ARTIGO ORIGINAL
Efeitos da técnica de
inibição dos músculos suboccipitais na dor, qualidade do sono e incapacidade em
pessoas com cefaleia tensional
Effects of the technique of inhibition of suboccipital muscles in pain,
quality of sleep and disability in people with tensional headache
Kaio Vinícius Lima, Ft.*,
Nara Lígia Leão Casa, Ft.**, Thiago Lopes Barbosa de Morais, Ft.***, Adroaldo José Casa Junior, Ft.*
*Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, **Faculdades Objetivo, ***Escola Brasileira de
Fisioterapia Manipulativa (EBRAFIM)
Correspondência: Kaio
Vinícius Lima, rua F1 Q2 Lote 11 Jardim Flamboyant Bela Vista de Goiás
Kaio Vinícius Lima:
kaiovinicius1202@hotmail.com
Nara Lígia Leão Casa:
naraligialeao01@gmail.com
Adroaldo José Casa Junior:
adroaldocasa@gmail.com
Thiago Lopes Barbosa de
Morais: fisiotlopes@yahoo.com.br
Resumo
O objetivo do estudo é
avaliar o efeito da técnica de inibição dos músculos suboccipitais na dor,
qualidade do sono e incapacidade de indivíduos com diagnóstico clínico de cefaleia
tensional. Trata-se de um ensaio clínico, descritivo e quantitativo, a amostra
foi composta por 10 participantes, sendo 7 mulheres e 3 homens. Foram incluídos
homens e mulheres com idade entre 18 e 40 anos. Eles foram submetidos à Escala
Visual Analógica para obtenção da intensidade da dor antes, durante e após o
tratamento, ao Questionário de Qualidade de Sono de Pittsburg,
a fim de avaliar a qualidade do sono, e ao Headache
Impact Test para verificar o impacto da cefaleia
nas atividades funcionais. A intervenção consistiu em 4 sessões, sendo os
participantes avaliados antes, imediatamente após a intervenção e 7 dias
subsequentes as mesmas. A melhora dor foi altamente significativa e com efeito
prolongado por até 7 dias (p < 0,001). A qualidade de sono e incapacidade
também apresentaram melhora significativa (p = 0,007) e (p = 0,008). Obteve-se
melhora altamente significativa da dor e incapacidade, com resultados
prolongados por 7 dias. Sugere-se, então, a importância desta técnica para as
variáveis citadas e que a mesma deve ser incluída no plano de tratamento de
pessoas com cefaleia tensional.
Palavras-chave: Cefaleia do tipo
tensional, técnicas de fisioterapia, dor de cabeça, manipulação osteopática.
Abstract
To
evaluate the effect of suboccipital muscle inhibition on pain, sleep quality
and disability of people with clinical diagnosis of tension headache. It is a
descriptive and quantitative intervention study with 10 participants, including
men and women aged between 18 and 40 years. They were submitted to the Visual
Analogue Scale to obtain pain intensity before, during and after treatment, to
the Pittsburgh Sleep Quality Questionnaire in order to assess sleep quality and
the Headache Impact Test to measure the impact of headache functional
activities. The intervention consisted of 4 sessions, and the participants were
evaluated before, immediately after the intervention and 7 days thereafter. The
pain improvement was highly significant and with prolonged effect for up to 7
days (p < 0.001). The quality of sleep and disability also showed
significant improvement (p = 0.007) and (p = 0.008). There was a highly
significant improvement in pain and disability, with prolonged results for 7
days. It is suggested, then, the importance of this technique for the cited
variables and that it should be included in the treatment plan for people with
tension-type headache.
Keywords: tension-type
headache, physiotherapy techniques, headache, osteopathic manipulation.
A dor é um sintoma
subjetivo, resultante de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e
interpessoais, acarretando enorme preocupação, em especial, quando acomete o
segmento cefálico (sob a denominação de cefaleia), devido a sua significância
orgânica, social e psicológica. O interesse no assunto, a constante busca pelo
seu alívio e a melhor compreensão decorrem dos prejuízos acarretados pela
cefaleia. As cefaleias são consideradas um problema de saúde pública, uma vez
que são desordens debilitantes e que, por vezes, impossibilitam ações
rotineiras, o que causa impacto significativo na homeostase [1,3].
A Cefaleia do Tipo
Tensional (CTT) é descrita como uma dor ou sensação de aperto, pressão ou
constrição, amplamente variáveis na frequência, intensidade e duração,
geralmente, torna-se prolongada e localizada na região suboccipital. Pode estar
associada à contração prolongada da musculatura esquelética do segmento
cefálico, sendo frequentemente relacionada com o estresse diário [4].
A cefaleia é uma
manifestação frequente na prática clínica, com ocorrência de 90% durante a vida
da população em geral. Estimativas mundiais indicam que a prevalência de
enxaqueca, também denominada migrânea, é de
aproximadamente 6% em homens e 15% a 18% em mulheres adultas, e a de cefaleia
do tipo tensional, de 90% em mulheres e 67% em homens. A cefaleia aparece como
o motivo mais frequente de encaminhamentos a ambulatórios de neurologia [2].
As cefaleias,
particularmente a enxaqueca, que consiste em um tipo de cefaleia caracterizada
por crises recorrentes que podem acompanhar-se de náusea, vômito, foto e
fonofobia. É usualmente unilateral e pulsátil, de intensidade variável, sendo
agravada por atividade física rotineira [2], podendo influenciar negativamente
o bem-estar do indivíduo e determinar prejuízos para a sociedade, comprometendo
a qualidade de vida e ocasionando custos diretos (gastos com o sistema de
saúde) e indiretos (prejuízos pelo absenteísmo e diminuição da produtividade)
[2].
De acordo com a Sociedade
Brasileira de Cefaleia [5] a profilaxia e tratamento da cefaleia deve englobar
os fármacos (betabloqueadores, antidepressivos, bloqueadores dos canais de
cálcio, antagonistas de serotonina, antiepilépticos e miscelânea) e a
fisioterapia pode ser utilizada em casos selecionados, e acupuntura que se
torna um tratamento complementar, porem demostram poucos estudos. A terapia
manual na cefaleia objetiva a homeostase do tecido membranoso com liberação dos
micromovimentos do crânio, drenagem venosa, diminuição
da compressão nervosa e relaxamento dos tecidos moles relacionados [3].
Dentre as técnicas de
terapia manual, pode-se citar a de inibição dos músculos suboccipitais, que tem
como objetivo suprimir os espasmos musculares localizados na referida região.
Consiste em produzir a inibição dos tecidos moles, diminuindo a compressão das
estruturas cranianas, que comprimidas geram comorbidades como a cefaleia [3].
Poucos estudos abordam
o tratamento fisioterápico em relação às cefaleias, principalmente a terapia
manual, que é um dos melhores instrumentos utilizados pelos fisioterapeutas na
prática clínica para tal condição [4,5].
Nesse sentido, este
estudo teve como objetivo avaliar o efeito da técnica de inibição dos músculos
suboccipitais na dor, qualidade do sono e incapacidade de indivíduos com
diagnóstico clínico de cefaleia tensional.
Trata-se de um ensaio
clínico realizado com base na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde
do Brasil, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), com parecer de aprovação número
2.697.047/2018.
Participaram do estudo
10 indivíduos, sendo uma amostra de conveniência e incluídas pessoas que
apresentavam idade igual ou superior a 18 anos com diagnóstico clínico de
cefaleia tensional, sendo uma amostra não probabilística. Os critérios de
exclusão e/ou retirada foram: indisponibilidade para o estudo, utilização de
medicamentos ou realização de quaisquer outros tratamentos para a dor de cabeça
durante a participação no estudo, presença de contraindicações da técnica de
inibição dos músculos suboccipitais, como dor significativa ao repouso, trauma
recente, excesso de álcool e substâncias ilícitas, traumatismo prévio na região
cervical, condição de irritabilidade, espondiloartrose
avançada, tumores na região cervical, compressão da artéria vertebral,
hipermobilidade, tônus muscular diminuído, rigidez articular severa na cervical
alta e processo inflamatório ativo.
Para mensurar o sintoma
foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA), instrumento unidimensional para
avaliação da intensidade da dor, sendo constituída por uma linha de 10 cm que
tem entre seus extremos a “ausência de dor e dor insuportável”, dentro do
espaçamento da linha encontra-se uma escala de 0 a 10, enquanto em uma extremidade
é marcada “nenhuma dor” e na outra “pior dor imaginável”. Estudo conduzido por
Martines, Grassi, Marques [6] demonstrou a confiabilidade da EVA na
quantificação da dor.
Foi utilizado também o
Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) que avalia a qualidade e
perturbações do sono durante o período de um mês, sendo um questionário
padronizado, simples e de fácil aceitação pelos pacientes. É composto por 19
questões em auto relato, sendo 9 referentes à qualidade do sono em si e respondidas
pelo próprio paciente, 5 direcionadas aos que acompanham de perto o sono dele,
além de 5 questões voltadas à prática clínica. A soma dos valores atribuídos a
estes componentes varia de 0 a 20, sendo que quanto maior for o escore, pior é
a qualidade de sono [7]. Estudo feito a fim de validar a tradução do PSQI,
comprova a eficácia do instrumento quando aplicado na língua portuguesa
brasileira.
O Teste do Impacto da
Dor de Cabeça (HIT-6) tem como objetivo medir o impacto da cefaleia na capacidade
do indivíduo em suas atividades funcionais, como no estudo, trabalho, em casa e
em situações de âmbito social. O escore varia em “pequeno ou nenhum impacto”
naqueles que apresentarem 36 a 49 pontos, “algum impacto” entre 50 a 55 pontos,
“impacto acentuado” de 56 a 59, e “impacto muito grave” nos que alcançarem mais
de 60 pontos. Este questionário foi validado por Yang [8] apontando-o como uma
ferramenta viável para discriminar o impacto da cefaleia através da enxaqueca
episódica.
Após a autorização da
direção da Clínica-Escola Vida da Pontifícia Universidade Católica de Goiás,
foi apresentada a proposta de estudo e prestação de informações aos elegíveis.
Após leitura, entendimento e concordância com o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), eles foram submetidos à Ficha de Identificação.
As pessoas aptas foram
conduzidas para um consultório reservado e apropriado para a coleta de dados,
cedido pela Clínica-Escola Vida, a fim de realizar a intervenção naqueles que
se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa. Neste momento,
individualmente, os participantes foram avaliados com os instrumentos de coleta
e receberam a intervenção da técnica.
A técnica de inibição
dos músculos suboccipitais é realizada com o indivíduo na posição supina, com a
cabeça apoiada nas mãos do fisioterapeuta. Este por sua vez, palpa os músculos
suboccipitais, deslizando as pontas dos dedos até entrar em contato com o arco
posterior do átlas. Neste ponto, uma pressão de
deslizamento profunda (em direção anterior) e progressiva é aplicada durante 10
minutos [9].
A intervenção foi
realizada em 4 sessões, sendo que cada sessão foi 1 vez por semana, utilizando
apenas a EVA para a avaliação do resultado imediato antes e após a aplicação da
técnica. Após essas 4 sessões foi realizada a reavaliação com todos os
instrumentos exceto a ficha de identificação, sendo estes 7 dias após a última
sessão.
Os dados coletados
foram analisados com o auxílio do Statistical
Package of Social Sciences (SPSS), versão 24,0. A caracterização do
perfil demográfico, antropométrico e aspectos relacionados a dor foram
realizados por meio de frequências absoluta (n), relativa (%) e frequência
cumulativa. Para as variáveis contínuas foram realizadas estatísticas descritivas
(média, desvio padrão, mínima e máxima). A normalidade dos dados foi testada
utilizando o teste de Shapiro-Wilk. Não sendo verificada a normalidade dos
dados foram então aplicados testes estatísticos não paramétricos. A comparação
da dor, qualidade de sono e impacto em suas atividades funcionais antes e 7
dias após a intervenção foi realizado utilizando o teste de Wilcoxon.
Em todas as análises estatísticas foi adotado um nível de significância de 5%
(p < 0,05).
A amostra foi composta
por 10 participantes, sendo 7 mulheres e 3 homens. Na Tabela I verifica-se a
idade e os dados antropométricos dos participantes, em que a média de idade foi
28,30 ±7,47 anos, peso 63,12 ± 12,75 kg, altura 1,66 ± 0,13 m e de Índice de
Massa Corporal (IMC) 22,80 ± 2,43 kg/m2.
Tabela I - Estatística
descritiva da idade e perfil antropométrico dos indivíduos. Goiás, n=10, 2018.
IMC - Índice de Massa
Corporal
A tabela II apresenta
os aspectos clínicos da cefaleia dos participantes, bem como, os tratamentos
realizados por eles. Observa-se que 5 relataram uso de medicamento para a dor
(50,0%), 7 estavam em estágio agudo de dor (70,0%) e o trabalho foi apontado
como um dos fatores mais frequentes de piora da dor de cabeça (35,7%).
Tabela II - Descrição das
características clínicas e tratamentos da cefaleia tensional dos participantes.
Goiás, n=10, 2018.
*Frequência cumulativa
Com a aplicação do
teste de Wilcoxon, verificou-se que a intervenção
propiciou melhora altamente significativa da dor (p < 0,001). A Figura 1
demonstra a efetividade da técnica nos intervalos de antes para durante com o
efeito imediato (p = 0,005), e antes para depois (p = 0,005). Os valores médios
encontrados foram, inicialmente, de 2,36 cm, durante o tratamento de 0,00 cm e
7 dias após a técnica osteopática de 0,07 cm.
p = Teste de Friedman
seguido do teste de Wilcoxon.
Figura 1 - Resultado dos
intervalos de antes, durante e 7 dias após a intervenção. Goiás, n=10, 2018.
Conforme a Figura 2, a
aplicação da técnica de inibição dos músculos suboccipitais melhorou
significativamente a qualidade do sono 7 dias após a intervenção (p = 0,007),
haja vista que o escore inicial foi de 8,60 pontos e na reavaliação de 4,10
pontos.
p = Teste de Wilcoxon
Figura 2 - Resultado do
questionário de qualidade do sono antes e 7 dias após a intervenção. Goiás,
n=10, 2018.
A Figura 3 mostra-nos a
melhora significativa alcançada com o tratamento proporciona capacidade de
realização das atividades funcionais (p = 0,008), visto que valor médio inicial
foi de 62.10 pontos e final de 53.00 pontos.
p = Teste de Wilcoxon
Figura 3 - Resultado da
comparação do impacto da cefaleia em suas atividades funcionais antes e 7 dias
após a intervenção. Goiás, n=10, 2018.
Em nosso estudo,
encontramos melhora altamente significativa da dor, qualidade do sono e
incapacidade em suas atividades funcionais, inclusive, 7 dias após a aplicação
do tratamento. A fisioterapia manipulativa propicia o relaxamento muscular e
modulação neuromuscular da dor, por meio dos mecanoceptores
fasciais [7]. As técnicas de inibição muscular
apresentam efetividade em diversas condições, promovendo alívio dos sintomas
das cefaleias cervicogênicas e restabelecimento da
função cervical [9].
A dor afeta em geral a
qualidade do sono, sendo ele um sono fragmentado ou não reparador. Em relação a
cefaleia, as dores geralmente acometem o indivíduo durante a noite ou ao
despertar até mesmo a queixa é de cefaleias crônicas diárias. Dores de cabeça e
a relação entre o sono não são bem compreendidas, porém, avanços recentes da
neurofisiologia demonstram dados que há uma interação dos aspectos comuns de
sono, dor e humor que envolvem o hipotálamo, serotonina e melatonina [10].
Dentro do contexto de
controle da dor pela terapia manual, deve-se destacar os princípios
neurofisiológicos e não apenas biomecânicos dentre eles a amplitude de
movimento. Assim como as técnicas articulares, as miofasciais apresentam uma
ligação aos estímulos mecanoceptores, inibindo a dor
pelo mecanismo das comportas, em que ocorre a ação inibitória pré-sináptica no
gânglio da raiz dorsal e pela liberação de opioides endógenos. Além disso,
acredita-se que esses resultados podem ser atribuídos ao sistema nervoso
autônomo, devido a achados histológicos de mecanoceptores
em ligamentos viscerais, fáscias e dura-mater [11].
O uso da terapia manual
na cefaleia tensional justifica-se em função de que tensão craniana tende a
contribuir com a promoção da alteração neural e função neurovegetativa, desta
forma, a restauração da forma e função dos tecidos cranianos e subjacentes
permitiria aos mecanismos homeostáticos, equilibrar a tensão membranosa,
melhorar o fluxo venoso, diminuir a compressão neural, assim, melhorando a dor,
a qualidade de sono e funcionalidade, como descrito nos resultados de nosso
estudo [12].
Em estudo há 4 tipos de
cefaleia de origem cervical, as neuralgias, algias de
origem muscular, vasculares de origem simpática e algias
de origem meníngea. Nas cefaleias de origem muscular, a hiperatividade gama dos
músculos suboccipitais se torna responsável pela hipertonia permanente,
impedindo o relaxamento muscular devido à presença desse processo, gerando dor
do tipo isquêmica, prejudicando a vascularização dos nervos sensitivos
cervicais, no qual leva a uma síndrome irritativa, diminuindo o fluxo sanguíneo
cefálico [13].
No grupo das algias vasculares de origem simpática, especificamente a algia fronto-orbitária, a
síndrome envolve dor em territórios periorbitário e
frontal, cuja origem é uma afecção da artéria supra-orbitária
por irritação das raízes nervosas das primeiras e segunda vértebras cervicais e
do gânglio cervical superior, subentendendo que a tensão contínua na
musculatura suboccipital pode gerar as algias
vasculares devido a inserção destes músculos [11].
Quando a musculatura é
liberada dos processos tensionais e álgicos, a mesma
deixa de agir sobre estruturas ósseas, impedindo a adoção de padrões
não-fisiológicos adaptativos, sendo assim, os músculos suboccipitais em
disfunção, promoverão alterações cranianas e cervicais, levando as articulações
envolvidas à desordem [15].
Técnicas que utilizam o
reflexo miotático de alongamento e de inibição
recíproca, demonstrando elevada eficácia no controle das contraturas rebeldes.
Uma vez corrigidas, as contraturas deixam de causar disfunções no conjunto osteoarticular, favorecendo a homeostase, o realinhamento e
a normalização do eixo vertical da coluna [16].
Em outro estudo, foram
realizadas 10 diferentes intervenções fisioterapêuticas envolvendo a terapia
manual, incluindo técnicas articulares, miofasciais e de recrutamento muscular,
em 9 pacientes com diagnóstico de cefaleia cervicogênica.
O tratamento mostrou-se efetivo na redução do quadro sintomático dos pacientes,
com destaque para a diminuição do grau de incapacidade da região cervical [17].
Dentre as maiores
dificuldades para a realização do estudo, destacam-se a dificuldade de
encontrar indivíduos com diagnóstico clínico de cefaleia tensional e escassez
de bases científicas específicas acerca da aplicação da técnica de inibição dos
músculos suboccipitais nas consequências físicas e psíquicas da cefaleia
tensional.
A aplicação da técnica
de inibição dos músculos suboccipitais ocasionou melhora altamente
significativa na dor (p < 0,001), bem como da qualidade do sono (p = 0,007)
e funcionalidade (p = 0,008) em pessoas com cefaleia tensional. Assim,
denota-se a importância desta técnica para as variáveis citadas e que a mesma
deve ser incluída no plano de tratamento de pessoas com cefaleia tensional.
Sugerimos a realização
de ensaios clínicos randomizados que busquem maior compreensão acerca dos
efeitos fisiológicos desta técnica e demais recursos terapêuticos manuais.
Sugerimos, ainda, estudos que façam reavaliação com maior tempo de seguimento e
número de indivíduos para reforçar os benefícios da terapia e comparativos com
o uso da técnica e outros procedimentos, e até mesmo com o tratamento
farmacológico.