistência e por apresentarem algum critério de exclusão, como alergias e
tendência a cicatrizes inestéticas. As outras 5 exclusões ocorreram ao longo
das sessões, por não tolerarem a dor, todas do grupo da microcorrente
galvânica.
Esta amostra de 11 voluntárias
finalizaram as sessões sem nenhuma intercorrência. Estas participantes tinham idade
média de 22,18 ± 2,04 anos, fototipo de pele médio de
3 pela classificação de Fitzpatrick, sem nenhuma
alteração hormonal e nenhuma gestação. Dentre elas, 10 tiveram o aparecimento
das estrias após a menarca e 1 após aumentar de peso, 8 delas notaram as
estrias na coloração branca, na fase tardia e apenas 3 as perceberam na fase
inicial, rubras.
Dessa forma, o GM ficou com 6
participantes e o GMgP com 5, devido a desistência de
uma voluntária a mais deste grupo. Portanto comparam-se os dois melhores
resultados de cada grupo, pelas imagens pré e
pós-tratamento.
Figura 1 – (A) Pré-tratamento lado direito
(B) Pré-tratamento lado esquerdo (C) Pós-tratamento lado direito (D)
Pós-tratamento lado esquerdo
Na figura 1, destacam-se as imagens da
primeira paciente, do GMgP, na qual A e B são o
pré-tratamento, pode-se observar a presença das estrias albas, paralelas umas
às outras e perpendiculares à linha de Langer, na
região póstero lateral dos glúteos direito e esquerdo, em média quantidade, de
comprimentos variáveis e espessuras semelhantes, grossas. Em C e D correspondem
ao pós-tratamento, analisa-se que houve grande melhora em relação à quantidade
das estrias, ao seu comprimento e largura e a percepção em relação a
pigmentação da pele.
Figura 2 – (A) Pré-tratamento lado direito
(B) Pré-tratamento lado esquerdo (C) Pós-tratamento lado direito (D)
Pós-tratamento lado esquerdo
Na figura 2, outra participante do GMgP, a qual é possível observar na fig
2A e 2B estrias mais numerosas, todavia mais delgadas e menos compridas em uma
paciente de fototipo IV na escala de Fitzpatrick. Nota-se ainda que houve pouca diferença entre
o pré e pós-tratamento do lado esquerdo, porém do
lado direito uma melhora mais evidente, perceptível na mudança de coloração e
tamanho das estrias (2C e 2D).
Figura 3 – (A) Pré-tratamento lado direito
(B) Pré-tratamento lado esquerdo (C) Pós-tratamento lado direito (D)
Pós-tratamento lado esquerdo
Na figura 3, observa-se a primeira
participante do GM, na qual se pode analisar em A e B, pré-tratamento, estrias
em média quantidade, com foco nos quadrantes inferiores, mas delgadas,
pouco compridas e muito próximas mas das outras. Já no pós-tratamento, C
e D, é bastante perceptível a diminuição da quantidade das estrias, assim como
do comprimento e largura delas, com ênfase na melhora do aspecto da pele, que
se tornou mais regular e com melhor textura.
Figura 4 – (A) Pré-tratamento lado direito
(B) Pré-tratamento lado esquerdo (C) Pós-tratamento lado direito (D)
Pós-tratamento lado esquerdo
Outra participante do GM é demonstrada
na figura 4, podendo analisar no pré-tratamento (4A e 4B) grande quantidade de
estrias, estando muito próximas umas das outras, concentradas na região central
dos glúteos, já em 4C e 4D elas se mostram mais espaçadas e em menor
quantidade. No pós-tratamento, em ambos os lados (direito e esquerdo da
voluntária) foi possível identificar melhora na quantidade, coloração e
diâmetros das estrias especialmente do lado esquerdo.
Desta forma, comparando ambos os grupos
qualitativamente, é perceptível que os dois obtiveram boas respostas aos
tratamentos, porém nota-se que o GM apresentou melhores resultados analisando
vários aspectos, principalmente em relação a textura e aspecto da pele da
região glútea e a uniformização da coloração das estrias comparadas a pele.
Além das fotografias, foi realizada a
análise de um questionário, dividido em duas etapas, para o pré
e pós-tratamento, que continha 10 perguntas sobre autoestima, satisfação e
sobre o tratamento em si.
Tabela I - Questionário de autoestima e grau
de satisfação das voluntárias antes do tratamento
Tabela II - Questionário de autoestima e grau
de satisfação das voluntárias depois do tratamento
A partir da análise percentual entre os
grupos do questionário sobre autoestima antes do tratamento, é possível
observar que houve poucas diferenças entre os grupos microagulhamento
e microcorrente galvânica associada ao peeling
químico. Em relação a aparência, grande parte das participantes responderam não
estarem satisfeita com a aparência, contudo, no GM, mostraram-se mais felizes
com sua aparência, conforme a pergunta sobre autoestima do questionário.
Por outro lado, tomando por base a
análise do questionário após o tratamento é possível notar o nível de
satisfação com o tratamento e reavaliar aspectos psicossociais relacionados à
autoestima das participantes. Evidenciando as perguntas que tratam da
satisfação com o tratamento e da possibilidade de recomendação do mesmo, 100%
de ambos os grupos recomendariam e se sentiram satisfeitas com a aparência após
a intervenção dermatofuncional.
O público atendido, nesta pesquisa, foram
mulheres adultas com média de idade de 22,18 + 2,04 anos, corroborando Valente et
al. [17] que destacou que mulheres com menores idades são mais propensas a
desenvolver estrias. Mulheres com idade entre 22 e 28 anos, que realizaram
cirurgia de prótese mamária, tiveram uma incidência duas vezes maior que as
mulheres com mais de 35 anos para progredir com estrias [17].
Nesta pesquisa, selecionaram-se os
glúteos como local de estudo, por ser uma região de alta incidência de estrias
em mulheres, assim como revela Trojan e Antoszewski
[18] que de 80 mulheres analisadas, 25 apresentaram estrias nessa região.
Silva, Rosa e Silva [19] também demonstraram essa prevalência, em 50% das suas
participantes. As alterações hormonais e os níveis de estrogênio podem estar
relacionados a essa prevalência, conforme mostraram Silva [20] em seu relato de
caso, no qual foi tratada uma paciente com estrias na região de quadris e
glúteos.
A etiologia das estrias ainda é bastante
variada, porém, uma das principais causas desta disfunção são por conta das
alterações hormonais ocorridas na adolescência, pós-menarca, como demonstraram
Ferreira et al. [21] que de suas 20 participantes 19 ocorreram por esta
causa. Dados que corroboram este estudo que das 11 voluntárias 10 notaram o
aparecimento das estrias após a primeira menstruação, demonstrando possível
relação com alterações hormonais que ocorrem nesta fase da vida.
Segundo Silva, Rosa e Silva [19], em seu
estudo de caráter quantitativo e qualitativo, com análise planimétrica clássica
e digitalizada, o tratamento de estrias atróficas com microagulhamento
versus microgalvanopuntura, após 4 sessões, não
demonstrou relevância estatística dos resultados apontados pela avaliação do pré e pós-tratamento das voluntárias. Já no presente estudo
realizado, as voluntárias do grupo microagulhamentotiveram
melhores resultados qualitativos do aspecto da pele, melhora da
coloração local e diminuição do
número e das dimensões das estrias com
relação
ao grupo microgalvanopuntura associado ao peeling
químico.
Em relação ao microagulhamento,
alguns estudos divergem sobre algumas variáveis, como o número de passadas e
intervalo entre as sessões, principalmente por conta do ciclo do colágeno, como
Kalil [22] que realizou rolagens de 10 a 15 vezes de ida e volta em 4 direções,
com intervalo de 20 dias de uma sessão para outra. Corroborando em partes nosso
estudo que realizou 15 rolagens também em 4 direções, porém não concorda em
relação ao intervalo, porque foi determinado um intervalo de 7 dias, obtendo
resultados semelhantes, estimulando mais o ciclo inflamatório, restabelecendo
colágeno e neocolagenogenese.
A técnica de microagulhamento
como tratamento de estrias mostra ter resultados benéficos com relação ao
aspecto da pele, melhor coloração da região das estrias e diminuição do número
e do tamanho das estrias, assim como relata Kalil et al. [22], que em
seu estudo comprovou a eficácia da aplicação do microagulhamento
após uma avaliação clínica realizada antes e após 30 dias da última sessão do
tratamento, em que as participantes tiveram resultados positivos em todos os
aspectos avaliados.
Costa e Silva [23] corroboram este
estudo pelo resultado obtido de melhora do aspecto das estrias utilizando a
corrente galvânica como tratamento na região glútea de mulheres. Apesar de
nenhuma das participantes da pesquisa ter obtido o resultado de melhoria
excelente, o estudo comprovou que a aplicação da técnica é eficaz. Das 6
participantes do estudo, apenas 1 não teve mudança no aspecto das estrias, 2
delas obtiveram melhora acentuada, outras 2 melhora
moderada e 1 melhora mínima, todas na classificação de quartil.
Como o relatado acima, é possível
perceber os benefícios e resultados que a microcorrente
galvânica proporciona para pacientes que apresentam estrias, porém assim como
foi demonstrado neste estudo, com a alta taxa de desistência por dor, este é um
recurso que permite o aumento da sensibilidade da região com o passar das
sessões. Como expôs Costa e Silva [23] que na primeira sessão seus pacientes
sentiram apenas pontada, passando para sexta sessão com sensações de queimadura
e ardor, assim como a média de dor inicial era 2,67 ± 1,63 aumentando para 5,17
± 2,14.
Em relação ao
questionário realizado em ambos os grupos houve alto índice de satisfação com
os resultados e a aparência após os procedimentos e todas recomendariam estes
tratamentos. Sendo assim observasse no estudo de Nassar et al. [24]
sobre mulheres com estrias que tiveram intervenção do microagulhamento,
que 75% das participantes se mostraram satisfeitas, muito satisfeitas ou
extremamente satisfeitas com os resultados. Assim como em Costa e Silva [23]
que descreveram que 83,33 % das voluntárias apresentaram-se satisfeitas ou
muito satisfeitas após as sessões de microcorrente
galvânica.
Portanto, após 8 sessões de tratamento
utilizando os recursos do microagulhamento e da microcorrente galvânica associada ao peeling químico,
pode-se concluir que as voluntárias do Grupo microagulhamento
(GM) tiveram melhores alterações que as do Grupo microcorrente
galvânica + peeling químico (GMgP), em relação as
dimensões das estrias, quantidade e textura da pele da região, além de melhor
adesão e satisfação destas.
Conflitos de interesse
Não há conflitos de
interesse
Fonte de financiamento
Financiamento próprio
Contribuição dos autores
Levantamento do tema e
teórico e execução dos procedimentos: Rego ALC, Oliveira HVG, Costa RR, Rocha LSO; Análise
dos resultados: Oliveira HVG, Costa RR; Discussão: Rego ALC,
Oliveira HVG, Costa RR; Conclusão: Rego ALC; Condução da orientação
em todas as etapas, desde a definição do tema até a conclusão: Rocha LSO