ARTIGO ORIGINAL
Efeito da vacina contra
a influenza na morbidade e mortalidade referente à pneumonia nos idosos do
município de João Neiva/ES entre 2010 e 2015
Effect of influenza vaccine on pneumonia morbidity and mortality in the
elderly in João Neiva/ES between 2010 and 2015
Yandra Alves Prestes*, Luziana Miossi de Jesus**,
Hércules Lázaro Morais Campos***
*Discente do curso de
Fisioterapia do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), Coari/AM, Brasil, **Enfermeira formada pelo Centro
Universitário do Espírito Santo (UNESC), Brasil, ***Docente do curso de
Fisioterapia do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), Coari/AM, Brasil
Recebido em 31 de
janeiro de 2020; aceito em 10 de outubro de 2020.
Correspondência: Hércules Lázaro
Morais Campos, Universidade Federal do Amazonas, Estrada Coari/Mamiá, 305 Espírito Santo 69460-000 Coari AM
Yandra Alves Prestes: yprestess18@hotmail.com
Luziana Miossi
de Jesus: luzianamiossi@
Hércules Lázaro Morais
Campos: herculeslmc@hotmail.com
Resumo
Introdução: As infecções
respiratórias, particularmente a pneumonia, está entre as causas mais
importantes de morbidade e mortalidade da população idosa. Objetivos:
Avaliar o impacto das Campanhas de Vacinação contra a influenza, nas
internações e óbitos em idosos por pneumonia no município de João Neiva/ES no
período de 2010 a 2015. Métodos: Os dados utilizados foram do DATASUS,
no registro de autorização de internações hospitalares (SIH), Sistema de
Informação de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informação do Programa Nacional de
Imunização (SI-PNI). Foram incluídos apenas indivíduos ≥ 60 anos de
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Resultados: Os números de hospitalizações por pneumonia foram iguais a 84 casos
no período de 2010 a 2015, sendo (45,2%) em idosos homens e (54,8%) mulheres.
Os casos de mortalidade por pneumonia foram 17 óbitos, desses 11 ocorreram em
idosos do sexo masculino e 6 na população idosa feminina. Conclusão: No
município de João Neiva, há uma mudança discreta nos indicadores de morbidade e
mortalidade em ambos os sexos, com diferentes padrões entre as faixas etárias,
sugerindo impacto positivo na prevenção de internações e óbitos em idosos após
a introdução da campanha de vacinação contra a influenza.
Palavras-chave: vacinação, idoso,
pneumonia, hospitalização, mortalidade.
Abstract
Introduction: Respiratory infections, particularly pneumonia, are among the most
important causes of morbidity and mortality in the elderly population. Objectives:
To evaluate the impact of Influenza Vaccination Campaigns on hospitalizations
and deaths in the elderly due to pneumonia in the municipality of João Neiva/ES
from 2010 to 2015. Methods: The data used were from DATASUS, in the
hospitalization authorization register (SIH), Mortality Information System
(SIM) and Information System of the National Immunization Program (SI-PNI).
Only individuals ≥ 60 years old were included according to the Brazilian
Institute of Geography and Statistics (IBGE). Results: The number of
hospitalizations for pneumonia was 84 cases from 2010 to 2015, being 45.2% in
men and 54.8% in women. Mortality from pneumonia was 17 deaths, 11 occurred in
men and 6 in female population. Conclusion: In the municipality of João
Neiva, there is a slight change in morbidity and mortality indicators for both
sexes, with different patterns between age groups, suggesting a positive impact
on the prevention of hospitalizations and deaths in the elderly after the
introduction of the vaccination campaign against the flu.
Keywords: vaccination, elderly, pneumonia, hospitalization, mortality.
O envelhecimento da
população é considerado um fenômeno mundial. Estima-se que para o ano de 2050 a
população de idosos de sessenta anos e mais será em torno de dois bilhões de
pessoas, a maioria delas vivendo em países em desenvolvimento. No Brasil
atualmente estima-se uma população de 17,6 milhões de idosos [1]. Assim sendo a
proporção de pessoas idosas na população geral passará de 10:1 atualmente para
uma projeção em 2050 de 5:1[2].
O envelhecimento da população
foi em decorrência de dois processos, a taxa elevada da fecundidade no passado,
observada nos anos 1950 e 1960 quando comparada à fecundidade atual e a redução
da mortalidade da população idosa [3]. Devido à redução da fecundidade,
modificou-se a distribuição etária da população brasileira, fazendo com que a
população idosa passasse a ser um componente cada vez mais expressivo dentro da
população total resultando no envelhecimento pela base. Já a diminuição da
mortalidade trouxe como efeito o aumento no tempo vivido pelos idosos, isto é,
alargou o topo da pirâmide, provocando o seu envelhecimento [3].
Outro fator que
contribuiu para o aumento da expectativa de vida da população foi o
desenvolvimento tecnológico relacionado à área da saúde [2]. Além disso, uma
população mais idosa é mais predisposta a comorbidade, mais suscetível a longos
períodos de internação e mais propensa a complicações, gerando demanda de
serviços de saúde, que ocasionará, por vez, um grande aumento em gastos com
cuidados médicos e internações hospitalares [4].
Sabe-se que as
complicações das infecções respiratórias causadas pelo vírus influenza
constituem importante causa de hospitalização e mortalidade entre as pessoas
acima de 60 anos nas últimas décadas [5]. A complicação mais comum que ocorre é
a pneumonia, que é definida como uma inflamação do parênquima pulmonar, que tem
demarcação bem definida, correspondendo a um ou mais lobos pulmonares [6].
As doenças do aparelho
circulatório permanecem como as principais causas de morte da população
brasileira como um todo desde 1980. Foram responsáveis, em 2000, por (26,5%) do
total de óbitos registrados no ano. A proporção de mortes decorrentes de
neoplasias cresceu de (8,8%) para (12,3%) do total de óbitos, passando da
quinta para a terceira causa de morte. Tal situação tem relação com o processo
de envelhecimento da população brasileira [3].
No município de João
Neiva/ES, no período de 2010 a 2015, as principais causas das internações foram
doenças do aparelho circulatório e do aparelho respiratório [7].
No Brasil, a partir de
1999, o Ministério da Saúde implantou a vacinação contra Influenza para os
grupos de maior risco, com o objetivo de prevenir as complicações advindas das
infecções causadas por esses vírus. No primeiro ano de implantação, a população
que foi beneficiada pela campanha de vacinação foi a população acima de 65 anos
e, a partir do ano de 2000, para todas as pessoas acima de 60 anos [8]. Para
reduzir ou prevenir as graves complicações da pneumonia no idoso, a vacinação é
recomendada contra as infecções pneumocócicas e a gripe [6]. A meta é vacinar,
pelo menos 80% de cada um dos grupos prioritários para a vacinação [9].
As campanhas anuais de
vacinação vêm sendo consideradas como altamente bem-sucedidas, tendo em vista a
adesão das populações alvo à iniciativa. No entanto, para analisar a vacinação
contra Influenza e seu impacto ou a ausência deste na população de idosos
brasileiros, precisam ser avaliados alguns fatores capazes de interferir na
efetividade dessa intervenção [10]. Para que ocorra o impacto das campanhas
vacinais, deve existir uma concordância entre as cepas vacinais e as cepas dos vírus circulantes mais prevalentes e com maior
potencial de gerar epidemias em cada ano, devido a sua capacidade de mutação
[2].
De acordo com o
Ministério da Saúde, as cepas que compõem a vacina desde a implantação da
vigilância da influenza, no ano 2000, são de fato as mais prevalentes e com
maior potencial de provocar epidemias no país, podemos citar também o que podem
interferir no impacto da vacinação é a resposta imunológica dos idosos e o
período para a realização da campanha vacinal, pois deve ser administrada em um
período que antecede o de maior circulação viral [11]. No Brasil, existe pouca
informação referente ao impacto da vacina contra a Influenza nos municípios.
Este estudo pretende
realizar um levantamento de dados, e realizar uma comparação das taxas de
morbidade e mortalidade ocorridas devido às complicações causadas pela infecção
respiratória (pneumonia) e a cobertura vacinal contra o vírus da influenza no
município de João Neiva, para descrever melhor o impacto da intervenção vacinal
no município, e com base nas informações levantadas, criar estratégias de saúde
para programar a assistência oferecida à população idosa.
Trata-se de um estudo
do tipo ecológico, com dados secundários. A população alvo constituiu-se de
indivíduos do sexo masculino e feminino com faixa etária de 60 a 69 anos, 70 a
79 anos e 80 anos e mais residentes no município de João Neiva/ES, no período
de 2010 a 2015.
Foram analisadas as
internações e óbitos por pneumonia pelo Sistema Único de Saúde, no período de
2010 a 2015. Para obtenção das informações sobre o número de internações foram
utilizados dados oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema
Único de Saúde (SIH/SUS), e registro de óbitos, por doenças atribuídas à
pneumonia no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do banco de dados do
DATASUS, índice de cobertura vacinal (%) expresso pela razão entre pessoas
vacinadas com 60 anos e mais as informações foram obtidas no Sistema de
Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Para o cálculo das
taxas de internações e óbitos foram utilizados os dados populacionais do censo
de 2010, para este ano, e para os demais as projeções intercensitárias do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [12]. Os dados obtidos
foram importados do DATASUS, Banco de Dados do Ministério da Saúde que permitiu
a construção dos indicadores através do programa Tabnet.
As variáveis utilizadas foram população geral do município, população da faixa
etária de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos e mais, sexo masculino e
feminino, internações e óbitos gerais e por pneumonia, população idosa vacinada
contra a influenza.
Segundo as estimativas
preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS, em 2015, o município de
João Neiva tinha 17.023 habitantes, sendo 14,7% com 60 anos ou mais. Do total
de homens idosos, 56,3% concentravam-se no grupo mais jovem (60 a 69 anos).
Como esperado, a proporção de pessoas na faixa etária de 75 anos é maior entre
as mulheres do que entre os homens
Tabela I - População de 60 anos
e mais, por sexo, segundo faixa etária Município de João Neiva/ES – 2015.
Fonte: IBGE (2010);
*Número absoluto
As internações
hospitalares por causas gerais no período de 2010 a 2015 apresentaram um total
de 6.359 da qual a média de internação da população idosa do sexo masculino foi
de (41,05%) e a população do sexo feminino uma média de (33,8%). Conforme dados
do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), as duas principais
causas de morbidade na população de idosos de João Neiva foram: Doenças do
Aparelho Circulatório (17,4%), Doenças do Aparelho Respiratório (13,6%). Em
relação às internações por pneumonia foi um total de 84 casos no período de
2010 a 2015, sendo 38 (45,2%) em idosos do sexo masculino e 46 (54,8%) do sexo
feminino respectivamente (Tabela II), a faixa etária mais sujeita a adoecer foi
à população feminina acima de 80 anos e mais.
Tabela II - Internações por
pneumonia na população de 60 anos e mais no município de João Neiva 2010-015.
Fonte: Ministério da
Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)
Conforme dados do SIM/
DATASUS, as três principais causas de mortalidade no município foram: Doenças
do Aparelho Circulatório, Neoplasias e Doenças do Aparelho Respiratório. De
2010 a 2015, a taxa de mortalidade por causas relativas à doença do aparelho
respiratório (Pneumonia) para indivíduos com 60 anos e mais em João Neiva
apresentaram os seguintes dados de 13 óbitos na população masculina, 11
ocorreram em idosos do sexo masculino, correspondendo a um total de (84,6%) e
de 6 óbitos na população feminina, os 6 eram idosos do sexo feminino sendo
(100%) dos casos (Tabela III).
A utilização de médias
para considerar o efeito da variação das taxas devido ao pequeno número de eventos
mostra que a mortalidade entre homens é sempre maior do que entre as mulheres.
Entretanto a população mais suscetível a mortalidade pela pneumonia e a faixa
de 80 anos e mais em ambos os sexos.
Tabela III - Óbitos por
pneumonia na população de 60 anos e mais no município de João Neiva 2010-2015.
Fonte: Ministério da
Saúde - Sistema de Informações Mortalidade (SIM).
O porcentual de
cobertura da vacinação contra influenza, em João Neiva, desde 2010 vem
aumentando, atingindo um valor expressivo em 2015 (Tabela IV).
Tabela IV - Vacinação contra
influenza nos idosos de 60 anos e mais no município de João Neiva 2010-2015.
Fonte: SI-PNI - Sistema
de Informação do Programa de Imunização.
Devido à utilização de
uma base de dados secundários oriunda dos serviços de saúde, como Sistema de
Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), e registro de
óbitos, por doenças atribuídas à pneumonia no Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM), apontam-se algumas limitações como: a dificuldade de se
trabalhar com um banco de dados que copilam grandes números de informação e da
dificuldade para obtenção de informações atualizadas, a possibilidade de
emissão de mais de uma Autorização de Internação Hospitalar (AIH) para o mesmo
paciente, no caso do SIH não são incluídas as internações hospitalares da rede
particular de saúde. Em relação às informações do SIM o preenchimento dos
atestados de óbitos nem sempre correspondem aos verdadeiros fatos ocorridos,
prejudicando o levantamento dos dados, pois as estatísticas de mortalidade
constituem uma ferramenta de grande valor em administração sanitária,
demográfica e epidemiologia adquirida do banco de dados do DATASUS [13].
O estudo ecológico tem
uma metodologia que não considera o dado de modo individual, por isso não
constitui uma tarefa simples para se investigar a relação entre vacinação
contra a influenza e mortalidade e morbidade por Doenças do Aparelho
Respiratório [14].
O estudo de morbidade
hospitalar no município de João Neiva, no período de 2010 a 2015, demonstrou um
total de 6.359 com uma porcentagem de internação da população idosa do sexo
masculino de 41,05% e do sexo feminino 33,8%. Conforme dados do Sistema de
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), as duas principais causas de morbidade
na população de idosos de João Neiva foram: Doenças do Aparelho Circulatório
(17,4%), Doenças do Aparelho Respiratório (13,6%). Em relação às internações
por pneumonia foi um total de 84 casos no período de 2010 a 2015, sendo 38
(45,2%) em idosos do sexo masculino e 46 (54,8%) do sexo feminino
respectivamente, a faixa etária mais sujeita a adoecer foi a população feminina
acima de 80 anos e mais.
Segundo estudos
realizados, mulheres da faixa etária de 80 anos são as que apresentam maiores
índices de internações, devido a vários determinantes que podem estar
associados a essa situação como a maior susceptibilidade imunológica, cobertura
vacinal baixa e a relação referente à resposta imunológica à vacina contra a
influenza [15].
De forma geral,
verificou uma pequena queda nas ocorrências de mortalidade e morbidade por
pneumonia na população idosa do município de João Neiva. A taxa de internação
de 2010 foi de 1,39 para cada 100 idosos, em 2015 essa taxa foi de 1,01 a cada
100. Em relação ao sexo masculino, a taxa de internação por pneumonia se
manteve de 1 para cada 100 idosos em 2010 e 1 a cada 100 em 2015. Não foi
observada uma diminuição e nem aumento da taxa de internação hospitalar, no
sexo feminino ocorreu uma diminuição de 1,41 para cada 100 idosas em 2010 e a
taxa de 2015 foi de 1,2 para cada 100 idosas. A taxa de internação por
pneumonia na faixa de 80 anos e mais foi de 2,35 internações para cada 100
idosos em 2010 e uma taxa de 2,14 para cada 100 idosos no ano de 2015.
Vale ressaltar que a
vacina contra a influenza é um dos recursos disponível para a prevenção da
influenza e suas complicações [16], pois apesar de não ter ocorrido uma
diminuição significativa das internações por pneumonia percebe-se que não
ocorreu aumento das taxas de internações.
Segundo o Informe
Técnico do Ministério da Saúde, alguns estudos demonstram que a vacinação tem
um resultado positivo, pois pode reduzir entre 32% a 45% o número de
hospitalizações por pneumonia [17]
A taxa de mortalidade
no período de 2010 a 2015 por causas relativas à doença do aparelho
respiratório (Pneumonia) em idosos na cidade de João Neiva foi de 19 óbitos no
total, sendo 13 óbitos na população masculina e de 6 óbitos na população
feminina.
A utilização de médias para
considerar o efeito da variação das taxas devido ao pequeno número de eventos
mostra que a mortalidade entre homens é sempre maior do que entre as mulheres.
Entretanto, a população mais suscetível à mortalidade assim como a morbidade
pela pneumonia e a faixa de 80 anos e mais em ambos os sexos.
A principal estratégia
para reduzir a morbimortalidade por doenças respiratórias nas pessoas acima de
60 anos de idade é o alcance de cobertura mínima de 80% da meta pactuada pelo
Ministério da Saúde. O município de João Neiva sempre atingiu as metas em 2010:
(91,13%), 2011: (91,34%), 2012: (86,65%), 2013: (90,25%), 2014: (87,83%), 2015:
(93,26%) [18,19].
Inúmeros fatores podem
estar associados à efetividade de uma estratégia de vacinação contra influenza.
Entre eles, podemos destacar a cobertura vacinal, a coincidência entre os
subtipos circulantes na população e aqueles incluídos na composição da vacina,
com isso evitando as complicações causadas pela pneumonia [20]. Diferentes
estudos já evidenciaram redução significativa do risco de internação por
pneumonia e por gripe e a taxa de mortalidade em idosos, diante disso,
observamos que alguns grupos obtêm maiores vantagens com a vacinação [21]. Mas
há pesquisas que comprovam o contrário, segundo Heidemann
et al. [5], o estudo observacional tipo caso-controle realizado com 133
idosos vacinados e 133 não vacinados residentes em Tubatão/SC,
no ano 2010, demonstrou que as taxas de morbidade e mortalidade se mostraram
semelhantes nos dois grupos.
Outras ações podem
complementar as campanhas de vacinação contra a influenza, tais como a
introdução da vacina Pneumocócica para prevenir doenças causadas pela bactéria
Streptococcus pneumonia, já que é uma das principais causas de morbimortalidade
no mundo, em todas as faixas etárias, principalmente os idosos que pertence ao
grupo mais propenso para complicações e mortalidade por doenças pneumocócica
[22].
Essa vacina poderia ser
disponibilizada para toda população idosa dos municípios e não apenas para os
acamados ou pacientes com laudo médico de especialistas, pois nem todo o idoso
tem condições de consultar um pneumologista e nem há oferta suficiente do
atendimento desse profissional para uma avaliação.
A partir dos
indicadores de morbidade e mortalidade hospitalar estudados, além do impacto
positivo da intervenção vacinal na redução das internações de idosos por
pneumonia, foi permitido observar diferenças no comportamento das internações
hospitalares entre sexo e faixa etária dos idosos.
Esse fato pode estar relacionado, de um lado,
a fatores inevitáveis como cepa viral circulante, fatores climáticos, e da
qualidade de assistência à saúde e dos recursos oferecidos. O resultado deste
estudo demonstrou que no município de João Neiva a vacina contra a influenza
tem contribuído para redução mesmo que discreta nas internações e óbitos por
pneumonia em idosos acima de 60 anos.
O
estudo demonstrou a importância das ações em
saúde pública, como, por exemplo, as campanhas de
vacinação que podem e devem
servir de subsídio à formulação e à
implantação de ações capazes de ocasionar
mudanças favoráveis à vida dos idosos.