Fisioter Bras 2022;23(3):440-50
ARTIGO
ORIGINAL
Sintomas
urinários e a qualidade de vida de mulheres no pós-tratamento de câncer do colo
do útero
Urinary symptoms and quality of life of women after
cervical cancer treatment
Vivian
Patrícia Castro Feitosa*, Saul Rassy Carneiro, M.Sc.**, Cibele Nazaré Câmara Rodrigues, D.Sc.**, Renato da Costa Teixeira, D.Sc.***,
Gustavo Fernando Sutter Latorre,
Ft., M.Sc.****, Erica Feio Carneiro Nunes, D.Sc.***
*Graduanda
do curso de fisioterapia da Universidade da Amazônia (UNAMA), **Universidade
Federal do Pará (UFPA), ***Professor do curso de Fisioterapia da UFPA,
****Portal Perineo.net, Florianópolis, SC
Recebido
em 6 de maio de 2021; Aceito em 26 de fevereiro de
2022.
Correspondência: Erica Feio Carneiro Nunes, Travessa Perebebuí, 2623 Marco 66087-670 Belém PA
Vivian
Patrícia Castro Feitosa: patriciafisio00@gmail.com
Saul
Rassy Carneiro: saulfisio@superig.com.br,
Cibele
Nazaré Câmara Rodrigues: cibelecamara@hotmail.com
Renato
da Costa Teixeira: renatocteixeira@uepa.br
Gustavo
Fernando Sutter Latorre:
gustavo@perineo.net
Erica
Feio Carneiro Nunes: erica@perineo.net
Resumo
Introdução: O tratamento para o câncer de colo do
útero (CCU) traz sequelas para o trato urinário inferior que podem resultar em
sintomas urinários. Objetivo: Analisar as queixas urinárias e a
qualidade de vida (QV) de mulheres no pós-tratamento de CCU. Métodos:
Estudo transversal, com amostragem por conveniência, realizado com 44 mulheres
encaminhadas por médicos oncologistas. Utilizou-se uma ficha de avaliação
fisioterapêutica, o questionário King’s
Health Questionnaire (KHQ) para avaliar a QV. A
apresentação da estatística descritiva foi feita com as frequências das
variáveis e suas respectivas porcentagens. Para a apresentação dos dados do
KHQ, utilizaram-se as frequências, porcentagens e intervalo de confiança de
95%. Resultados: As queixas urinárias relatadas foram urgência
miccional, incontinência urinária de esforço (IUE) e noctúria,
23%, 20%, 20%, respectivamente. Os grupos que realizaram tratamento adjuvante
apresentaram mais queixas urinárias quando comparados com as participantes que
realizaram somente a cirurgia. A QV esteve alterada para pior em sete dos oito
domínios do KHQ. Conclusão: O tratamento para CCU pode gerar diversos
sintomas urinários para estas mulheres, sendo estes efeitos negativos de curto
e longo prazo. A urgência miccional teve maior prevalência e percebeu-se piores
resultados quando realizado o tratamento adjuvante.
Palavras-chave: câncer do colo do útero; incontinência
urinária; qualidade de vida.
Abstract
Introduction: Treatment for
cervical cancer (CC) has sequelae for the lower urinary tract that can result
in urinary symptoms. Objective: To analyze the urinary complaints and
quality of life (QOL) of women after CC treatment. Methods:
Cross-sectional study, with sampling for convenience, conducted with 44 women
referred by oncologists. A physical therapy assessment form, the King’s Health
Questionnaire (KHQ), was used to assess QOL. Descriptive statistics were
presented with the frequencies of the variables and their respective
percentages. For the presentation of the KHQ data, frequencies, percentages and
95% confidence intervals were used. Results: Urinary complaints reported
were urinary urgency, stress urinary incontinence (SUI) and nocturia, 23%, 20%,
20%, respectively. The groups that underwent adjuvant treatment had more
urinary complaints when compared with the participants that underwent only surgery.
QoL was altered for the worse in seven of the eight KHQ domains. Conclusion:
The treatment for UCC can generate several urinary symptoms for these women,
these effects being negative in the short and long term. Urinary urgency was
more prevalent and worse results were seen when adjuvant treatment was
performed.
Keywords: cervical cancer; urinary
incontinence; quality of life.
O
câncer de colo do útero (CCU) está entre os tipos de câncer que mais acometem a
população mundialmente [1]. Globalmente, ele é o quarto tumor mais incidente
entre as mulheres, entretanto, com os avanços tecnológicos, a estimativa de
sobrevida tem grandes chances de ultrapassar 5 anos [1,2]. Segundo dados do
INCA (Instituto Nacional de Câncer), somente para o Brasil estimam-se 16.370
casos novos de CCU para cada ano do biênio 2018-2019, com um risco estimado de
15,43 casos a cada 100 mil mulheres, ocupando a terceira posição entre os
cânceres que atingem a população feminina, atrás do câncer de mama e do
colorretal. Na região norte, a taxa estimada para 2018 é de 25,62 a cada 100
mil mulheres, sendo o primeiro câncer mais incidente nesta região, quando não
considerados os tumores de pele não melanoma [1].
O
principal fator de risco do carcinoma cervical é infecção pelo papilomavírus
humano (HPV), porém, nem sempre a infecção desencadeará o CCU, a não ser que
haja a persistência do vírus. A genética, tabagismo, baixo nível
socioeconômico, fatores relacionados à imunidade e o comportamento sexual
também são fatores de risco [1].
Como
tratamento para esta patologia, a Organização Mundial de Saúde [3] relata que
depende do estadiamento e tamanho do tumor. Atualmente, a cirurgia, a
radioterapia, a quimioterapia e a combinação dessas modalidades constituem os
principais recursos terapêuticos. Dentre estes procedimentos cirúrgicos, um dos
principais é a histerectomia, procedimento realizado para retirada do útero e
órgãos adjacentes, quando necessário [4].
Como
consequências da histerectomia a curto e longo prazo, a mulher pode apresentar
disfunções sexuais e urinárias, sendo a principal delas a IUE, seguida da
bexiga hiperativa, e disúria, comprovando que a histerectomia como tratamento
para CCU pode prejudicar o funcionamento e as estruturas do assoalho pélvico
(AP) como um todo [4,5].
Da
mesma maneira que os procedimentos cirúrgicos apresentam efeitos adversos, a
radioterapia também pode apresentar, devido a sua alta taxa de radiação. Sendo
assim, consequências a longo prazo podem surgir, perdurando anos após o término
do tratamento [6].
A
radioterapia age como tratamento conservador para o câncer, consistindo em um
método que utiliza feixes de radiação ionizante que atuam destruindo as células
neoplásicas, agindo em seu DNA [7]. Infelizmente, as taxas de morbidade decorrentes
do tratamento realizado com radioterapia associada ou não a outra técnica é
alta, sendo que sintomas relacionados a disfunções miccionais podem persistir
em até cinco anos após o tratamento, principalmente a IUE [8].
A
quimioterapia, assim como a radioterapia, é um tratamento conservador e pode
ser considerado o recurso mais utilizado para o tratamento do câncer. Esta
terapia consiste em drogas que são usadas com a finalidade de destruir as
células neoplásicas, no entanto, essas drogas também podem destruir as células
normais do organismo, causando alguns efeitos adversos como náuseas, vômito,
diarreia, constipação, anemia, entre outras consequências [9].
Considerando
a alta taxa de incidência de CCU na região Norte [1] e os efeitos adversos que
o tratamento para essa patologia pode gerar na função urinária [3,5], o
presente estudo teve como objetivo verificar os sintomas urinários e a
qualidade de vida (QV) de mulheres no pós-tratamento de CCU.
Foi
realizado um estudo transversal de caráter quantitativo, no período de janeiro
a março de 2016, com 44 participantes, encaminhadas por médicos com atuação em
oncologia ginecológica, para a clínica escola de fisioterapia e terapia
ocupacional (Fisioclínica) da Universidade da
Amazônia (UNAMA), em Belém, Estado do Pará. O estudo foi aprovado pelo comitê
de ética da UNAMA sob número de parecer 1.325.346.
O
processo de recrutamento dos voluntários se deu após parceria com médicos que
receberam uma cartilha contendo a metodologia da pesquisa, bem como os
critérios de inclusão e exclusão da mesma. Desta forma, ficou garantido o
perfil da amostra e o encaminhamento para pesquisa científica. Assim, a
amostragem foi por conveniência. Foram encaminhadas 53 mulheres, porém 44
aceitaram participar do estudo.
Foram
incluídas na pesquisa mulheres com idade entre 25 e 75 anos, que finalizaram o
tratamento para CCU, que obtivessem pontuação acima de 70% na escala de
Performance Status Karnofsky, de acordo com a
avaliação médica, e que terminaram o tratamento para CCU há no mínimo três
meses. Os critérios de exclusão foram presença de metástases e mulheres que já
apresentavam sintomas urinários antes do tratamento para CCU.
As
participantes passaram por uma avaliação fisioterapêutica. Na anamnese, foram
coletadas informações, através de uma entrevista, a respeito dos tratamentos
realizados para o CCU, número de sessões de radioterapia, sintomas urinários,
tempo de término do tratamento para o câncer, circunstâncias da perda urinária
(espontânea ou por esforço), uso de forro ou proteções, sintomas anorretais e
sexuais, história obstétrica, cirurgias anteriores e hábitos como etilismo,
tabagismo e atividade física. Somente para aquelas que se queixavam de
disfunção urinária foi aplicado o questionário de qualidade de vida King´s Health Questionnaire
(KHQ).
O
KHQ é um questionário validado no Brasil, considerado
pela comunidade
científica nível ‘A’ de evidência e
é altamente recomendável para avaliar a QV
de portadores de IU. O questionário é dividido em
domínios, cada domínio pode
ser pontuado individualmente. Os valores vão de 0 a 100, sendo
que, quanto
maior a pontuação, pior a QV. As variáveis do KHQ
são relacionadas a
informações sociodemográficas, obstétricas
e ginecológicas, categorizando-se em
oito domínios: percepção geral de saúde,
impacto da IU, limitação de atividades
diárias, limitação física,
limitação social, relações pessoais,
emocionais,
sono/energia e medidas de gravidade [10].
As
respostas oferecidas no primeiro domínio são: muito boa, boa, normal, ruim e
muito ruim. Assim, para melhor análise dos resultados, os autores organizaram
estes itens da seguinte forma: quando as participantes marcavam as respostas
“muito boa” ou “boa” ou “normal” foram consideradas pelos autores como tendo QV
normal, já as participantes que assinalaram as opções de resposta “ruim” ou
“muito ruim” foram classificadas pelos autores como QV alterada. Para as demais
perguntas do questionário, a opção “nem um pouco” foi classificada como QV
normal, e as demais opções como “um pouco”, “moderadamente” e “muito”, foram
consideradas como QV alterada. A partir dessa classificação, todo o
questionário teve apenas dois conceitos, QV normal ou alterada, e pôde-se
analisar a QV das participantes.
A
apresentação da estatística descritiva foi feita com as frequências das
variáveis e suas respectivas porcentagens. Para a apresentação dos dados do KHQ,
utilizaram-se as frequências, porcentagens e intervalo de confiança de 95%.
Os
resultados demonstram que a maioria das mulheres apresentou sintomas urinários
pós-tratamento do CCU, sendo o mais recorrente a urgência-miccional, seguida de
IUE e noctúria (Tabela I).
Tabela
I - Distribuição dos
sintomas urinários das participantes. Belém/PA, 2016
Para
a associação do tratamento realizado para o CCU e a presença de sintomas
urinários, foi utilizado o teste chi-quadrado com correção de Fischer,
estabelecendo nível alfa de significância de 5% para rejeitar a nulidade.
Percebeu-se que a maior parte das participantes que realizaram tratamento
exclusivamente cirúrgico não apresentaram queixas urinárias, enquanto que as
participantes que realizaram tratamento cirúrgico associado ao tratamento
adjuvante ou exclusivamente adjuvante apresentaram maior taxa de sintomas
urinários (Tabela II).
Tabela
II - Associação
entre sintomas urinários e o tratamento para câncer do colo do útero. Belém/PA,
2016
*Adjuvante:
Radioterapia, quimioterapia e/ou braquiterapia
A
tabela III mostra os resultados da análise descritiva da QV por meio do KHQ. De
todos os domínios avaliados por este questionário, apenas o domínio “medidas de
gravidade” demostrou um percentual igual para normal e alterado, os demais
domínios do questionário demostraram que a QV foi alterada negativamente após o
tratamento para CCU.
Tabela
III - Qualidade de
vida pelo KHQ das participantes. Belém/PA, 2016
O
CCU é uma patologia ainda comum entre as mulheres brasileiras, principalmente
na região Norte. Este carcinoma é tão incidente que chega a ultrapassar as
taxas do câncer de mama [1]. O tratamento para CCU traz sérias consequências
para a função urinária das vítimas. Em função disto, buscou-se verificar os
sintomas urinários e a qualidade de vida de mulheres no pós-tratamento de CCU.
Os
sintomas urinários mais encontrados neste estudo foram urgência miccional, IUE
e noctúria. Assim também, os principais sintomas
urinários da pesquisa de Sunesen et al. [11]
foram urgência miccional (48%) como a queixa mais presente das 94 pesquisadas,
seguida de outros sintomas como IUE. Adams et al. [12], semelhantemente,
estudou 418 mulheres que foram submetidas ao tratamento cirúrgico e/ou
adjuvante e também apresentaram como principal sintoma a urgência miccional
(49%) após o tratamento.
Donovan
et al. [14] observaram, em um estudo realizado com 104 mulheres após
tratamento de CCU e/ou câncer de endométrio, que a maior queixa das
participantes eram sintomas urinários e intestinais. Dentre os sintomas
urinários, a dificuldade no esvaziamento da bexiga ou o efeito adverso, como a
incontinência, foram os mais relatados.
Os
sintomas urinários são comuns após o tratamento de CCU [13]. Os mais frequentes
após radio e braquiterapia em casos avançados de CCU
são frequência urinária elevada, urgência miccional, incontinência urinária e
cistite [19]. Após cirurgia, como a histerectomia radical, sintomas urinários
podem surgir devido ao procedimento cirúrgico, que pode romper fibras nervosas
do sistema nervoso autônomo que inervam a bexiga levando a uma diminuição da
resistência uretral [2]. No entanto, no presente trabalho, foram menos
frequentes as queixas urinárias entre as mulheres que realizaram exclusivamente
cirurgia.
Katepratoom et al. [17], em um estudo com 70
mulheres após quimioterapia e/ou histerectomia para CCU, observaram falhas na
fase de armazenamento, aumento da sensibilidade da bexiga e baixa complacência
vesical. Semelhante ao presente estudo, Donovan et al. [14] também
encontraram correlação da histerectomia radical associada a radioterapia
pélvica para o aparecimento de queixas urinárias graves, principalmente IUE.
O
estudo de Erekson et al. [18] observou os
efeitos da radioterapia pélvica e da histerectomia radical no trato urinário
baixo em relação ao aparecimento de sintomas urinários. Foi possivel
perceber que as mulheres que apresentavam sintomas urinários mais graves haviam
sido submetidas a radioterapia, enquanto que as que haviam sido submetidas
apenas a histerectomia apresentavam sintomas leves, ou simplesmente não
apresentavam queixas urinárias.
Em
relação a qualidade de vida, no atual estudo observou-se alteração da mesma
após o tratamento para CCU em diversos domínios do questionário, levando a uma
influência negativa dos sintomas urinários em diversos aspectos do cotidiano da
vida dessas mulheres, sendo os domínios mais afetados “sono e disposição” e “impacto
da IU”.
No
presente trabalho, as participantes que fizeram somente cirurgia, 61,50%, em
sua maioria não relataram queixa urinária e consequentemente não tiveram
alteração para pior na QV, em concordância com os achados de Gilbaz et al. [20] em que também não houve piora na
QV decorrente do procedimento exclusivamente cirúrgico para tratamento do CCU.
Nos demais grupos de histerectomia associada a radioterapia e somente
radioterapia, a capacidade de armazenamento da bexiga ficou diminuída, levando
a sintomas como urgência miccional e incontinência, semelhante ao presente
estudo que também encontrou tais sintomas que levam a uma piora na QV global.
Farias
et al. [21] avaliaram a QV de 181 mulheres incontinentes utilizando o
KHQ e concluiu que as participantes que tinham incontinência urinária mista
(IUM) tiveram uma diminuição ainda maior na QV do que aquelas que apresentaram
IUE e bexiga neurogênica. No entanto, no presente trabalho percebeu-se um
número maior do sintoma urgência miccional que levou a piora da QV.
Dentro
de uma questão multifatorial para a QV estão fatores psicológicos, como
estresse, humor, depressão e autoestima. Fatores físicos como mau odor e
vestuário molhado; fatores socioculturais como isolamento e a redução das
atividades diárias; fatores no âmbito profissional e econômico-financeiro, que
se encontram diretamente interligados, como a diminuição do rendimento no
trabalho e menor produtividade, bem como alteração no ritmo profissional;
fatores emocionais e conjugais como a rejeição do marido, o constrangimento
perante a sociedade, o maior custo com roupas íntimas e fraldas, levam a uma
piora na QV de um modo geral [10].
Ressalta-se
que as disfunções do assoalho pélvico, o que inclui as disfunções miccionais,
são amplamente prevalentes em sobreviventes de câncer ginecológico e devem ser
abordadas com os pacientes. Pesquisas futuras devem focar na melhoria da QV em
sobreviventes de câncer usando tratamentos oncológicos que causam menos danos
ao assoalho pélvico e levem a taxas mais baixas de disfunções do assoalho
pélvico. Desta forma, as disfunções do assoalho pélvico são preocupações
clínicas e necessitam de mais pesquisas futuras [22].
Diante
desses resultados, percebeu-se que o tratamento para CCU tem uma forte
influência para desencadear sintomas urinários. Estes sintomas podem aparecer a
curto e longo prazo, afetando a QV dessas mulheres como um todo. O tratamento
adjuvante apresentou piores resultados em relação a QV, quando comparado ao
tratamento exclusivamente cirúrgico, sendo o principal sintoma, a urgência
miccional. Apesar desses resultados expressivos pelo tratamento adjuvante, a
histerectomia e demais procedimentos cirúrgicos também geram sintomas
urinários, no entanto são necessárias pesquisas que enfatizem os tipos de
histerectomia e o que cada procedimento cirúrgico pode gerar. Mais pesquisas
são necessárias nesta área, devido ao alto índice de CCU e de seus sintomas
adversos, principalmente na região Norte.
Conflitos
de interesse
Não
houve conflito
Fontes
de financiamento
Universidade
do Estado do Pará
Contribuição
dos autores
Concepção
e desenho da pesquisa:
Nunes EFC, Rodrigues CNC; Coleta de dados: Castro Feitosa VPC; Análise
e interpretação dos dados: Teixeira RC, Carneiro SR; Análise estatística:
Rodrigues CNC; Redação do manuscrito: Feitosa VPC; Revisão crítica do
manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Latorre
GFS, Nunes EFC